Após algumas mudanças, a Holanda terminou a Copa escalada assim - e mereceu aplausos, por decolar na hora certa rumo a um honroso vice-campeonato (FIFA/Getty Images) |
Às vésperas da Copa do Mundo feminina, falava-se da seleção da Holanda como uma possível candidata a surpresa. Título, nem tanto (era assunto para Estados Unidos, Alemanha, Japão ou França, na própria opinião da técnica Sarina Wiegman), mas se esperava uma boa campanha das Leoas Laranjas. Quem sabe semifinais, ou quartas de final. Essa boa campanha poderia vir, baseada no ótimo ataque ostentado pela seleção holandesa e pela escalação que os torcedores já conheciam de cor e salteado.
Pois bem: no meio de tantas boas campanhas das seleções europeias - França, Itália e Suécia como destaque -, o destino e as boas atuações colocaram a Holanda numa final histórica. As norte-americanas impuseram sua ampla superioridade técnica e conquistaram o quarto título mundial, mas o time laranja foi além do que se pedia dele: quando os destaques tiveram dificuldade (e isso aconteceu muitas vezes), as classificações sucessivas vieram com muita dedicação em campo - exemplo claro foi a dificílima vitória sobre o Japão, nas oitavas de final.
Mais valioso ainda foi notar que, num time que mudou pouco (das 11 titulares, oito jogaram em praticamente todas as partidas), quem vinha do banco entrava bem - às vezes, até sendo titular. E sempre que um destaque fraquejava, outro aparecia prontamente para ajudar nas vitórias. Assim a Holanda chegou a um elogiável vice-campeonato. E já que este blog fez um especial pré-Copa do Mundo, com um texto para cada uma das 23 convocadas e para a técnica Sarina Wiegman, nada mais justo que viesse esta análise especial, com as opiniões do blog(ueiro) sobre as atuações de cada uma das 16 convocadas holandesas que entraram em campo na França.
Goleira
1 - Sari van Veenendaal (7 jogos, 5 gols sofridos): A goleira iniciou sua Copa do Mundo em relativa baixa. Veio para a França sem clube - o contrato com o Arsenal se encerrou, sem renovação -, e mesmo escolhida como titular por Sarina Wiegman, Van Veenendaal falhou no gol marcado por Camarões, ainda na fase de grupos. Porém, na hora em que realmente sua presença tinha de ser justificada, a camisa 1 das Leoas Laranjas o fez brilhantemente. Nas oitavas de final, contra o Japão, Sari fez uma defesa fundamental (e ainda teve sorte de ver erros nipônicos nas finalizações). Contra a Suécia, na semifinal, foram pelo menos duas defesas notáveis da goleira. E na decisão, se a Holanda segurou os Estados Unidos por um bom tempo, o grande mérito foi de Van Veenendaal, com três intervenções espetaculares. Não bastassem as defesas, como capitã, mostrou calma e espírito de liderança sobre o time. Mereceu plenamente o título de melhor goleira da Copa do Mundo. E provou a quem duvidava: é titular absoluta da posição na seleção da Holanda. Tem toda a chance de achar um clube para continuar a carreira.
Defensoras
2 - Desiree van Lunteren (7 jogos): A lateral direita viveu momentos inconstantes na Copa. Foi titular absoluta, mas encontrou certas dificuldades - principalmente nos jogos da fase de grupos: teve dificuldades contra Nova Zelândia e Camarões, e o gol do Canadá saiu por uma falha dela na marcação de Christine Sinclair. Entretanto, os bons momentos de Van Lunteren foram mais visíveis: precisa na marcação, sabendo se antecipar à adversária, e consciente no apoio - sempre sabia a hora melhor para avançar -, a camisa 2 das Leoas Laranjas mereceu a titularidade em todos os minutos da Holanda na Copa. Suas atuações contra Itália e Suécia, em especial, mereceram destaque - na semifinal contra as suecas, inclusive, foi quem mais desarmes fez (7). Já na final, caiu um pouco, tendo muitas dificuldades na marcação da norte-americana Tobin Heath. De certa forma, Van Lunteren viveu altos e baixos no Mundial. Mais altos do que baixos, é verdade.
