segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Menos otimismo

Desde a temporada 2008/09, a Holanda (Países Baixos) não tinha tantos clubes em fases introdutórias (então, fase de grupos; agora, fase de liga) de competições europeias. Agora, são seis. Além do mais, são boas as chances do país se manter à frente de Portugal e Bélgica no ranking de coeficientes da UEFA, tendo em vista que o português Santa Clara e o belga Charleroi já foram eliminados nos play-offs por lugar na fase de liga da Conference League. Caso algum clube neerlandês consiga uma boa campanha em Liga dos Campeões, Liga Europa ou Conference, já serviria para talvez, até, perturbar a França no ranking. Contudo, está aí o problema: algum holandês fazer uma campanha notável, ir longe.

É impossível? Claro que não. Afinal de contas, PSV e Feyenoord alcançaram as oitavas de final da Champions em 2024/25. Entretanto, também não puderam sonhar muito em passar delas - assim como Ajax e AZ, ambos despachados também nas oitavas da Liga Europa passada. E pelo modo como esta temporada começou, por incrível que possa parecer, só Utrecht e AZ mostram alguma consistência em campo. O Go Ahead Eagles tem um "caldeirão" em seu estádio, tem alguns jogadores, mas ficam fortes dúvidas sobre o que poderá fazer com a concorrência mais forte da Liga Europa. E os três grandes do país ainda oscilam demais dentro de campo, o que lhes pode prejudicar nas competições continentais. Se é bom ver tantos holandeses chegando a elas, melhor ainda seria voltar a ver um deles indo longe - o último foi o AZ, semifinalista da Conference em 2022/23. A ver quais são as perspectivas.

Liga dos Campeões

O PSV pode até avançar na Liga dos Campeões, mas terá adversários mais difíceis (Getty Images)

PSV (lista de inscritos e tabela de jogos)

O atual bicampeão da Eredivisie terá agora desafios maiores do que teve na fase de liga da Champions passada. Nela, inclusive, oscilou: se conseguiu algumas vitórias notáveis - como a virada sobre o Shakhtar Donetsk, na fase de liga (de 2 a 0 contra para 3 a 2, com o terceiro gol nos acréscimos do 2º tempo), ou a eliminação sobre a Juventus, na segunda fase, num Philips Stadion que carregou a equipe para a classificação -, amargou a maior derrota de sua história em torneios europeus, na ida das oitavas de final, com os marcantes 7 a 1 do Arsenal. 

Contudo, agora, os adversários na fase inicial parecem um pouco mais exigentes para os Boeren do que em 2024/25: nada menos do que cinco campeões nacionais - Bayern de Munique, Liverpool, Napoli, Olympiacos e Union Saint-Gilloise (estes últimos, mais acessíveis, verdade) -, equipes exigentes em Newcastle e Bayer Leverkusen (este, mesmo com a turbulência da demissão de Erik ten Hag)... além disso, o time de Eindhoven teve perdas sensíveis: Olivier Boscagli, Johan Bakayoko, Malik Tillman, Luuk de Jong. E seu início de Eredivisie mostra algumas fragilidades, ainda. Pelo menos, há alguns destaques remanescentes: Sergiño Dest, Joey Veerman, Guus Til, Ismael Saibari, Ricardo Pepi. Eles precisarão aparecer, para que o PSV possa sonhar em entrar no "bolo" da segunda fase. Talvez, aparecer até mais do que na temporada passada.

O Ajax começa a temporada oscilante, terá adversários difíceis no começo da fase de Liga dos Campeões... mas pode reagir para ir à segunda fase (Patrick Goosen/BSR Agency/Getty Images)

Ajax (lista de inscritos e tabela de jogos)

Até que o Ajax teve bom desempenho na Liga Europa passada. Num certo momento, teve até chances de ir diretamente para as oitavas de final. Entretanto, o fim traumático da temporada passada no Campeonato Holandês - perder um título muito próximo para o PSV, após ter vantagem de nove pontos na frente, a cinco rodadas do fim - foi a gota d'água para o técnico Francesco Farioli sair, já em meio a muitas discordâncias com a direção de futebol do clube. Ainda assim, pelo menos, restava um minúsculo prêmio de consolação: voltar à fase de liga da Champions, após três anos. Já era um primeiro passo para sair do mau momento vivido pelo clube. 

Mas só um primeiro passo, porque o técnico John Heitinga voltou ao clube que tão bem conhece, para treinar um time de volta à estaca zero: muitos jogadores saindo (Jorrel Hato, Jordan Henderson, Bertrand Traoré, Brian Brobbey), a pressão por um Ajax mais ofensivo em campo, as inconstâncias que o time ainda mostra em campo (já são dois empates em cinco rodadas na Eredivisie), um começo complicado de fase de liga. Internazionale e Chelsea são adversários exigentes; Galatasaray e Benfica até trazem mais equilíbrio, mas entram por cima atualmente. Mas o fim de fase de liga oferece mais possibilidades: Qarabag-AZE, Villarreal-ESP... quem sabe, a essas alturas, o Ajax já esteja mais estabilizado em campo, para poder avançar ao mata-mata.

Liga Europa

O Feyenoord sonhou em estar na Champions. Estará na Liga Europa. Não é de todo ruim, o time tem condições, mas precisa de alguma melhoria (Joris Verwijst/BSR Agency/Getty Images)

Feyenoord (lista de inscritos e tabela de jogos)

O Feyenoord sonhou com a Liga dos Campeões, na qual entrou na terceira fase preliminar. Mas este sonho já acabou contra o Fenerbahçe-TUR: mesmo vencendo o jogo de ida (2 a 1, com gol da vitória no último minuto), mesmo abrindo o placar na volta em Istambul, a má atuação defensiva foi prato cheio para o Fener aproveitar, virar, golear (5 a 2) e ir aos play-offs. Frustração? Mais ou menos: ir à Champions seria melhor, mas o Stadionclub já tinha uma vaga assegurada na Liga Europa - e logo na fase de liga. Certo, já não haverá Igor Paixão, o dínamo ofensivo do clube nos últimos anos. Nem Dávid Hancko, o principal nome da defesa. Nem mesmo revelações que poderiam ajudar, como Antoni Milambo. 

Ainda assim, a impressão que ficou é de que a janela de transferências poderia trazer mais perdas do que trouxe - tanto que Quinten Timber, cotado para sair até o fim, ficou no Stadionclub. E vindas como as de Sem Steijn e Luciano Valente, que já ajudam num começo 100% no Campeonato Holandês, podem ajudar o time a passar pela maioria dos adversários na fase de liga (incluindo aí, contra o Celtic-ESC, um reencontro numa tradicional rivalidade). Há coisas a corrigir, sim, como a falta de um atacante confiável. Mas a impressão que a equipe treinada por Robin van Persie passa é que, dos três grandes neerlandeses, é a que começou mais sólida a temporada. Isso pode ajudar a seguir na Liga Europa.

O Utrecht voltou a onde queria estar, após 15 anos: uma competição europeia. Se os adversários mais fortes vêm quentes, os Utregs estão fervendo (Joris Verwijst/BSR Agency/Getty Images)

Utrecht (lista de inscritos e tabela de jogos)

Enfim, o Utrecht está onde queria estar havia muito tempo. Mais precisamente, há 15 anos: a última participação dos Utregs num torneio europeu fora na temporada 2010/11, ainda num formato antigo da Liga Europa, com fase de grupos. Desde então, o clube virou habitué da repescagem da Holanda (Países Baixos) por lugar no torneio - depois, na Conference League. Às vezes, até vencia esta repescagem. Mas nunca chegava ao espaço mais visto, a fase de grupos/fase de liga: sempre ficava nas preliminares. Pois bem: a ótima campanha na liga holandesa em 2024/25, com a quarta posição, enfim levava o clube à Liga Europa sem precisar de repescagem. 

Ah, seria nas fases preliminares? Sem problemas: dois jogos na segunda fase preliminares, duas vitórias (sobre o Sheriff Tiraspol moldavo). Na terceira fase preliminar, mais dois triunfos, diante do Servette-SUI. E nos play-offs que levavam à fase de liga, uma revanche: despachar com mais duas vitórias o Zrinjski Mostar, da Bósnia, justamente o algoz do Utrecht numa dessas fases preliminares (a segunda fase da Liga Europa, em 2018/19). Chegando 100% à fase de liga, agora a pergunta é outra: ah, a tabela dos Utregs não é difícil demais, contra clubes contra Porto, Betis e Nottingham Forest? Pode até ser. Mas o time tem uma mescla interessante de juventude (vale ver o lateral esquerdo Souffian El Karouani) e experiência (na zaga, com Mike van der Hoorn e Nick Viergever - este, ex-AZ, PSV e Ajax, pode virar o jogador holandês com mais partidas por torneios europeus na história; no ataque, com Sébastien Haller, de volta). Tem em Ron Jans um técnico holandês que sabe jogar pelo resultado. Se o Utrecht, enfim, está num torneio europeu a sério, sonhar não custa nada...

    Tabela difícil? O Go Ahead Eagles não se importa: já curte a experiência europeia na Liga Europa, inédita em sua história (Gerrit van Keulen/ANP/Getty Images)

Go Ahead Eagles (lista de inscritos e tabela de jogos)

As estatísticas dizem: ao lado do SK Brann (Noruega), o Go Ahead Eagles é o clube mais frágil desta fase de liga da Liga Europa. Francamente, a torcida das Águias não está se importando muito com o que as estatísticas apontam. Sim, é verdade que o "Kowet" talvez seja o mais frágil representante dos Países Baixos nos torneios continentais. Mas para um clube que, há cinco anos, estava na segunda divisão, figurar numa competição europeia pela primeira vez em sua história é prova inequívoca de uma grande evolução. Dentro e fora de campo. Dentro de campo, isso já se via desde 2023/24, quando o clube da cidade de Deventer já conquistou a repescagem que leva a um lugar na Conference League. Falhou nela: já caiu para o supracitado SK Brann, na segunda fase preliminar. 

