quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

810 minuten: como foi a 16ª rodada da Eredivisie

O NAC Breda pressionou no primeiro tempo, mas Assaidi apareceu no segundo tempo para levar o Twente à vitória (Maurice van Steen/VI Images)
NAC Breda 1x2 Twente (terça-feira, 12 de dezembro)

Diante do drama na atual temporada - há cinco jogos sem vitória, cinco gols sofridos nas últimas duas partidas, última colocação -, o Twente passou por uma mudança para o jogo em Breda, no gol: Jorn Brondeel perdeu a posição para Joël Drommel. Não adiantou muito, porque o NAC Breda, também sofrendo nos últimos lugares da tabela, pressionou mais no primeiro tempo. E o grande destaque foi Thierry Ambrose: o atacante francês dos aurinegros quase marcou com a cabeça por duas vezes, aos 4' e 11'. Rai Vloet também esteve perto de abrir o placar, aos 10', num chute. Os Tukkers visitantes só tiveram chances aos 18', num arremate de Oussama Assaidi. 

Mas surpreendentemente, o time a colocar o 1 a 0 no placar foi o de Enschede. E ironicamente, numa falha do goleiro do NAC Breda: aos 48', Assaidi bateu de longe, e Nigel Bertrams (no gol após más atuações de Mark Birighitti) "aceitou" irremediavelmente. Ainda houve esperanças para os mandantes com o empate, aos 59': Ambrose arriscou, a bola desviou no zagueiro Peet Bijen e entrou. Só que Assaidi tratou de recolocar o Twente na frente logo aos 61' - num chute colocado, desta vez sem dar a menor chance de defesa a Bertrams. O time da casa ainda teve chance de empatar - aos 63', Vloet mandou a bola na trave -, mas foi obrigado a ver a primeira vitória do Twente sob o comando de Gertjan Verbeek. E não bastasse o frango, Bertrams ainda foi expulso nos acréscimos, após agarrar Luciano Slagveer fora da área. Aliás, não só o goleiro: o técnico Stijn Vreven também foi posto para fora, já após o jogo, ao agarrar o juiz.

No equilibrado e agradável jogo contra o AZ, Van Polen teve um pênalti para dar a vitória ao Zwolle. Mas a bola de seu pênalti foi pelos ares (ANP/Pro Shots)
Zwolle 1x1 AZ (terça-feira, 12 de dezembro)

O PSV pode ser o líder, o Ajax pode ter se animado após vencer o clássico, mas Zwolle e AZ, dois "pequenos-médios" de estilo técnico e ofensivo, respectivamente em 2º e 4º lugar na tabela, prometiam fazer um jogo muito agradável. Foi exatamente o que se viu no Mac³Park Stadion. De um lado, trocando passes perto do ataque, o Zwolle pressionava. Assim quase marcou aos 14': Kingsley Ehizibue veio pela direita, cruzou rasteiro, e Ryan Thomas completou no meio da pequena área. Mas desviou fracamente, e Marco Bizot defendeu sem problemas. Nos contragolpes, o AZ também mostrava a capacidade ofensiva: aos 21', com um passe, Joris van Overeem deixou Alireza Jahanbakhsh perto do gol, mas o arremate do iraniano foi espalmado por Diederik Boer. Porém, na chegada seguinte, aos 32', o Zwolle enfim aproveitou a chance. Youness Mokhtar veio pela esquerda, e cruzou a bola para a área. No meio dela, estava Namli, que chutou de bate-pronto. Bizot ainda rebateu, mas Terell Ondaan estava a postos para completar e fazer 1 a 0.