3 - Stefanie van der Gragt (5 jogos): Eis uma jogadora que teve sofrimentos e prazeres em sua participação na campanha. Começou como titular absoluta, mostrando eficiência ao afastar a bola (usando principalmente sua estatura), mas a velha propensão a lesões apareceu: sentiu dores no joelho logo na estreia contra a Nova Zelândia, ficando de fora contra Camarões e Canadá. Poupada, Van der Gragt retornou nas oitavas de final, sob desconfianças. Teve um teste de fogo contra o Japão - e passou, com a classificação das Leoas às quartas de final. E contra a Itália, a zagueira teve seu apogeu: eficiente na defesa, ainda ganhou um merecido prêmio para superar os problemas, com o gol que definiu a vitória. Terminou a Copa deixando uma impressão agridoce. Por um lado, Van der Gragt errou, cometendo assumidamente o pênalti convertido por Megan Rapinoe, que colocou os Estados Unidos na rota do título. Por outro, sem suas antecipações e sua ajuda a Van Veenendaal, a Holanda poderia ter sofrido mais gols na final. O saldo deixado por Van der Gragt na Copa foi positivo: superou os problemas e foi bem.
20 - Dominique Bloodworth (7 jogos, 1 gol): Se teve mais sequência em campo do que a parceira de zaga Van der Gragt (esteve em todos os minutos de todas as sete partidas), Bloodworth foi crescendo no decorrer da Copa. Na estreia contra a Nova Zelândia, foi o ponto fraco: lenta, teve dificuldades na posse de bola, e ainda perdeu gol de modo incrível, no fim do 1º tempo. Contra Camarões, os defeitos foram parecidos, mas pelo menos ela conseguiu um importante gol, recolocando a Holanda na frente. A partir daí, Bloodworth só subiu na Copa. Se deixava espaço demais para as adversárias chegarem com a bola, se valia da força física nas divididas para se impor. Teve muitas dificuldades com a velocidade do Japão nas oitavas, é verdade. Mas já mantinha mais a bola nos pés. E só brilhou mais nas partidas decisivas: segura contra a Itália, absoluta contra a Suécia (em uma semifinal dificílima, Bloodworth foi precisa nos carrinhos e desarmes), útil contra os Estados Unidos (escalada na lateral esquerda, se valeu da força física e da ajuda das colegas de defesa para neutralizar Megan Rapinoe com bola rolando). Outra que tinha o que provar. E provou.
6 - Anouk Dekker (4 jogos, 1 gol): A experiente volante convertida em zagueira já sabia: seria reserva na Copa, mas precisaria estar a postos se fosse necessário. Foi: os problemas de Van der Gragt no joelho, durante a fase de grupos, forçaram a técnica Sarina Wiegman a escalar Dekker ao lado de Bloodworth na zaga. Deu certo: não só sua estatura (1,82m) valeu para combater o jogo aéreo adversário, como serviu até em jogadas de ataque - pois não foi Dekker a autora do gol que abriu o placar contra o Canadá? Mesmo voltando ao banco com a recuperação da titular Van der Gragt, estava comprovado o valor da experiência da camisa 6, remanescente da Copa de 2015, que também entrou no fim da prorrogação, na semifinal, para conter a pressão final da Suécia. Se restava qualquer dúvida, se dissipou na final: com a necessidade de resistência física e técnica contra o ataque quase irresistível dos Estados Unidos, Dekker começou jogando ao lado de Van der Gragt, e aguentou enquanto pôde, rebatendo os cruzamentos e contendo Alex Morgan (mais) e Tobin Heath (menos). Uma das três "reservas-titulares" da Holanda na Copa: entrou pouco, mas entrou bem.