Mas o temor de que aquilo fosse sorte de principiante foi superado com um 2024/25 brilhante, que seguiu com boa campanha na Eredivisie e terminou com o título da Copa da Holanda, inédito na história do clube. Por mais que alguns responsáveis pela façanha já tenham deixado o clube, como o técnico Paul Simonis (agora no Wolfsburg) e o meio-campo finlandês Oliver Antman (agora no Rangers-ESC), a lua-de-mel com a torcida segue. E mesmo que as perspectivas sejam pequenas, vale esperar para ver o que podem fazer nomes como o goleiro Jari de Busser, o lateral direito Mats Deijl e o meio-campo Jakob Breum, todos de nível técnico digno. Valerá esperar para ver clubes como o Aston Villa e o Stuttgart irem jogar no "caldeirão" tão acanhado quanto empolgado que é o estádio De Adelaarshorst. E os torcedores já devem estar ansiosos para viagens aventureiras fora de casa, contra Lyon, Panathinaikos, Red Bull Salzburg-AUT... pode até ser clichê, mas mesmo caindo na fase de liga, o Go Ahead Eagles já comemora a presença na Liga Europa. Um ponto alto em sua história.

Conference League

Com um time bem entrosado e talentos como Kees Smit, o AZ pode sonhar na Conference (IconSport)

AZ (lista de inscritos e tabela de jogos)

Pois é: se a fama da Champions League é justificável, se a Liga Europa oferece mais tradição, é o AZ, representante holandês na fase de liga da Conference League (novamente tendo um time dos Países Baixos, aliás), que está mais otimista sobre sua sequência na temporada 2025/26. Nem era para ser tão otimista assim: afinal de contas, chegar à Conference foi duro. Primeiro, um desempenho algo decepcionante na Eredivisie 2024/25, causando a necessidade de disputar os play-offs pela vaga europeia. Neles, conquistar a vaga foi difícil: na decisão, contra o Twente, o time de Alkmaar tomava 2 a 0 em casa, e só virou no segundo tempo, com o 3 a 2 da vitória marcado nos acréscimos do 2º tempo. 

Sossego, então? Que nada: a estreia na segunda fase preliminar já teve uma surpresa ruim, com os 4 a 3 sofridos para o Ilves Tampere (Finlândia), no jogo de ida, fora de casa. Só assim o AZ tomou jeito: reverteu a vantagem do Ilves na volta (5 a 0); passou facilmente pelo FC Vaduz (Liechtenstein) na terceira fase preliminar, com duas vitórias; e despachou o Levski Sofia (Bulgária) nos play-offs. Na fase de liga, o sorteio só trouxe algumas dificuldades nas perspectivas sobre o jogo contra o Crystal Palace inglês. No mais, não só são boas as chances de ir às oitavas de final, diretamente, como o clube parece ter capacidade para isso em seu time. Principalmente, pelo crescimento dos jovens jogadores: Rome-Jayden Owusu-Oduro no gol, Kees Smit e Zico Buurmeester no meio-campo, Ibrahim Sadiq e Mexx Meerdink no ataque (onde também está o irlandês Troy Parrott e o recém-chegado brasileiro Weslley Patati). Se o time for mais constante, pode ser uma boa chance do AZ repetir a chegada à semifinal, como fez em 2022/23.



Fichário: os jogos e os vídeos da 5ª rodada da Eredivisie 2025/26

Ajax 3x1 Zwolle (sábado, 13 de setembro de 2025)

Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Árbitro: Sander van der Eijk
Gols: Davy Klaassen, aos 18', Mika Godts, aos 37' e aos 86', e Kaj de Rooij, aos 69'
Jogo resumido: O Ajax chegou a sofrer um pouco com os contra-ataques do Zwolle. Mas com a superioridade técnica e o ótimo dia de Mika Godts em campo (dois gols e passe para o de Klaassen, que abriu o placar), o time de Amsterdã voltou a vencer, seguindo perto da liderança

AJAX
Vitezslav Jaros; Anton Gaaei, Ko Itakura (Josip Sutalo, aos 67'), Youri Baas e Owen Wijndal; Youri Regeer (James McConnell, aos 67'), Davy Klaassen e Kenneth Taylor (Oscar Gloukh, aos 67'); Steven Berghuis (Oliver Edvardsen, aos 67'), Wout Weghorst e Mika Godts (Jorthy Mokio, aos 87'). Técnico: John Heitinga

ZWOLLE
Tom de Graaff; Oliver Aertssen, Simon Graves, Anselmo García MacNulty e Sherel Floranus; Thijs Oosting (Gabriël Reiziger, aos 79'), Jamiro Monteiro (Zico Buurmeester, aos 46') e Ryan Thomas; Dylan Mbayo, Koen Kostons (Shola Shoretire, aos 79') e Kaj de Rooij. Técnico: Henry van der Vegt


NEC 3x5 PSV (sábado, 13 de setembro de 2025)

Local: De Goffert (Nijmegen)
Árbitro: Danny Makkelie
Gols: Ricardo Pepi, aos 12' e aos 49', Ruben van Bommel, aos 30', Virgil Misidjan, aos 32', Joey Veerman, aos 33', Youssef El Kachati, aos 53', Tjaronn Chery, aos 69', e Myron Boadu, aos 72'
Jogo resumido: De um lado, um NEC que começou pressionando no ataque, e confirmou o bom início de temporada que faz. Do outro lado, um PSV que teve as opções mais tecnicamente qualificadas rendendo o que deviam no ataque. Ambos os times fizeram jogo animado, cheio de gols

NEC
Gonzalo Crettaz; Brayann Pereira (Koki Ogawa, aos 75'), Ahmetcan Kaplan e Deveron Fonville; Sami Ouaissa, Virgil Misidjan (Vito van Crooij, aos 80'), Dirk Proper (Darko Nejasmic, aos 80') e Kodai Sano; Bryan Linssen (Kento Shiogai, aos 66') e Tjaronn Chery; Youssef El Kachati (Noé Lebreton, aos 66'). Técnico: Dick Schreuder

PSV
Matej Kovar; Kiliann Sildillia (Anass Salah-Eddine, aos 65'), Armando Obispo (Ryan Flamingo, aos 28'), Jerdy Schouten e Sergiño Dest; Joey Veerman, Ismael Saibari e Guus Til (Yarek Gasiorowski, aos 73'); Ivan Perisic, Ricardo Pepi (Myron Boadu, aos 65') e Ruben van Bommel (Couhaib Driouech, aos 73'). Técnico: Peter Bosz


Go Ahead Eagles 3x0 Volendam (sábado, 13 de setembro de 2025)

Local: De Adelaarshorst (Deventer)
Árbitro: Serdar Gözübüyük
Gols: Jakob Breum, aos 5', Victor Edvardsen, aos 10', e Mathis Suray, aos 45'
Jogo resumido: Com ataques rápidos, logo o Go Ahead Eagles tomou conta da partida - a começar pelo gol precoce -, se impondo sem muitos problemas diante dos visitantes

GO AHEAD EAGLES
Jari de Busser; Mats Deijl, Gerrit Nauber, Joris Kramer e Dean James (Aske Adelgaard, aos 76'); Melle Meulensteen e Evert Linthorst (Calvin Twigt, aos 88'); Jakob Breum (Milan Smit, aos 76'), Kenzo Goudmijn (Oscar Pettersson, aos 66') e Mathis Suray; Victor Edvardsen. Técnico: Melvin Boel

VOLENDAM
Kayne van Oevelen; Precious Ugwu, Nick Verschuren, Xavier Mbuyamba e Yannick Leliendal; Alex Plat (Robin van Cruijsen, aos 62') e Nordin Bukala (Kiano Dyer, aos 76'); Aurelio Oehlers (Brandley Kuwas, aos 46'), Robert Mühren (Ozan Kökçü, aos 62') e Joel Ideho (Key-Shawn Wong-a-Soij, aos 88'); Henk Veerman. Técnico: Rick Kruys


Feyenoord 1x0 Heerenveen (sábado, 13 de setembro de 2025)

Local: De Kuip (Roterdã)
Árbitro: Robin Hensgens
Gol: Anis Hadj-Moussa, aos 42'
Jogo resumido: O Feyenoord tentou um pouco mais o ataque, mas ficou prejudicado e se retraiu após a expulsão de Hadj-Moussa. O Heerenveen, então, bem que tentou pressionar, mas nunca conseguiu trazer perigo real à meta de Wellenreuther (só um chute a gol). E o Feyenoord segue 100% na liga

FEYENOORD
Timon Wellenreuther; Givairo Read (Bart Nieuwkoop, aos 62'), Anel Ahmedhodzic, Tsuyoshi Watanabe e Gijs Smal; Luciano Valente, Sem Steijn (Aymen Sliti, aos 62') e Quinten Timber; Anis Hadj-Moussa, Ayase Ueda (Gaoussou Diarra, aos 74') e Leo Sauer (Jaden Slory, aos 74'). Técnico: Robin van Persie

HEERENVEEN
Bernt Klaverboer; Oliver Braude, Sam Kersten, Nikolai Hopland (Hristiyan Petrov, aos 15') e Vasilis Zagaritis; Joris van Overeem (Maas Willemsen, aos 86'), Luuk Brouwers e Ringo Meerveld (Vaclav Sejk, aos 70'); Jacob Trenskow (Marcus Linday, aos 86'), Dylan Vente e Maxence Rivera (Amourricho van Axel-Dongen, aos 70'). Técnico: Robin Veldman

Twente 2x2 NAC Breda (sábado, 13 de setembro de 2025)

Local: De Grolsch Veste (Enschede)
Árbitro: Alex Bos
Gols: Mohamed Nassoh, aos 2', Marko Pjaca, aos 64', Ricky van Wolfswinkel, aos 87', e Raul Paula, aos 90' + 1
Jogo resumido: Mesmo saindo atrás no placar, o Twente foi um pouco mais ofensivo, e insistiu no segundo tempo (ainda mais com as alterações feitas) até virar o placar. Só que o NAC Breda, sempre mais cauteloso, ainda conseguiu o empate, e sai mais alegre da partida

TWENTE
Lars Unnerstall; Bart van Rooij, Max Bruns, Robin Pröpper e Mats Rots; Arno Verschueren (Daouda Weidmann, aos 59'), Kristian Hlynsson (Thomas van den Belt, aos 74') e Ramiz Zerrouki; Daan Rots (Marko Pjaca, aos 59'), Ricky van Wolfswinkel e Sondre Orjasaeter (Taylor Booth, aos 59'). Técnico: Ivar van Dinteren (interino)

NAC BREDA
Daniel Bielica; Boyd Lucassen (Cherrion Valerius, aos 88'), Leo Greiml, Rio Hillen e Boy Kemper; Max Balard e Lewis Holtby; Juho Talvitie (Raul Paula, aos 89'), Mohamed Nassoh (Dion Versluis, aos 88') e Kamal Sowah (Terence Kongolo, aos 90' + 3'); Charles-Andreas Brym (Clint Leemans, aos 80'). Técnico: Carl Hoefkens