Mas já aos 34', o AZ também falou grosso: na bola parada seguinte, teve o empate. Da direita, Teun Koopmeiners cobrou o escanteio, e Alireza completou de cabeça, se antecipando e mandando no canto esquerdo de Boer para o rápido 1 a 1. Só então, no final do primeiro tempo, o ritmo do jogo desacelerou. Mas os Zwollenaren terminaram os 45 minutos iniciais trazendo perigo. Aos 38', Bram van Polen cobrou falta, a bola desviou na barreira, e Bizot precisou de agilidade para espalmá-la por cima da meta. E no último lance da primeira etapa, Van Polen levantou a bola na área. Sozinho nela, Ondaan entrou desviando. A bola subiu e acertou o travessão, em grande chance perdida para recolocar os Zwollenaren na frente.

Quando teve a bola nos pés, o AZ deu muito trabalho ao Zwolle - que não deixou por menos (Pro Shots)
No segundo tempo, o AZ tratou de reagir aos 57', quando, em outro escanteio da direita, Alireza quase fez 2 a 1 - o iraniano escorou por cima. Aí, voltou o equilíbrio. O Zwolle avançou: aos 61', Mustafa Saymak arriscou um chute colocado, que Bizot rebateu - pouco antes, Namli cabeceara a bola, e Pantelis Hatzidiakos tirara a bola em cima da linha. E aos 68', Mokhtar mandou a esférica para a área numa falta, mas ela foi direto para as mãos de Bizot.  As respostas dos Alkmaarders foram mais agudas ainda. Aos 73', num cruzamento, Alireza tentou fazer com que a bola alcançasse Guus Til, mas ela foi alta demais. 

Foi outro arremate dos visitantes que quase rendeu golaço: aos 78', após cobrança de lateral, pouco depois do círculo central, Mats Seuntjens (recém-entrado) arriscou mandar a bola para o gol. Pegou Boer adiantado - a sorte do goleiro do Zwolle é que a bola bateu na trave direita, voltando para seu domínio. E era previsível que um duelo tão equilibrado acabasse num lance de forte emoção. O Zwolle teve a grande chance da vitória aos 86': Hatzidiakos empurrou Ehizibue na área após escanteio, e o juiz Dennis Higler marcou o pênalti. Antes não tivesse marcado. Aí, pelo menos, Van Polen não desperdiçaria a chance de maneira tão bisonha: sua cobrança mandou a bola muito acima da trave. E o jogo ficou num agradável 1 a 1 - menos para o AZ, que "garantiu" o PSV como "campeão de inverno", pode ficar distante dos líderes de Eindhoven e ainda ser superado pelo Ajax.

Contra o Groningen, começou tudo bem e terminou tudo mal para o PSV: um empate nos acréscimos (ANP/Pro Shots)
Groningen 3x3 PSV (quarta-feira, 13 de dezembro)

Tendo o desafio de voltar a atuar bem, após o estilo defensivo que decepcionou no clássico contra o Ajax, o PSV foi a campo com mudanças necessárias: sem o lesionado Jürgen Locadia, Luuk de Jong voltou a ser titular (e Steven Bergwijn também), com Bart Ramselaar tomando a vaga de Gastón Pereiro no meio-campo. Fosse como fosse, os Boeren começaram dominando plenamente o Groningen. Tocavam a bola, até terem espaço para um chute. Assim que o conseguiram, tentaram - e fizeram 1 a 0. Marco van Ginkel bateu forte de média distância, e o goleiro Sergio Padt teve azar: até espalmou a bola, mas ela subiu... e caiu dentro, para o 1 a 0 do PSV. Estava tão fácil que o segundo gol veio rápido. Aos 16', uma triangulação terminou na rede: de De Jong para Bergwijn, deste para Ramselaar já na área, e do meio-campista da camisa 23 para o 2 a 0, num chute rasteiro em diagonal, no canto direito de Padt.