4 - Merel van Dongen (6 jogos): No miolo de zaga ou na lateral esquerda, Van Dongen poderia ter começado a Copa já como titular. Partiu da reserva, mas bastou a sua entrada contra a Nova Zelândia, aos 70', para que Van Dongen mostrasse que merecia lugar no time: além de controlar os problemas defensivos no setor, partiu dela a jogada do gol salvador de Roord na estreia. Contra Camarões, a lateral esquerda também saiu do banco - e também foi bem. Bastou: a partir do jogo contra Canadá, Van Dongen era a nova titular da lateral canhota nas Leoas Laranjas. E justificou isso. Nem tanto contra o Japão, quando teve sérias dificuldades na marcação das rápidas adversárias. Mas nas quartas e nas semifinais, Van Dongen foi outra jogadora de segurança invejável: acertou todos os carrinhos, antecipou-se com precisão, mostrou calma quando era necessário. Na final, menos forte fisicamente, perdeu o lugar no time titular para Dekker. Tudo bem: Van Dongen já justificara por que virou titular no decorrer da Copa. Parte na frente de Kika van Es, na disputa pela lateral esquerda.
5 - Kika van Es (3 jogos): Estava tudo certo: Van Es estava preparada para ser a titular da lateral esquerda da seleção holandesa durante o Mundial. Mas no último amistoso antes do torneio (3 a 0 contra a Austrália, em Eindhoven), uma microfratura num dedo da mão direita prejudicou a jogadora. Ela até saiu chorando do gramado do Philips Stadion: temia o corte. Salvou-se dele, com uma rápida operação que a deixou pronta para a Copa. Porém, o pior veio depois: a pausa forçada na preparação para o torneio fez com que Van Es perdesse um pouco do vigor que a ajuda nos avanços ao ataque, e ainda a tornou vulnerável às ameaças defensivas, contra Nova Zelândia e Camarões. Como não se pode perder lá muito tempo para mudanças em Copa do Mundo, Van Dongen foi transformada em titular. E Van Es só teve a comemorar a transferência anunciada no decorrer da competição (do Ajax, foi para o Everton-ING). Até entrou em campo num momento importante: no fim do jogo contra o Japão, nas oitavas de final, para dar a velocidade que Van Dongen já não conseguia mais dar na marcação. Todavia, as circunstâncias a fizeram perder um pouco de espaço na seleção. Pena para ela.
Meio-campistas
14 - Jackie Groenen (7 jogos, 1 gol): A carismática volante foi outra jogadora que se afirmou como destaque da Holanda no decorrer da Copa. Na fase de grupos, Groenen foi discreta: não brilhou nem comprometeu, apenas tentou cumprir seu papel como "carrapato" a perseguir as meio-campistas adversárias (e a ajudar o ataque, quando possível). Nas oitavas de final, a camisa 14 foi preocupante: a velocidade do Japão na troca de passes a fez errar vários carrinhos, deixando a defesa da Holanda aberta. Problema plenamente corrigido a partir de então. Contra a Itália, nas quartas de final, Groenen acertou o que errara contra as japonesas: foi precisa nos desarmes, veloz nos avanços, enfim, foi incansável, um dos destaques do 2 a 0 que levou a Laranja à semifinal. E contra a Suécia, ela teve sua apoteose: novamente eficiente nos carrinhos que roubavam a bola das adversárias, a volante foi a autora do gol que levou a Holanda à final. Foi discreta na final, sem conseguir conter a velocidade dos Estados Unidos. Tudo bem: Jackie Groenen já mostrou o que poderá fazer nos próximos anos.
10 - Daniëlle van de Donk (7 jogos): Outra jogadora irregular da Holanda na Copa do Mundo. É errado falar que Van de Donk foi bem: poderia ter sido mais decisiva na criação de jogadas, poderia ter aparecido mais para completar jogadas no ataque, muitas vezes tomou decisões erradas em campo (passava a bola quando deveria chutar, e vice-versa). No entanto, também é injusto falar que a meio-campista foi mal "e pronto" durante a Copa: Van de Donk sempre chamava a responsabilidade nas partidas, quase marcou dois golaços (contra o Canadá, com uma bicicleta, e contra a Itália, com um chute colocado no travessão), tinha utilidade em muitos momentos - nas quartas de final contra as italianas, a camisa 10 soube manter a posse de bola no campo de ataque, com inteligência, impedindo até uma pressão final das Azzurre. Enfim, Van de Donk foi outra das Leoas a ser um "vagalume": acendeu e apagou várias vezes.
