segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 10ª rodada da Eredivisie

Emmen 1x1 VVV-Venlo (sexta-feira, 26 de outubro)




ADO Den Haag 1x1 NAC Breda (sábado, 27 de outubro)





De Graafschap 4x1 Excelsior (sábado, 27 de outubro)


Groningen 1x2 PSV (sábado, 27 de outubro)




Zwolle 1x1 Heracles Almelo (sábado, 27 de outubro)




Vitesse 2x1 Fortuna Sittard (domingo, 28 de outubro)


Willem II 0x1 Utrecht (domingo, 28 de outubro)




Ajax 3x0 Feyenoord (domingo, 28 de outubro)




AZ 2x3 Heerenveen (domingo, 28 de outubro)

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 9ª rodada da Eredivisie

Excelsior 2x0 Vitesse (sábado, 20 de outubro)

PSV 6x0 Emmen (sábado, 20 de outubro)

Utrecht 2x1 AZ (sábado, 20 de outubro)

Heerenveen 0x4 Ajax (sábado, 20 de outubro)

NAC Breda 2x2 Willem II (domingo, 21 de outubro)



Feyenoord 3x0 Zwolle (domingo, 21 de outubro)



Heracles Almelo 4x1 Groningen (domingo, 21 de outubro)



VVV-Venlo 2x0 ADO Den Haag (domingo, 21 de outubro)



Fortuna Sittard 3x1 De Graafschap (domingo, 21 de outubro)

terça-feira, 16 de outubro de 2018

No caminho certo

Danjuma, o gol no segundo jogo; Memphis Depay (de frente), mostrando o protagonista que pode ser; a Holanda segue ascendente (Koen van Weel/ANP)
Antes mesmo da vitória animadora contra a Alemanha, o técnico Ronald Koeman já sinalizava: o amistoso desta terça, contra a Bélgica, em Bruxelas, seria destinado mais a experiências do que à busca do resultado. Ou seja, não se deveria esperar uma Laranja voluptuosa como se viu no sábado passado. Talvez, nem uma derrota fosse tão surpreendente assim - afinal, não bastasse a histórica rivalidade regional, os Diabos Vermelhos é que chegaram ao terceiro lugar na Copa passada, não a Holanda. Ainda assim, o empate em 1 a 1 deu razões para que o otimismo com a seleção continuasse, por parte de imprensa e torcida.

É bem verdade que, quando a partida começou no estádio Rei Balduíno, o temor foi grande de ver que a Oranje ainda continuava passos atrás. A própria jogada do gol de Dries Mertens, aos cinco minutos, mostrou como o lado esquerdo holandês estava frágil: Eden Hazard passou facilmente por Kevin Strootman, Arnaut Danjuma Groeneveld não conseguiu voltar a tempo, e Nathan Aké ficou indefeso. Hazard cruzou, Matthijs de Ligt ainda rebateu, mas Mertens fez 1 a 0 com um fortíssimo chute. 

De resto, a Bélgica tinha mais posse de bola, impunha seu domínio, quase marcava mais gols (como no cabeceio de Romelu Lukaku, aos 14'), não deixava a Holanda respirar. Só restava à equipe visitante se defender, com cinco nomes - graças aos recuos constantes de Daley Blind, do meio para o miolo de zaga, ajudando De Ligt e o hoje titular Stefan de Vrij. De fato, Blind esteve correto em suas palavras à emissora NOS: "Pelos primeiros 25 minutos, temos muito a melhorar".

Daley Blind se livrou com dificuldades de Mertens. E a Holanda se recuperou da Bélgica após dificuldades (Pim Ras)
Passado o começo ruim, enfim, a Holanda conseguiu o espaço para atacar. Começou a avançar, se valendo de outra boa atuação de Memphis Depay, novamente como "falso 9", sendo parceiro constante para Quincy Promes e Danjuma Groeneveld, escalados no ataque. Foi assim que veio a primeira chance - aos 22', quando Memphis passou e Promes concluiu para a defesa de Simon Mignolet. Foi assim que veio o gol, aos 27': num erro de passe de Timothy Castagne (estreante na Bélgica), Donny van de Beek passou a Memphis, que conduziu até o passe em profundidade que deixou Danjuma Groeneveld livre para seu primeiro gol pela seleção, após duas partidas - . Foi assim que, aos 33', Promes quase virou o jogo, num chute cruzado que mandou a bola na trave.

