segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 6ª rodada da Eredivisie

Heracles Almelo 4x0 De Graafschap (sexta-feira, 21 de setembro)



Fortuna Sittard 4x4 Willem II (sábado, 22 de setembro)



Excelsior 3x3 Heerenveen (sábado, 22 de setembro)



VVV-Venlo 3x0 NAC Breda (sábado, 22 de setembro)



Vitesse 1x1 ADO Den Haag (sábado, 22 de setembro)



Feyenoord 1x0 Utrecht (domingo, 23 de setembro)



Emmen 0x1 Zwolle (domingo, 23 de setembro)



Groningen 1x3 AZ (domingo, 23 de setembro)



PSV 3x0 Ajax (domingo, 23 de setembro)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 5ª rodada da Eredivisie

ADO Den Haag 0x7 PSV (sábado, 15 de setembro)



De Graafschap 1x2 VVV-Venlo (sábado, 15 de setembro)



Ajax 3x0 Groningen (sábado, 15 de setembro)



Willem II 2x2 Excelsior (sábado, 15 de setembro)



AZ 1x1 Feyenoord (domingo, 16 de setembro)



Utrecht 1x2 Emmen (domingo, 16 de setembro)



NAC Breda 2x3 Fortuna Sittard (domingo, 16 de setembro)



Heerenveen 3x5 Heracles Almelo (domingo, 16 de setembro)



Zwolle 0x2 Vitesse (domingo, 16 de setembro)


domingo, 9 de setembro de 2018

Quase deu

A Holanda de Wijnaldum melhorou, empatou, chegou a sonhar... mas a França de Paul Pogba deixou claro que é melhor (Pim Ras)
Por mais que tenha havido uma evolução da seleção da Holanda sob o comando do técnico Ronald Koeman, poucos esperavam que a Laranja conseguisse fazer frente à França campeã mundial, em sua estreia pela Liga das Nações da UEFA. Por um longo período, de fato, a equipe visitante pareceu impotente no Stade de France. Todavia, como quase sempre, a Holanda reagiu no segundo tempo, e quase conseguiu surpreender positivamente. Mas errar em momentos cruciais forçou a equipe laranja a lamentar a derrota por 2 a 1 - e lamentar mais ainda por ter sido uma partida em que a cahnce de surpreender os Bleus se revelou maior do que o esperado.

Entrando com três zagueiros, a Oranje já sabia o principal desafio que lhe esperava, maior até do que um Stade de France lotado para festejar o título da Copa do Mundo na primeira partida oficial da França em casa. O desafio era parar Kylian Mbappé, uma das estrelas maiores da constelação gaulesa. Para tanto, Daley Blind, zagueiro pela esquerda, teria Virgil van Dijk lhe ajudando na sobra da defesa, com Ryan Babel encarregado de começar a marcação no meio-campo. Quase nada disso adiantou: bastaram alguns segundos para Mbappé sair com a bola em rápido contra-ataque, driblar Frenkie de Jong (iniciando como titular, merecidamente) e chutar cruzado, forçando Jasper Cillessen a espalmar a bola para fora. Porém, já aos dois minutos, houve outra saída rápida, agora da Holanda. E coube a Quincy Promes (outro que começou jogando após entrar bem no amistoso contra o Peru) um chute rasteiro, que trouxe certo perigo à meta de Alphonse Aréola. Era um sinal de vida.

Um sinal que se revelou fraco. Porque a França tinha velocidade quase irresistível nos passes em profundidade, nas inversões de jogo. A seleção campeã mundial pressionava, mas a defesa holandesa estava se aguentando. Até o erro de Quincy Promes, aos 14 minutos: ao recuar a bola de cabeça para reiniciar a jogada, o atacante acabou pegando a própria defesa laranja despreparada. Sorte de Blaise Matuidi, que teve espaço para o cruzamento. Mais sorte ainda de Mbappé, que teve a meta vazia para fazer o previsível 1 a 0 francês.