Excelsior 0x1 Sparta Rotterdam (domingo, 14 de setembro de 2025)

Local: Woudestein (Roterdã)
Árbitro: Jeroen Manschot
Gol: Ayoub Oufkir, aos 90' + 3
Jogo resumido:

EXCELSIOR
Stijn van Gassel; Ilias Bronkhorst, Rick Meissen, Casper Widell e Arthur Zagré; Noah Naujoks (Chris-Kévin Nadje, aos 64') e Adam Carlén (Simon Janssen, aos 80'); Derensili Sanches Fernandes (Stefan Mitrovic, aos 77'), Irakli Yegoian e Gyan de Regt (Yoon Do-young, aos 77'); Szymon Wlodarczyk (Mike van Duinen, aos 64'). Técnico: Ruben den Uil

SPARTA ROTTERDAM
Joël Drommel; Shurandy Sambo, Marvin Young, Teo Quintero (Jonathan de Guzman, aos 90' + 2) e Patrick van Aanholt; Joshua Kitolano, Jens Toornstra e Pelle Clement (Lance Duijvestijn, aos 74'); Sayfallah Ltaief (Ayoub Oufkir, aos 74'), Tobias Lauritsen e Mitchell van Bergen (Tijs Velthuis, aos 90' + 4). Técnico: Maurice Steijn


Utrecht 0x1 Groningen (domingo, 14 de setembro de 2025)

Local: De Galgenwaard (Utrecht)
Árbitro: Marc Nagtegaal
Gol: Marco Rente, aos 70'
Jogo resumido: Mesmo que a partida ficasse por vezes truncada, o Groningen mostrou ofensividade até inesperada fora de casa. Por fim, conseguiu o gol com custo - só após a revisão do VAR é que se validou o tento de uma vitória surpreendente, mas até merecida

UTRECHT
Vassilis Barkas (Michael Brouwer, aos 46'); Siebe Horemans, Mike van der Hoorn, Nick Viergever (Derry John Murkin, aos 76') e Souffian El Karouani; Davy van den Berg (Sébastien Haller, aos 46'), Alonzo Engwanda e Gjivai Zechiël; Miguel Rodríguez (Can Bozdogan, aos 76'), David Min e Adrian Blake (Miliano Jonathans, aos 76'). Técnico: Ron Jans

GRONINGEN
Etienne Vaessen; Marco Rente, Thijmen Blokzijl, Dies Janse e Marvin Peersman; Tika de Jonge e Stije Resink; David van der Werff (Tygo Land, aos 77'), Younes Taha (Oskar Zawada, aos 86') e Jorg Schreuders; Thom van Bergen. Técnico: Dick Lukkien


Heracles Almelo 1x2 AZ (domingo, 14 de setembro de 2025)

Local: Polman/Asito Stadion (Almelo)
Árbitro: Bas Nijhuis
Gols: Alexandre Penetra, aos 9', Damon Mirani, aos 29', e Mexx Meerdink, aos 77'
Jogo resumido: Mesmo que o AZ tenha ensaiado vitória fácil ao abrir logo o placar, o Heracles Almelo pressionou na vontade, empatou e teve até mais chances de virar o placar. Contudo, os visitantes de Alkmaar contaram com o talento dos jovens Smit e Meerdink para ainda saírem com os três pontos

HERACLES ALMELO
Fabian de Keijzer; Mimeirhel Benita, Damon Mirani, Ivan Mesik e Djevencio van der Kust (Walid Ould-Chikh, aos 83'); Sem Scheperman e Ajdin Hrustic (Jan Zamburek, aos 83'); Bryan Limbombe (Luka Kulenovic, aos 83'), Thomas Bruns (Tristan van Gilst, aos 70') e Yvandro Borges Sanches (Mario Engels, aos 70'); Jizz Hornkamp. Técnico: Bas Sibum

AZ
Rome-Jayden Owusu-Oduro; Denso Kasius, Wouter Goes, Alexandre Penetra e Mees de Wit; Jordy Clasie e Kees Smit (Peer Koopmeiners, aos 84'); Weslley Patati (Isak Jensen, aos 69'), Sven Mijnans (Matej Sín, aos 78') e Ro-Zangelo Daal (Ibrahim Sadiq, aos 70'); Mexx Meerdink (Lequincio Zeefuik, aos 84'). Técnico: Maarten Martens


Telstar 1x3 Fortuna Sittard (domingo, 14 de setembro de 2025)

Local: BUKO Stadion (Velsen-Zuid)
Árbitro: Martijn Vos
Gols: Paul Gladon, aos 2', Jochem Ritmeester van de Kamp, aos 43', e Makan Aïko, aos 83' e aos 90'
Jogo resumido: O Fortuna Sittard saiu na frente rapidamente, viu o esforçado Telstar conseguir empatar e até tentar virar em casa, mas aí o atacante Aïko saiu do banco para resolver a vitória no fim

TELSTAR
Ronald Koeman Jr.; Devon Koswal, Guus Offerhaus e Danny Bakker; Tyrese Noslin (Sebastiaan Hagedoorn, aos 87'), Tyrone Owusu, Nils Rossen (Dylan Mertens, aos 76') e Jeff Hardeveld; Jochem Ritmeester van de Kamp (Kay Tejan, aos 62') e Patrick Brouwer (Neville Ogidi Nwankwo, aos 87'); Soufiane Hetli (Milan Zonneveld, aos 76'). Técnico: Anthony Correia

FORTUNA SITTARD
Mattijs Branderhorst; Phillip Brittijn, Iván Márquez e Jasper Dahlhaus; Dimitris Limnios, Luka Tunjic, Ryan Fosso (Marko Kerkez, aos 90' + 1) e Justin Lonwijk (Moussa Gbemou, aos 78'); Mohamed Ihattaren (Houboulang Mendes, aos 62') e Kristoffer Peterson (Makan Aiko, aos 62'); Paul Gladon (Kaj Sierhuis, aos 62'). Técnico: Danny Buijs

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Fichário das mulheres: os jogos e os vídeos da 1ª rodada da Eredivisie feminina 2025/26

Ajax 6x0 ADO Den Haag (sábado, 6 de setembro de 2025)

Local: De Toekomst (Amsterdã) 
Árbitra: Julia van Es
Gols: Sherida Spitse, aos 27', Joëlle Smits, aos 48', Mirte van Koppen, aos 72', Danique Tolhoek, aos 74', Ilayah Dostmohammed, aos 79', e Lotte Keukelaar, aos 84' 
Jogo resumido: O Ajax já começou com tudo, na sua tentativa de voltar a ser campeão, com um time renovado. Destaque para o gol de Joëlle Smits, em sua estreia pela nova equipe

AJAX
Regina van Eijk; Daliyah de Klonia (Deau den Turk, aos 79'), Sherida Spitse, Daniëlle Noordermeer e Van Asten (Joëlle Smits, aos 33'); Isa Colin, Danique Noordman e Jonna van de Velde; Bo van Egmond (Mirte van Koppen, aos 66'), Danique Tolhoek (Jade van Hensbergen, aos 79') e Ilayah Dostmohammed. Técnica: Anouk Bruil

ADO DEN HAAG
Barbara Lorsheyd; Bo Vonk (Dania Boussatta, aos 80'), Jet van Mierlo, Senna Koeleman (Cato Pijnacker Hordijk, aos 57') e Robin Blom; Nienke Mulder, Quinty Dupon e Ziva Henry (Gina Viehoff, aos 57'); Anne van Egmond, Femke Prins (Jill van den Ende, aos 70') e Floortje Bol (Lieve Vroegindeweij, aos 57'). Técnico: Marten Glotzbach


Heerenveen 1x3 Twente (sábado, 6 de setembro de 2025)

Local: Het Sportpark Skôatterwald (Heerenveen)
Árbitro: Nicholas Henan
Gols: Sophie Proost, aos 4', Bente Vermeer, aos 8', e Jaimy Ravensbergen, aos 22' e aos 39'
Jogo resumido: O atual bicampeão Twente até tomou um susto, mas logo chegou à vitória. Com Jaimy Ravensbergen, novamente, brilhando: dois gols

HEERENVEEN
Jasmijn Resink; Eef Smits, Fenna Meijer e Ana Nassette (Lisanne Venema, aos 46'); Aymée Altena (Inessa Kaagman, aos 78'), Elize van Vlisteren, Sterre Kroezen (Roos de Haas, aos 65'), Bente Vermeer (Elfi Maass, aos 65') e Eef Kerkhof; Evi Maatman e Romaïssa Boukakar (Britt Udink, aos 78'). Técnico: Niklas Tarvajärvi

TWENTE
Diede Lemey; Leonie Vliek, Anna Knol, Lieske Carleer e Alieke Tuin (Eva Oude Elberink, aos 65'); Amanda Andradóttir (Rose Ivens, aos 77'), Lynn Groenewegen, Sophie te Brake e Sophie Proost (Suus Verdaasdonk, aos 65'); Jaimy Ravensbergen e Jill Roord. Técnica: Corina Dekker


PSV 1x0 Excelsior (sábado, 6 de setembro de 2025)

Local: De Herdgang (Eindhoven)
Árbitra: Sterre Bijlsma
Gol: Riola Xhemaili, aos 65'
Jogo resumido: O PSV passou longe de brilhar em sua estreia, mas pelo menos já conseguiu os três pontos

PSV
Nicky Evrard; Sara Thrige, Sisca Folkertsma, Emmeke Henschen (Liz Rijsbergen, aos 66') e Melanie Bross; Laura Strik (Nina Nijstad, aos 46') e Robine Lacroix; Lore Jacobs, Chimera Ripa (Emma Frijns, aos 73') e Renate Jansen (Myrthe Moorhees, aos 85'); Riola Xhemaili. Técnico: Roeland ten Berge.