No segundo tempo, com várias alterações de parte a parte, era de esperar uma queda de ritmo. No começo, a Holanda sofreu mais: ainda se acostumando às entradas de Hans Hateboer na lateral direita e à mudança de esquema com a estreia de Pablo Rosario (Blind vindo de vez para a zaga, Rosario no meio, equipe indo de vez para o 4-3-3), a Bélgica teve chances de gol, com Michy Batshuayi e Youri Tielemans. Aos 53', em cabeceio de Batshuayi, Jasper Cillessen fez boa defesa.

Já mais acostumada às mudanças, a Holanda voltou a atacar, na fase final do jogo. Quase virou o placar, com Memphis Depay (aos 75', chute tirado na pequena área) e em sequência (chute de Steven Bergwijn desviado para escanteio aos 78', cabeceio de Nathan Aké defendido por Mignolet aos 79'). Não deu para tirar o 1 a 1 do placar. Mas se o objetivo era usar o amistoso para testar, deu certo - todos os jogadores de linha convocados tiveram minutos em campo, nessas duas datas FIFA.

E o empate agradou. A Holanda seguiu mais ativa em campo, e seguiu esforçada - saiu atrás, mas novamente buscou o resultado (só perdeu um jogo em que levou 1 a 0, dos últimos cinco). Já serviu para que Ronald Koeman mostrasse mais otimismo, na entrevista coletiva após o jogo: "Agora, há uma base. No mês que vem, pela Liga das Nações, teremos a França em casa, e a Alemanha, fora. Muita gente pensou que só conseguiríamos um ponto nesse grupo, mas já conseguimos três, e vamos em busca de mais. O mais importante: se ganharmos três ou mais pontos, seremos cabeças-de-chave nas eliminatórias da Euro".

Mas foi Memphis Depay, talvez o grande símbolo destas animadoras partidas da seleção holandesa, quem resumiu a sensação: "Não podemos mais andar para trás. Achamos o caminho, e só pode melhorar". Preciso: a Holanda mostrou que está no caminho certo.

Amistoso
Bélgica 1x1 Holanda
Data: 16 de outubro de 2018
Local: Rei Balduíno (Bruxelas)
Árbitro: Artur Soares Dias (Portugal)
Gols: Dries Mertens, aos 5'; Arnaut Danjuma Groeneveld, aos 27'

Holanda
Jasper Cillessen; Denzel Dumfries (Hans Hateboer), Matthijs de Ligt (Pablo Rosario), Stefan de Vrij e Nathan Aké; Kevin Strootman (Luuk de Jong), Daley Blind e Donny van de Beek (Tonny Vilhena); Quincy Promes (Steven Bergwijn), Memphis Depay e Arnaut Danjuma Groeneveld (Patrick van Aanholt). Técnico: Ronald Koeman

Bélgica
Simon Mignolet; Toby Alderweireld, Dedryck Boyata e Jason Denayer; Nacer Chadli, Youri Tielemans (Yannick Ferreira-Carrasco), Axel Witsel e Timothy Castagne (Thomas Meunier); Dries Mertens (Dennis Praet), Romelu Lukaku (Michy Batshuayi) e Eden Hazard (Thorgan Hazard). Técnico: Roberto Martínez

sábado, 13 de outubro de 2018

E como deu!

A comemoração de Wijnaldum (à esquerda) e Memphis Depay é a comemoração de toda a torcida da Holanda: que grande vitória! (ANP)
Havia certa confiança no que a seleção da Holanda poderia fazer, contra a Alemanha, em sua segunda partida pela Liga das Nações da UEFA. Claro que o segundo tempo contra a França dera a esperança de que o caminho a seguir fora encontrado pelos jogadores da Laranja. No entanto, ainda havia certo ceticismo no ar. Por isso, o blog terminou o texto pré-jogo perguntando: será que agora dava para a Oranje conseguir uma vitória digna de nota? Os noventa minutos na Johan Cruyff Arena, neste sábado, responderam euforicamente: como dava! O primeiro triunfo holandês sobre a Mannschaft desde 20 de novembro de 2002 foi inquestionável.