8 - Sherida Spitse (7 jogos): A experiente meio-campista pode até ter aparecido menos para a torcida em campo. Mas foi, talvez, uma das jogadoras mais fundamentais que a Holanda teve em toda a Copa do Mundo. Nos jogos em que a defesa sofria (contra Canadá, Japão, Suécia, Estados Unidos), Spitse voltava, ajudava firmemente na marcação, era quase uma "terceira zagueira". Quando era necessária a pressão do ataque, Spitse fazia "o primeiro passe", encaminhava a bola, ditava o ritmo da Holanda. Sem contar as jogadas de bola parada: foi a camisa 8 que cobrou o escanteio para o gol de Martens contra o Japão, foi a camisa 8 que bateu as duas faltas para Miedema e Van der Gragt marcarem contra a Itália nas oitavas de final, eram de seus pés as cobranças sinuosas. Enfim: aos 29 anos, Spitse justificou por que é a jogadora com mais partidas pela seleção feminina da Holanda. Enquanto quiser e tiver fôlego e habilidade, será a principal meio-campista das Leoas Laranjas.
19 - Jill Roord (7 jogos, 1 gol): Há algum tempo, Jill Roord era uma das "reservas-titulares" da Holanda: sempre que o meio-campo precisava, ela vinha a campo - não raro, com bons resultados. Sabedora de suas qualidades, ela já pedia: não queria usar a camisa 12, queria usar outra, que deixasse claro como ela podia ser titular. Roord foi atendida: usou a 19 na Copa. E respondeu muito bem: sempre que veio a campo, fortaleceu o poder ofensivo da Holanda, sendo mais ousada no meio-campo, chegando ao ataque, sendo mais uma jogadora capaz de finalizar. Assim, nos acréscimos, fez o gol de uma vitória aliviante na estreia, contra a Nova Zelândia. E assim, Roord forçou seu espaço: saiu do banco em todas as partidas da campanha do vice-campeonato mundial. Ajudou mais em algumas partidas do que em outras. Mas já faz por merecer ser escalada como titular, de vez em quando.
Atacantes
13 - Renate Jansen (1 jogo): Talvez a atacante do Twente tenha protagonizado a única substituição inesperada da Holanda na Copa. Com a defesa das Leoas Laranjas sendo pressionada pelo Canadá no final do jogo em Reims, ainda na fase de grupos, a Holanda precisava de uma atacante boa no jogo aéreo, para conseguir segurar a bola no ataque. Aí entrou Renate, no lugar de Van de Donk, para ser quem poderia puxar um contragolpe que aparecesse. Não apareceu nenhum. Mas a Laranja segurou a vitória sobre as canadenses, por 2 a 1. E Jansen, destaque do Twente campeão feminino na Holanda, ganhou seus três minutos no Mundial. Até merecido, para alguém que já está há dez anos na seleção.
21 - Lineth Beerensteyn (7 jogos, 1 gol): Ela era mais uma das jogadoras no banco de reservas que certamente viriam a campo se fosse necessário, no decorrer de cada partida. E entre as "reservas-titulares", Beerensteyn foi a holandesa que mais aproveitou suas chances. Já indicou isso com sua participação no gol da vitória na estreia, contra a Nova Zelândia, escorando o cruzamento de Van Dongen para Jill Roord fazer 1 a 0. Mas a camisa 21 se credenciou como candidata real a titular ao entrar contra o Canadá: fez o gol da vitória, por 2 a 1, foi tão rápida quanto Van de Sanden, mas bem mais eficiente do que a titular, sempre perigosa na ponta-direita. Contra o Japão, na árdua vitória nas oitavas, Lineth também foi decisiva: quando a Holanda estava contra as cordas, no fim do jogo, foi ela que achou o espaço para fazer a jogada que gerou o pênalti convertido por Martens. Sabedora de sua capacidade, apregoava nas entrevistas: queria ser titular. Já entrou mais cedo nas quartas de final, contra a Itália, e também ajudou no ótimo segundo tempo que a Holanda fez então. Por fim, teve a chance que desejava e merecia, tornando-se titular na reta final. Com resultados mistos: foi mediana na semifinal contra a Suécia, já causou alguns problemas à defesa norte-americana na final. De todo modo, Beerensteyn demonstrou na Copa que está pronta para ser titular. Talvez, continue assim.