Só aos 21' os mandantes deram algum sinal de vida em campo, numa batida de Ludovit Reis que passou rente ao gol de Jeroen Zoet. Nada que animasse muito a (pouca) torcida que estava no Noordlease Stadion. Ela só se animou aos 31', com o gol do Groningen. Um belo gol, aliás: após Oussama Idrissi sofrer falta perto da área, Yoëll van Nieff cobrou. E mandou a bola no canto direito de Zoet para o 2 a 1. A animação dos Groningers aumentou ainda mais com chances como a que Jesper Drost teve para o empate, aos 34': um chute que mandou a esférica pouco acima do travessão de Zoet. Só que ela sofreu um duro golpe aos 37', com o terceiro gol dos visitantes. Django Warmerdam entrou com um "carrinho" em Hirving Lozano na área, Bas Nijhuis apitou o pênalti sem pestanejar, e Van Ginkel cobrou sem problemas: bola no ângulo esquerdo, Padt no outro canto, 3 a 1.

A vantagem rapidamente conseguida no primeiro tempo fazia crer que o PSV voltaria a vencer. Não voltou (Pro Shots)
Com as entradas de Lars Veldwijk e Mimoun Mahi, o Groningen tentou ser mais ofensivo no segundo tempo. Conseguiu grande motivação para isso ao marcar o segundo gol, aos 54'. Após escanteio, Veldwijk cabeceou, e a bola foi na mão de Van Ginkel. Mais um pênalti marcado - e outra cobrança perfeita, de Veldwijk. A partir de então, o jogo entrou num momento equilibrado. O PSV trouxe perigo com Luuk de Jong: aos 58', o camisa 9 cabeceou cruzamento de Joshua Brenet rente à trave esquerda. O Groningen quase empatou aos 61': Mahi chegou à linha de fundo já na área, cruzou, a bola desviou em Daniel Schwaab, e Mike te Wierik teve condições de finalizar. Mas pegou mal na bola, e ela ficou com Zoet. O goleiro do PSV novamente evitou o empate aos 66', quando defendeu cabeceio de Veldwijk, quase sem ângulo, em dois tempos. E aos 69', quando Mahi arrematou da entrada da área, e o arqueiro dos Eindhovenaren espalmou.

Porém, o ânimo do Groningen no ataque foi diminuindo. O resultado parecia decidido, e o PSV jogava apenas para manter o resultado. Talvez por isso, tomou o pior dos castigos, nos acréscimos, aos 90' + 4: após cruzamento de Todd Kane, a defesa bobeou, Veldwijk pegou fraco no voleio, mas Te Wierik estava no meio da pequena área, em posição legal, para tocar por baixo de Zoet e comemorar o 3 a 3. Certo, o time de Eindhoven segue líder, e já é o melhor time do primeiro turno. Mas também já ganha motivos para ficar com a pulga atrás da orelha.


Ogbeche desvia para marcar pela sétima vez nos últimos quatro jogos: Willem II dificultou a vida do Vitesse (Pro Shots)
Vitesse 2x2 Willem II (quarta-feira, 13 de dezembro)

Eliminado da Liga Europa, com o duelo contra o Sparta Rotterdam adiado por causa da neve, o Vitesse entrava em campo sabendo: uma vitória comprovaria o discurso do técnico Henk Fräser, pedindo foco total na Eredivisie. Na prática, já aos 13', Bartholomew Ogbeche fez valer de novo o papel de destaque que tem ganho no Willem II: Fernando Lewis cruzou baixo, e o atacante nigeriano escorou para o 1 a 0 dos visitantes de Tilburg - seu oitavo gol em sete partidas na temporada. Criando chances que paravam nas mãos do goleiro Mattijs Branderhorst, pelo menos uma o Vites colocou no gol: aos 23', Tim Matavz fez belo tento, ao receber a bola de Julian Lelieveld, driblar o zagueiro Jop van der Linden com um giro de corpo e bater colocado, no ângulo oposto ao de Branderhorst.