Jogando de modo inesperadamente ofensivo com o 4-3-3 velho de guerra, a Holanda começou a mostrar que traria perigo no ataque já aos dois minutos: Steven Bergwijn (um dos estreantes) tocou, e Memphis Depay (circulando mais pela frente, como "falso 9") só não finalizou porque Manuel Neuer antecipou bem sua saída de gol. Só que a defesa ainda estava exposta - e nela, Matthijs de Ligt ainda estava lento demais nos minutos iniciais, cometendo erros (como aos 17 minutos, quando foi superado facilmente por Timo Werner, na direita). No meio-campo, Frenkie de Jong ainda ajudava, ao seguir Toni Kroos quando os holandeses não tinham a bola. Mas perto da área, a coisa ficava mais perigosa. 

Só não houve complicações para a Holanda nesse momento inicial porque Denzel Dumfries justificou a escalação como titular, logo em sua primeira convocação. Na falha de De Ligt, o próprio lateral evitou a finalização de Werner. E além de ser preciso nos carrinhos defensivos, o lateral do PSV também foi veloz nos avanços, oferecendo constante opção de ataque. Numa posição ainda sem nome certo nas escalações de Koeman (Kenny Tete? Timothy Fosu-Mensah? Hans Hateboer?), a atuação de Dumfries certamente o tornou um nome a ser mais observado. Pode conquistar a vaga, se continuar bem pelo seu clube como está. No entanto, não havia Dumfries que conseguisse afastar de vez os perigos da Alemanha, expressados principalmente no chute de Thomas Müller aos 18 minutos e no arremate de Mark Uth, no minuto seguinte, ambos defendidos por Jasper Cillessen.

Com a maior posse de bola alemã, a Holanda estava sem espaços, e precisava de uma chance de gol. Ela veio num escanteio, e Van Dijk aproveitou (Tom Bode/VI Images)
O jogo ainda estava lento, não era uma pressão daquelas irrespiráveis, mas a Holanda precisava reagir. Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum tentavam criar jogadas, Memphis Depay circulava e queria jogo, Bergwijn ajudava, Ryan Babel se mostrava dedicado na esquerda (voltando para ajudar na marcação e chegando na frente)... mas faltava a grande chance. A Alemanha não dava espaços. Restava apostar nas bolas paradas. E aos 30 minutos, num escanteio, com má saída de gol de Neuer, enfim veio a chance para o primeiro gol. E Virgil van Dijk - que atuação! - a aproveitou. O gol aumentou a confiança da equipe, que quase fez 2 a 0 aos 34 minutos, num cruzamento de Dumfries que passou por Babel e foi afastado por Matthias Ginter. A vantagem holandesa era momentânea, mas animadora. 

Todavia, tal vantagem passaria por um duro teste no segundo tempo. A Alemanha precisava fortalecer seu ataque, porque Mark Uth tivera poucas chances, e faltara rapidez a Thomas Müller. Mas a princípio, não faltavam opções para os visitantes pressionarem mais na Johan Cruyff Arena. Isso já começou aos 47', quando Timo Werner cruzou, e só a antecipação de Daley Blind impediu a finalização de Uth, antes da defesa de Cillessen. O técnico Joachim Löw usou essas opções, com as entradas de Julian Draxler e, principalmente, de Leroy Sané, aos 57'. Com segundos em campo, ambos participaram de uma chance - Sané na triangulação, Draxler chutando para fora. Aos 65', Sané teve a grande oportunidade para empatar: seu toque na saída de Cillessen passou rente à trave.

Era uma aposta da Holanda: esperar a Alemanha e apostar nos espaços para os contra-ataques. Até por isso, as entradas de Quincy Promes e Arnaut Danjuma Groeneveld, mais descansados. Só que o perigo de empate alemão ficou grande, na metade da etapa final. E a Laranja perdia as chances que tinha para fechar o jogo - como aos 76', quando Memphis finalizou para boa defesa de Neuer, e aos 80', em arremate de Wijnaldum para fora. Até que, aos 87', enfim o camisa 10 fez o gol, completando contra-ataque para coroar uma atuação que mostra o que Memphis Depay pode representar para esta seleção holandesa, se estiver sempre veloz. Se o terceiro gol não veio no forte chute de Depay,  já nos acréscimos, veio na jogada individual de Wijnaldum, aos 90' + 2 - outro prêmio para outra ótima atuação. De quebra, era simplesmente a maior margem pela qual a Holanda vencia a Alemanha, nos 41 jogos entre a s seleções até hoje - nunca houvera vitória holandesa por três ou mais gols.

