Pereiro (em primeiro plano, à esquerda) mereceu os cumprimentos: com dois gols, evitou o tropeço do PSV (Kay int Veen) |
A princípio, só o ADO Den Haag tinha algo a disputar no jogo, já que busca vaga na repescagem pela Liga Europa. Mas foi o campeão PSV que começou mais ofensivo. Logo aos dois minutos, um cruzamento de Hirving Lozano quase virou gol contra: Wilfried Kanon desviou na pequena área, e a bola ricocheteou no goleiro Indy Groothuizen e no lateral Thijmen Goppel, até Groothuizen subir para pegar. Depois, aos 8', Lozano bateu colocado, e o goleiro pegou. Finalmente, aos 11', a pressão inicial dos Boeren deu resultado: Gastón Pereiro cruzou da esquerda, e Lozano superou Groothuizen na pequena área para cabecear, fazer 1 a 0 - e sofrer o efeito colateral da queda dentro do gol, com fortes dores na clavícula (que motivaram sua substituição por Donyell Malen, aos 19'). O ADO Den Haag só reagiu aos 14', num chute de Nasser El Khayati que passou à direita do gol de Eloy Room (novamente ganhando chance). Mais um minuto, e Sheraldo Becker arrematou na área, por cima.
Mas novamente, a ousadia foi premiada com rapidez: aos 16', Danny Bakker lançou do meio-campo, Erik Falkenburg ajeitou de cabeça e Bjorn Johnsen chutou de bate-pronto para empatar o jogo - 16º gol do norueguês no campeonato, entrando de vez na disputa pelo posto de goleador. Se um já era bom, dois gols seriam melhores ainda para os mandantes de Haia. Pois a virada veio ainda no primeiro tempo: aos 27', Johnsen se virou na área e foi agarrado por Nicolas Isimat-Mirin. Pol van Boekel marcou o pênalti, e El Khayati cobrou - Room até desviou no canto esquerdo, mas foi insuficiente para evitar que a bola entrasse e decretasse o 2 a 1. Só aí o ritmo dos ataques diminuiu um pouco - não sem antes Pereiro assustar os anfitriões, chutando para fora aos 36', e Gudmundsson perder grande chance no minuto posterior - saiu livre da linha de impedimento, em posição válida, mas tocou em cima do goleiro.
Bjorn Johnsen é mais um disputando a artilharia na reta final: dois gols para o Den Haag (Pro Shots) |
Mas justamente quando o vencedor da liga mais pressionava, o Den Haag fez 3 a 2. Num lance de muita sorte: aos 73', Melvyn Lorenzen cruzou, a bola bateu em Isimat-Mirin e Jorrit Hendrix, e ficou à feição para o chute de Johnsen. Room ainda conseguiu salvar, mas no rebote o norueguês fez o terceiro. Parecia a garantia da vaga na repescagem pela Liga Europa, com as derrotas de Heerenveen e Zwolle. Mas não foi, por causa de Pereiro: o uruguaio fez 3 a 3 aos 86', em chute forte e cruzado no canto direito, aproveitando rebote da defesa para decretar a igualdade final de um jogo muito animado. Segue a disputa do ADO Den Haag - e a animação do PSV.
Houve algum susto no começo. Mas o Ajax passou por cima deles e do AZ: vitória e vice-campeonato (Louis van de Vuurst/Ajax.nl) |
Antes mesmo que o jogo começasse, a torcida do Ajax deixou claro seu desagrado com a temporada: o diretor geral Edwin van der Sar foi vaiado massivamente enquanto fazia um discurso de despedida, no jogo derradeiro dos Ajacieden na (agora) Johan Cruyff Arena. Para piorar, o começo do AZ assustou: já no primeiro minuto, os visitantes de Alkmaar trouxeram perigo num rápido contra-ataque. Todavia, aos poucos, foi aparecendo o grande destaque do primeiro tempo: Hakim Ziyech. Foi o marroquino que chutou colocado, aos 9', após passe de David Neres, mandando a bola à direita do goleiro Marco Bizot. Mais dois minutos, e numa jogada individual, Ziyech fez quase igual: trouxe a bola da direita para o meio, e bateu de fora, à esquerda de Bizot, rente à trave. Depois, aos 17', Noussair Mazraoui cruzou, e o camisa 10 cabeceou por cima.