EXCELSIOR
Anouk van der Klooster; June Burgers, Yara Helderman (Anna Maria van der Vlist, aos 60'), Mare Westerink e D. Cherif; Shi-Jona Martina (Dina Haizoun, aos 61'), J. Verheijen e Naomi Hilhorst (Isra Redouani, aos 82'); Chelsea Homan, Isa Gómez (Hajar Balkhir, aos 46') e Katelyn Hendriks. Técnico: Mathijs Kreugel


NAC Breda 1x3 Feyenoord (domingo, 7 de setembro de 2025)

Local: Rat Verlegh (Breda)
Árbitro: Dave Steenis
Gols: Celainy Obispo, aos 36', Kokona Iwasaki, aos 45', Brigitte Franken, aos 76', e Sanne Koopman, aos 86'
Jogo resumido: O Feyenoord dominou no começo, mas o NAC Breda, estreante na Vrouwen Eredivisie, se motivou, pressionou e até sonhou com o empate. Só que o gol de Koopman resolveu as coisas a favor do Stadionclub

NAC BREDA
Nikki de Haan; Elaine Fertoute (Nikki van den Burg, aos 46'), Manoah van Houwelingen, Lynn Verhoef e Yentl van Goch; Stephanie Coelho Aurélio (Kim Hendriks, aos 61'); July Schneijderberg (Ela Yetim, aos 62'), Sarina Heijblom, Indi van Dalen (Josje Visser, aos 85') e Emely van der Vliet; Brigitte Franken. Técnico: Jan de Hoon

FEYENOORD
Jacintha Weimar; Tess van Bentem (Emma Pijnenburg, aos 89'), Celainy Obispo, Justine Brandau (Amber Verspaget, aos 78') e Noëlle van der Sluijs; Zera Hulswit (Romée van de Lavoir, aos 62'), Kokona Iwasaki (Fleur Stoit, aos 46'), Eva van Deursen e Mao Itamura; Ella van Kerkhoven e Esmee de Graaf (Sanne Koopman, aos 62'). Técnica: Jessica Torny


AZ 2x2 HERA United (domingo, 7 de setembro de 2025)

Local: AFAS Trainingscomplex (Wijdewormer)
Árbitro: Nick Tunnissen
Gols: Fieke Kroese, aos 2', Jannette van Belen, aos 22', Samya Hassani, aos 43', e Desirée van Lunteren, aos 72'
Jogo resumido: Outro estreante - até mais badalado - na liga, o HERA United sonhou com a primeira vitória, mas o AZ conseguiu buscar o empate

AZ
Trinette "Netty" Booms; Camie Mol, Djoeke de Ridder (Karlijn Woons, aos 86'), Maudy Stoop e Ginia Caprino; Manique de Vette (Floor Jolijn Spaan, aos 65'), Desirée van Lunteren e Kealyn Thomas (Sabrine Ellouzi, aos 65'); Shanique Dessing (Eloualidi, aos 81'), Fieke Kroese (Jasmijn van Uden, aos 64') e Mirte van Bentum. Técnico: Wouter de Vogel

HERA UNITED
Kelly Steen; Puck Donker (Mila Lagcher, aos 59'), Nicole Stoop, Tess Tiebie (Tanaka, aos 65') e Isabel Kopp; Chinatsu Kira, Nicci Berrevoets e Isabelle Nottet (Esmée Daalman, aos 84'); Jannette van Belen (Lieke Vis, aos 58'), Samya Hassani (Yesmine Khanchouch, aos 84') e Lizz Forshaw. Técnico: Ed Engelkes


Zwolle 1x2 Utrecht (domingo, 7 de setembro de 2025)

Local: MAC³Park Stadion (Zwolle)
Árbitro: Pepijn Blaak
Gols: Chiako Ishida, aos 60', e Lobke Loonen, aos 90' + 3 e aos 90' + 8
Jogo resumido: O Zwolle esteve bem perto de uma zebra, mas Lobke Loonen decepcionou os "Dedos Azuis" com virada nos acréscimos

ZWOLLE
Oliwia Szymczak; Jasmijn Dijsselhof, Maud Rutgers, Mayke Lindner e Inske Weiman; Sophie van Vugt (Senne van de Velde, aos 66'), Chihiro Ishida e Judith Roosjen (Ilse Kemper, aos 90' + 1); Ilvy Zijp (Kelly Pruim, aos 67'), Hanna Huizenga e Zoë Zuidberg. Técnico: Gert Peter van de Gunst

UTRECHT
Femke Bastiaen; Joni Paliama, Gera op den Kelder (Rochelity Dap, aos 81'), Merel Bormans e Kyra Koopman (Felice Hermans, aos 53'); Lena Mahieu (Dieke van Straten, aos 71'), Rosalie Renfurm (Marthe Munsterman, aos 81') e Lotje de Keijzer; Lobke Loonen, Nikita Tromp e Tami Groenendijk (Sam de Jong, aos 72'). Técnica: Linda Helbling


domingo, 7 de setembro de 2025

Alarme verdadeiro

Memphis Depay, abraçado por Gakpo, foi o nome que decidiu a vitória para a Holanda (Países Baixos). Pouco, diante de atuação preocupante (Petras Malukas/AFP/Getty Images)

Na entrevista pré-jogo que concedeu, o técnico da Lituânia, Edgaras Jankauskas, minimizou um pouco o favoritismo que a Holanda (Países Baixos) tinha, na partida deste domingo, pelas eliminatórias da Copa de 2026: "Se a Holanda é pressionada, ela comete erros. Consegui ver isso até contra Malta: mesmo goleando, houve um período do jogo em que a defesa holandesa levou pressão e teve algumas dificuldades". Poderia parecer ridículo esperar que os lituanos fizessem algo em Kaunas. Pois quase fizeram: a Laranja repetiu a história vista contra a Polônia, fazendo uma vantagem inicial e permitindo o empate, com o desleixo defensivo. Houve risco sério de vexame, até. Evitado pela vitória por 3 a 2, mais difícil do que se pensava, mas mantendo a equipe neerlandesa na primeira posição.

Com a defesa lituana previsivelmente fechada em Kaunas (era uma barreira de até cinco jogadores), mais jogadores tentavam ajudar Cody Gakpo. Como Quinten Timber, com quem o camisa 11 tabelou, logo aos 5', antes de chutar para a defesa do goleiro Edvinas Gertmonas. Ou Memphis Depay, que participou bastante. Aos 6', num cruzamento. Aos 10', arrematando por cima do gol, após tabelar com Gakpo. E principalmente, aos 11', fazendo o gol que o isolou como maior goleador da história da Laranja (51 gols, um à frente de Robin van Persie), completando cruzamento de Gakpo na pequena área.

A partir daí, a Holanda voltou a cometer o erro do empate contra a Polônia: mesmo com a maior posse de bola (foram 75% no primeiro tempo), mesmo que Virgil van Dijk tivesse espaço para avançar, as chances eram poucas, diante de um time fechado até para chutes de fora. Só aos 25' se tentou algo, num arremate de Quinten Timber para fora, numa falta ensaiada. Se era impossível nos chutes, o segundo gol surgiu nos passes. Aos 33', Donyell Malen avançou tentando chutar da entrada da área. Sem espaço, preferiu rolar a bola. Deu certo: Timber dominou, chegou à pequena área e finalizou cruzado para o 2 a 0. Poderia estar resolvido.

Não estava. Porque outro defeito constante da Laranja apareceu: a desatenção e lentidão de sua defesa. Foi assim logo aos 36', quando Justas Lasickas superou Jerdy Schouten na corrida, Stefan de Vrij falhou na cobertura, e Lasickas cruzou para Gvidas Gineitis arrematar e diminuir a vantagem neerlandesa. Vantagem que se acabou por completo aos 42', numa bola parada: Gineitis cobrou falta, o zagueiro Edvinas Girdvainis desviou de cabeça, 2 a 2. 

Poderia parecer ridículo imaginar a Lituânia pressionando a Laranja (jogando de azul), mas o empate e o esforço constante fez a seleção da casa merecer aplausos (Roy Lazet/Soccrates/Getty Images)

Um empate que seria vexaminoso para a Laranja pareceu correr até mais perigo no começo do segundo tempo. Porque os Países Baixos só tinham as tentativas de Gakpo, no ataque (aos 54', um chute dele foi bloqueado por Markas Beneta, zagueiro que recém-entrara em campo; aos 59', o camisa 11 bateu e Gertmonas pegou). E a Lituânia acreditava como nunca numa façanha, logo em seu primeiro jogo contra a Laranja pela história. Tanto que, aos 60', Arthur Dolznikov aproveitou um erro de Jerdy Schouten - atuação ruim do meio-campista, só menos frágil ao recuar para a zaga. Dolznikov dominou a bola pela esquerda, veio até a área, e arriscou o chute - defendido por Bart Verbruggen.

Justamente nesse período de maior risco, Memphis Depay apareceu de novo. Se é contestado pela torcida e imprensa holandeses, se raramente consegue ser decisivo pela Laranja, desta vez o camisa 10 foi decisivo como quer ser. Aos 64', completou de cabeça cruzamento ótimo de Dumfries para fazer o 3 a 2 e desafogar a Laranja, em grande parte. Grande parte, porque o estreante Sem Steijn e Micky van de Ven entraram bem, Malen manteve a atuação razoável (tentou seu gol, aos 78' - Gertmonas pegou), assim como Gakpo (aos 70', mandou a bola no travessão). Mas não completamente desafogada.

Porque a Lituânia insistiu, com vários atacantes em campo. Alguns, mais altos, como Vaidas Magdusauskas. Outros, um pouco mais habilidosos com a bola nos pés, como Paulius Golubickas, que até driblou Van Dijk numa tentativa aos 85'. E a Holanda terminou o jogo com três zagueiros - Matthijs de Ligt entrou nos minutos finais -, totalmente insegura, tentando apenas manter a vitória que afinal conseguiu.

Vitória que, claro, é muito válida. Principalmente por obra e graça de Memphis Depay, dos melhores em campo. Mas cuja atuação manteve os alarmes verdadeiros acesos para a sequência das eliminatórias. Caberá à Laranja apagá-los para alcançar a Copa diretamente.