7 - Shanice van de Sanden (7 jogos): Talvez a grande decepção da seleção holandesa nesta Copa do Mundo - Martens poderia até ser isso, mas ainda tem alguns problemas a justificarem suas atuações fracas. Van de Sanden, nem isso teve: foi mal, mesmo. Sua única jogada em que poderia ajudar - os avanços em velocidade na ponta direita - foi facilmente neutralizada pelas marcações adversárias. Aliás, era comum ver Van de Sanden ser rápida "até demais": partir antes do passe do meio-campo, só para vê-lo ser interceptado pela defesa adversária. A rigor, só em uma vez a camisa 7 conseguiu escapar da marcação: no lance do primeiro gol holandês contra Camarões, quando cruzou para Miedema marcar. Aos poucos, o cansaço e as boas atuações da reserva Beerensteyn foram vencendo Van de Sanden, que seguiu como titular até as quartas de final. A partir da semifinal (justamente em Lyon, no estádio e na cidade que tão bem conhece), ela já começou no banco - e seguiu errando, como na finalização bizarra nos minutos finais da prorrogação. Na final, vinda a campo já com 2 a 0 para os Estados Unidos no placar, já não tinha muito a fazer. Claro, Van de Sanden ainda tem o que mostrar na seleção holandesa. Mas na disputa por posição, saiu da Copa inferior a Beerensteyn.
11 - Lieke Martens (7 jogos, 2 gols): Era a craque, o símbolo da Holanda na Copa, aquela de quem todos esperavam a diferença a favor das Leoas Laranjas. E Martens falhou. Se serve de justificativa, ela teve motivos para justificar as atuações abaixo do esperado. O primeiro se deve até à sua própria fama prévia: como craque da Holanda, era até óbvio que houvesse mais marcação para cima dela - em todos os jogos, sempre havia no mínimo duas marcadoras para tentar evitar os habituais chutes colocados da camisa 11. O segundo é compreensível: as dores num dedo do pé, que persistiram durante toda a Copa, foram agravadas após as oitavas de final e fizeram com que a produção de Martens caísse cada vez mais na reta final da campanha da Holanda - na semifinal contra a Suécia, ela foi substituída já no intervalo. De mais a mais, no jogo mais difícil da campanha antes da final, a craque mostrou sua importância: com um belo gol e uma cobrança decisiva de pênalti, foi Martens o nome que levou a Holanda à vitória contra um valoroso Japão. Contudo, se teve esses problemas inegáveis, Martens também precisa aprender que, como craque, precisa (e pode) arranjar um jeito de se safar da marcação. Até porque ela tende a ser cada vez mais dura. Fica a tarefa para ela, na sequência do trabalho.
9 - Vivianne Miedema (7 jogos, 3 gols): Após decepcionar na Copa de 2015 e só embalar na reta final rumo ao título na Euro 2017, Miedema chegou à Copa a bordo de atuações excepcionais pelo Arsenal, no Campeonato Inglês feminino da temporada passada. Tinha tudo para, enfim, brilhar pela Holanda num grande torneio. Bem... brilhar intensamente, "Vivi" não brilhou. Mas conseguiu fazer sua melhor aparição pelas Leoas Laranjas num grande palco. Teve falhas, claro: às vezes perdia tempo e bola no ataque ao cortar para chutar de pé esquerdo - ou por mero capricho, como na belíssima jogada que fez na final contra os Estados Unidos. Entretanto, se uma atacante precisa fazer gols e causar problemas à defesa adversária, Miedema fez isso em momentos decisivos. Foi muito bem contra Camarões, com os dois gols que fizeram dela a maior goleadora da história da seleção feminina da Holanda. Foi ela que, enfim, abriu o placar contra a Itália, nas quartas de final, evitando nervosismo maior da Laranja. E na final, mesmo passando em branco, até mostrou talento para vir desde o meio-campo com a bola dominada. Enfim, se não foi a melhor atacante da Copa, Miedema foi a mais decisiva jogadora da Holanda na Copa. Não brilhou do começo ao fim, mas satisfez. E o que mostrou no torneio deixa a otimista impressão de que é só o começo para ela...