Em vantagem no placar, a França dava mais espaço para a Holanda trocar passes. Só que não adiantava: para cada jogador holandês, os Bleus têm um marcador muito próximo. Só restava à Oranje recuar a bola, já que a marcação impedia qualquer tentativa de jogada. Nos raros espaços, só Babel tentava avançar com a bola. Mas seus passes eram invariavelmente interceptados, sem que Promes ou Memphis Depay pudessem fazer muita coisa. Frenkie de Jong mal conseguia dominar a bola, que dirá correr com ela. Na lateral direita, Kenny Tete estava lento demais, dificultando as subidas holandesas. Os franceses sequer corriam riscos, por mais que tivessem desacelerado o ritmo (só chegaram em cabeceios defendidos por Cillessen: Mbappé aos 25', Samuel Umtiti aos 35'). A impotência holandesa ficou clara na estatística: nenhum chute a gol, ao longo dos 45 minutos iniciais.

No começo do segundo tempo, a França ainda assustou um pouco. Mas algumas mudanças começaram a indicar melhoras holandesas. Uma decorrente da outra, por sinal. Memphis Depay deixou o meio da área para Ryan Babel ficar, indo para o meio-campo participar mais das jogadas. Com Babel indo ser o atacante, Blind passou a jogar mais como lateral, deixando a Holanda no 4-3-3 velho de guerra. Já serviu para algumas escaramuças ao goleiro Alphonse Aréola - como aos 55', quando Aréola pegou bola cruzada por Memphis. Aos 66', num de seus avanços, Matthijs de Ligt quase levou ao empate: seu lançamento foi dominado por Georginio Wijnaldum, que chutou cruzado, rente à trave. No minuto seguinte, veio o empate, reabilitando dois jogadores que vinham sendo contestados na partida: Tete tabelou com Promes, cruzou, e Babel fez 1 a 1.

O gol de Babel coroou as mudanças holandesas durante o segundo tempo (Reuters)
A Holanda havia melhorado. Na defesa, com De Ligt brilhante, preciso nos desarmes e ousado nos avanços, cada vez mais realidade aos 19 anos. E no ataque mais veloz e perigoso, algo comprovado pelo chute de Memphis Depay, na rede pelo lado de fora. Porém, justamente neste momento em que a Laranja mais sonhava vencer, veio a dura realidade, aos 75'. Tete deu espaço, Mendy cruzou, Virgil van Dijk foi lento na jogada, e Olivier Giroud se antecipou à sua marcação para chutar e fazer 2 a 1. Houve alternância de sentimentos, ao final do jogo. Da irritação de Ronald Koeman ("Estou bravo. No segundo tempo, fomos melhores, e os forçamos a recuar. Mas nos momentos cruciais, não fomos bons. O 2 a 1 foi doloroso e desnecessário. Não pode ser assim") ao otimismo de Daley Blind ("Provamos que podemos jogar neste nível"), talvez as palavras mais precisas tenham sido de Wijnaldum, após seu 50º jogo pela Laranja: "Aprendemos a não dar mais chances assim".

Quase deu para a Holanda surpreender. Mas ela aprendeu do pior jeito...

Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 1
França 2x1 Holanda
Data: 9 de setembro de 2018
Local: Stade de France (Saint-Denis)
Árbitro: Alberto Undiano Mallenco (Espanha)
Gols: Kylian Mbappé, aos 14'; Ryan Babel, aos 67', e Olivier Giroud, aos 75'

Holanda
Jasper Cillessen; Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Daley Blind; Kenny Tete (Daryl Janmaat), Davy Pröpper, Frenkie de Jong e Ryan Babel (Luuk de Jong); Quincy Promes (Ruud Vormer) e Georginio Wijnaldum; Memphis Depay. Técnico: Ronald Koeman

França
Alphonse Aréola; Benjamin Pavard, Raphaël Varane, Samuel Umtiti e Lucas Hernández (Benjamin Mendy); N'Golo Kanté e Paul Pogba; Kylian Mbappé, Antoine Griezmann (Steven N'Zonzi) e Blaise Matuidi; Olivier Giroud (Ousmane Dembélé). Técnico: Didier Deschamps

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Guia da Eredivisie feminina: uma dinastia começa?

O Ajax já está comemorando o título da Eredivisie feminina há duas temporadas. E quer comemorar o tri em 2018/19 (Lars Spook/ANP) 
Apesar dos pesares, se sabe: no Campeonato Holandês masculino, o Ajax ainda é o clube com mais títulos (33), é o grande símbolo do futebol do país para o exterior, é a agremiação futebolística mais conhecida da Holanda fora dela. Era assim apenas no futebol masculino. Só que os Amsterdammers demonstram querer que seja assim também no futebol feminino: bicampeões da Eredivisie feminina (em holandês, "Eredivisie Vrouwen"), já largam como favoritos para esta temporada 2018/19, que se inicia nesta sexta.