Enquanto Joachim Löw se preocupa mais e mais na Alemanha, Ronald Koeman sabe: a Holanda sacudiu a poeira e está pronta para continuar (Maurice van Steen/VI Images)
Enfim, a Holanda podia comemorar: conseguira uma vitória para se impor, para comprovar a reação que vive, para massagear um ego tão machucado. Ronald Koeman reconheceu, na entrevista à NOS, emissora pública holandesa: "A vitória era muito necessária. Não só para os jogadores nem só para o técnico, mas para toda a Holanda. Estávamos no começo, e agora já demos um passo adiante. Podemos nos orgulhar". E ainda se valeu das boas atuações de estreantes como Dumfries e Bergwijn para ousar: "Imaginando o que pode vir daqui a quatro anos, vejo um futuro muito positivo para a seleção holandesa".

É cedo para dizer que a Holanda plenamente forte está de volta. Nada impede que haja derrotas para a França. Nem mesmo que haja derrota no amistoso da próxima terça, contra a Bélgica, quando mais experiências serão feitas. Mas os traumas dos últimos anos estão definitivamente superados. Agora, a Holanda pode seguir em frente. Sabe que tem futebol para superar seleções do seu tamanho.

Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 1
Holanda 3x0 Alemanha
Data: 13 de outubro de 2018
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Árbitro: Cüneyt Çakir (Turquia)
Gols: Virgil van Dijk, aos 30'; Memphis Depay, aos 87', e Georginio Wijnaldum, aos 90' + 2

Holanda
Jasper Cillessen; Denzel Dumfries, Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Daley Blind; Georginio Wijnaldum, Marten de Roon e Frenkie de Jong (Nathan Aké); Steven Bergwijn (Quincy Promes), Memphis Depay e Ryan Babel (Arnaut Danjuma Groeneveld). Técnico: Ronald Koeman

Alemanha
Manuel Neuer; Matthias Ginter, Jérome Boateng, Mats Hummels e Jonas Hector; Joshua Kimmich; Thomas Müller (Julian Draxler), Emre Can (Leroy Sané), Toni Kroos e Timo Werner; Mark Uth (Julian Brandt). Técnico: Joachim Löw

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Será que agora dá?

A Holanda ganhou algum otimismo. Tentará justificá-lo, no amistoso contra a Bélgica e principalmente na segunda partida pela Liga das Nações da UEFA, contra a Alemanha (ANP)
Por mais que ainda esteja em pleno caminho de recuperação, a seleção da Holanda terminou as datas FIFA passadas com uma impressão otimista. Houve a vitória contra o Peru, no amistoso da despedida de Sneijder. E mesmo com a derrota na estreia pela Liga das Nações da UEFA, contra a França, a atuação razoável no segundo tempo deu a impressão de que a Laranja tem uma equipe mais capaz de crescer em campo. É exatamente para consolidar essa impressão que a Oranje tentará bons resultados contra a Alemanha, neste sábado, em Amsterdã, na segunda partida pela Nations League, e contra a Bélgica, em amistoso na próxima terça.

E mesmo se ainda há problemas a corrigir, a convocação de 25 jogadores feita por Ronald Koeman (caíram para 24 com a lesão que forçou o corte de Davy Pröpper) mostra, enfim, algumas mudanças pedidas pela torcida. Para princípio de conversa, claro, a inclusão de Steven Bergwijn, que segue muito bem no PSV, e já fora a ausência mais lamentada na convocação passada. Foi ainda melhor recebida por torcida e imprensa a lembrança de Pablo Rosario, muito firme no meio-campo do time de Eindhoven, um dos destaques do excepcional início de temporada dos Boeren no Campeonato Holandês. Por sinal, Koeman comentou sobre Rosario, na primeira entrevista coletiva: "Ele cumpre um importante papel como volante no PSV, e quer continuar assim. Precisamos de jovens que desejem jogar".