No segundo tempo, seguiu o que se vira nos 45 minutos iniciais. O Vitesse atacava bem mais: em dois minutos, Branderhorst fez importantes defesas (aos 55', em chute de Mason Mount, e principalmente aos 57', em cabeceio à queima-roupa de Matavz). Porém, o time a mudar seu placar foi o Willem II: aos 58', Fran Sol lançou em profundidade, Ben Rienstra passou por Thomas Bruns e tocou na saída do arqueiro Remko Pasveer para recolocar os Tricolores na frente. E o time da casa só não se frustrou pelo empate tardio: aos 88', aproveitando sobra de escanteio, Bryan Linssen bateu forte para o gol. O que não evitou a raiva irônica do supracitado Henk Fräser à FOX Sports holandesa: "Não mostramos nada, fomos superados em tudo. Mas tudo bem, deve ser culpa minha".

Mesmo sem brilhar, Utrecht garantiu a vitória e a manutenção da segurança na parte de cima da tabela (Pro Shots)
VVV-Venlo 0x1 Utrecht (quarta-feira, 13 de dezembro)

Em casa, o time de Venlo repetia erro visto nas partidas recentes: criava chances, mas falhava justamente na finalização. Foi assim num passe de Vito van Crooij, que Lennart Thy desperdiçou. Azar dos Venlonaren: o Utrecht teve sua chance aos 24' e a aproveitou. Sander van de Streek lançou a bola, a defesa do VVV deixou o espaço, e Gyrano Kerk dominou para finalizar e dar a vantagem aos Utregs. A maior chance de empate para os mandantes foi ainda no primeiro tempo, aos 33': Urby Emanuelson errou num recuo de bola, Thy ficou com ela e driblou o goleiro David Jensen, mas seu arremate foi impedido por Ramon Leeuwin (de volta ao time titular) em cima da linha.

De resto, embora também atuassem apenas razoavelmente, os visitantes controlaram o jogo. Tiveram a grande oportunidade de gol no segundo tempo, aos 78', quando Kerk mandou a bola na trave. E conseguiram, afinal, a vitória e um recorde igualado: mais pontos num só ano (64, somando-se o returno de 2016/17 e o turno atual, marca obtida em 2001). Mais importante: mantém a segurança na zona de play-offs por vaga na Liga Europa, com a sexta colocação. Já o VVV, há dez jogos sem vítória, já escorregou para o 13º lugar.

Immers simbolizou o espírito de luta do ADO Den Haag: duas vezes atrás no placar, duas vezes empate, e a virada (ANP/Pro Shots)
ADO Den Haag 3x2 Roda JC (quarta-feira, 13 de dezembro)

A vitória de virada sobre o Twente, na rodada passada, rendeu ensinamentos que o ADO Den Haag mostrou ter aprendido bem contra os visitantes de Kerkrade. Afinal de contas, o time de Haia teve novamente de correr atrás da virada - e duas vezes. No primeiro tempo, o Roda saiu na frente logo aos seis minutos: Mario Engels cruzou, e Dani Schahin (ainda contestado pela torcida) fez 1 a 0. O empate do Den Haag foi rápido - já aos 14', Lex Immers recebeu a esférica de Sheraldo Becker e tocou com sutileza para o filó. E o time da casa até criou uma ou outra chance. Porém, foram os visitantes que fizeram 2 a 1: aos 38', Aaron Meijers agarrou Schahin na área, o pênalti foi dado, e Simon Gustafson o converteu.

Acabado? Não para um time que também reagira contra o Twente. No segundo tempo, com a entrada de Erik Falkenburg na frente (e Tom Beugelsdijk atrás, para fortalecer a defesa), o ADO Den Haag começou o esforço. Que deu frutos aos 68', com o empate: Immers recebeu de Falkenburg e fez seu segundo gol no jogo, num chute rasteiro de fora da área. Aos 72', a virada quase veio num cabeceio de Bjorn Johnsen, mas o goleiro Hidde Jurjus rebateu a bola. Nada Jurjus teve a fazer, porém, no minuto seguinte. Becker cruzou, Falkenburg cabeceou, e estava garantida a virada do Den Haag - de quebra, o Roda ainda viu a expulsão de Henk Dijkhuizen, nos acréscimos.


