Após o fim de ano em alta, os sorrisos seguem na seleção da Holanda. E o objetivo na Laranja é continuar assim (Pim Ras Fotografie) |
Mesmo que a seleção da Holanda tivesse sido eliminada na fase de grupos da liga A, dentro da Liga das Nações da Europa, ela teria terminado 2018 reconciliada com a torcida. Afinal de contas, após três anos depressivos e vexaminosos, vencer Alemanha e França já era uma tremenda massagem no ego laranja. De quebra, aquele empate frenético contra os alemães, nos acréscimos do segundo tempo, levando os holandeses às semifinais da Nations League, no próximo mês de junho, só aumentou essa animação, só deu mais tempo para a Holanda se aprumar. Pois bem: é exatamente assim que os holandeses querem continuar após as primeiras datas FIFA de 2019, estreando nas Eliminatórias da Euro 2020, contra Belarus - nesta quinta, às 16h45 de Brasília, em Roterdã - e Alemanha - no domingo, também às 16h45 no horário brasileiro, em Amsterdã.
E para continuar assim, o técnico Ronald Koeman aposta na continuidade. Já era algo notável quando ele divulgou a lista preliminar de 30 convocados. Embora houvesse uma ou outra novidade - Kenneth Vermeer foi pré-convocado pela primeira vez desde 2016, caso Jasper Cillessen estivesse incapacitado no gol -, Koeman já advertia que os nomes que ficariam para a lista final eram absolutamente previsíveis: "É ótimo saber que você já tem um grupo formado. Você não precisa explicar nada, cada um já sabe qual sua tarefa dentro do estilo de jogo, cada um sabe como queremos trabalhar". E foi isso que se viu na convocação final de 25 jogadores, na sexta-feira passada. Lá estavam todas as peças que já despontam como basilares na seleção holandesa. Já dá até para imaginar a escalação nas duas partidas (Cillessen; Dumfries, Van Dijk, De Ligt e Blind; Wijnaldum, Frenkie de Jong e De Roon; Babel, Memphis Depay e Promes).
A rigor, novidades mesmo, só os retornos de Davy Pröpper, no meio-campo, e Steven Berghuis, no ataque. De resto, em todo o ambiente que se viu no centro de treinamentos/alojamento da seleção, na cidade de Zeist, há interesse em apenas duas coisas: manter entrosada a escalação de 2018 e manter animada a torcida. Que se empolga como havia tempos não se empolgava, nas palavras de Pröpper: "Estou feliz por toda a nação estar nos apoiando de novo". O único impacto negativo nem veio do futebol: veio do atentado ocorrido na cidade de Utrecht, na segunda-feira passada, que causou até cancelamento da ideia de abrir o treino para a torcida.
De resto, Koeman trouxe poucas novidades em suas entrevistas. Indagado sobre a badalação a respeito de Frenkie de Jong, agora já nome comentado e conhecido no futebol mundial, o técnico preferiu estender os elogios: "Não sei se é apropriado falar só de um jogador. Ele influencia em nosso estilo de jogo, mas há outros jovens que se desenvolveram rapidamente. Pensemos em Bergwijn e De Ligt. E não se esqueçam do desenvolvimento de Van Dijk, Wijnaldum e Memphis Depay".
Memphis Depay tenta se equilibrar: mal no Lyon, tenta seguir bem na seleção (ANP) |
Por sinal, a queda recente de produção do atacante do Lyon (muito importante para fazer o 4-3-3 ser acelerado) foi minimizada pelo treinador: ""Ele quer marcar gols, quer ter importância. Mas às vezes as coisas ocorrem de modo diferente do que se quer. O treinador dele está fazendo outras escolhas agora. Memphis não precisa provar nada para mim". Alívio para Memphis, em sua entrevista ao jornal Algemeen Dagblad: "Estatisticamente, sou o jogador envolvido em mais chances de gol [no Lyon]. Então, fico ainda mais chateado com essa situação. Mas, bem, estou aqui com a seleção, e deixemos isso de lado".
Até porque a delegação parece saber: para que tudo continue bem, é preciso continuar trabalhando cautelosamente. Se a Liga das Nações, embora tenha seu prestígio, ainda é amistosa, as Eliminatórias da Euro são um caminho para recuperar respeito definitivo. E Koeman sabe disso: "Agora é que vai começar [a coisa séria]. Não jogaremos amistosos. Queremos começar bem a campanha, contra Belarus e Alemanha. Cada tropeço pode ser fatal". A partir disso, ele deixou claro que o interesse dos clubes holandeses - principalmente do Ajax, interessado em seguir na Liga dos Campeões - fica em segundo plano: "O importante são as eliminatórias, e falei isso aos técnicos".
Se há um problema, não está na seleção adulta. Está nas seleções de base: para Koeman, os jogadores mais jovens têm atuado pouco em seus clubes, por vários motivos, o que dificulta a ampliação de opções nas convocações. Três exemplos de jovens já chamados para a equipe principal foram citados: Justin Kluivert, desprestigiado na Roma-ITA, e a dupla Javairô Dilrosun e Arnaut Danjuma Groeneveld, ambos lesionados. De quebra, Koeman ainda tem de começar a se antecipar para evitar perdas de novatos para outras seleções: já começou a fazer isso com Mohammed Ihattaren, revelação do PSV, convocado para a seleção sub-19. "Ele estava com a seleção sub-19, em Zeist, e então falei com ele, antes mesmo da federação de Marrocos consultá-lo. Ainda não escolheu. Tentamos manter todos os grandes talentos na Holanda, mas ao fim, a decisão é do jogador".
De todo modo, nenhuma lesão se viu nos treinamentos até agora, os jogadores treinam, o clima segue otimista... de fato, a Holanda voltou a ter favoritismo nos jogos que encara. E o técnico reconheceu: agora que houve a melhora, a Holanda precisa seguir evoluindo. "Agora, queremos sempre ter atuações 'nota 7', olhando para cima, não para baixo". Por isso, a Laranja continuará apostando nos nomes que reanimaram a seleção em 2018: a segurança da dupla Van Dijk-De Ligt na zaga, a capacidade de Frenkie de Jong, a velocidade maior de Wijnaldum, a troca de posições mais frequentes entre Babel e Memphis Depay na frente. Tudo isso continuará, para que a Holanda continue bem.
Estou confiante em duas vitórias. 4 x 0 contra Belarus na quinta e 2 x 1 na Alemanha no domingo. HUP ORANJE!!!
ResponderExcluirVamos... 🇳🇱👏🏽👏🏽👏🏽💪🏽
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