Danjuma Groeneveld conseguiu a primeira chance na seleção adulta holandesa - e não quer largá-la (ANP)
Outra mudança bastante comentada veio no ataque, com a primeira convocação da carreira de Arnaut Danjuma Groeneveld, que começou bem a temporada pelo Club Brugge, na Bélgica. Otimista, o holandês nascido na Nigéria (ainda pode escolher a seleção africana) chegou amparado pelo belo gol marcado na Liga dos Campeões: "Sempre sou alguém que procura por novos desafios, e este é um belo exemplo. Espero não ter vindo só uma vez, não quero ser jogador de um dia só". Por mais que seja difícil imaginar Danjuma Groeneveld sendo titular, Ronald Koeman também sinalizou que dará chances ao atacante que despontou no NEC, da segunda divisão holandesa: "Pode ser que ele jogue alguns minutos, mas vai depender dos próximos dias".

Será bom. Porque se em alguns setores da seleção Koeman já está seguro de quem pode escalar (Jasper Cillessen no gol, Matthijs de Ligt e Virgil van Dijk na zaga, Georginio Wijnaldum no meio-campo), o ataque ainda deixa demais a desejar. Bergwijn e Danjuma Groeneveld são as novidades; Memphis Depay, Quincy Promes e Ryan Babel são os habituais; Luuk de Jong é o reserva a postos; e nenhum deles atrai a confiança plena da torcida quando o assunto é colocar a esférica no filó adversário. Por sinal, Memphis Depay reconheceu que não tem rendido bem escalado no meio do ataque, como começou contra Peru e França: "Não me sinto um atacante daqueles de ficar na área. Eu me sinto melhor quando tenho espaço e velocidade para correr". Caminho aberto para Babel ficar na área, com Memphis circulando mais - como o time jogou no segundo tempo contra a França.

Frenkie de Jong tentou colocar um freio a tanta badalação. Mas a imprensa insiste... (SCS/Michel Utrecht/VI Images)
No meio-campo, também há certas indefinições. Se Wijnaldum é absoluto (e Donny van de Beek está bem no Ajax), há ansiedade sobre a possibilidade de jogo para Frenkie de Jong, voltando de lesão. Koeman deixou claro: se puder, De Jong jogará. "Parece que, se você fica no banco de reservas, está apto a jogar. Não me importa que ele não tenha entrado [contra o Bayern de Munique, na Liga dos Campeões]". O meio-campista se mostrou recuperado da lesão, de fato. Mas minimizou a gigantesca badalação sob a qual está, nos últimos meses: "Não me vejo como 'o salvador do futebol holandês'. É tudo muito exagerado, eu sequer sou titular da seleção". No entanto, é inegável: Frenkie de Jong subiu, enquanto outros nomes tradicionais desceram, como Kevin Strootman: "Entendo que tenho jogado menos pela seleção. Mas estou bem no meu clube. Não sei bem responder por que isso acontece, mas sei bem que preciso melhorar".

Na defesa, a badalação é grande sobre De Ligt (ainda mais após a atuação esplendorosa no empate entre Ajax e Bayern, pela Champions League) e Van Dijk. Este, já capitão da seleção, sintetizou o otimismo crescente, ao lembrar de sua estreia num momento bem menos otimista - 2015, contra o Cazaquistão, na penúltima rodada das malogradas eliminatórias da Euro: "Em três anos, muita coisa mudou. Eram tempos horríveis, muito difíceis para a Laranja. Agora, o sentimento é de que voltamos ao bom caminho". 

Van Dijk (à direita) é um dos pilares da seleção holandesa, mas Ronald Koeman lhe fez algumas advertências (VI Images)
Em todo caso, Ronald Koeman deu um conselho/bronca ao zagueiro do Liverpool, lembrando o gol da vitória francesa na primeira rodada da Liga das Nações e o pênalti cometido por Virgil contra o Manchester City, na rodada passada do Campeonato Inglês: "Eu [Koeman] já disse a ele meio minuto depois do jogo acabar. São momentos em que você, como zagueiro, não pode dar um metro de liberdade ao atacante. Ainda mais ele, que é tão bom. Na segunda passada, ele chegou e já viu na minha cara o que achei daquele pênalti. Mas também reconheceu que deu o carrinho errado".