Eliminatórias para a Copa de 2026 - Europa - Grupo G

Lituânia 2x3 Holanda
Data: 7 de setembro de 2025
Local: Darius e Girénas (Kaunas)
Juiz: Elchin Masiyev (Azerbaijão)
Gols: Memphis Depay, aos 11' e aos 64', Quinten Timber, aos 33', Gvidas Gineitis, aos 36', e Edvinas Girdvainis, aos 42'

LITUÂNIA
Edvinas Gertmonas; Klaudjus Upstas (Markas Beneta, aos 50'), Rokas Lekiatas, Edvinas Girdvainis,  Vilius Armalas e Justas Lasickas; Gratas Sirgedas (Paulius Golubickas, aos 67'), Domantas Antanavicius (Modestas Vorobjovas, aos 46'), Gvidas Gineitis e Romualdas Jansonas (Gytis Paulauskas, aos 46'); Artur Dolznikov (Vaidas Magdusauskas, aos 76'). Técnico: Edgaras Jankauskas

HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries, Virgil van Dijk, Stefan de Vrij (Jurriën Timber, aos 61') e Nathan Aké (Micky van de Ven, aos 62'); Jerdy Schouten, Tijjani Reijnders (Sem Steijn, aos 62') e Quinten Timber; Donyell Malen (Matthijs de Ligt, aos 88'), Memphis Depay (Wout Weghorst, aos 83') e Cody Gakpo. Técnico: Ronald Koeman

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

As críticas voltaram

A Holanda (Países Baixos) achava ter tudo sob controle, no jogo contra a Polônia e nas eliminatórias da Copa de 2026. Não é bem assim... (Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)

Por mais contestado que o trabalho de Ronald Koeman seja (e é) à frente da seleção masculina da Holanda (Países Baixos), havia um inegável "cessar-fogo" com as boas atuações contra a Espanha, na Liga das Nações, e o começo seguro nas eliminatórias da Copa de 2026. Porém, o jogo contra a Polônia, nesta quinta, encerrou esse "armistício". O empate em 1 a 1 não chega a ser desastroso, mas foi desnecessário e tira um pouco da "margem de erro" que a Laranja tem para garantir a vaga direta no Mundial.

No começo do jogo, o que se viu foi o que se esperava, mesmo. A Holanda atacando, principalmente pelos lados - e principalmente pela direita, com Denzel Dumfries, que já tentou um cabeceio aos 3', para fora. Pouco depois, aos 6', um passe em profundidade, Memphis Depay ajeitou, mas Virgil van Dijk bateu para fora. E aos 13', duas chances em poucos segundos: na primeira, Tijjani Reijnders mandou a bola na trave, de fora da área (com leve desvio em Jakub Kaminski, verdade), e na segunda, Cody Gakpo arriscou o chute colocado, e o goleiro Lukasz Skorupski pegou a bola, mas quase a deixou escapar.

Porém, se avançava muito, até mesmo com Van Dijk, a Laranja deixava alguns espaços. E a Polônia, mesmo muito defensiva, dava alguns sinais de vida. Por exemplo, aos 17', quando Jakub Kiwior veio com a bola, passou em contra-ataque, e Matty Cash só não finalizou porque Micky van de Ven (titular na lateral esquerda) bloqueou a tentativa. Ou mesmo aos 32', quando Piotr Zielinski arriscou de fora da área, mandando a bola até perto do gol defendido por Bart Verbruggen. Ou aos 38', quando Sebastian Szymanski, livre, cabeceou para fora. Mas a esta altura, a Holanda já fizera 1 a 0: aos 28', Memphis Depay cobrou escanteio, Skorupski saiu mal do gol, e Dumfries cabeceou para fazer 1 a 0.

Até por isso, a Polônia tentou voltar trocando passes com mais rapidez no segundo tempo. Foi a primeira a alterar em campo, com um atacante (Karol Swiderski, no lugar de Robert Lewandowski). E conseguia se segurar diante da Holanda, que ora tentava cruzamentos - principalmente no começo do segundo tempo -, ora tentava circular com a bola perto da área, mesmo sem muito espaço. Porém, chance de gol, mesmo, só o chute de Xavi Simons, aos 68', para fora. E a Polônia acreditava, dava alguns sinais de vida (Matty Cash arrematou aos 73', a bola desviou em Jan Paul van Hecke e foi para fora)...

Matty Cash é abraçado por Zielinski após o gol de empate: a Polônia teve espaços, e numa hora, os aproveitou (Alex Bierens de Haan/UEFA/Getty Images)

Até que, aos 80', veio o desastre. Numa rara vez que a Polônia saiu para o ataque - pela esquerda, com Pawel Wszolek, conseguindo superar a marcação de Donyell Malen -, a bola passou para Kiwior, que ajeitou para Matty Cash, como já fizera na Liga das Nações 2022/23, brilhar em De Kuip. Há três anos, num empate em 2 a 2, o lateral naturalizado chutou forte, de trivela, para abrir o placar para a Polônia. Agora, o chute de Cash foi forte, no ângulo esquerdo, para estufar as redes no 1 a 1.

A Laranja nem pôde usar todas as alterações para o ataque (com um corte no nariz, Van Hecke teve de sair). E amargou um empate desnecessário. Está na liderança do grupo G das eliminatórias, ainda - em empate triplo com Polônia e Finlândia, tem saldo de gols (bem) maior. Tem adversária muito acessível na Lituânia, no próximo domingo. Ainda assim, a falta de criatividade e de segurança foi duramente punida na quinta-feira. E a torcida voltou a contestar Ronald Koeman. Até porque, de fato, mesmo que haja momentos positivos, só ter ganho de três seleções entre as 40 primeiras do ranking da FIFA até agora não depõe muito a favor. As críticas voltaram. E não sairão tão cedo de cena...

Eliminatórias para a Copa de 2026 - Europa - Grupo G

Holanda 1x1 Polônia
Data: 4 de setembro de 2025
Local: De Kuip (Roterdã)
Juiz: Simone Sozza (Itália)
Gols: Denzel Dumfries, aos 28', e Matty Cash, aos 80'

HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries, Virgil van Dijk, Jan Paul van Hecke (Stefan de Vrij, aos 87') e Micky van de Ven; Frenkie de Jong (Quinten Timber, aos 83'), Tijjani Reijnders (Justin Kluivert, aos 83') e Ryan Gravenberch; Xavi Simons (Donyell Malen, aos 78'), Memphis Depay (Wout Weghorst, aos 78') e Cody Gakpo. Técnico: Ronald Koeman

POLÔNIA
Lukasz Skorupski; Matty Cash, Przemyslaw Wisniewski (Tomasz Kedziora, aos 83'), Jan Bednarek e Jakub Kiwior; Bartosz Slisz e Piotr Zielinski (Bartosz Kapustka, aos 71'); Jakub Kaminski, Sebastian Szymanski (Kamil Grosicki, aos 71') e Nicola Zalewski (Pawel Wszolek, aos 71'); Robert Lewandowski (Karol Swiderski, aos 63'). Técnico: Jan Urban


quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Guia da Eredivisie feminina 2025/26: tudo novo. De novo?

O Twente comemorou o bicampeonato do Campeonato Holandês feminino, comemorou a Supercopa da Holanda já em 2025/26... qual será o campeão agora? (Stan Oosterhof/Soccrates/Getty Images)

Popularizar o futebol feminino talvez seja uma espécie de "círculo virtuoso": se a seleção de mulheres de qualquer país for bem, haverá mais mulheres interessadas, mais clubes querendo criar departamentos de futebol feminino, possibilitando a revelação de mais jogadoras, que podem chegar à seleção etc. Dito isso, talvez a modalidade tenha sofrido um certo impacto na Holanda (Países Baixos), com a má campanha - previsivelmente má, aliás - das Leoas Laranjas na Eurocopa feminina. Ou talvez não. Porque é meio unânime: a seleção não é propriamente ruim, apenas precisa de alguma reformulação. Além disso, independente de seleção, a aparência é de que, mesmo que lentamente, há um crescimento sustentável do Campeonato Holandês das mulheres. E isso é provado nesta temporada 2025/26 da Vrouwen Eredivisie, a ser iniciada neste sábado, com os seis jogos.

Se o Fortuna Sittard acabou de vez com o investimento ao desativar seu time de mulheres, a vaga aberta já foi prontamente reposta pela estreia do NAC Breda numa liga neerlandesa feminina. Além disso, até mesmo um ponto negativo - a diminuição vindoura de clubes, de 12 para 10 - é contrabalançado por um ponto positivo: a adoção do sistema de acesso e descenso, com dois caindo para a Eerste Divisie (segunda divisão) e dois subindo para 2026/27. O nível técnico do Holandês pode ser baixo, mas é inegável que, pelo menos, boa vontade há por parte da federação. Além do mais, como mostra a afluência de japonesas, por exemplo, a Holanda já começa a ser vista como um destino de "aclimatação" rumo a ligas mais competitivas europeias. Porém, os favoritos seguem os mesmos: o trio Twente-PSV-Ajax. Mesmo com tudo novo, o campeão será o Twente, de novo?

Se algumas velhas conhecidas saíram, a jovem Floortje Bol fica para tentar ajudar o ADO Den Haag (Angelo Blankespoor/Soccrates/Getty Images)

ADO Den Haag

Cidade: Haia  
Equipe feminina fundada em: 2007
Estádio: Bingoal Stadion (capacidade para 15.000 torcedores), em Haia
Apelidos: Hagenaren (nome dado aos habitantes e nativos da cidade de Haia)
Títulos: 1 Campeonato Holandês (três Copas da Holanda)
Patrocínio: Girl Power Radio (webrádio)
Técnicos: Marten Glotzbach
Destaque: Barbara Lorsheyd (goleira)
Fique de olho: Floortje Bol (atacante)
Principais chegadas: Robin Blom (D, AZ), Ziva Henry (M, Feyenoord), Senna Koeleman (M, Feyenoord) e Femke Prins (A, Fortuna Sittard)
Principais saídas: Daniëlle Noordermeer (D, Ajax), Kayra Nelemans (D, Club YLA-BEL), Cheyenne van den Goorbergh (M, encerrou a carreira), Louise van Oosten (M, Ajax) e Manon van Raay (A, OH Leuven-BEL)
Temporada passada: 7º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: terminar entre os seis primeiros

Para um time tão tradicional no futebol feminino da Holanda quanto o Den Haag, o sétimo lugar da temporada passada foi incômodo. Poderia ter sido até pior, diante do mau começo na liga, mas aos poucos o time reagiu. Mas chega a esta temporada com algumas mudanças, principalmente no meio e no ataque (onde Louise van Oosten, destaque do meio-campo das Hagenaren, partiu para o Ajax, e a jovem Manon van Raay preferiu tentar a sorte na Bélgica). 