O crescimento de Ziyech levou o Ajax a melhorar progressivamente em campo. Mas, no primeiro tempo, o grande momento de destaque foi o aplauso de torcedores do Ajax a Abdelhak Nouri, no 34º minuto, correspondendo ao número da camisa daquele que poderia ter se destacado na temporada, não fosse o destino. Até que veio a jogada do gol Ajacied, aos 38'. Jogada que surgiu de um modo inesperado. Não que Matthijs de Ligt seja inábil para criar - muito ao contrário. Porém, ao invés de só avançar pelo meio com a bola, o zagueiro ainda cruzou da direita, após um drible em Owen Wijndal, e Donny van de Beek cabeceou sozinho no meio, sem chances para Bizot evitar o 1 a 0. Superado em campo, o AZ só reapareceu aos 41 minutos: Ferdy Druijf (substituto do lesionado Wout Weghorst) tabelou com Alireza Jahanbakhsh, recebeu do iraniano, mas concluiu para fora.
No segundo tempo, o Ajax ampliou sua vantagem contando com uma jogada rápida e precisa, de três dos seus únicos destaques na temporada, aos 49'. Primeiro, a inversão de jogo precisa, por Ziyech; depois, Klaas-Jan Huntelaar ajeitando a bola no ataque, com a calma que a experiência traz; e finalmente, Justin Kluivert entrando na área e chutando forte, no ângulo esquerdo de Bizot, para o 2 a 0. Kluivert quase fez seu segundo gol no jogo já aos 53': David Neres cruzou, Lasse Schöne arrematou torto, e o atacante da camisa 45 ainda tentou completar. Só que a bola desviou em Ron Vlaar, e passou caprichosamente rente à trave de Bizot, tocando nela antes de sair. Dois minutos depois, Huntelaar escorou cruzamento de Van de Beek sobre a meta. No mesmo lance, Kluivert foi derrubado na entrada da área, o juiz Serdar Gözübüyük marcou a falta, mas Schöne a cobrou por cima. Houve até gol anulado de David Neres, aos 62'. O AZ só tentou algo aos 67', quando Guus Til finalizou da meia-lua, de bate-pronto. Mas André Onana defendeu sem problemas.
Após De Ligt fazer a jogada, Van de Beek só cabeceou: estava aberto o caminho do triunfo (Pro Shots) |
Mais perigo trouxe Iliass Bel Hassani, aos 70': poucos minutos após substituir Druijf, o meio-campista chutou de fora, e Onana precisou espalmar por cima. De quebra, no minuto seguinte, Seuntjens viu Onana adiantado e tentou o gol de fora da área, mas a bola foi até a parte de cima do gol. Após a leve pressão dos Alkmaarders, os mandantes ressurgiram aos 82', quando Kluivert bateu forte, e Bizot rebateu apressado. Finalmente, para tranquilizar, David Neres ainda conseguiu seu 14º gol na Eredivisie - aos 87', em chute colocado da meia-lua, no ângulo direito de Bizot. Garantiu a vitória, o vice-campeonato, a vaga consequente na segunda fase preliminar da próxima Liga dos Campeões e um fim de temporada mais tranquilo para o Ajax. Não foi o ideal, mas foi o possível - e ainda rendeu clima para que Ziyech fosse premiado o Jogador do Ano no clube, assim como De Ligt recebeu o troféu de "Talento do Ano", em votação dos torcedores.
Berghuis garantiu tarde tranquila para o Feyenoord: dois gols na virada sobre o Sparta (feyenoord.nl) |
O clássico de Roterdã começou com mais tentativas do que perigo por parte dos dois ataques. Nos primeiros minutos, o único lance digno de nota foi o gol erradamente anulado que Nicolai Jorgensen fez, aos 9' (o dinamarquês teve impedimento apontado, mas estava em posição legal). Aos poucos, em contra-ataques, o Sparta foi chegando, já que precisava demais da vitória. E a primeira chance real de gol no jogo, de verdade, veio somente aos 25'. Mühren escapou da marcação de Eric Botteghin, veio livre pela esquerda com a bola, chegou à área, mas seu chute foi bem rebatido pelo goleiro Justin Bijlow (titular pela segunda vez na temporada). Depois, aos 30', Thomas Verhaar entrou na área e tocou para o meio, mas Jan-Arie van der Heijden afastou - no escanteio da sequência, Bijlow tirou a bola com um soco, na pequena área.