Pequenos cuidados de Koeman, para que a Holanda possa comprovar - principalmente contra a Alemanha - que merece o otimismo crescente que a cerca. O técnico foi claro, nas entrevistas coletivas: "Temos jogado bem em alguns momentos, mas não por uma partida inteira. No geral, vamos mal no primeiro tempo e bem no segundo, mas acho que isso está melhorando a cada jogo. Contra a França, mostramos que podemos brigar com a campeã do mundo. Isso é muito positivo, mas tudo depende é do resultado. Se atingirmos o mesmo nível mostrado contra a França por mais tempo, ganharemos dos alemães. Se eu apostasse, marcaria uma 'coluna 1'".

É a intenção holandesa, para que a festa não fique apenas na cerimônia de homenagem a Dirk Kuyt e Rafael van der Vaart, pelos anos de serviços prestados por ambos à seleção, no intervalo da partida deste sábado. Contra a França, quase deu para a Holanda surpreender. Será que agora dá?

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Questão de tempo

A grama sintética pode estar com os dias contados no Campeonato Holandês - e não seria a única mudança (Joep Leenen/Pro Shots)
Diante da queda brusca que os clubes da Holanda vivem em competições continentais na última década (Ajax na final da Liga Europa 2016/17 à parte), virou comum uma pergunta, feita em tom simultaneamente saudosista e esperançoso: o que fazer para que os holandeses voltem a demonstrar força no futebol europeu? Mais do que isso: o que fazer para que o Campeonato Holandês volte a ter algum respeito mundo afora? Se já foi assim alguma vez, só será comentado no final deste texto. Seja como for, pelo visto, a Eredivisie tentará fazer isso nos próximos anos. Graças a uma proposta que veio dos três clubes grandes do país - claro, Ajax, PSV e Feyenoord. Foi o que revelou o jornal Algemeen Dagblad, na segunda passada. 

Nesta matéria, o jornalista Sjoerd Mossou revelou a sugestão trazida pelo Trio de Ferro aos outros integrantes da liga holandesa: doar, no mínimo, 10% das rendas obtidas pelos participantes do país em Liga dos Campeões e Liga Europa - um montante que poderia atingir até 10 milhões de euros, em caso de boas campanhas continentais. Claro, as contrapartidas foram exigidas. A primeira delas: os clubes da primeira divisão que têm grama sintética em seus estádios (a saber: Zwolle, VVV-Venlo, Heracles Almelo, Excelsior, ADO Den Haag e Emmen) deverão aboli-la, trocando por grama natural - haveria um fundo para custear a mudança. 

A segunda: a partir de 2021/22, o regulamento da Eredivisie mudaria. Ao invés do formato em pontos corridos com 18 clubes, o número de competidores diminuiria para 16, e haveria uma "fase final" para a disputa do título, quando se acabassem as rodadas regulares. Os clubes da Eerste Divisie (segunda divisão) também entraram na discussão: sugeriram que, ao invés de uma, sejam duas as vagas destinadas para promoção direta à primeira divisão, com os tradicionais play-offs definindo a terceira.

A proposta pareceu bem recebida. Pelo menos, foi o que disse Jan de Jong, diretor geral do Feyenoord: "Pode ser que as coisas avancem rapidamente, fiquei muito otimista". E de fato, as sugestões de novidades se tornam mais confiáveis quando se sabe que elas chegaram à Eredivisie CV (entidade que comanda o Campeonato Holandês) por meio de uma empresa inglesa, que planejou o relatório de modo independente. Além do mais, embora as opiniões variem, há um certo consenso: algo precisa mudar no Campeonato Holandês. "Mas precisa ser o formato? Por que desistir dos pontos corridos?" Porque, pelo visto, já não estão sendo mais atraentes. 