É mais uma temporada, para tentar auxiliar o desenvolvimento do futebol feminino na Holanda - desenvolvimento que corre perigo, caso as Leoas campeãs europeias não estejam na Copa de 2019 (terão de disputar a repescagem). Desenvolvimento do qual a trajetória meio acidentada da Eredivisie Vrouwen é um símbolo. Disputada desde 2007/08, foi jogada até 2011/12. A partir da temporada seguinte, houve a fusão com a liga belga, formando a BeNeLiga: na primeira metade, times holandeses e belgas jogavam em suas próprias ligas, e na segunda, os quatro melhores classificados de cada país disputavam o título. E o Twente erigiu uma grande tradição: tricampeão da BeNeLiga, entre 2012/13 e 2014/15.

A partir de então, sem resultados satisfatórios nas competições continentais, a federação holandesa preferiu retomar seu próprio campeonato feminino. Que ainda tem poucos times - aliás, sequer há um número par, que possibilite uma liga regular. Simultaneamente, tal número está em crescimento: sete na primeira temporada, oito em 2016/17, nove nesta, e a intenção da KNVB é formar uma liga com 12 clubes. Por enquanto, em cada uma das 16 rodadas regulares, oito equipes jogam, e uma fica de folga. Ao término da temporada regular (fevereiro de 2019), os cinco primeiros colocados vão para um pentagonal em pontos corridos, para definirem o campeão, que vai à fase classificatória da Liga dos Campeões feminina.

E nesta temporada, o Ajax segue ostentando alguma força para buscar o tricampeonato. Não faltam presenças frequentes da seleção holandesa feminina: a zagueira Kika van Es, a lateral esquerda Kelly Zeeman, a atacante Vanity Lewerissa. Há promessas, como a atacante Marjolijn van den Bighelaar. O time está bem entrosado. E o técnico Benno Nihom já tem trabalho bem desenvolvido - até porque foi o comandante do título no ano passado.

Mas o Twente está a postos para buscar o título: terá a grande aposta na atacante Renate Jansen, também frequente na seleção holandesa. E o PSV quer exibir mais força, gradativamente: tirou do Ajax a goleira espanhola Eli Sarasola, e tem a promissora Jesslyn Kuijpers. São os dois maiores candidatos a evitar que o Ajax comece uma dinastia no futebol feminino holandês.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Mais rápido!

A Holanda celebrou a vitória sobre o Peru, em dois tempos distintos. E a partir disso, pôde celebrar Sneijder como ele merecia (ANP)
Fora toda a festa (mais do que justa) pela última das 134 partidas de Wesley Sneijder pela seleção holandesa, os 90 minutos do amistoso entre Holanda e Peru mostraram dois lados. Ambos bem separados, por sinal. No primeiro tempo, uma Laranja lenta permitiu que a seleção peruana atacasse bastante, fizesse 1 a 0 e desse a impressão de que novamente os holandeses repetiriam os erros crônicos que levaram a seleção ao ponto baixo em que ela está atualmente. No segundo tempo, as mudanças fizeram da Oranje um time mais empolgado, ofensivo e eficiente, que conseguiu dar o brilho que a despedida de "Wes" merecia: uma vitória, por 2 a 1. É algo que dá alguma tranquilidade, antes da estreia pela Liga das Nações da UEFA, domingo, contra a França.

Tal vitória nunca pareceu tão longínqua no começo da partida na Johan Cruyff Arena, de Amsterdã. Jogando com três zagueiros - e para acomodar Sneijder, num incomum 3-4-2-1, com o camisa 10 junto a Ruud Vormer, Memphis Depay como único atacante e as laterais tendo Ryan Babel e Kenny Tete. No papel, tudo certo. Na prática, a Holanda esbarrou num Peru muito bem colocado, defensivamente: defesa próxima ao meio-campo, quatro jogadores na área a proteger o goleiro Pedro Gallese. E na hora de sair para o ataque, a Blanquirroja saía com velocidade suficiente para superar os zagueiros holandeses. Foi assim que, aos seis minutos, Daley Blind perdeu a bola e possibilitou que os peruanos fizessem rápido ataque, só desperdiçado pelo chute errado de Yoshimar Yotún, para fora, sozinho na área.

