sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A facilidade, a altivez e a tensão

Tendo Altidore (à direita) como destaque, AZ foi o melhor holandês no início da fase de grupos da Liga Europa (Reuters)

Se sonhar com a Liga Europa já é uma realidade um pouco mais plausível - bem pouco - aos clubes holandeses, a primeira rodada da fase de grupos deu aos três batavos que participam da LE sensações diferentes dessa realidade. O AZ teve uma prova da boa fase que vive, o Twente comportou-se seguramente e deu a certeza de que pode avançar à segunda fase. E o PSV, mesmo com a vitória, continua tendo calafrios com a irregularidade apresentada até aqui na temporada.

Quando fez o relato sobre o 4 a 1 que os Alkmaarders aplicaram no Malmö, da Suécia, o site da revista Voetbal International foi sucinto: "O árbitro Ivan Bebek poderia ter apitado o final do jogo no intervalo". Claro que há exagero (a Copa Mercosul de 2000 exemplifica), mas, quando um time abre 3 a 0 nos primeiros 45 minutos, a virada fica bem dificultada. Foi o que o AZ fez. O resultado comprova que o time tem condições de avançar de fase.

Algo que seria natural, vendo-se o time que Gertjan Verbeek tem em mãos. Há muito habituado a fazer bons trabalhos em clubes médios (Heerenveen, na temporada 2007/08, e Heracles, em 2009/10), o treinador consegue, por ora, satisfazer a intenção com que foi trazido: evitar que o clube sofresse com o impacto da quebra do banco DSB, e com as saídas de gente que há muito era a base da equipe, como El Hamdaoui e Schaars. Contando com alguns jogadores que mantêm o nível razoável (Elm, Wernbloom e Gudmundsson), boas revelações (o goleiro Esteban Alvarado) e contratações pontuais (como a de Altidore), o AZ conta com um time mais afeito à sua realidade. Pela vice-liderança que ocupa atualmente na Eredivisie, pelo 4º lugar no campeonato passado e pela boa estreia na Liga Europa, é a medida mais acertada.

O Twente, por sua vez, poderia ter sentido algum temor quando o Fulham saiu na frente. Até porque jogava pior no Craven Cottage - o gol do time inglês saiu de um recuo curto demais de Tiendalli, que Andrew Johnson aproveitou, dominando a bola e batendo Mihaylov. Só que os Tukkers mantiveram a calma. Um minuto depois de perder gol em jogada semelhante, Luuk de Jong recebeu cruzamento de Rosales e completou para o gol de Schwarzer. Não significou que os comandados de Co Adriaanse controlaram a partida depois disso. Inclusive, o Fulham é que teve mais chances para marcar, com Clint Dempsey e Johnson. Só que a equipe de Enschede se controlou. E deu mostras de que o time é seguro e altivo o bastante para sonhar com a classificação.

Se o Twente tem razões para se animar, mesmo com um empate, o PSV ainda continua se preocupando. Conseguiu vencer o Legia Varsóvia, com um gol de Dries Mertens - o oitavo do belga, em seis jogos pela temporada -, e criou mais chances no primeiro tempo. Só que, sem conseguir aumentar a vantagem, sofreu alguns ataques do Legia. E, com um ataque renovado (Matavz foi escalado como ponta de lança, tendo a titularidade pela primeira vez), não conseguiu aproveitar as chances. Tendo em vista que Mertens, mais uma vez, foi o destaque, começa a se notar uma dependência excessiva de um jogador neste começo de temporada. E a impressão de irregularidade continua. O que traz tensão ao PSV. O único holandês que não deu razões para confiança na Liga Europa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário