domingo, 18 de dezembro de 2016

810 minuten: como foi a 17ª rodada da Eredivisie

A imagem que resume Ajax x PSV: o clube de Eindhoven celebra a manutenção de suas chances, o Ajax lamenta muito (Pieter Stam de Jonge/VI Images)

Willem II 2x1 Heerenveen (sexta-feira, 16 de dezembro)

O Heerenveen já tinha sofrido um tropeço em um jogo de abertura de rodada: no caso, a 12ª, quando caiu para o Sparta Rotterdam (3 a 1). Nesta rodada derradeira do primeiro turno do Campeonato Holandês, foi até pior. Afinal de contas, o Willem II ainda peleja na disputa equilibrada para fugir das últimas posições. Jogando em Tilburg, os donos da casa valeram-se do único setor notável nesta temporada para começarem a vencer o jogo: o ataque. E dentro dele, valeram-se de um personagem de destaque: Fran Sol. Foi ele quem fez 1 a 0, aos 15', completando na segunda trave o escanteio cobrado por Thom Haye.

Todavia, um lance de azar resultou no empate dos visitantes da Frísia. Aos 24', Arber Zeneli cruzou rasteiro da esquerda, e o zagueiro Freek Heerkens desviou acidentalmente para as próprias redes. Heerkens quase consertou sua falha aos 30', mandando a bola na trave, num cabeceio. Mas a vitória do Willem II veio de novo com Fran Sol: já no segundo tempo, aos 58', ele aproveitou uma sobra de novo córner batido por Haye para fazer o 2 a 1, deixando um gosto amargo na volta do técnico Jurgen Streppel ao Willem II Stadion, agora treinando o adversário. Se serve de consolo, pelo menos o Heerenveen entra na pausa de inverno garantido na quarta colocação.

Roda JC 0x0 Utrecht (sábado, 17 de dezembro)

Exatamente na rodada passada, escreveu-se aqui mesmo que a invencibilidade então ostentada pelo Roda JC era enganosa - afinal de contas, dos sete jogos sem perder, seis eram empates. Pois bem, o time de Kerkrade caiu para o Groningen. E o invicto da vez tornou-se o Utrecht, que foi visitar os Koempels com oito partidas sem derrotas na Eredivisie (cinco vitórias, três empates), mais a classificação às quartas de final da Copa da Holanda. E os Utregs quase abriram o placar, já aos dois minutos de jogo: Willem Janssen mandou a bola para as redes, de voleio, mas o juiz Allard Lindhout anulou o gol, alegando impedimento - inexistente, como o próprio Lindhout reconheceu pesaroso à FOX Sports holandesa: "Lamentável, é muito chato, principalmente para Janssen. O chute tinha sido belíssimo".

Depois disso, até inesperadamente, quem teve as melhores chances para vencer o jogo foi o Roda JC. Ainda na etapa inicial, aos 23', Ard van Peppen cruzou, e o cabeceio de Nestoras Mytides mandou a bola perto do gol defendido por David Jensen. Já no segundo tempo, Abdul Ajagun foi responsável por algumas boas chances dos mandantes - a principal delas veio já aos 49', tocando na saída de Jensen, e vendo o zagueiro Mark van der Maarel tirar a pelota em cima da linha. Ao longo da etapa final, as duas equipes tiveram chances aqui e ali. Mas ficou no placar o 0 a 0, que mantém tanto a aflitiva situação do Roda JC (penúltimo colocado, com dez empates na temporada!) quanto a invencibilidade do Utrecht, sexto colocação do campeonato.

Berghuis não viu ninguém à sua frente na comemoração do primeiro gol. Nem o Feyenoord, "campeão de inverno" (feyenoord.nl)

Feyenoord 3x1 Vitesse (sábado, 17 de dezembro)

De novo, o Feyenoord estava em céu de brigadeiro. Tudo graças aos 4 a 0 categóricos fora de casa sobre o AZ, na rodada passada do campeonato, e à segura classificação às quartas de final da Copa da Holanda, com inapeláveis 5 a 1 no ADO Den Haag. Por sinal, essa última goleada resolveu certa dúvida que havia ficado após domingo passado, com a permanência de Dirk Kuyt no banco de reservas: Kuyt não só jogou pela copa, mas fez três gols contra o Den Haag. E voltou a ser escalado no começo contra o Vitesse, com Steven Berghuis indo para a ponta direita - e Jens Toornstra, para o banco de reservas.