Se os estádios grandes (Johan Cruyff Arena, De Kuip, Philips Stadion) seguem tendo ocupação quase total, pesquisa da empresa Gracenote revelou no mês passado que o número de gente que ainda vai aos estádios em clubes médios/pequenos está caindo - basta citar o Heerenveen (média de 20.341 espectadores no Abe Lenstra em 2017/18, para 17.760 nesta temporada) e o Utrecht (média de 18.971 espectadores presentes aos jogos no Galgenwaard em 2017/18, para 16.661 na atualidade). O Groningen talvez seja o exemplo mais claro: de 20.000 espectadores, em média, há duas temporadas, para média de 16.138 na atual edição da Eredivisie - são visíveis os clarões no Hitachi Stadion, durante os jogos do time alviverde. 

Van der Sar: tomando a frente nos debates para mudar a Eredivisie (Jan Kruger/Getty Images)
Além da queda de afluência do público aos estádios, o "mata-mata" tem chamado atenção na Holanda. Basta citar a Nacompetitie passada: o Emmen conseguiu sobrepujar o tradicional Sparta Rotterdam, para estrear na Eredivisie. Sem dúvida, é atraente para os clubes médios/pequenos imaginarem que há uma chance de desafiar os tradicionais. Tendo em vista o que ocorre em países como Bélgica e Dinamarca, é possível imaginar que a Holanda seja mais um país que tente apelar para a "fase final" na tentativa de tornar seus campeões menos previsíveis. Se valer para chamar a atenção do mundo, também servirá. Pelo menos, é o que revela um tal de Edwin van der Sar. Hoje diretor geral do Ajax, o ex-goleiro faz parte de um grupo de dirigentes que tenta pensar em novos rumos para o campeonato, junto dos diretores de Groningen (Hans Nijland), Excelsior (Ferry de Haan) e NAC Breda (Justin Goetzee). 

Além do mais, a imagem conhecidíssima dos 20 anos de carreira dentro das quatro linhas abriu caminhos internos para Van der Sar, hoje vice-presidente da Associação Europeia de Clubes e integrante de grupos de estudo em UEFA e FIFA. E o ex-jogador é um dos mais entusiasmados defensores de uma maior ambição da Eredivisie, conforme comentou em entrevista à revista Voetbal International, no mês passado: "Desde os anos 1990, com o futebol cada vez mais comercializado, a Premier League tem sido fantasticamente vendida no exterior. La Liga é desejada no mercado sul-americano, com Real Madrid e Barcelona. Com 17 milhões de habitantes e poucas pessoas fora daqui que são fanáticas pela Holanda, fica difícil para a gente. A pergunta é se nós investimos energia suficiente nas nossas relações com o exterior. A ponto, por exemplo, de nossos jogos serem transmitidos na China. Isso interessa muito. Fazemos o bastante para atrair alguns países importantes para a Eredivisie? Tenho minhas dúvidas".

Portanto, pode-se esperar: vêm aí mudanças na Eredivisie. É questão de tempo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 8ª rodada da Eredivisie

Utrecht 2x1 NAC Breda (sexta-feira, 5 de outubro)



ADO Den Haag 1x0 Groningen (sábado, 6 de outubro)



PSV 4x0 VVV-Venlo (sábado, 6 de outubro)



Zwolle 2x0 Excelsior (sábado, 6 de outubro)



De Graafschap 0x5 Heerenveen (sábado, 6 de outubro)



Fortuna Sittard 3x3 Emmen (domingo, 7 de outubro)



Willem II 1x1 Feyenoord (domingo, 7 de outubro)



Vitesse 4x0 Heracles Almelo (domingo, 7 de outubro)



Ajax 5x0 AZ (domingo, 7 de outubro)


segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 7ª rodada da Eredivisie

Heerenveen 1x1 ADO Den Haag (sábado, 29 de setembro)



NAC Breda 0x2 PSV (sábado, 29 de setembro)




Excelsior 1x0 VVV-Venlo (sábado, 29 de setembro)



Fortuna Sittard 0x2 Ajax (sábado, 29 de setembro)



Heracles Almelo 2x1 Emmen (domingo, 30 de setembro)




AZ 2x2 Zwolle (domingo, 30 de setembro)



De Graafschap 2x1 Willem II (domingo, 30 de setembro)



Groningen 1x1 Utrecht (domingo, 30 de setembro)



Feyenoord 2x1 Vitesse (domingo, 30 de setembro)