| O Ajax jogou bem, mas teve falhas. E o Benfica as aproveitou para sinalizar: este jogo está mais aberto do que podia parecer na Liga dos Campeões (ANP) |
100% de aproveitamento na fase de grupos, coisa que não era conseguida por um time da Holanda (Países Baixos) na Liga dos Campeões desde 1996. O domínio esperado na liderança do Campeonato Holandês. Uma equipe badalada, com jogadores badalados - e técnico idem -, conseguindo manter do lado de fora do gramado os problemas por que passa a diretoria do Ajax. Muito se pensava que a equipe de Amsterdã era franca favorita diante do Benfica, nas oitavas de final. Bem, o time Ajacied até mostrou talento na partida de ida, em Lisboa. Mas a equipe portuguesa também mostrou seu talento, aproveitando algumas inegáveis falhas dos visitantes. O 2 a 2 exemplificou muito bem as alternâncias de superioridade. E fez mais: mostrou que nada está decidido.
Pelo modo como a partida no Estádio da Luz começou, de fato, o Ajax parecia com todas as condições para se impor diante dos Encarnados, mesmo fora de casa. Começando com a pressão sobre a zaga lenta do Benfica, com os avanços de Noussair Mazraoui pela direita, o ataque dos Amsterdammers estava fortalecido. A tal ponto que o gol até demorou. Mas quando saiu, foi bonito, mostrando a intensidade: Mazraoui roubou a bola de Jan Vertonghen, tabelou com Antony e cruzou para a finalização de classe com que Dusan Tadic abriu o placar.
O que não quer dizer que as coisas ficaram perfeitas depois. Desde então, as laterais do Ajax tiveram muito espaço a ser explorado - principalmente a esquerda, onde Daley Blind sofreu com Rafa Silva já após a vantagem dos visitantes. Não à toa, ali surgiu a jogada de uma bola defendida por Pasveer - e que rendeu o escanteio no qual saiu o empate acidental, num chute de Vertonghen desviado acidentalmente por... Sébastien Haller. Que fazia mais um gol, como costuma fazer na Liga dos Campeões. Mas do lado errado.
| Sébastien Haller cometeu gol contra? Tudo bem: fez a favor também, consolidando o começo superior do Ajax (ANP) |
Bem melhor para Haller foi fazê-lo do lado certo, pouco depois, aproveitando rebote e reestabelecendo a vantagem do Ajax no primeiro tempo, com seu 11º gol na Liga dos Campeões. O marfinense segurava a bola no ataque, Antony e Dusan Tadic auxiliavam nas pontas, Mazraoui seguia aparecendo muito bem. E tudo isso, sem contar avanços esporádicos, como o de Edson Álvarez, que acertou a bola na trave, aos 43'. Era um bom símbolo de como o Ajax fora superior no primeiro tempo.
O gol perdido faria falta. Porque o Benfica voltaria melhor no segundo tempo. Aproveitando o ritmo diminuído do Ajax - até pelo cansaço -, o time da casa voltou a ter intensidade no ataque. Rafa Silva seguia dando muito trabalho a Blind na direita, Darwin Núñez causava problemas ao miolo de zaga (principalmente a Lisandro Martínez, que já precisara interceptar um chute), e cada contra-ataque benfiquista encontrava um espaço aberto pelos avanços insistentes do Ajax, tentando o terceiro gol que encaminharia a vitória. A entrada de Roman Yaremchuk, no ataque, aumentou a pressão dos mandantes.
De certa forma, o gol do merecido empate comprovou tudo isso. Os avanços algo desesperados do Ajax: logo antes do gol, Jurriën Timber viera de uma área à outra, e reclamara pênalti sofrido. Uma certa demora de Erik ten Hag em fazer alterações: Nicolás Tagliafico já esperava para substituir Blind. A melhora do Benfica, com mais um contragolpe puxado velozmente por Rafa Silva, e concluído no chute rebatido por Remko Pasveer, e aproveitado por Yaremchuk para o 2 a 2.
O Ajax jogou bem. Continua favorito para obter a vaga em Amsterdã, no jogo de volta, em 15 de março. Mas nada tanto assim.
Remko Pasveer; Noussair Mazraoui (Devyne Rensch), Jurriën Timber, Lisandro Martínez e Daley Blind (Nicolás Tagliafico); Edson Álvarez, Steven Berghuis e Ryan Gravenberch (Davy Klaassen); Antony, Sébastien Haller e Dusan Tadic. Técnico: Erik ten Hag
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