Tão logo o jogo começou, ficou claro qual seria a tática do Vitesse: permitir os avanços do Stadionclub, para então avançar nos contragolpes. Com a desatenção inicial dos laterais (principalmente Miquel Nelom, pela esquerda), os visitantes de Arnhem foram trazendo perigo. Por exemplo, aos quatro minutos: um lançamento em profundidade deixou a bola com Ricky van Wolfswinkel. Livre pela direita, o atacante quase driblou o goleiro Brad Jones, mas ficou sem ângulo para o chute. Então, cruzou para o meio da área. Rick Karsdorp tirou parcialmente de cabeça, mas Marvelous Nakamba entrou chutando de primeira o rebote, forçando Jones a rebater com os punhos, em grande defesa. Depois, aos 12', Lewis Baker cobrou falta perigosa, e Jones defendeu.

Mesmo dominando o jogo na posse de bola, e até chegando vez por outra, o Feyenoord precisava de um gol para não se complicar, e colocar em risco a primeira posição na tabela. Com "ajuda" da defesa do Vitesse, isso aconteceu, aos 15'. Karsdorp apareceu pela direita e cruzou a bola. Parecia um cruzamento inócuo, tanto que Kelvin Leerdam iria ajeitá-lo para sair jogando. E ajeitou... para Eljero Elia. Leerdam falhou: dominou errado, a bola escapou de sua posse, Elia roubou-a e tocou na saída do arqueiro Eloy Room para fazer o gol que o Feyenoord necessitava.

Aí, sim, a equipe da casa conseguiu os espaços para transformar a posse de bola em ataques e chances. Uma delas, aos 19', em chute de Nicolai Jorgensen, para boa defesa de Room. Todavia, seguiam abertos os espaços perigosos para contragolpes do adversário. Num deles, veio o empate do Vitesse, aos 24'. Aliás, a jogada começou até num lance de azar: Nelom tentou lançar em profundidade, mas a bola bateu no árbitro Dennis Higler e voltou para Van Wolfswinkel. O atacante acelerou o contra-ataque, passou a Milot Rashica, e este cruzou a bola para a área. Na segunda trave, de voleio, Adnane Tighadouini pegou de primeira, mandando no canto direito de Jones e dando o empate que o Vitesse até fazia por merecer.

Novamente, o Feyenoord teria de correr atrás. Pelo menos, o domínio dos anfitriões já era claro no gramado de De Kuip. Isso se via na profusão de chances. Aos 26', chute cruzado de Dirk Kuyt, para fora. Aos 31', a mais perigosa de todas: Tonny Vilhena cobrou escanteio, e Eric Botteghin subiu para cabecear forte, mandando a bola na trave. No rebote, o próprio Botteghin testou de novo, mas a bola já foi mais fraca, fácil para Room defender. E aos 34', em nova bola aérea, Jorgensen tentou cabecear, mas a bola ficou mesmo à feição foi para Steven Berghuis. O ponta direita bateu forte, e Room rebateu espalmando.

Tentando, o Feyenoord conseguiu de novo o que queria: ir para o intervalo com a vantagem no placar. Aos 42', Nelom cobrou lateral e deixou a bola com Elia. Este cruzou para a área, e Berghuis foi muito atento: antecipou-se à marcação do lateral esquerdo Kosuke Ota, chegou livre na pequena área e cabeceou à queima-roupa para o 2 a 1. Dali a dois minutos, o Vitesse ainda teve uma oportunidade, numa bola parada, em falta perto da área. Mas Lewis Baker bateu fraco. E a torcida ficou com a gostosa impressão de que os Rotterdammers estavam entrando na rota de mais uma vitória.

Impressão plenamente confirmada no segundo tempo. Prensando o Vitesse em seu campo de defesa, o Feyenoord voltou com tudo. Já aos 49', em córner, Jorgensen cabeceou, mas Baker tirou em cima da linha; no minuto seguinte, Vilhena cobrou falta, e Terence Kongolo (de volta após lesão muscular) cabeceou para as redes, mas seu gol foi anulado por impedimento. Finalmente, aos 57', o gol que já estava demorando. Vilhena carregou a bola desde a esquerda para o meio, chegou perto da área e deixou com Kuyt. Este se virou e entregou a Berghuis, que só bateu forte, cruzado e rasteiro, no canto direito de Room, para sacramentar a vitória que garantiu o que já era praticamente certo: que o Feyenoord termina o primeiro turno na liderança do Campeonato Holandês.