Foi assim que Jefferson Farfán chegou mais perto do gol, aos 12 minutos: um chute de fora da área, forçando Jasper Cillessen a espalmar a bola para fora. E foi assim, finalmente, que o escanteio da sequência rendeu o gol de Pedro Aquino, no minuto seguinte: superando Blind na marcação, o meio-campista cabeceou firme, sem dar chances de defesa a Cillessen, e protagonizando um momento histórico - afinal, Aquino era o primeiro jogador da seleção do Peru a marcar gols na seleção holandesa (nos encontros anteriores, com dois jogos e um empate, os alvirrubros não haviam marcado gols).

Até então, só Sneijder e Tete tentavam algumas coisas pela Holanda. Mas trabalho a Gallese, a Holanda ainda não dera. Isso só aconteceu a partir da metade final do primeiro tempo - mais precisamente, aos 28 minutos, quando Memphis Depay arriscou sozinho na área, de bate-pronto, mandando a bola longe do gol. Aos 34', Blind passou mais perto: seu arremate mandou a esférica no ferro de sustentação da rede. E aos 36', também de bate-pronto, Sneijder teve a chance de marcar o seu gol - mas a bola também saiu longe. Estava claro: a Holanda precisava melhorar. Nem estava tão mal, mas precisava acelerar o ritmo. O Peru nem brilhava, mas havia sido bem mais eficiente e eficaz até ali.
Eles só estavam se cumprimentando. Mas o toque não deixa de simbolizar uma mudança. Sneijder, agora, é passado; Frenkie de Jong mostrou já em sua estreia que tem grande futuro na seleção (ANP)
Tudo isso mudaria a partir do segundo tempo. O Peru assustou no primeiro minuto, quase fazendo gol em sequência de dois lances (Cillessen rebateu chute de Carrillo, e Blind falhou na sobra, quase dando o 2 a 0). Mas no minuto seguinte, num desvio na primeira trave, Babel mandou a bola no poste. De mais a mais, haviam duas mudanças no meio-campo. Uma delas, fundamental: Georginio Wijnaldum deu lugar ao estreante Frenkie de Jong, e este começou a mostrar pouco a pouco do que pode ser capaz - não errou nenhum dos 21 passes que deu no campo de defesa peruana, acelerando os ataques da Laranja. 

Por falar em passes, Sneijder começou a indicar a melhora. Um de seus tradicionais lançamentos precisos em profundidade deixou Vormer livre na cara do gol, aos 54' - só a conclusão do meio-campista foi ruim, muito acima da meta. Poucos minutos depois, a jogada que simbolizou o crescimento holandês no segundo tempo: Sneijder roubou a bola e passou a De Jong, e este deixou Memphis Depay livre para tocar na saída de Gallese, aos 59', um minuto antes de Sneijder dar lugar a Quincy Promes, aplaudido pela torcida e cumprimentado pelos jogadores.

Memphis Depay simbolizou a mudança de postura da Laranja: lento no primeiro tempo, ofensivo e merecedor da vitória no segundo (AP)
O melhor é que o substituto do homenageado também manteve o nível técnico no ataque. Junto de um Frenkie de Jong que justificava as expectativas e de um Memphis Depay mais acelerado, Promes ajudou a defesa peruana a ficar encurralada. O gol da virada demorou (só aos 82'), mas foi merecido, até para coroar a melhora de Memphis Depay e para justificar as palavras do técnico Ronald Koeman após o jogo: "No segundo tempo, atuamos como eu quero: com pressão e muita posse de bola". 

Também estava justificada a homenagem a Sneijder, que assistiu a um vídeo para ele, ao lado da família, e pôde fazer um discurso a todos os presentes: "Eu sou muito falador, mas agora tenho de dizer que esta homenagem me tocou fundo. Foi um tempo maravilhoso na Laranja. Agradeço a todos os meus colegas e à torcida. Prometo a todos: estarei junto a vocês, torcendo e me divertindo com esses garotos. Continuem apoiando a seleção, precisamos muito de vocês". 

Pelo que a Laranja fez hoje, merecerá mais apoio. Só precisa ser mais rápida, desde o começo. A ver o que ocorre contra a França.

