domingo, 13 de outubro de 2019

Mais três pontos

Wijnaldum (8) evitou que a Holanda sofresse mais contra Belarus. Mas a vitória veio novamente sem brilho (EPA)

De novo, nas Eliminatórias da Euro 2020, a seleção da Holanda encarou um adversário fechado - que trouxe algum perigo nos contra-ataques. De novo, a maior qualidade individual dos jogadores holandeses acabou trazendo a vitória - agora, de maneira um pouco mais tranquila do que na quinta-feira, contra a Irlanda do Norte. E de novo, o triunfo veio sem o bom nível técnico que esta geração pode oferecer em campo. Mas a eficiência traz algo importante: a Laranja está muito perto da volta a uma grande competição. Falta pouco.

Pareceu que faltaria mais quando a partida começou no Estádio Dínamo. E nem deveria, uma vez que Ronald Koeman enfim fez o que muito se pede: escalou um time bastante ofensivo. No meio-campo, Donny van de Beek enfim começava como titular, no lugar de Marten de Roon. E no ataque, sem o lesionado e cortado Memphis Depay, Donyell Malen ganhava uma oportunidade para dar sequência à boa fase que vive em campo. Sem contar Quincy Promes, mais "agudo" do que Ryan Babel - e, por isso, iniciando entre os titulares na esquerda.

Porém, o que se viu no início da partida em Minsk foi preocupantemente parecido com o que se viu em Roterdã, há três dias: um time tocando e tocando, sem o mínimo espaço para chegar à grande área de Belarus - afinal, a defesa bielorrussa evitava deixar espaços para os lançamentos em profundidade. Além do mais, os anfitriões tinham um perigo adicional: eram mais perigosos nos contra-ataques, graças à força física de Denis Laptev, o único atacante. E às falhas frequentes de Matthijs de Ligt: o zagueiro segue lento, perdendo bolas - perdeu duas, aos 24'. No escanteio surgido logo depois, aos 26', o próprio Laptev deu o primeiro grande susto, num chute na pequena área, à direita de Jasper Cillessen.

Para piorar, a Laranja não criava chances. As únicas coisas "próximas" disso foram um toque de Van de Beek que tentou encobrir o goleiro Alyaksandr Gutor, aos 20' - e Gutor também evitou finalização de Promes, aos 31'. Aí, Georginio Wijnaldum foi o responsável por tranquilizar rapidamente as coisas. Pelo gol de cabeça que fez aos 32', após cruzamento de Promes. E pelo belíssimo segundo gol que marcou, aos 41', num chute de fora da área, que rumou ao ângulo esquerdo de Gutor, indefensável.

De Ligt foi constantemente pressionado pelos bielorrussos na tentativa de um contra-ataque - e às vezes, falhou (AFP)

E aí, a Holanda relaxou. Tanto que, já aos dez segundos da etapa final, Igor Stasevich deu um chute perigoso, que passou perto do gol. Mesmo em vantagem, o time visitante seguia perdendo bolas no meio-campo, seguia dando espaço para os contragolpes, seguia oferecendo aos bielorrussos a chance de um gol. Chance enfim aproveitada, aos 54', quando Dzyanis Polyakov cruzou, De Ligt abandonou cedo demais a jogada, Virgil van Dijk demorou para subir, e Stanislav Dragun cabeceou para fazer o gol de Belarus.

O temor de um empate só não foi mais real porque os próprios mandantes perderam o ritmo. Dali por diante, só mais uma chance concreta de gol: Stasevich, aos 59', num chute após roubar a bola de Daley Blind. Depois, a Holanda voltou a controlar o jogo. Sem brilhar, apenas trocando passes, vendo a entrada de Luuk de Jong para tentar reter a bola no ataque, até conseguindo algumas oportunidades valiosas para o terceiro gol - oportunidades perdidas: por Malen, aos 79', e por Wijnaldum, no último minuto.

De todo modo, a Holanda conseguiu. Mais três pontos, liderança mantida no grupo C das Eliminatórias. E bastam mais três pontos para se garantir na Euro. A única necessidade é manter a competitividade alta.

Eliminatórias da Euro 2020
Belarus 1x2 Holanda
Local: Estádio Dínamo (Minsk)
Data: 13 de outubro de 2019
Árbitro: Tasos Sidiropoulos (Grécia)
Gols: Georginio Wijnaldum, aos 32' e aos 41'; Stanislav Dragun, aos 54'

Belarus
Alyaksandr Gutor; Aleh Veretilo, Alyaksandr Martynovich, Nikita Naumov e Dzyanis Polyakov; Yevgeny Yablonski; Yuri Kovalev (Maksym Skavysh), Stanislav Dragun, Igor Stasevich e Ivan Bakhar (Max Ebong); Denis Laptev (Yevgeny Shevchenko). Técnico: Mikhail Markhel

Holanda
Jasper Cillessen; Joël Veltman, Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Daley Blind; Donny van de Beek (Marten de Roon), Georginio Wijnaldum e Frenkie de Jong; Steven Bergwijn (Ryan Babel), Donyell Malen e Quincy Promes (Luuk de Jong). Técnico: Ronald Koeman

Um comentário:

  1. Acho que é hora de De Vrij ganhar uma oportunidade na defesa no lugar de De Ligt

    ResponderExcluir