A Hungria freou a Holanda, que teve muitas dificuldades para arrancar um empate (Attila Kisbenedek/AFP/Getty Images) |
Ferenc Puskas Arena, o estádio principal de Budapeste, a capital da Hungria. Nele, a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) sofre contra uma seleção que aposta muito em se fechar na defesa, encurtando espaço para troca de passes, e que consegue surpreender assim a Laranja, que ainda teve um jogador expulso. Foi este o cenário na eliminação para a Tchéquia (República Tcheca), nas oitavas de final da Eurocopa retrasada - jogo disputado em Budapeste, num torneio de várias sedes pela Europa. E quase foi este o cenário na terceira partida da Laranja pela Liga das Nações, contra a Hungria. Pelo menos, a seleção visitante foi atrás do empate em 1 a 1, que minorou o prejuízo causado pelas dificuldades (in)esperadas que a seleção magiar ofereceu.
Inesperadas, porque, pelo bom nível técnico demonstrado pela Holanda nos dois primeiros jogos da Nations League, esperava-se mais talento e mais capacidade para superar a Hungria. E aí está o lado "esperado": sendo um time de poucos jogadores de técnica notável - somente Dominik Szoboszlai e Roland Sallai, já que Barnabás Varga é mais um nome de finalização -, a Hungria se defenderia como poderia. E como pôde! Cometeu faltas, é verdade, mas trancou os espaços que a Laranja (jogando de azul) esperava ter para trocar passes. Tanto que, na maior parte do primeiro tempo, só havia recuos de um lado e de outro, tentando achar espaços pelas pontas. Que não vinham - só vieram, a bem da verdade, aos 13', quando Tijjani Reijnders tabelou com Cody Gakpo, tentou o cruzamento, mas o goleiro Dénes Dibusz rebateu. De resto, chutes de fora: como o de Quinten Timber, aos 16'.
Na verdade, para ser justo, a Hungria é que teve mais chances de gol, embora tenham sido pouquíssimas. Aos 17', em cobrança ensaiada de escanteio, Sallai mandou a bola na trave. E aos 32', surgiu a chance esperada pela seleção magiar. Ryan Gravenberch foi desarmado facilmente no meio-campo, a bola foi passada a Tamás Nikitscher, que teve espaço para avançar pela esquerda e cruzar a bola. Sallai estava livre na área, escapando das marcações de Gravenberch e Micky van de Ven. E completou, de cabeça, para fazer o 1 a 0. De nada adiantavam os 78% de posse de bola que a Holanda teve no primeiro tempo, se a eficiência e a velocidade eram pouquíssimas para tentar superar o adversário. No duro, ela só esteve perto do gol num inesperado tiro livre indireto: Dibusz deu "dois toques" ao cobrar tiro de meta, mas o próprio goleiro húngaro pegou a cobrança de Gakpo, aos 40'.
A Laranja (que jogou de azul) pressionou mais no segundo tempo, mas a expulsão de Van Dijk só dificultou mais as coisas (Sebastian Frej/MB Media/Getty Images) |
Se estava assim, o caminho foi pelo alto, pelo menos no começo do segundo tempo. E começaram os cruzamentos. Alguns, pelos avanços de Denzel Dumfries: como aos 47', em que Reijnders e Joshua Zirkzee passaram da bola. Ou aos 56', quando o próprio Dumfries tentou na pequena área, mas mandou a bola sem rumo. Ou mesmo aos 68', quando o lateral direito cruzou, Xavi Simons ajeitou, mas Van de Ven errou o chute. As cobranças de falta tambem trouxeram chances: nelas, Stefan de Vrij cabeceou para fora, aos 53'. Houve até mesmo espaço para chutes, como o de Reijnders, para fora, aos 63'.
Ronald Koeman demorou para fazer mudanças, mas quando as fez, foram de uma vez: Donyell Malen para acelerar as jogadas pelos lados, Brian Brobbey para tentar segurar a bola no ataque. E Brobbey quase empatou, de cabeça, aos 78'. Justamente no minuto anterior à expulsão de Virgil van Dijk: minutos após tomar amarelo por reclamar de falta com o juíz suíço Lukas Fähndrich, o capitão derrubou Kevin Csoboth por baixo (e por cima também), e levou o segundo amarelo. A coisa só não ficou pior porque, aos 83', veio o empate, enfim, num cabeceio de Dumfries - que teria a braçadeira de capitão -, após cobrança de Gakpo.
Dos males, ficou o menor para a Laranja. Por enquanto, já que a Alemanha será adversária extremamente exigente na segunda-feira, ainda mais jogando em casa. Tudo pelas dificuldades (in)esperadas que a Hungria trouxe.
Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 3
Hungria 1x1 Holanda
Data: 11 de outubro de 2024
Local: Ferenc Puskas Arena (Budapeste)
Árbitro: Lukas Fähndrich (Suíça)
Gols: Roland Sallai, aos 32', e Denzel Dumfries, aos 83'
HUNGRIA
Dénes Dibusz; Attila Fiola, Willi Orbán e Márton Dárdai (Endre Botka, aos 50'); Bendegúz Bolla (Daniel Gera, aos 89'), Tamás Nikitscher, András Schäfer e Zsolt Nagy; Dominik Szoboszlai e Roland Sallai (Kevin Csoboth, aos 65'); Barnabás Varga (Ádám Nagy, aos 78'). Técnico: Marco Rossi
HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries, Stefan de Vrij (Donyell Malen, aos 75'), Virgil van Dijk e Micky van de Ven; Quinten Timber (Guus Til, aos 75'), Tijjani Reijnders e Ryan Gravenberch; Xavi Simons (Matthijs de Ligt, aos 81'), Joshua Zirkzee (Brian Brobbey, aos 75') e Cody Gakpo. Técnico: Ronald Koeman
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