sábado, 16 de novembro de 2019

A Holanda voltou. Sem brilho, mas voltou

Holanda preferiu fazer apenas o suficiente para se manter ilesa contra a Irlanda do Norte - e garantir, afinal, um lugar na Euro 2020 (AFP)
Sem Memphis Depay, principal atacante, ainda em recuperação de lesão na coxa, sequer relacionado para a partida. Sem Georginio Wijnaldum, que ficou no banco de reservas, gripado e poupado. Contra uma seleção da Irlanda do Norte que viria para matar ou morrer, jogando suas últimas chances de ir à Euro 2020. O jogo da penúltima rodada das Eliminatórias do torneio europeu, em Belfast, prometia muitas dificuldades para a Laranja. Por tudo isso e pela atuação apagada, a equipe dos Países Baixos teve um dia sem graça em campo. Ou melhor, com uma única graça: com o empate em 0 a 0, afinal conseguiu a vaga na Euro, acabando com a ausência em grandes competições.

Antes da partida, já no gramado do Windsor Park, o treinador Ronald Koeman já alertava: "Teremos dificuldades com o começo de jogo deles [Irlanda do Norte]. Iniciarão com a marcação alta, muito agressivos. Precisamos segurar nessa fase [início do jogo]". Foi exatamente o que se viu: de novo os norte-irlandeses evitavam a troca de passes dos jogadores laranjas, de novo estes tinham de recuar sucessivamente ao campo de defesa. Em um momento, aos 4', quase deu errado: Matthijs de Ligt devolveu a bola ao goleiro Jasper Cillessen, que se atrapalhou na hora de tocar. Quase foi a sorte de Josh Magennis: o atacante pressionou Cillessen na pequena área e quase ficou com a posse de bola, mas ela escapou de seu domínio, e ele não conseguiu chutar. Depois, Magennis ainda tentou um cabeceio, aos 5'.

Só após esses sustos iniciais a Holanda conseguiu ter espaço para chegar ao ataque. Principalmente pela esquerda: Quincy Promes conseguia segurar mais a bola, e Ryan Babel ousava mais cruzar e chutar (como fez aos 16' e aos 29'). De quebra, Steven Berghuis - surpreendentemente escolhido como substituto de Memphis Depay - vinha para ajudar no meio do ataque. Quase deu certo, logo aos nove minutos: Promes cruzou, e Berghuis completou, meio desajeitado, no travessão. Para completar, quando tinha a bola nos pés, Donny van de Beek avançava bem. Algo raro, numa Holanda que se baseava na ligação direta defesa-ataque para tentar superar a força física da Irlanda do Norte.

Steven Davis poderia ter coroado a pressão inicial da Irlanda do Norte com um gol - mas perdeu a chance definitiva (Action Images/Reuters)

Não dava muito certo. E poderia ter ficado pior aos 32', quando George Saville cruzou da esquerda e a bola bateu na mão de Joël Veltman (escolhido como opção mais defensiva na lateral direita, no lugar de Denzel Dumfries). O juiz Szymon Marciniak marcou o pênalti - contestado -, e a Irlanda do Norte tinha a chance para turbinar o ambiente já fervilhante no Windsor Park. Mas Steven Davis perdeu essa chance: sua cobrança foi terrível, mandando a bola muito acima do gol de Cillessen. A Laranja se aliviava mais. E os norte-irlandeses sentiam o impacto visivelmente.

Mas convinha aos visitantes manter certos cuidados. Ronald Koeman já começou com isso na etapa inicial: aos 35', substituiu Marten de Roon (já com cartão amarelo - estará suspenso contra a Estônia, na próxima terça) e colocou Davy Pröpper no meio-campo. Dentro de campo, os jogadores é que se cuidaram mais no segundo tempo: a Holanda manteve a posse de bola, manteve o ritmo do jogo mais lento e adequado ao que realmente queria, com Frenkie de Jong como nome a mais fazer isso. De quebra, periodicamente vinham algumas chances - como aos 56', quando Babel completou jogada de cabeça, para defesa do goleiro Bailey Peacock-Farrell.

A Irlanda do Norte até buscava o gol, com algumas alterações mais ofensivas, como Niall McGinn. Todavia, já faltavam pernas e talento aos donos da casa em Belfast. E a Holanda seguia com a posse de bola - mas como não precisava do gol (um empate já bastava para ter a vaga), nem se esforçava muito para acelerar a troca de passes. A única mudança que insinuava mais ofensividade da Oranje era a entrada de Luuk de Jong, indicando que a aposta nas bolas altas seguiria. Aos poucos, foi recuando: bastava controlar o adversário. Para ajudar nisso, Nathan Aké entrou para ser um defensor a mais, nos últimos minutos.

E afinal, deu certo. De modo um pouco decepcionante - afinal, dava para esperar um time capaz de vencer para coroar uma boa campanha nas Eliminatórias da Euro. Mas talvez, o brilho que faltou hoje tenha vindo em rodadas anteriores. E por isso, a seleção masculina estava confortável o suficiente para apenas obter o resultado de que precisava. E comemorar a sua volta aos torneios importantes. Foi sem brilho, mas... tudo bem, a Holanda voltou.

Eliminatórias da Euro 2020
Irlanda do Norte 0x0 Holanda
Local: Windsor Park (Belfast)
Data: 16 de novembro de 2019
Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)

Irlanda do Norte
Bailey Peacock-Farrell; Corry Evans (Jordan Thompson), Craig Cathcart, Jonny Evans e Jamal Lewis (Niall McGinn); Paddy McNair, Steven Davis e George Saville (Michael Smith); Stuart Dallas, Josh Magennis e Gavin Whyte. Técnico: Michael O'Neill

Holanda
Jasper Cillessen; Joël Veltman, Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Daley Blind; Marten de Roon (Davy Pröpper), Donny van de Beek e Frenkie de Jong; Steven Berghuis (Luuk de Jong), Ryan Babel  (Nathan Aké) e Quincy Promes. Técnico: Ronald Koeman

Um comentário:

  1. Graças a Deus VOLTAMOS ��
    Independente de como foi o jogo estamos no nosso lugar, de protagonismo e da elite
    A partir de agora é pensar sim em pelo menos uma semifinal da euro
    A base deve ser mantida,faltando alguns ajustes somente no ataque e na lateral direita
    Quem sabe justin Kluivert posso ter alguma ascensão, mallen posso se firmar até lá, enfim,que posso tudo conspirar a nosso favor até junho
    O importante é que voltamos, e vamos com tudo em busca dessa EURO
    Go ORANJE

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