No mais, o técnico Marten Glotzbach agora começará uma temporada completa contando com a experiência inegável da goleira Barbara Lorsheyd e das defensoras Bo Vonk e Pleun Raaijmakers, mais o promissor reforço da atacante Femke Prins, destaque no extinto time feminino do Fortuna Sittard. É com a juventude de Prins, Iris Remmers, Floortje Bol e Anne van Egmond que o Den Haag conta para voltar a fazer uma campanha mais digna de sua tradição no futebol de mulheres.

O Ajax tem muitas novatas para tentar se reanimar após a derrocada na reta final da temporada passada. Ranneke Derks é uma das mais promissoras (Divulgação/Ajax.nl)

Ajax

Cidade: Amsterdã 
Equipe feminina criada em: 2012
Estádio: De Toekomst (capacidade para 2.250 torcedores). Para jogos maiores, é usada a Johan Cruyff Arena (56.120 lugares), também em Amsterdã
Apelidos: Ajacieden (nome dado a torcedores e jogadores do clube); Amsterdammers
Títulos: 3 Campeonatos Holandeses (cinco Copas da Holanda)
Patrocínio: ABN-Amro (banco)
Técnica: Anouk Bruil
Destaques: Sherida Spitse (defensora/meio-campista) e Danique Tolhoek (atacante)
Fique de olho: Ranneke Derks (atacante)
Principais chegadas: Daniëlle Noordermeer (D, ADO Den Haag), Louise van Oosten (D, ADO Den Haag), Nurija van Schoonhoven (M, Utrecht), Isa Colin (M/A, AZ), Ranneke Derks (A, PSV) e Joëlle Smits (A, PSV)
Principais saídas: Dionne van der Wal (G, Telstar/HERA United), Inessa Kaagman (D/M, dispensada), Isa Kardinaal (D, London City Lionesses-ING), Kay-Lee de Sanders (D, Milan-ITA), Milicia Keijzer (D, Milan-ITA), Lily Yohannes (M, OL Lyonnes-FRA), Rosa van Gool (M, Everton-ING) e Tiny Hoekstra (A, encerrou a carreira)
Temporada passada: 3º colocado
Copas europeias: Europa Cup (enfrentará o Sturm Graz-AUT, na primeira fase preliminar)
Objetivo: Título

Decepção foi a palavra que cercou o Ajax por toda a temporada passada. Para um clube que vinha rivalizando com o Twente em busca do título nacional, ficou feio ver a derrocada na reta final da liga - sem contar uma ótima aparição na Liga dos Campeões, em 2023/24, para nem passar da segunda fase preliminar em 2024/25. Quando mais precisava mostrar força para ser campeão, o Ajax fracassou, e algumas declarações da treinadora da época, Hesterine de Reus, não ajudaram muito (por exemplo, quando Hesterine comentou que a derrota para o PSV, por 3 a 1, significava o "fim das chances", mesmo com algumas rodadas pela frente. Isto é: era unânime que as coisas precisavam mudar em Amsterdã. A começar por Hesterine de Reus, cuja demissão foi anunciada antes mesmo do campeonato passado acabar.

A renovação continuou notável nas saídas das jogadoras. Lily Yohannes, que já fazia hora extra na Vrouwen Eredivisie, enfim foi para um time europeu de ponta - no caso, o OL Lyonnes (ex-Lyon). E abriu a fila continuada por Isa Kardinaal, Kay-Lee de Sanders, Rosa van Gool, até mesmo pela decisão de Tiny Hoekstra em encerrar a carreira. A partir disso, o Ajax foi atrás dos adversários para qualificar sua equipe. Na defesa, aposta na zagueira Daniëlle Noordermeer para a lacuna aberta pela saída de Kardinaal; no meio, Nurija van Schoonhoven é boa opção para ser ponta-de-lança; e no ataque, Joëlle Smits - duas vezes goleadora da Eredivisie em sua carreira - tem competência comprovada. Como técnica, se a questão era renovar, espera-se mais vontade de Anouk Bruil, 31 anos de idade, "promovida" do time B do Ajax para comandar a equipe principal. E as Ajacieden têm jogadoras que seguem firmes e fortes: Regina van Eijk, Sherida Spitse, Lotte Keukelaar, Bo van Egmond... elas serão as mais experientes a guiar as mais novas, que deverão fazer um Ajax renovado. E campeão, a torcida espera.

Sabrine Ellouzi, que se destacou no difícil cenário do Excelsior, tem ótima chance no AZ (Divulgação/AZ.nl)

AZ

Cidade: Alkmaar
Equipe feminina criada em: 2007, reativada em 2023
Estádio: AFAS Trainingscomplex/Sportcomplex Kalverhoek (Wijdewormer)
Apelidos: Alkmaarders
Títulos: 3 títulos holandeses (1 Copa da Holanda)
Patrocínio: não tem
Técnico: Wouter de Vogel
Destaque: Floor Jolijn Spaan (atacante) e Desirée van Lunteren (meio-campista)
Fique de olho: Sabrine Ellouzi (atacante)
Principais chegadas: Jet van Beijeren (A, Heerenveen), Sabrine Ellouzi (A, Excelsior) e Shanique Dessing (A, Excelsior)
Principais saídas: Robin Blom (D, ADO Den Haag), Isa Colin (M/A, Ajax), Ilvy Zijp (A, Zwolle) e Romaïssa Boukakar (A, Heerenveen)
Temporada passada: 6º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: Vaga na Europa Cup

Devagar e sempre. Assim está o AZ. Funcionando há duas temporadas, o time feminino de Alkmaar já começa a se firmar como um clube de meio de tabela, com boas perspectivas. Revelando boas jogadoras - que o diga a goleira Femke Liefting, já no Chelsea após ter sido eleita a melhor goleira do Mundial Sub-20 feminino passado, ainda jogando em Alkmaar. E tendo um time com nomes promissores a ponto de já receberem apostas dos três grandes no futebol feminino neerlandês, como a meio-campista Isa Colin, agora no Ajax.

Se algumas promessas saem, outras chegam. Nem só formadas em Alkmaar, como foi a atacante Floor Jolijn Spaan, já um símbolo das Alkmaarders. Mas também encontradas em outros clubes, tendo no AZ a chance de despontarem em definitivo. Como a atacante Jet van Beijeren, também participante do Mundial Sub-20 de mulheres pela Holanda no ano passado, que já mostrava talento no Heerenveen. Ou mais uma da posição, a tunisiana Sabrine Ellouzi, que conseguia se destacar mesmo nas constantes dificuldades que o Excelsior vive, e terá no time de Alkmaar uma boa oportunidade. Assim como é boa a oportunidade do AZ se firmar no meio de tabela, nesta temporada.

Isa Gómez mudou de clube (de Telstar para o Excelsior), mas não mudou de dificuldades: as Kralingers se esforçarão para não ficarem outra vez na lanterna (Divulgação/Excelsior)

Excelsior

Cidade: Roterdã
Equipe feminina criada em: 2017
Estádio: Woudestein (capacidade para 4.500 torcedores) 
Apelido: Kralingers (de Kralingen, o bairro da cidade de Roterdã onde fica o Excelsior)
Títulos: nenhum 
Patrocínio: Caru (empresa de contêiners)
Técnico: Mathijs Kreugel
Destaque: Katelyn Hendriks (meio-campista)
Fique de olho: Isa Gómez (atacante)
Principais chegadas: Djennah Cherif (D, Racing Genk-BEL), Mahiro Yamamoto (M, Haarlem), Anna Maria van der Vlist (M, Telstar), Isa Gómez (A, Telstar) e Naomi Hilhorst (A, Zwolle)
Principais saídas: Robine de Ridder (D, Racing Genk-BEL), Yaël Mollink (D, Warbeyen-ALE), Dechamaily Lont (A, Feyenoord - voltando de empréstimo) e Sabrine Ellouzi (A, AZ)
Temporada passada: 12º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: não terminar em último

Chega até a ser triste. O Excelsior tem boa vontade, dá respaldo ao seu time feminino, as jogadoras são visivelmente esforçadas... mas há duas temporadas, o time não sai da última colocação da Vrouwen Eredivisie, mesmo que se alterne com o antigo Telstar (e que até o Zwolle tenha frequentado a lanterna). Pois bem, agora isso será proibitivo, pela adoção do rebaixamento na liga neerlandesa feminina. E o pior é que a atacante Sabrine Ellouzi, dos raros destaques que a equipe tinha, tomou o rumo do AZ. Como sói acontecer, contudo, o clube de Roterdã não se entregará sem luta. 

Nas contratações, vale prestar atenção na meio-campista Anna Maria van der Vlist e na atacante Isa Gómez, destaques de um Telstar que também sofria no fundo da tabela antes de se transmutar no HERA United. Sem muito espaço no Zwolle (costumava vir da reserva), a atacante Naomi Hilhorst terá sua chance no clube do bairro de Kralingen. Assim como a meio-campista japonesa Mahiro Yamamoto, que buscará seu lugar ao sol. Como outra meio-campista, Lynn Groenewegen, que começou no Excelsior e hoje tem seu espaço no campeão Twente. Como a própria Sabrine Ellouzi terá agora, no AZ. Quem sabe o próprio Excelsior não tenha o seu lugar ao sol, desta vez.

Akari Takeshige tenta seguir os passos da compatriota Toko Koga, na zaga do Feyenoord, que tenta emplacar outra temporada consistente (Divulgação/Feyenoord.nl)

Feyenoord

Cidade: Roterdã 
Equipe feminina fundada em: 2021
Estádio: Varkenoord (capacidade para 2.000 torcedores). Para jogos maiores, há o De Kuip (47.500 lugares)
Apelidos: Stadionclub (em holandês, "o clube do estádio" - referência a De Kuip, considerado o mais tradicional estádio do país); Feyenoorders; Rotterdammers
Títulos: nenhum
Patrocínio: Prijsvrij (agência de viagens)
Técnica: Jessica Torny
Destaque: Ella van Kerkhoven (atacante) 
Fique de olho: Fleur Stoit (atacante) e Kirsten van de Westeringh (atacante)
Principais chegadas: Claire Dinkla (G, Fortuna Sittard), Akari Takeshige (D, Telstar), Kokona Iwasaki (M, Verdy Beleza-JAP), Eva van Deursen (M, Eibar-ESP), Dechamaily Lont (A, Excelsior - voltando de empréstimo) e Fleur Stoit (A, PSV)
Principais saídas: Oliwia Szymczak (G, Zwolle - empréstimo), Toko Koga (D, Tottenham-ING), Jarne Teulings (M, Eintracht Frankfurt-ALE) e Ziva Henry (M, ADO Den Haag)
Temporada passada: 5º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: Vaga na Europa Cup

Após duas temporadas em que havia escorregado (7º em 2022/23, 8º em 2023/24), o Feyenoord pareceu retomar o caminho para figurar no "subtopo" do Campeonato Holandês feminino, com o bom 5º lugar em 2024/25. Melhor do que a posição foi notar que algumas jogadoras já chamaram a atenção ao longo da temporada, como as atacantes Ella van Kerkhoven e Esmee de Graaf, muito confiáveis no Stadionclub. E notar que o Stadionclub já serve de time em que as jogadoras podem pegar "cancha" rumo a centros mais competitivos. Que o diga a zagueira japonesa Toko Koga, que se aprimorou por dois anos em Roterdã antes de rumar, agora, para o Tottenham.

A renovação do contrato da técnica Jessica Torny, por mais dois anos, foi uma inequívoca prova de confiança da diretoria feminina - por sua vez, também comandada cuidadosamente pela ex-jogadora Gabriella Maria "Manon" Melis. Até por isso, a equipe de Roterdã vira um "meio de caminho" cada vez mais interessante entre os clubes de baixo e de cima da tabela. Ou mesmo como um clube que oferece espaço a quem esteja sem possibilidades nos três grandes favoritos habituais. No primeiro caso, estão reforços como a goleira Claire Dinkla, boa reserva para a titular Jacintha Weimar, e a zagueira japonesa Akari Takeshige. No segundo, a atacante Fleur Stoit, sem espaço no PSV. Por tudo isso, o Feyenoord tem como objetivo se firmar no "subtopo" que se constrói com Utrecht e AZ. Para, quem sabe, um dia, sonhar com o título.

Na foto estilosa de divulgação, Romaïssa Boukakar foi apresentada no Heerenveen, onde terá a chance da titularidade que não teve no AZ (Divulgação/Heerenveen.nl)

Heerenveen

Cidade: Heerenveen  
Equipe feminina criada em: 2007
Estádio: Sportpark Skoatterwâld (capacidade para 3.000 torcedores). Para jogos maiores, é usado o Abe Lenstra (26.100 lugares)
Apelidos: Fean (corruptela de "Hearrenfean", nome do time no idioma frísio - falado na província de Frieslândia, onde fica a cidade de Heerenveen), Frísios, Time da Frísia, "De Superfriezen" ("os superfrísios") 
Títulos: nenhum
Patrocínio: Moofpeople (empresa de pagamentos)
Técnico: Niklas Tarvajärvi
Destaque: Evi Maatman (atacante)
Fique de olho: Romaïssa Boukakar (atacante)
Principais chegadas: Hanna Stallmann (M, Zwolle), Sterre Kroezen (M, Twente), Romaïssa Boukakar (A, AZ)
Principais saídas: Iris Teijema (D, encerrou a carreira), Chantal Schouwstra (D/M, Meppen-ALE), Sanne van der Velde (M, Groningen), Jet van Beijeren (M/A, AZ) e Lyanne Iedema (A, Zwolle)
Brasileiras no grupo de jogadoras: nenhuma
Temporada passada: 9º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: não terminar em último

Trata-se de mais um time tradicional no futebol feminino holandês, mas que não consegue demonstrar sua força nos tempos atuais. Pelo menos, até agora. Porque, pelo menos, o técnico Niklas Tarvajärvi terá uma temporada de sequência para trabalhar. E nesta sua segunda temporada, alguns reforços que chegaram são mais qualificados tecnicamente. Principalmente na parte ofensiva.

Nela, chegaram a meio-campista Sterre Kroezen, vinda do Zwolle com certo talento, e uma boa aposta: a atacante Romaïssa Boukakar, que sempre entrava nos jogos do AZ, vinda do banco, sem nunca ser a titular da vez. No Fean, a marroquina Boukakar poderá jogar, enquanto na defesa, a goleira Jasmijn Resink e a zagueira Fenna Meijer procuram dar estabilidade ao time. Tudo para que o clube da Frísia, como o ADO Den Haag, tome algum impulso e volte a ficar no meio da tabela da Vrouwen Eredivisie.

O NAC Breda foi o primeiro clube a comemorar o acesso dentro do Campeonato Holandês feminino, na história (Gino van Outheusden/Pix4Profs)

NAC Breda

Cidade: Breda
Equipe feminina criada em: 2024
Estádios: Sportpark Heksenwiel. Para jogos maiores, é usado o Rat Verlegh (20.500 lugares)  
Apelidos: 
Títulos: 1 título da segunda divisão (2024/25)
Patrocínio: Trinamics (soluções em tecnologia)
Técnico: Jan de Hoon
Grupo de jogadoras ainda não disponível
Destaque: July Schneijderberg (atacante)
Fique de olho: Kim Hendriks (meio-campista)
Principais chegadas: Manoah van Houwelingen (D, Excelsior), Emely van der Vliet (M, VIFK-FIN), Indi van Dalen (M, Sparta Rotterdam), Josje Visser (OJC Rosmalen), Michelle Buitendijk (Jong Sparta Rotterdam)
Principais saídas: Donna van der Meulen (G, dispensada), Kamar Laamouz (A, dispensada), Shannon Tabi (A, dispensada)
Brasileiras no grupo de jogadoras: nenhum
Temporada passada: Campeão da primeira metade da segunda divisão (2024/25)
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: não terminar em último

Eis a grande novidade desta Eredivisie. Tão "novidadeira" que simboliza duas coisas em sua presença. A primeira: a adoção do acesso e do descenso no Campeonato Holandês feminino, já que foi um vencedor no sistema "dois turnos, dois campeões" da segunda divisão passada, sendo, portanto, promovido. A segunda: o NAC Breda se tratar de mais um estreante holandês no futebol feminino. Até por isso, estar ainda em estruturação de sua equipe. A começar pelo técnico: se Richard Mank, ex-Excelsior, comandou o time na segunda divisão, agora se foi para a federação dos Países Baixos. E Jan de Hoon chega às pressas. Tem algumas contratações, como a zagueira Manoah van Houwelingen. Mas é uma incógnita.

O PSV já tinha um time forte, quase campeão... quer sê-lo em definitivo, agora. Por isso, não só manteve os destaques, como repatriou a "filha da terra" Aniek Nouwen. Tudo pelo título (Divulgação/PSV)

PSV

Cidade: Eindhoven  
Equipe feminina criada em: 2012
Estádio: Sportcomplex De Herdgang (capacidade para 2.500 lugares). Para jogos maiores, é usado o Philips Stadion (35.000 lugares)
Apelidos: Boeren (em holandês, "fazendeiros" - referência ao grande número de fazendas e áreas verdes na região onde fica Eindhoven); Eindhovenaren (nativos de Eindhoven) 
Títulos: nenhum Campeonato Holandês (uma Copa da Holanda)
Patrocínio: Brainport Eindhoven (conglomerado formado por cinco empresas de Eindhoven)
Técnico: Roeland ten Berge
Destaque: Riola Xhemaili (meio-campista/atacante) e Renate Jansen (atacante) 
Fique de olho: Liz Rijsbergen (atacante)
Principais chegadas: Aniek Nouwen (D, Chelsea-ING), Riola Xhemaili (M/A, Wolfsburg-ALE - transferência definitiva após empréstimo) e Liz Rijsbergen (A, Twente)
Principais saídas: Veerle Buurman (D, Chelsea-ING), Siri Worm (D/M, encerrou a carreira), Fleur Stoit (M/A, Feyenoord), Shanique Dessing (A, AZ), Joëlle Smits (A, Ajax) e Ranneke Derks (A, Ajax)
Temporada passada: Vice-campeão
Copas europeias: Liga dos Campeões (eliminado pelo Manchester United-ING, na segunda fase preliminar) e Copa Europa (enfrentará o Rosenborg-NOR, na primeira fase preliminar)
Objetivo: Título

De agora não pode passar. Bem, o PSV já era guiado por esta frase para a temporada passada nas mulheres: afinal de contas, os investimentos foram pesados para a criação de um time capaz de ser, enfim, campeão holandês feminino. E quase foi: vale lembrar que o clube de Eindhoven teve o mesmo número de pontos do Twente, só perdendo o título no saldo de gols, primeiro critério de desempate. De certa forma, perder o título assim era só mais um motivo para as Boeren chegarem com ainda mais pressão a esta temporada. E mais investimentos também. Para a zaga, outra repatriada experiente do futebol holandês/neerlandês: nascida e criada "futebolisticamente" no PSV, Aniek Nouwen está de volta, após uma grave lesão no joelho atrapalhar sua passagem pelo Chelsea - com um rápido empréstimo ao Milan no meio. E no meio-campo, o reforço não é uma chegada, é uma permanência: das melhores do time, das melhores do campeonato passado, a meio-campista suíça Riola Xhemaili (titular da digna campanha de sua seleção na Eurocopa) fica em definitivo no PSV.

Além da chegada de Nouwen e da permanência de Xhemaili, é notável que as Eindhovenaren têm um time muito entrosado. Várias das titulares já são conhecidas. Na defesa, a goleira Nicky Evrard, titular da seleção da Bélgica, e as laterais Sara Thrige (na direita) e Emma Frijns (na esquerda) - fará falta Gwyneth Hendriks, ainda em recuperação de grave lesão no joelho. No meio-campo, há Nina Nijstad, Sisca Folkertsma, Robine Lacroix. E no ataque, Renate Jansen - começando a última temporada de sua carreira -, Fenna Kalma, Chimera Ripa. É um time tão confiável que até sobravam jogadoras, vendidas sem muito drama aos adversários: a meia Fleur Stoit ao Feyenoord, a atacante Shanique Dessing ao AZ, mais outra atacante (Joëlle Smits) ao Ajax. Talvez o PSV só pudesse ter cuidado melhor de sua base: a atacante Ranneke Derks, melhor jogadora do Europeu sub-19, destaque da Holanda (Países Baixos) campeã(ões), foi cedida ao Ajax. De todo modo, seria difícil para Derks ter espaço num time que parece tão maduro. E que chega muito forte para tentar, enfim, ser campeão da liga. Até porque já perdeu para o Twente na Supercopa da Holanda desta temporada...