Ficaram no banco durante todos os minutos dos jogos da Holanda na Copa: Geurts e Lize Kop (goleiras), Van der Most (lateral direita), Kerkdijk (zagueira), Kaagman (meio-campista), Pelova (meio-campista) e Ellen Jansen (atacante)
A técnica: Sarina Wiegman
Se é possível falar em "craque" no banco, Sarina se provou como uma dessas na Copa. A treinadora da Holanda já era uma das personalidades mais importantes da história do futebol feminino no país, bem antes do Mundial começar. O que fez no mês passado na França só potencializou o tamanho da imagem de Wiegman. Sempre se mostrou muito consciente do estilo tático que desejava: firmeza na defesa, rapidez e eficiência nos ataques, paciência com a posse de bola. Quando foi necessário, Sarina teve mão firme e mudou o time, evitando perigosas quedas de desempenho no decorrer da Copa. Foi ousada quando precisava, mudando o time de acordo com o adversário - na final, a escalação da defesa foi firme enquanto pôde. Mostrou calma para aceitar as críticas (às vezes exageradas, é verdade) sobre o pragmatismo que a seleção feminina mostrou. Por tudo isso, Sarina Wiegman comprovou sua capacidade para alcançar o mesmo status de legendárias treinadoras europeias, como a alemã Sylvia Neid ou a sueca Pia Sundhage. E teve um dos prêmios que merecia: o anúncio de que será a primeira mulher a ter uma estátua no jardim da sede da federação da Holanda, em Zeist, onde ficam grandes nomes do futebol do país. E no futebol feminino holandês, poucos nomes são tão grandes quanto Sarina Glotzbach-Wiegman.
A técnica: Sarina Wiegman
Se é possível falar em "craque" no banco, Sarina se provou como uma dessas na Copa. A treinadora da Holanda já era uma das personalidades mais importantes da história do futebol feminino no país, bem antes do Mundial começar. O que fez no mês passado na França só potencializou o tamanho da imagem de Wiegman. Sempre se mostrou muito consciente do estilo tático que desejava: firmeza na defesa, rapidez e eficiência nos ataques, paciência com a posse de bola. Quando foi necessário, Sarina teve mão firme e mudou o time, evitando perigosas quedas de desempenho no decorrer da Copa. Foi ousada quando precisava, mudando o time de acordo com o adversário - na final, a escalação da defesa foi firme enquanto pôde. Mostrou calma para aceitar as críticas (às vezes exageradas, é verdade) sobre o pragmatismo que a seleção feminina mostrou. Por tudo isso, Sarina Wiegman comprovou sua capacidade para alcançar o mesmo status de legendárias treinadoras europeias, como a alemã Sylvia Neid ou a sueca Pia Sundhage. E teve um dos prêmios que merecia: o anúncio de que será a primeira mulher a ter uma estátua no jardim da sede da federação da Holanda, em Zeist, onde ficam grandes nomes do futebol do país. E no futebol feminino holandês, poucos nomes são tão grandes quanto Sarina Glotzbach-Wiegman.
Muito boa a análise individual das leoas e de nossa treinadora. Também acompanhei toda a saga da seleção e o trabalho de nossa comandante foi muito bem feito. Só não mudaria a escalação para a final com a retirada de van Dongen. Uma alteração que interfere no fator psicológico. Você alterar o time no decorrer da competição é sadio, mas retirar uma titular, que vinha bem, na hora de "comer o filé", depois de roer o osso, interfere no emocional do grupo. Além do mais, indica certo medo de perder, o que tira um pouco do espírito da vitória. Mas o saldo foi extremamente positivo.
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