segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
Fichário: os jogos e os vídeos da 24ª rodada da Eredivisie
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
Na mesma
A seleção feminina da Holanda bem que se esforçou, no Torneio da França. Mas saiu dele como entrou: um time ainda pouco confiável (ANP) |
Ao partir para as datas FIFA deste mês de março, o técnico Mark Parsons deixava claro: vinda de atuações inconstantes nas eliminatórias da Copa de 2023, sem dar confiança à torcida, a seleção feminina da Holanda passaria por muitos testes no Torneio da França - e dele deveria sair com um time relativamente pronto para os próximos jogos: três pela qualificação e, principalmente, a Euro 2022. Bem, após as três partidas que renderam uma segunda posição às Leoas Laranjas, alguns passos foram dados. Mas é impossível dizer que a situação mudou substancialmente. Assim como a desconfiança sobre as Leoas Laranjas continua inalterada...
E continua inalterada, principalmente, por causa dos problemas contínuos do time. As perdas causadas por protocolos anticovid (que tiraram do torneio pelo menos duas titulares absolutas, Dominique Janssen e Jill Roord) impactaram na equipe. Mais precisamente, na defesa. Mais precisamente ainda, nas laterais: nos dois jogos em que a escalação considerada "titular" foi colocada, contra Brasil e França, os lados foram a principal fragilidade neerlandesa. No empate em 1 a 1 contra a Seleção Brasileira, tanto Kerstin Casparij, pela direita, quanto Merel van Dongen, pela direita, tiveram dificuldade para conter Debinha e Geyse, nos contragolpes, ou Kerolin e Ary Borges, nos avanços pelas pontas. A mesma coisa se viu na derrota por 3 a 1 contra a França, no jogo final. Pelo menos, na esquerda, onde Van Dongen novamente foi presa fácil para uma atacante rápida - no caso, Kadidiatou Diani. Além disso, no miolo de zaga, se Stefanie van der Gragt foi inegavelmente esforçada, Aniek Nouwen voltou a mostrar lentidão e desatenção.
Lentidão e desatenção que vieram, por sinal, desde o meio-campo. Afinal de contas, o poder de marcação do setor esteve prejudicado pela falta de ritmo de Jackie Groenen (jogou mal contra o Brasil, foi um pouco melhor contra a França) e pela maior dificuldade de Sherida Spitse em acompanhar as adversárias. E no ataque, se Vivianne Miedema se esforçou mais contra a marcação adversária, Lieke Martens mostrou outra vez dificuldades para escapar das zagas. Tentando criar jogadas - afinal, tanto Daniëlle van de Donk quanto Jill Roord estavam ausentes -, Victoria Pelova fez o possível, mas não avançou tanto quanto costuma fazer no Ajax.
Então a Holanda passou vergonha? Claro que não. Houve pontos positivos. Se tem mais dificuldades para marcar, Spitse seguiu justificando sua escalação com a liderança natural que impõe ao time e sua capacidade em lançamentos - foi assim que criou a jogada do gol contra o Brasil. Escalada como titular nas duas partidas (afinal, além da cortada Roord, Shanice van de Sanden estava lesionada), Lineth Beerensteyn é a única das 27 convocadas a poder dizer que só saiu ganhando: foi veloz na ponta-direita, fez gols contra as duas adversárias mais respeitadas, mostrou que pode muito bem ser titular.
Van Diemen, Dijkstra, Baijings, Van Dooren, Snoeijs... as convocadas mais novas aproveitaram bem a chance no amistoso contra a Finlândia (KNVB Media) |
E houve, claro, a boa atuação no "jogo-treino de luxo" contra a Finlândia. Na vitória por 3 a 0, com dez reservas tendo a sua chance no time titular, alguns nomes foram plenamente aprovados por Mark Parsons - "aproveitaram sua chance", como o técnico anglo-americano elogiou depois da vitória. Na lateral direita, Samantha van Diemen se mostrou bastante promissora, com dois cruzamentos para dois gols. Caitlin Dijkstra mostrou versatilidade, sabendo se alternar entre meio-campo e defesa - tanto que foi escalada para a lateral direita contra a França, já uma espécie de "promoção" dentro do grupo. Estreando na seleção, Kayleigh van Dooren também mostrou talento e dinamismo na armação. E Katja Snoeijs, tendo mais uma chance no centro do ataque, a aproveitou bem, com dois gols, ganhando importância na disputa para ser a reserva imediata de Miedema.
Tantas novatas indicaram mais duas coisas importantes. A primeira, um cumprimento de promessa de Mark Parsons: dar mais espaço a nomes que jogam no Campeonato Holandês. O próprio técnico reconheceu, alegre: "A distância entre a Eredivisie e os times nacionais ficou menor". A segunda: jogadoras mais experientes já sabem que terão uma nova geração para ajudar nos próximos tempos. Mesmo sem aparecer bem, Lieke Martens reconheceu ao diário De Telegraaf que precisará desenvolver uma nova faceta: "Sempre tento aparecer com meu jogo, mas não sou uma líder por natureza. Mas quando há tantos cortes [na convocação original], é hora de aparecer. Tenho experiência e quero usá-la".
Será importante usá-la nos próximos jogos. Mais do que isso: será importante a Holanda mostrar um pouco mais de intensidade nos importantes compromissos que vêm por aí. Mark Parsons até comentou à ESPN holandesa: "Queria usar este torneio para desenvolver o time e ver diversas jogadoras em ação, e consegui". As jogadoras são só elogios ao ambiente - Van Dongen comentou, ao diário Algemeen Dagblad: "Parsons "trabalha muito, e faz isso por nós (...) Ele acha importante saber como estamos enquanto pessoas, não só como futebolistas". Mas de nada adianta isso sem os resultados virem. Nem uma mudança de postura.