Amistoso
Holanda 2x1 Peru
Data: 6 de setembro de 2018
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Árbitro: Tobias Stieler (Alemanha)
Gols: Pedro Aquino, aos 12'; Memphis Depay, aos 60' e aos 82'

Holanda
Jasper Cillessen; Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Daley Blind; Kenny Tete (Daryl Janmaat), Kevin Strootman (Davy Pröpper), Georginio Wijnaldum (Frenkie de Jong) e Ryan Babel (Tonny Vilhena); Wesley Sneijder (Quincy Promes) e Ruud Vormer (Justin Kluivert); Memphis Depay. Técnico: Ronald Koeman

Peru
Pedro Gallese; Anderson Santamaría (Luis Abram), Cristián Ramos, Luis Advíncula e Miguel Trauco (Luis Sandoval); Yoshimar Yotún (Wilder Cartagena) e Pedro Aquino (Sergio Peña); André Carrillo (Horacio Calcaterra), Christian Cueva e Nilson Loyola; Jefferson Farfán. Técnico: Ricardo Gareca

Festa antes, tensão depois

Sneijder terá uma festa no amistoso contra o Peru. Ronald Koeman tem o futuro da seleção holandesa para se preocupar (Pim Ras Fotografie)
O dito popular fala que primeiro vem a obrigação, depois vem a diversão. Entretanto, nas primeiras datas FIFA após a Copa de 2018, a seleção da Holanda viverá cenário diferente. Terá ainda uma oportunidade para espairecer: nesta quinta, no amistoso contra o Peru, em que a Johan Cruyff Arena será o cenário para a 134ª e última vez em que Wesley Sneijder vestirá a camisa laranja. Todavia, o próximo domingo terá um clima diferente: enfrentando logo a França, campeã do mundo, no Stade de France, pela primeira rodada do grupo 1 da liga A, dentro da Liga das Nações da UEFA, a Oranje começará para valer a reconstrução de sua imagem - e sabe que isso será muito difícil. Enquanto domingo não chega, a expectativa holandesa fica mais sobre o festejado da vez.

Ainda jogando, vale lembrar - está no Al-Gharafa, do Catar -, Sneijder foi um incluído extra na convocação regular de 24 jogadores. Muito se pediu até por um jogo especial, que não fosse data FIFA, para uma despedida ainda mais luxuosa. Mas Ronald Koeman justificou, em entrevista coletiva: era a única chance de fazê-lo jogar uma última vez pela seleção holandesa. Para o destaque, tudo bem: embora até quisesse continuar jogando pela Laranja (só anunciou a saída definitiva após Koeman dizer a ele que preferia começar um trabalho novo), o orgulho de defender a equipe nacional foi um dos assuntos mais abordados nas várias entrevistas que o meio-campista deu nesses dias. Ao diário Algemeen Dagblad, descreveu: "Jogar pela seleção não é só mais um fato. Eu tive essa sensação do meu primeiro ao meu último jogo. Cada vez [em que joguei] foi incrível. Cada partida, cada lugar em que estive, foi muito estimado. Não trocaria por dinheiro nenhum".

Claro, Sneijder não falou somente sobre isso. Também comentou suas várias passagens à frente da seleção holandesa, ao mesmo Algemeen Dagblad. Por exemplo, o destaque na partida de volta da repescagem das Eliminatórias da Euro 2004, o 6 a 0 contra a Escócia, quando despontou para o país: "Eu nunca poderia sonhar que fosse 6 a 0. Quando Frank de Boer marcou após um escanteio meu, no meu quarto passe para gol, ele veio correndo e sorrindo para me abraçar. Ele, o grande Frank de Boer. Inesquecível. Aquele jogo mudou minha carreira, no sentido positivo". Ou a marcante Euro 2008: "Entendo que as pessoas sempre falem sobre 2010, mas pessoalmente, acho que joguei melhor na Euro 2008, porque joguei de forma mais completa, em mais lugares".

Ou, claro, o vice-campeonato mundial em 2010, no qual brilhou, destacando aquela partida nas quartas de final, contra o Brasil: "Inicialmente, eu ficaria na entrada da área. Por razões inexplicáveis, corri para perto do gol. Foi justamente quando a bola chegou na minha cabeça: 2 a 1. Naquele dia, o que aconteceu no vestiário foi a lembrança que mais ficou: o intervalo. No primeiro tempo, fomos totalmente superados, o jogo só não estava decidido por causa de Stekelenburg. Mas naquele vestiário, ocorreu algo mágico. Acho que eu pedi a palavra primeiro, os outros falaram, e num certo momento, todos se olharam e começaram a gritar, a se incentivar, a se animar".