A cena mais vista em De Kuip: o Feyenoord buscando o gol, Hahn defendendo a bola - e sendo o destaque no empate (Jeroen Putmans/VI Images)
Feyenoord 1x1 Heerenveen (quarta-feira, 13 de dezembro)

Num De Kuip que estava sem a lotação que exibe em outros momentos (e que viu a estreia do lateral esquerdo Tyrell Malacia pelo Campeonato Holandês), o Feyenoord já começou atacando. Logo no primeiro minuto de bola rolando, Jeremiah St. Juste cruzou da direita, e, na segunda trave, Sam Larsson quase marcou. Nicolai Jorgensen chutou para o gol vazio, mas o goleiro Warner Hahn ainda conseguiu tirar com o pé, e Kik Pierie completou tirando para a linha de fundo. Depois, aos 5', outra boa chance numa bola cruzada: em escanteio, Renato Tapia desviou a bola de cabeça, para fora. Aos poucos, os visitantes da Frísia começaram a responder. Aos 17', a bola foi mandada para a área em cobrança de falta de Yuki Kobayashi. Veerman desviou, e Doke Schmidt ficou livre para chutar, na pequena área. A bola só não entrou por ter desviado em cima de Tapia, saindo sobre a meta. Aos 22', o Fean até mesmo marcou gol, com Henk Veerman. Só que o juiz Kevin Blom o anulou, por falta (muito duvidosa) em Tapia durante a jogada, causando fortes reclamações do técnico Jürgen Streppel.

As chances dos visitantes se seguiam. Aos 29', em nova falta que teve para cobrar, Kobayashi decidiu mandar ele mesmo a bola para o gol. E ela passou perto, à esquerda de Jones. Só aos 30' o Feyenoord reapareceu: aproveitando rebote, Steven Berghuis tentou um chute colocado, para fora. Depois, aos 40', após uma bonita jogada, em que se livrou de Tonny Vilhena com um giro, Kobayashi sofreu falta. Cobrou novamente, e na área, Kik Pierie desviou de cabeça, para Jones defender firme em cima da linha. Todavia, quem aproveitou a oportunidade para o 1 a 0 foi o Feyenoord. Aos 41', Jorgensen deu a bola a Sofyan Amrabat. O marroquino cruzou da direita, a defesa resvalou, mas Berghuis ficou com a sobra no lado oposto, arrematando no alto do gol de Hahn para colocar o Stadionclub na frente. Só após o susto, os frísios enfim foram eficientes no ataque, aos 43'. Contando com a sorte: Michel Vlap pretendia um passe em profundidade, a bola desviou em Sven van Beek e ganhou altura. Só foi parar na área, onde Veerman estava a postos para dar um voleio no canto esquerdo de Jones e fazer 1 a 1.

Só nessa hora Hahn foi superado: gol de Berghuis (sc-heerenveen.nl)
Já na volta para o segundo tempo, o Feyenoord teve grande chance para voltar à frente: aos 47', Vilhena e Jorgensen tiveram espaço e possibilidade de finalizar, até a tentativa de St. Juste, mandando a bola para fora. A pressão continuou aos 50', em outra boa jogada. Berghuis recebeu de Larsson e cruzou para Karim El Ahmadi completar. Ele o fez, mas parou em Hahn, que tirou com as pernas para a linha de fundo. O goleiro do Heerenveen reapareceu dois minutos depois, pegando a bola no chute de Amrabat. Aos 54', nem foi necessário: St. Juste cabeceou para fora. Aos poucos, o jogo foi entrando num ritmo monótono. O Feyenoord buscava o gol, mas parava na defesa bem postada do Heerenveen - e quando a superava, tinha um goleiro em ótima atuação.