E nada disso veio. A Holanda saiu do Torneio da França na mesma: como um time aparentemente em reconstrução. Que tem um nível técnico razoável, mas que parece abaixo das condições para repetir o que já conseguiu.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022
Nada tanto assim
O Ajax jogou bem, mas teve falhas. E o Benfica as aproveitou para sinalizar: este jogo está mais aberto do que podia parecer na Liga dos Campeões (ANP) |
100% de aproveitamento na fase de grupos, coisa que não era conseguida por um time da Holanda (Países Baixos) na Liga dos Campeões desde 1996. O domínio esperado na liderança do Campeonato Holandês. Uma equipe badalada, com jogadores badalados - e técnico idem -, conseguindo manter do lado de fora do gramado os problemas por que passa a diretoria do Ajax. Muito se pensava que a equipe de Amsterdã era franca favorita diante do Benfica, nas oitavas de final. Bem, o time Ajacied até mostrou talento na partida de ida, em Lisboa. Mas a equipe portuguesa também mostrou seu talento, aproveitando algumas inegáveis falhas dos visitantes. O 2 a 2 exemplificou muito bem as alternâncias de superioridade. E fez mais: mostrou que nada está decidido.
Pelo modo como a partida no Estádio da Luz começou, de fato, o Ajax parecia com todas as condições para se impor diante dos Encarnados, mesmo fora de casa. Começando com a pressão sobre a zaga lenta do Benfica, com os avanços de Noussair Mazraoui pela direita, o ataque dos Amsterdammers estava fortalecido. A tal ponto que o gol até demorou. Mas quando saiu, foi bonito, mostrando a intensidade: Mazraoui roubou a bola de Jan Vertonghen, tabelou com Antony e cruzou para a finalização de classe com que Dusan Tadic abriu o placar.
O que não quer dizer que as coisas ficaram perfeitas depois. Desde então, as laterais do Ajax tiveram muito espaço a ser explorado - principalmente a esquerda, onde Daley Blind sofreu com Rafa Silva já após a vantagem dos visitantes. Não à toa, ali surgiu a jogada de uma bola defendida por Pasveer - e que rendeu o escanteio no qual saiu o empate acidental, num chute de Vertonghen desviado acidentalmente por... Sébastien Haller. Que fazia mais um gol, como costuma fazer na Liga dos Campeões. Mas do lado errado.
Sébastien Haller cometeu gol contra? Tudo bem: fez a favor também, consolidando o começo superior do Ajax (ANP) |
Bem melhor para Haller foi fazê-lo do lado certo, pouco depois, aproveitando rebote e reestabelecendo a vantagem do Ajax no primeiro tempo, com seu 11º gol na Liga dos Campeões. O marfinense segurava a bola no ataque, Antony e Dusan Tadic auxiliavam nas pontas, Mazraoui seguia aparecendo muito bem. E tudo isso, sem contar avanços esporádicos, como o de Edson Álvarez, que acertou a bola na trave, aos 43'. Era um bom símbolo de como o Ajax fora superior no primeiro tempo.
O gol perdido faria falta. Porque o Benfica voltaria melhor no segundo tempo. Aproveitando o ritmo diminuído do Ajax - até pelo cansaço -, o time da casa voltou a ter intensidade no ataque. Rafa Silva seguia dando muito trabalho a Blind na direita, Darwin Núñez causava problemas ao miolo de zaga (principalmente a Lisandro Martínez, que já precisara interceptar um chute), e cada contra-ataque benfiquista encontrava um espaço aberto pelos avanços insistentes do Ajax, tentando o terceiro gol que encaminharia a vitória. A entrada de Roman Yaremchuk, no ataque, aumentou a pressão dos mandantes.
De certa forma, o gol do merecido empate comprovou tudo isso. Os avanços algo desesperados do Ajax: logo antes do gol, Jurriën Timber viera de uma área à outra, e reclamara pênalti sofrido. Uma certa demora de Erik ten Hag em fazer alterações: Nicolás Tagliafico já esperava para substituir Blind. A melhora do Benfica, com mais um contragolpe puxado velozmente por Rafa Silva, e concluído no chute rebatido por Remko Pasveer, e aproveitado por Yaremchuk para o 2 a 2.
O Ajax jogou bem. Continua favorito para obter a vaga em Amsterdã, no jogo de volta, em 15 de março. Mas nada tanto assim.
Remko Pasveer; Noussair Mazraoui (Devyne Rensch), Jurriën Timber, Lisandro Martínez e Daley Blind (Nicolás Tagliafico); Edson Álvarez, Steven Berghuis e Ryan Gravenberch (Davy Klaassen); Antony, Sébastien Haller e Dusan Tadic. Técnico: Erik ten Hag
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
Fichário: os jogos e os vídeos da 23ª rodada da Eredivisie
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
Três jogos por um time
O técnico Mark Parsons está sob pressão no comando da seleção feminina da Holanda. E o Torneio da França servirá para muitas experiências - que levem a um time mais sólido (ANP) |
Van Diemen tem causado boa impressão na lateral direita do Feyenoord. Certamente receberá chances ao longo do Torneio da França - até para ajudar a fechar os espaços da defesa (feyenoord.nl) |
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
Fichário: os jogos e os vídeos da 22ª rodada da Eredivisie
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022
Depois do terremoto
O Ajax parecia em céu de brigadeiro para o restante da temporada. A revelação dos assédios e comportamentos impróprios de Marc Overmars trouxe uma forte tempestade (ANP) |