À FOX Sports do país, Giovanni van Bronckhorst exultou: "Estou orgulhoso do time e de onde estamos". Razões não faltam. Há muitos e muitos anos não era tão grande o sentimento de "agora vai" na torcida. A tarefa do Feyenoord é saber usar isso como motivação para enfim quebrar o tabu de 17 anos sem títulos, não transformá-lo no pernicioso "já ganhou". Mas isso fica para a intertemporada. Agora, cabe terminar 2016 celebrando o "título de inverno". Até porque ele foi ganho com 13 vitórias, 3 empates e 1 derrota. Exatamente a mesma campanha do Feyenoord no 1º turno da temporada... 1998/99, a última em que a Eredivisieschaal foi para De Kuip. Superstição? Imagina...

Twente continha o AZ. Até que o gol contra de Peet Bijen pôs tudo a perder (Ed van de Pol/AZ.nl)

Twente 1x2 AZ (sábado, 17 de dezembro)

Se jogar mais defensivo e compactado, mesmo em casa, já tinha dado certo contra o Ajax, por que não acreditar que daria contra o AZ? Pois então o Twente fez a mesma coisa no Grolsch Veste: apostava nos contragolpes contra os visitantes de Alkmaar. Que, pela vez deles, tiveram a primeira chance logo aos 10': Robert Mühren arrematou na área, e o goleiro Nick Marsman desviou para fora a bola, que ainda resvalou na trave. Os Tukkers responderam aos 23': Enes Ünal cabeceou, e Sergio Rochet fez grande defesa, no reflexo, socando a bola por cima do gol. E as chances de gol no primeiro tempo ficaram nisso, até pela postura cautelosa dos anfitriões.

Já na etapa final, bastaram 47 segundos para o AZ enfim furar a defesa bem fechada dos mandantes: Alireza Jahanbakhsh cruzou, e Wout Weghorst conferiu para o 1 a 0. Só aí o Twente ousou mais. Já aos 50', quase teve a recompensa: Ünal marcou, mas o tento foi invalidado por impedimento. Só aos 68' é que veio o gol sempre esperado do atacante turco, logo após pedidos de pênalti por desvio de bola na mão de Derrick Luckassen: Chinedu Ede fez o pivô, e Enes chutou direto para as redes. Mas quando os adeptos em Enschede já esperavam o placar igual, aos 90' + 2, o Twente provou do veneno que fizera o Ajax experimentar na rodada passada: Thomas Ouwejan cruzou, e o zagueiro Peet Bijen desviou acidentalmente para o 2 a 1 do AZ, que segue nos calcanhares do Heerenveen. Pelo menos, o Twente exibiu novamente a vontade que o levou a um primeiro turno até acima das expectativas.

Excelsior 2x2 NEC (domingo, 18 de dezembro)

Por mais que tenha caído de produção ao longo do primeiro turno, por mais que agora tenha voltado a estar onde se esperava que estivesse (tentando sair das últimas posições), o fato é que o Excelsior mostrou alguns jogadores de certo talento. Com eles, o time de Roterdã começou melhor o jogo em seu estádio. Já aos sete minutos, tinha criado duas chances de gol. E aos 11', conseguiu abrir o placar: Kevin Vermeulen deixou a bola com Stanley Elbers, e o atacante tocou suavemente para fazer 1 a 0. Porém, com a vantagem no placar, os Kralingers diminuíram o ritmo. Algo pouco recomendável contra um NEC que fez trajetória parecida no turno: cheia de irregularidades, mas com talentos aqui e ali. Um deles empatou o jogo, aos 41': Jay-Roy Grot, em chute forte da entrada da área.

No segundo tempo, o rumo da partida foi semelhante. No começo, reanimado para tentar passar de novo à frente, o Excelsior não demorou para fazer 2 a 1. De novo, com Vermeulen envolvido na jogada: o meio-campista tabelou com Khalid Karami, e deixou o lateral esquerdo livre para finalizar com precisão. No decorrer da etapa final, os mandantes tiveram mais chances para definirem a vitória: aos 71', Nigel Hasselbaink chegou a marcar, mas teve o gol anulado por impedimento, enquanto Grot perdeu a chance do segundo gol no jogo, aos 75'. Azar: no minuto seguinte, após escanteio, o zagueiro Dario Dumic subiu para fazer o 2 a 2. Resultado que mantém a irregularidade das duas campanhas. O Excelsior ainda inspira cuidados; o NEC ainda parece mais controlado. A ver em 2017.

ADO Den Haag 1x0 Sparta Rotterdam (domingo, 18 de dezembro)

Não bastasse ter apenas uma vitória nas últimas 13 partidas pela Eredivisie, a queda nas oitavas de final da Copa da Holanda foi dura para o ADO Den Haag. Isso, sem contar o caos interno, com o racha entre a empresa chinesa United Vansen, proprietária do clube (e o mecenas, Hui Wang), e a diretoria formada por holandeses. Enquanto as partes já estão se resolvendo na Justiça Comum, o Den Haag entrou em campo tentando salvar o que resta do ano contra o Sparta Rotterdam, que também não trazia bons resultados nas últimas quatro partidas: apenas um ponto. Ainda assim, fora de casa, foram os Spartanen que criaram a única oportunidade real de gol, num primeiro tempo mais monótono. Aos 41', Paco van Moorsel deu ótimo passe para Zakaria El Azzouzi, mas o atacante tocou por cima do gol.

O Den Haag recolveu isso no segundo tempo. Voltou mais acelerado. E chegou ao gol, aos 57': em rápido contragolpe, Gervane Kastaneer deu a bola a Ruben Schaken. Este cruzou, e Sheraldo Becker conferiu para as redes. A partir daí, o que se viu foi a pressão do Sparta em busca do empate. Aos 69', duas finalizações seguidas foram impedidas em ótimas defesas de Ernestas Setkus: a primeira de Thomas Verhaar, a segunda de Craig Goodwin. A situação do ADO Den Haag ficou ainda mais dramática aos 79', com a expulsão do volante Hector Hevel. No entanto, mesmo com um jogador a menos, o time auriverde não só conteve o Sparta, como quase fez 2 a 0 aos 85' (Tyronne Ebuehi ficou livre com a bola após contra-ataque, cara a cara com o goleiro Roy Kortsmit, mas chutou para fora). E o ADO Den Haag conseguiu uma vitória que lhe dá alguma razão para sorrir, neste difícil fim de ano que o clube de Haia vive. Tão difícil quanto a situação do Sparta

Groningen 1x1 Go Ahead Eagles (domingo, 18 de dezembro)

Do jeito que a partida começou no Noordlease Stadion, em Groningen, a equipe da casa deu a impressão de que conseguiria vencer com facilidade. Tanto pela facilidade ao criar chances no início dos 90 minutos, quanto pelo belíssimo gol que marcou, aos 20': Simon Tibbling passou a bola primorosamente, de primeira, a Mimoun Mahi. O ângulo para o chute estava difícil, mas Mahi (substituto do desfalque Bryan Linssen) não se acanhou: bateu sem ângulo mesmo, estufando as redes no alto do gol. Porém, coube justamente a um jogador que veio do Groningen devolver o Go Ahead Eagles ao jogo.

Dispensado antes da temporada, o atacante Jarchinio Antonia empatou rapidamente. E o gol também foi bonito: aos 31', Antonia recebeu a bola de Leon de Kogel, num passe em profundidade, e chutou forte para o 1 a 1. Já no segundo tempo, aos 64', Antoia quase virou o jogo, exigindo boa defesa do goleiro Sergio Padt. Mas o resultado ficou mesmo no empate, que prejudicou ambos: interrompeu a sequência de três vitórias em casa do Groningen, e faz com que o Go Ahead Eagles termine o primeiro turno na última colocação da Eredivisie.