Recém-entrado no lugar de Vilhena, Jens Toornstra quase provou sua utilidade para o time aos 74': chutou cruzado na área, e Hahn teve de rebater. O arqueiro agarrou firme quando Amrabat arrematou de fora da área no minuto seguinte - logo após uma bola na mão de Daniel Hoegh causar muitos pedidos de pênalti. O time alviazul só se arriscava em contra-ataques esporádicos - o mais perigoso deles, porém, terminou num lance fortuito: após recuo errado de St. Juste, Reza Ghoochannejhad tentou surpreender Brad Jones e colidiu com o goleiro, que chutou para longe. Do outro lado, Hahn se credenciou de vez como o nome do jogo ao defender dois chutes em sequência, aos 87': primeiro espalmando para escanteio uma bola de St. Juste que ainda desviara em Pierie, depois rebatendo o arremate de El Ahmadi, após o próprio córner. No último minuto, Toornstra ainda mandou a bola para fora. E o Feyenoord amargou mesmo o empate, contra o cauteloso Heerenveen.

O Heracles teve trabalho contra um resistente Sparta, mas conseguiu os três pontos no final (ANP/Pro Shots)
Heracles Almelo 3x2 Sparta Rotterdam (quinta-feira, 14 de dezembro)

O Sparta Rotterdam foi a campo com um de seus jogadores tendo motivos para festa: aos 37 anos, o zagueiro Michel Breuer completava 500 jogos pelo Campeonato Holandês. Só que essa "festa" foi perturbada logo aos seis minutos: Brandley Kuwas cruzou para a área, Dries Wuytens subiu e, de cabeça, fez 1 a 0 para o Heracles. Os mandantes de Almelo, inclusive, tiveram mais chances de ampliarem o placar. Principalmente com Vincent Vermeij: ele perdeu gols de cabeça, aos 21', e com os pés, aos 36', após receber de Kuwas a bola e tocar fraco demais, na saída do goleiro Roy Kortsmit (Frederik Holst chegou a tempo e tirou da pequena área).

Se só havia chegado perto do gol no primeiro tempo com Robert Mühren (livre na área, o atacante chutou em cima do goleiro Bram Castro aos 35'), o Sparta já começou o segundo tempo empatando: no primeiro minuto, Sherel Floranus cruzou e Nick Proschwitz escorou para o 1 a 1. Aí a partida no estádio Polman ficou animada, com chances de um lado e de outro. Só que o Heracles aproveitou mais: aos 74', Brahim Darri passou da esquerda, e Reuven Niemeijer dominou antes de chutar forte para recolocar os Heraclieden na frente. Alívio fugaz: já aos 76', Proschwitz empatou de novo para o Sparta, de cabeça. Com a perspectiva da vitória (seria a primeira fora de casa na temporada), o técnico Alex Pastoor tirou o celebrado Breuer e colocou mais um atacante, Stijn Spierings. Quase viu o gol aos 89', com Loris Brogno. Aí o destino foi cruel: na sequência da jogada, Sebastian Jakubiak seguiu um contra-ataque, e Vermeij finalizou para dar a vitória ao Heracles.

Com o gol de pênalti, Dolberg tranquilizou o Ajax. Que está, definitivamente, de volta à disputa do título (ajax.nl)
Ajax 3x1 Excelsior (quinta-feira, 14 de dezembro)

Em time que ganhou clássico, o Ajax teve de mexer: com Lasse Schöne suspenso, Siem de Jong assumiu lugar no meio-campo. Mas a tática não foi alterada: novamente, o time foi escalado com Frenkie de Jong transitando entre a defesa e o meio-campo, após sua atuação elogiada contra o PSV. E o time da casa começou pressionando na Amsterdam/Johan Cruyff Arena. Logo aos dois minutos, Hakim Ziyech cobrou escanteio da esquerda, e Maximilian Wöber cabeceou por cima do gol. Mantendo a posse de bola como sempre, os Godenzonen só acharam um espaço para arriscar aos 13': Donny van de Beek bateu de fora da área, e o goleiro Theo Zwarthoed agarrou. Inesperadamente, o Excelsior teve ótima chance para fazer o gol aos 22'. Van de Beek perdeu a bola no círculo central, Kevin Vermeulen aproveitou e saiu correndo com ela até a área. Quando chegou lá, arrematou cruzado, perto do gol de André Onana.