Barbara Barend, Marieke Visser e Susan van Geenen: dessas três surgiu o HERA United, o primeiro clube profissional holandês dedicado só ao futebol feminino (Divulgação)

HERA United

Cidade: Amsterdã
Equipe criada em: 2025
Estádio: Sportpark Goed Genoeg (25.000 lugares), em Amsterdã
Apelidos: De Witte Leeuwinnen ("As Leoas Brancas", derivação de "Witte Leeuwen", "leões brancos", apelido do time masculino)
Títulos: nenhum
Patrocínio: Sportcity (rede de academias)
Técnico: Ed Engelkes
Destaque: Samya Hassani (atacante)
Fique de olho: Lizz Forshaw (atacante)
Principais chegadas: Dionne van der Wal (G, Ajax), Rachel van Herk (G, sem clube), Nicole Stoop (D, Fortuna Sittard), Isabel Kopp (D, Fortuna Sittard), Hitomi Tanaka (M, Sporting de Huelva-ESP) e Lizz Forshaw (A, Universidade de Columbia-EUA)
Principais saídas: Mei Wei Rispens (G, OH Leuven-BEL), Felice Hermans (D, Utrecht), Akari Takeshige (D, Feyenoord) e Isa Gomez (A, Excelsior)
Temporada passada: 11º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: não terminar em último

Embora já não seja mais o Telstar, o HERA United ainda o é. Mas é novo: por obra e graça da escritora Marieke Visser, da empresária Susan van Geenen e da jornalista Barbara Barend, nasceu o HERA United, o primeiro clube profissional dedicado somente ao futebol feminino dentro da Holanda (Países Baixos). Porém, era um clube profissional sem grupo nem jogadoras. Resolveu isso com a aliança ao Telstar, participante do Campeonato Holandês feminino até a temporada passada. Se a licença profissional não fosse dada até o início da liga, o time a disputaria como Telstar. Mas ela foi dada exatamente na quarta-feira em que este guia é publicado - 3 de setembro de 2025 -, e por isso ele já consta como HERA United.

O técnico Ed Engelkes foi contratado na temporada passada já como parte da estruturação, algumas jogadoras chegaram - como a zagueira Nicole Stoop e a lateral esquerda Isabel Kopp, ambas egressas do desativado time feminino do Fortuna Sittard... mas mesmo com nome diferente, o status do clube não muda: ainda tentando escapar das últimas posições do Campeonato Holandês. Pelo menos, agora começa uma nova fase da história. Que pode ser interessante.

Jill Roord poderia seguir jogando fora da Holanda. Mas a vontade a fez voltar à terra natal - e ao Twente, onde capitaneará a tentativa do tricampeonato (Divulgação/Twente)

Twente

Cidade: Enschede
Equipe feminina criada em: 2007
Estádio: Het Sportpark Schreurserve (2.000 lugares). Para jogos maiores, é usado o De Grolsch Veste (30.000 lugares)
Apelidos: Tukkers (gíria para nativos do Twenthe, região da província de Overijssel onde fica a cidade de Enschede)
Títulos: 9 Campeonatos Holandeses (quatro Copas da Holanda, uma Supercopa da Holanda e duas BeNeLigas)
Patrocínio: Reggeborgh (fundo de investimentos)
Técnica: Corina Dekker
Destaque: Jill Roord (meio-campista/atacante)
Fique de olho: Jaimy Ravensbergen (atacante)
Principais chegadas: Inge Tijink (G, Zwolle), Sterre Kroezen (M, Zwolle - retornando de empréstimo) e Jill Roord (M/A, Manchester City-ING)
Principais saídas: Daniëlle de Jong (G, Juventus-ITA), Merel Bormans (D, Utrecht - transferência em definitivo após empréstimo), Kim Everaerts (D, OH Leuven-BEL), Kayleigh van Dooren (M, Milan-ITA), Sterre Kroezen (M, Heerenveen) e Liz Rijsbergen (A, PSV)
Temporada passada: Campeão
Copas europeias: Liga dos Campeões (enfrentará o GKS Katowice-POL, na terceira fase preliminar)
Objetivo: Título

Ganhar o bicampeonato holandês, com um time predominantemente jovem, superando um Ajax mais badalado e um PSV mais estruturado, demonstrou como o Twente é forte no futebol feminino da Holanda (Países Baixos). Aliás, forte e histórico, pela revelação de jogadoras - como uma certa Jill Roord, que lá começou sua carreira, em 2015. Cujo pai, René Roord, é o diretor do futebol feminino no clube. E que, desejosa de voltar à terra natal por motivos particulares, se transformou na contratação mais badalada para o Campeonato Holandês desta temporada, oito anos após deixar as Tukkers. Poucas provas de manutenção de força poderiam ser maiores para o atual bicampeão. Em termos de tática, a chegada de Roord também ajuda bastante: afinal, repôs uma lacuna que estava aberta pela saída de Kayleigh van Dooren. 

No mais, a curiosidade fica em ver como será o trabalho da nova treinadora, Corina Dekker, que se tornou a quinta holandesa a ter o diploma da UEFA para técnicos, e tem a responsabilidade de comandar um Twente que teve o trabalho vitorioso do antecessor Joran Pot. Para isso, Dekker ficou sem jogadoras experientes, como a goleira De Jong (terceira arqueira da Holanda/Países Baixos na Eurocopa feminina) e a atacante Liz Rijsbergen, que tentará no PSV o ritmo de jogo que já não tinha após grave lesão no joelho. De toda forma, há uma base já consolidada no time: a ala esquerda Alieke Tuin, as meio-campistas Danique van Ginkel e Sophie te Brake, as atacantes Jaimy Ravensbergen (goleadora da Vrouwen Eredivisie passada) e Nikée van Dijk... já seria um grupo de jovens talentosas, como foi na campanha do título passado. Com Jill Roord como líder, as condições para o tri - e para outra participação na fase de grupos da Liga dos Campeões de mulheres - estão mantidas.

A jovem Renfurm poderá ajudar o Utrecht a tentar outra campanha elogiável (Divulgação/FC Utrecht)

Utrecht

Cidade: Utrecht 
Equipe feminina criada em: 2023
Estádio: Sportcomplex Zoudenbach (1.000 lugares). Para jogos maiores, é usado o De Galgenwaard (23.750 lugares)
Apelidos: Utregs
Títulos: nenhum
Patrocínio: T-Mobile (empresa de telefonia e comunicações)
Técnica: Linda Helbling
Destaque: Nikita Tromp (atacante) 
Fique de olho: Rosalie Renfurm (meio-campista)
Principais chegadas: Felice Hermans (D, HERA United/Telstar) e Merel Bormans (D, Twente - transferência em definitivo após empréstimo)
Principais saídas: Liza van der Most (D, encerrou a carreira), Ilse van der Zanden (D, Fiorentina-ITA), Nurija van Schoonhoven (M, Ajax), Judith Roosjen (A, Zwolle)
Temporada passada: 4º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: vaga na Europa Cup

Talvez o Utrecht seja o clube que melhor tenha se aproveitado do crescimento que o Campeonato Holandês vive. O começo da temporada 2023/24, primeira da história do time feminino das Utregs, foi fabuloso, mas aos poucos o fôlego acabou, e o time terminou na sétima posição. Já na temporada passada, o fôlego não acabou, e o começo ótimo teve sequência, terminando na quarta posição. Mais do que isso: o Utrecht mostra um time muito sólido. Linda Helbling é mais um caso de treinadora que tem pleno respaldo do departamento feminino para trabalhar. O que resulta num time com base consolidada. 

No gol, a belga Femke Bastiaen; na zaga, se Ilse van der Zanden saiu, Merel Bormans é capaz de liderar o miolo de zaga; no meio-campo, as titulares são tantas - de Marthe Munsterman a Tami Groenendijk, passando por Dieke van Straten, Sam de Jong, a revelação Rosalie Renfurm. E no ataque, a dupla Lobke Loonen-Nikita Tromp é uma das melhores do campeonato. Já tem sido o suficiente para perturbar Twente, PSV e Ajax. Se o Utrecht crescer, pode ser suficiente até para mais.

Já que um clube com jogadoras formadas na base fez campanha decepcionante em 2024/25, o Zwolle contratou alguns nomes, como a atacante Zijp, para melhorar (Divulgação/PECzwolle.nl)

Zwolle

Cidade: Zwolle  
Equipe feminina criada em: 2010
Estádio: Sportpark De Vegtlust (2.000 lugares). Para jogos maiores, é usado o Mac³Park (13.250 torcedores) 
Apelidos: Zwollenaren, Dedos Azuis (em holandês, "Blauwvingers")
Títulos: nenhum 
Patrocínio: Zonneplan (fornecedora de energia sustentável)
Técnico: Gert Peter de Gunst
Destaque: Zoë Zuidberg (atacante)
Fique de olho: Lyanne Iedema (meio-campo/atacante)
Principais chegadas: Oliwia Szymczak (G, Feyenoord - por empréstimo), Lyanne Iedema (A, Heerenveen), Ilvy Zijp (A, AZ) e Judith Roosjen (A, Utrecht)
Principais saídas: Inge Tijink (G, Twente), Tess van der Flier (G, encerrou a carreira), Vita van der Linden (M, dispensada), Hanna Stallmann (M, Heerenveen), Sterre Kroezen (M, Twente) e Naomi Hilhorst (A, Excelsior)
Temporada passada: 10º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: ficar entre os seis primeiros

O técnico antecessor, Olivier Amelink, migrando para a seleção sub-21 de mulheres da Holanda (Países Baixos). Vários nomes presentes nessa mesma seleção. Sexto lugar em quatro temporadas seguidas. O Zwolle começou a temporada passada sonhando em surpreender... e surpreendeu negativamente, ficando em 10º lugar, vendo um trabalho decepcionante do técnico Jim Brinkhof (não por acaso, sua saída foi anunciada antes mesmo da temporada acabar) e alguns talentos saírem do clube para poderem despontar de vez, como a volante Nayomi Buikema, atualmente no Ajax.

Assim, realmente a pré-temporada foi de reformulação. A começar pelo técnico, com a chegada de Gert Peter de Gunst. Alguns nomes promissores de outros clubes foram contratados, como as atacantes Ilvy Zijp e Judith Roosjen. E a polonesa Oliwia Szymczak é boa contratação para preencher no gol a lacuna aberta pela saída de Inge Tijink, titular nos últimos anos. E alguns destaques ficam, como as atacantes Hanna Huizenga e Zoë Zuidberg. Enfim, o Zwolle perdeu o destaque de sua base na equipe principal. Mas se fortaleceu. A ver se volta a frequentar o meio da tabela.