Heracles Almelo 3x0 Zwolle (domingo, 18 de dezembro)

No meio de semana, o Zwolle já havia tido motivos para praguejar: um pênalti nos acréscimos do segundo tempo já representara a eliminação da Copa da Holanda, para o Utrecht. E já no começo da partida em Almelo, os visitantes viram que não seria dia deles, de novo. Logo aos 15 minutos, o zagueiro Bart Schenkeveld segurou Brandley Kuwas na área, como último homem: o árbitro Edwin de Graaf marcou pênalti, deu o cartão vermelho a Schenkeveld, e Samuel Armenteros conferiu na cobrança de pênalti, fazendo 1 a 0. Dali por diante, o Heracles óbvia e claramente dominou o jogo. Nem mesmo a lesão muscular que tirou Brahim Darri do campo diminuiu o poder ofensivo dos Heraclieden. Na verdade, até que demorou para o Heracles ampliar sua vantagem.

Chances foram criadas, mas os Almelöers foram ineficientes, mesmo diante de um Zwolle que tinha tremenda onda de azar. Já tinha um homem a menos, ficou com dois a menos aos 61' (Bram van Polen levou o segundo cartão amarelo), e viu Queensy Menig se lesionar. Todavia, os visitantes ainda conseguiram trazer perigo aos 71', num chute de Ryan Thomas que exigiu a defesa de Bram Castro. Só aí o Heracles voltou a tomar mais cuidados. Como recompensa, conseguiu os gols que buscava. Aos 78', Vincent Vermeij cabeceou para as redes; aos 81', Daryl van Mieghem deu números finais à vitória que garantiu um fim de ano mais tranquilo para o Heracles. Coisa que passará longe do Zwolle: não bastasse estar há seis jogos sem vitória (dois empates e quatro derrotas), penando na 16ª posição, os "Dedos Azuis" terão três suspensos para o primeiro jogo de 2017. Contra... o Ajax.

Ajax 1x1 PSV (domingo, 18 de dezembro)

Nada melhor do que um bom clássico, para fechar não só o primeiro turno da Eredivisie 2016/17, mas também o próprio futebol europeu de clubes em 2016. As escalações nem traziam muitas novidades. No Ajax, Anwar El Ghazi substituiria o lesionado Bertrand Traoré; o PSV tinha a volta de Andrés Guardado, após um longo tempo em recuperação de lesão muscular. Todavia, tão logo rolou a bola na Amsterdam Arena, logo se viam mais chutes de fora da área e jogadas truncadas do que uma partida fluida.

Se haviam chances. elas eram do Ajax. Logo aos três minutos, de fora da área, Hakim Ziyech arriscou de fora da área, exigindo difícil defesa de Jeroen Zoet. Aos 6', Davy Klaassen recuou a bola para Lasse Schöne bater. O arremate desviou na defesa, e saiu pela linha de fundo. Avançando aos poucos, o time da casa foi cedendo espaço para os contragolpes do PSV. Que começaram aos oito minutos: Davy Pröpper deixou a bola com Bart Ramselaar. E o meio-campista viu Gastón Pereiro livre pela esquerda. Passou a bola ao uruguaio, que bateu cruzado, para fora, rente à trave esquerda.

As duas equipes continuaram alternando, então. O Ajax seguia apostando nos chutes: aos 9', Schöne lançou de trivela para Klaassen, que entrou livre pela direita da grande área e bateu forte, de voleio. Bateu na rede pelo lado de fora, enganando muita gente, pela impressão de ter entrado. O PSV respondia contra-atacando: aos 11', Santiago Arias veio pela direita, e cruzou a bola para a área. Ali estava Luuk de Jong, que subiu sozinho e cabeceou, para André Onana defender.

E se o leitor estranha ver mais meio-campistas aparecendo no Ajax, é porque o principal atacante da equipe já estava baleado. Logo aos dois minutos, após cair de mal jeito numa disputa aérea, Kasper Dolberg torceu o joelho, e vinha sentindo dores desde então. Ainda assim, seguia em campo. O que não se esperava era que outro atacante se lesionasse - e até mais gravemente. Aos 16', El Ghazi segurava a bola pela direita, impedindo a chegada de Héctor Moreno, até que Andrés Guardado chegou correndo, derrubando-o com o joelho nas costas. Falta tão dura que El Ghazi caiu e não se levantou mais: saiu de campo aos 21', de maca, preocupando, dando lugar a Mateo Cassierra. Incrível e erradamente, Guardado sequer levou cartão amarelo do juiz Pol van Boekel. Mais quatro minutos, e Dolberg não aguentou: cedeu à lesão no joelho, saindo para dar lugar a Vaclav Cerny.