Como que querendo comprovar a lição aprendida, na vez seguinte em que chegou ao ataque, o Ajax fez o gol, aos 23'. Pela direita, David Neres superou facilmente Massop, chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro para o meio da área. Lá, Siem de Jong bateu forte para as redes. Mesmo em vantagem, porém, os Ajacieden tiveram duro golpe aos 30': sozinho, Wöber torceu o joelho direito ao escorregar, e precisou dar lugar a Mitchell Dijks, que enfim voltava a atuar pelo Ajax. Ainda assim, o time seguiu se impondo. Aos 31', Dolberg aproveitou erro de Jordy de Wijs no meio-campo, veio sozinho com a bola para a área e só não fez 2 a 0 porque seu arremate foi bem defendido por Zwarthoed. No escanteio em sequência, Joël Veltman também teve sua chance: cabeceou rente à trave esquerda do goleiro dos Kralingers visitantes. Todavia, inesperadamente, o Excelsior se valeu de uma bola parada para empatar um jogo que estava sob o controle dos Amsterdammers. Aos 40', Veltman cometeu falta na entrada da área. Anouar Hadouir cobrou, Onana pulou alto no canto direito para rebater, mas Van Duinen estava pronto para pegar a bola e tocar para o gol vazio, fazendo 1 a 1.

O susto do Ajax foi grande, quando Van Duinen empatou (Pro Shots)
O Ajax manteve a pressão no começo do segundo tempo. Aos 48', Dolberg sofreu falta de Hicham Faik, e Siem de Jong mandou a bola na trave com sua cobrança. A zaga mandou para escanteio, e na cobrança, Veltman se antecipou e forçou Zwarthoed a rebater. Aos 51', o Excelsior até apareceu: Faik cobrou falta curta, mas Onana encaixou a bola em seus braços na defesa. Só que a pressão dos Godenzonen seguia. E aos 57', o time da casa teve o que desejava: o gol. Ziyech levantou a bola para a área, e Faik inexplicavelmente ergueu a mão ao subir. Castigo: Ed Janssen marcou o pênalti, com o desvio do meio-campista do Excelsior. Coube a Dolberg bater forte e deslocar Zwarthoed para o 2 a 1 do alívio. Atrás no placar de novo, o Excelsior tentou algo aos 61', em falta cobrada por Hicham Faik, que bateu em cima da barreira. Na sequência, Ziyech quase fez o terceiro gol: em jogada individual, driblou dois e bateu para fora, à direita do goleiro.

Depois, as chances do Ajax se avolumaram. Aos 67', David Neres conseguiu pegar a bola antes que ela saísse pela linha de fundo, chutando-a sem ângulo para Zwarthoed defender. Aos 70', um passe de Ziyech alcançou Dolberg na área, mas a finalização do atacante da camisa 25 foi para fora. Aos 75', da esquerda, Ziyech cruzou, mas David Neres chegou atrasado demais para finalizar, e a bola passou por ele. Aos 79', foi Van de Beek que perdeu a oportunidade para definir a vitória: livre na área, recebeu a bola de David Neres, mas tocou muito por cima. Os visitantes assustaram aos 83', com Ali Messaoud (vindo do banco) num cabeceio interceptado por Veltman, que passou perto do gol de Onana. Até que a tranquilidade definitiva veio para o Ajax com o terceiro gol, aos 86'. Gol daquele que é, sem dúvida, o líder técnico dos Ajacieden: Ziyech. O camisa 10 marroquino cobrou falta, e mandou a esférica no canto esquerdo de Zwarthoed, para confirmar duas coisas: é ele quem dá um toque de classe ao time do Ajax. E o Ajax está, definitivamente, de volta à disputa pelo título holandês: vice-líder (tem 35 pontos como o AZ, mas o supera no saldo de gols), acessíveis cinco pontos atrás do PSV. E pode superar o time de Alkmaar no jogo direto da próxima rodada, no domingo. Há uma semana, pareceria impensável.

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