O camisa 10 chegou na terça-feira para os treinos com os outros 24 jogadores. E novamente foi ouvido, numa badalada entrevista coletiva, ao lado do treinador da seleção. Koeman, aliás, anunciou que Sneijder não só jogaria, mas seria o capitão contra o Peru. E o jogador comentou sobre a possibilidade de alguém bater o seu recorde: "Eu espero que consigam, e acho que conseguirão. Seria bom para o futebol holandês. [Quem sabe] um jogador que seja titular desde cedo, como Matthijs de Ligt, que poderia alcançar essa marca. Eu apostaria nisso, de coração". O meio-campista ainda deixou em suspenso a possibilidade de ajudar a comissão técnica quando encerrar a carreira: "Acho um fato elogiável. Não falamos concretamente sobre quando isso aconteceria - Ronald sabe que eu quero seguir jogando até quando quiser. Mas foi uma conversa interessante". De qualquer forma, foi confirmada sua continuação na delegação, para dar um apoio moral rumo ao jogo contra a França: "Quero ajudar. Sempre fiz isso, e também acho bacana ver este novo grupo trabalhando".

Sneijder quer ajudar, mesmo fora do campo. Strootman e Luuk de Jong (atrás, à esquerda) podem ser os experientes a ajudarem as boas promessas que são De Ligt (atrás, à esquerda) e Frenkie de Jong (Pim Ras Fotografie)
Ajuda bem vinda. Porque se o clima do amistoso desta quinta é de homenagem, a partida de domingo já terá grande importância, como Ronald Koeman reconheceu: "Há muita gente que ainda não entendeu como funciona a Liga das Nações. Mas não a vejo só como 'amistosa'. Queremos alcançar os resultados, ainda mais do que o normal. Tudo depende dos pontos". E se depende dos pontos, a Laranja sabe que sua tarefa no grupo 1 é dificílima, tendo a França e a Alemanha pela frente, com um time ainda mediano: bom na defesa (Virgil van Dijk está entre os bons zagueiros europeus, Matthijs de Ligt é uma promessa cada vez mais real na posição), deficiente no ataque - a ponto de Koeman cogitar até a convocação de... Klaas-Jan Huntelaar.

Para complicar mais, alguns fatos atrapalham. Alguns vindos de jogadores: cortejado pela federação holandesa, o lateral direito Noussair Mazraoui, do Ajax, preferiu defender a seleção adulta de Marrocos. Outros fatos, do próprio técnico: deixar de fora da convocação Steven Bergwijn, que começou muito bem a temporada no PSV, foi decisão criticada por vários torcedores - e até por gente do futebol, como Mark van Bommel, treinador do atacante nos Boeren. Koeman tentou justificar: "O pessoal franziu a testa, e eu também o faria, se não tivesse uma razão: a seleção holandesa sub-21 terá partidas importantes nesta semana, é a última chance de chegar à Euro da categoria". E mesmo na seleção sub-21, Bergwijn não estará: uma lesão na virilha forçou seu corte.

Enquanto isso, Koeman vai fazendo os últimos ajustes. No gol, já decidiu: mesmo na reserva do Barcelona, Jasper Cillessen ganhou a disputa com Jeroen Zoet e será o titular da seleção. "Cada um jogou duas vezes. Mesmo jogando só de vez em quando, Cillessen também mostrou seu nível técnico. Horrível para Zoet, que também é bom, mas Cillessen está um pouco melhor, tendo em vista o quadro geral". E no meio-campo, como um dos três jogadores, é bem possível que seja vista a estreia do jogador holandês mais badalado deste começo de temporada: Frenkie de Jong. O técnico da seleção se impressionou, indicando onde o escalará: "O desenvolvimento dele está muito acelerado. É um jogador maravilhoso, com uma grande visão de jogo, que pode atuar em vários lugares no meio-campo".