A lesão de El Ghazi assustou bastante. Assim como o fato de Pol van Boekel ter deixado o lance passar batido (Pro Shots)

As lesões que vitimaram dois de seus atacantes, mais a dureza das divididas no meio-campo (principalmente com Guardado), tornaram o clássico ruim de ser assistido. Apenas o Ajax tentava chegar ao gol, mas em jogadas de bola parada, como aos 28', quando Ziyech cobrou falta, defendida por Zoet. A temperatura do jogo só foi se reaquecer aos 37': Amin Younes aproveitou bola perdida por Guardado, dominou e passou a Cassierra, na entrada da área. O colombiano dominou pela esquerda, mas finalizou fraco, deixando a defesa fácil para Zoet.

Só então, trocando passes, o Ajax foi chegando. Aos 39', Younes fez jogada individual: aproveitou saída de bola errada de Daniel Schwaab na linha de fundo, carregou a bola para a área e bateu forte, mas Zoet defendeu sem dar rebote. Aos 43', Klaassen deixou a bola à feição para Cassierra bater. O colombiano finalizou cruzado, e Zoet defendeu em dois tempos, com dificuldade. Já nos acréscimos, aos 45' + 2, jogada semelhante à ocorrida havia quatro minutos: Klaassen recebeu a bola em lateral, e deixou com Cassierra. De novo, o camisa 19 bateu cruzado e rasteiro. De novo, perdeu a chance: bola para fora. Ao acanhado PSV, só um cabeceio de Luuk de Jong, aos 44', para fora.

No segundo tempo, felizmente, bastaram quatro minutos para que o Ajax conseguisse movimentar o jogo. Da melhor maneira possível: com um gol. E que gol saiu aos 49'! Pela esquerda, Younes carregou a bola e passou para o meio. Cassierra abriu o caminho num corta-luz inteligente, e Klaassen ficou com o caminho livre para bater com precisão, no ângulo esquerdo de Zoet, fazendo talvez o mais bonito gol da rodada.

Só aí, em desvantagem, é que o PSV tratou de atacar, conforme Luuk de Jong reconheceu à FOX Sports holandesa, após o jogo. Aos 55', Gastón Pereiro veio pela esquerda, alçou a bola na área, e Davy Pröpper subiu sozinho, cabeceando por cima do gol, em boa chance. Mais dois minutos, Luciano Narsingh cruzou da direita, e Luuk de Jong quase fez outro gol impressionante: mandou a bola para o gol, com uma puxeta, brilhantemente espalmada pela linha de fundo por André Onana. No escanteio subsequente, Luuk cabeceou no canto esquerdo, e Onana voou para pegar.

Enquanto o PSV avançava, o Ajax tentava manter a posse de bola. E continuava atacando, quando podia. Aos 62', até houve um gol de Cassierra, após boa jogada individual de Ziyech, anulado por impedimento. Se teve o tento invalidado na primeira vez, Cassierra não teria desculpas na chance perdida aos 64'. Em rápida troca de passes, Schöne deixou o camisa 19 na cara do gol para finalizar. Mas Zoet saiu bem do gol, e defendeu o arremate do colombiano com os pés, em grande intervenção. Nada parecia definido conforme o jogo ia acabando, e as duas equipes criavam chances. Aos 71', Siem de Jong (substituto de Guardado) quase marcou, mas Jaïro Riedewald o desarmou na hora certa. Mais seis minutos, e foi a vez de o Ajax ousar: Vaclav Cerny bateu cruzado, para fora.

O Ajax achava que tinha o jogo controlado, ainda que o PSV buscasse o gol. Até que Siem de Jong frustrasse a todos (Pro Shots)

Quando a torcida do Ajax já vislumbrava a vitória, aos 81', a "lei do ex" apareceu na Amsterdã, de uma maneira cruel. Pereiro fez ótimo lançamento pelo alto, e a defesa do Ajax permitiu o avanço de Siem de Jong. O camisa 10 entrou pelo meio da área, e tocou na saída de Onana, pela esquerda, para empatar o jogo. E já era tarde para evitar o 1 a 1 que melhorou ainda mais, se é que era possível, o final de ano que o Feyenoord tem: líder da Eredivisie, com uma vantagem mais segura (cinco pontos) à frente do vice-líder do Ajax. Se serve de consolo ao PSV, ele e o Ajax estagnaram...

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