segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Pouca coisa a falar

Van Dijk pôde comemorar seu gol com gracinha. De fato, golear Gibraltar foi uma brincadeira - levada a sério - para a Holanda (Pro Shots)

Para a imprensa e a torcida que acompanham a seleção masculina da Holanda (Países Baixos), a única pergunta relacionada ao jogo contra Gibraltar, pelas eliminatórias da Copa de 2022, era se a goleada esperada alcançaria os dois dígitos de gols. Havia até expectativa de igualar a maior goleada da história da Laranja dos homens - 11 a 0 contra San Marino, nas eliminatórias da Euro 2012. Bem, isso foi impossível. Mas o domínio da Holanda na goleada por 6 a 0 sobre os gibraltarinos em De Kuip foi tão grande que tornou impossível fazer qualquer comparação ou análise técnica. Houve pouca coisa a se falar do que se jogou em Roterdã.

A qualidade do ataque holandês? Já é relativamente conhecida - e só se comprovou com a rapidez da troca de passes e a pressão que encurralou os visitantes no campo de defesa, desde o apito inicial. A monopolização de Memphis Depay como grande destaque desse ataque? É talvez o assunto mais abordado sobre o time neerlandês - e ficou clara não só nos dois gols marcados, como até em outros (a começar pelo escanteio que gerou o gol de cabeça com que Virgil van Dijk abriu o placar - primeiro gol do zagueiro, após 935 dias). De quebra, Depay também apareceu na maioria das jogadas de perigo, trocando passes com Davy Klaassen e Steven Berghuis, ambos bem. A fragilidade de Gibraltar? Também era conhecida desde antes do apito inicial - e ficou clara nos dois pênaltis cometidos de modo ingênuo, com Roy Chipolina subindo com os braços erguidos aos 19', e Julian Valarino estendendo os seus um pouco demasiadamente, no pênalti marcado nos acréscimos.

Contra os gibraltarinos, fragílimos futebolisticamente, Danjuma Groeneveld justificou quem pediu sua convocação: um gol, vários dribles, esquentando de novo um jogo sob controle (KNVB Media)

O que não quer dizer que o jogo não teve destaque nenhum. A começar por Bradley Banda: mesmo sofrendo seis gols, bem que o goleiro gibraltarino se esforçou para evitar algo mais próximo de um recorde na Holanda. Defendeu alguns chutes colocados (Berghuis aos 42', Georginio Wijnaldum aos 52' e aos 73'), e terá uma grande história para contar - o primeiro pênalti cobrado por Memphis, que Banda espalmou aos 19'. Do lado da Holanda, Noa Lang justificou a titularidade recebida: não raro, o ponta-esquerda se apresentou para tabelar com Depay, participou de jogadas perigosas, quase teve o seu gol feito. E Arnaut Danjuma Groeneveld também deu razões aos alaridos que o pediam na Laranja: convocado às pressas para suceder Cody Gakpo, cortado pelos sintomas de uma concussão, o ponta-direita do Villarreal deu muito trabalho, fez ótimos dribles, e fez um gol para abrilhantar sua ótima entrada, aos 75'. Louis van Gaal reconheceu: "Ele mereceu todos os elogios".

Alguns nomes que viveram histórias dignas de menção, num jogo que seguiu o planejado. E mantém a Holanda no controle de sua situação para tentar a vaga direta na Copa. As duas vitórias serviram para dar a segurança de que a seleção neerlandesa dos homens está capacitada para manter a liderança do grupo G - e nem precisará vencer as duas partidas em novembro (uma vitória e um empate já bastam). De quebra, a equipe mostrou até mais concentração do que a vista contra a Letônia. Algo muito útil para os jogos contra Montenegro e, principalmente, Noruega, nas duas últimas rodadas das eliminatórias, quando todo cuidado e atenção serão poucos. Certamente, tais "decisões" trarão mais assuntos a serem falados do que a goleada esperada contra Gibraltar.

Eliminatórias para a Copa de 2022 - Europa
Holanda 6x0 Gibraltar
Data: 11 de outubro de 2021
Local: De Kuip (Roterdã)
Juiz: Vitali Meshkov (Rússia)
Gols: Virgil van Dijk, aos 9', Memphis Depay, aos 21' e aos 45' + 3, Denzel Dumfries, aos 48', Arnaut Danjuma Groeneveld, aos 75', e Donyell Malen, aos 86'

Holanda
Justin Bijlow; Denzel Dumfries, Virgil van Dijk, Stefan de Vrij e Daley Blind; Davy Klaassen, Frenkie de Jong (Wout Weghorst) e Georginio Wijnaldum; Steven Berghuis (Arnaut Danjuma Groeneveld), Memphis Depay e Noa Lang (Donyell Malen). Técnico: Louis van Gaal

Gibraltar
Bradley Banda; Jayce Olivero, Louie Annesley, Scott Wiseman e Roy Chipolina; Liam Walker (Mohamed Badr), Jamie Bosio (Kian Ronan) e Joseph Chipolina (Ethan Britto); Reece Styche (Lee Casciaro), Graeme Torrilla (Aymen Mouelhi) e Julian Valarino Técnico: Julio Cesar Ribas

Nenhum comentário:

Postar um comentário