Frenkie de Jong é o futuro. E este começará a ser visto na tensão do domingo. Nesta quinta, a Holanda ainda celebrará o passado recente, que Wesley Sneijder já simboliza, numa grande festa.



terça-feira, 4 de setembro de 2018

A perigo

Um ponto bastaria para levar a Holanda à Copa feminina. Mas a falha veio no jogo final: restou o lamento a Martens e Van Lunteren, que esperam pela repescagem (ANP)
O título na Euro 2017 foi o mais importante passo dado para tentar popularizar o futebol feminino na Holanda. O bom trabalho da federação feminina e a boa qualidade da seleção recebiam, com ele, um impulso gigante. Que foi mantido com a sequência dos fatos: Lieke Martens eleita a melhor jogadora do mundo segundo a FIFA em 2017, Sarina Wiegman eleita a melhor treinadora na mesma ocasião, a boa campanha durante as Eliminatórias da Copa de 2019. Só faltava uma coisa para coroar tudo isso: vencer ou mesmo empatar com a Noruega, em Oslo, na última rodada, nesta terça, para terminar o grupo 3 da qualificação na primeira posição, assegurando a vaga no Mundial do ano que vem. Pois foi justamente nesta importante ocasião que as Leoas falharam. E perderam por 2 a 1, indo para a repescagem e deixando todo esse processo de popularização a perigo.

A derrota se deu, basicamente, por dois motivos. Um mais antigo: o empate com a Irlanda, sem gols, em casa, na terceira rodada, ainda no ano passado. Por mais que as Leoas fizessem campanha quase perfeita (não haviam tomado gols, antes da derrota final, com seis vitórias e um empate), deixava a necessidade de vencer na última rodada, fora de casa, as norueguesas - tradicionalíssimas no futebol feminino, campeãs mundiais em 1995. Pois elas aproveitaram o segundo motivo para a vitória que as levou a mais uma participação em Copas femininas: a ausência de Stefanie van der Gragt, lesionada. A zagueira fez falta, pelo porte físico imponente e pela garra que normalmente exibe em suas atuações.

Aí, a Noruega se preparou para jogar tudo nos primeiros minutos de jogo na Infinity Arena, em Oslo. Bastou: logo aos 6', Maren Mjelde driblou Lieke Martens e lançou a bola para Ingrid Engen abrir o placar. Mais um minuto, e já estava 2 a 0 para as anfitriãs: Isabell Herlovsen completou para as redes. Martens reconheceu: "Já esperávamos pela pressão tempestuosa, mas não soubemos manter o controle". Pior: a seleção holandesa parecia confusa, e houve chance até para o terceiro gol. O que se manteve de habitual na seleção feminina foi a luta. Por causa dela, ainda no primeiro tempo, veio o único gol laranja: aos 31 minutos, Anouk Dekker lançou Vivianne Miedema, que fez seu 51º gol pela seleção (são só oito abaixo de Manon Melis, goleadora máxima das Leoas Laranjas). Logo depois, quase veio o empate, em boa defesa da goleira norueguesa, Ingrid Hjelmseth.

No segundo tempo, a pressão continuou. As entradas de Jill Roord e Lineth Beerensteyn ampliaram a ofensividade, junto às titulares absolutas Shanice van de Sanden e Miedema (sem contar Martens). A experiente Sherida Spitse chegou até a mandar bola na trave. Mas não houve como empatar: a Noruega comemorou a vitória no grupo 3, na última rodada. E as holandesas amargaram um resultado desagradabilíssimo. A única a manter alguma esperança foi Sarina Wiegman: "Estamos todos muito tristes, mas sabemos que ainda temos chance. Amanhã é outro dia, e veremos o que fazer".

Será bem necessário saber o que fazer na repescagem, de fato. Porque as outras três seleções oferecem dificuldade no mata-mata. Há a Suíça, menos falada; a Bélgica, que ofereceu dificuldades às rivais holandesas na primeira fase da Euro; e acima de todas, a Dinamarca, derrotada na decisão continental, com sede de vingança - e agora tendo Pernille Harder, a melhor do futebol feminino na Europa em 2017/18. Além de todas essas adversárias, a pressão holandesa aumenta por saber que uma vaga na Copa não é só uma vaga na Copa. É também manter a constante evolução do futebol feminino no país.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 4ª rodada da Eredivisie

Emmen 1x1 De Graafschap (sexta-feira, 31 de agosto)




VVV-Venlo 1x1 Heerenveen (sábado, 1º de setembro)




Excelsior 2x4 ADO Den Haag  (sábado, 1º de setembro)




PSV 6x1 Willem II (sábado, 1º de setembro)



Fortuna Sittard 1x1 Utrecht (sábado, 1º de setembro)



Groningen 0x1 Zwolle (domingo, 2 de setembro)



Heracles Almelo 3x2 AZ (domingo, 2 de setembro)




Vitesse 0x4 Ajax (domingo, 2 de setembro)




Feyenoord 4x2 NAC Breda (domingo, 2 de setembro)