Mas aos 34', não houve como o Feyenoord escapar. E o Sparta fez o gol em mais um contra-ataque, muito bem finalizado: Verhaar deixou com Fred Friday, e o nigeriano chutou com precisão absoluta, colocando a bola no ângulo esquerdo para o 1 a 0. O time da casa só chegou com perigo em dois chutes de Robin van Persie (terá sido o último jogo do atacante em De Kuip?) - aos 32', para fora, e aos 35', num toque à queima-roupa que o arqueiro Jannik Huth pegou em dois tempos.elo menos, antes do intervalo, ainda houve tempo para o empate do Stadionclub: aos 45' + 1, Van Persie cruzou da esquerda, quase sem ângulo, e Berghuis entrou livre do lado oposto para cabecear na pequena área e fazer 1 a 1.
Van Persie pensa nos rumos que dará à sua carreira. Enquanto isso, segue útil ao Feyenoord: mais um passe para gol (ANP/Pro Shots) |
Mas aos 64', o gol valeu. E veio na sorte: El Ahmadi cruzou lentamente para a área, e Boëtius foi para a dividida com Frederik Holst na pequena área. O zagueiro do Sparta desviou por último, e a bola foi lentamente para o canto esquerdo de Huth: virada do placar, com gol contra. Verhaar ainda fez o Sparta reaparecer no ataque: aos 68', arrematou para Bijlow defender encaixando. Mas o Feyenoord é que marcaria mais um gol, só para comprovar sua ampla superioridade no segundo tempo: aos 83', numa rápida triangulação, Van Persie tocou na entrada da área, El Ahmadi escorou para o meio na saída do goleiro, e Berghuis tocou para o gol vazio fazendo 3 a 1 (seu segundo na partida). Se serviu de consolo para o Sparta, penúltimo colocado, a goleada que rebaixou o Twente garantiu: os "Donos do Kasteel" terão uma segunda chance de se manterem na Eredivisie, via repescagem.
O Twente entrou para o tudo ou nada. Foi nada: goleado pelo Vitesse, último colocado, rebaixado (ANP/Pro Shots) |
O Twente era o único que não poderia acreditar no mais provável: sua queda nesta penúltima rodada. Precisava de uma vitória, e de tropeços dos adversários diretos Roda JC e Sparta Rotterdam. Para tanto, começou tentando ser ofensivo, diante de um cauteloso Vitesse. Contudo, na primeira vez em que chegaram ao ataque, os mandantes de Arnhem fizeram 1 a 0, aos 40': Thulani Serero chutou, e a bola passou entre o goleiro Joël Drommel e a trave, indo para as redes. Tentando ainda a salvação, o técnico interino Marino Pusic colocou força total de vez no ataque, com a entrada de Mounir El Hamdaoui.
A cena mais repetida do domingo em Arnhem: jogadores do Vitesse comemorando, os do Twente, desalentados (Ronald Bonestroo/VI Images) |
A vitória assegurou o Vites na repescagem por um lugar na Liga Europa. Mas foi inevitável: deu-se mais atenção às palavras do capitão Stefan Thesker ("Não sinto nada, estou completamente vazio"), aos elogios de Oussama Assaidi ("Marino Pusic fez o melhor dele, foi valente ao tomar controle numa situação dessas. Com três técnicos numa só temporada, nós, jogadores, precisamos nos olhar no espelho"), aos lamentos do próprio técnico ("Não tenho palavras, muita coisa deu errado"). O Twente, campeão holandês há oito anos, de temporada elogiável no ano passado, está rebaixado à segunda divisão, como último colocado do Campeonato Holandês.
O Roda JC cumpriu sua tarefa: goleou o VVV-Venlo, e praticamente garantiu a segunda chance de se salvar, via repescagem (rodajckerkrade.nl) |
Mesmo que o rebaixamento direto fosse pena praticamente destinada ao Twente, o Roda JC não poderia nem pensar em desperdiçar pontos. E os visitantes de Kerkrade começaram direito o trabalho: aos 23 minutos, Jannes Vansteenkiste fez 1 a 0, num belo chute colocado em diagonal. Entretanto, quem começara melhor fora o VVV-Venlo - e os mandantes empataram aos 33', com Torino Hunte completando um cruzamento, colocado na segunda trave.
Pelo menos, os Koempels visitantes já começaram o segundo tempo com toda a imposição. Aos 48', Adil Auassar saiu da defesa, foi ao ataque e conseguiu o 2 a 1. Mais nove minutos, Donis Avdijaj fez uma jogada individual, cruzou rasteiro, e Dani Schahin completou para as redes, fazendo o terceiro gol do Roda JC. Ainda houve tempo para o quarto gol - aos 77', em belo chute de Engels. E ainda haverá tempo para o time de Kerkrade tentar se salvar (provavelmente, na repescagem: mesmo que empate em pontos com o NAC Breda na última rodada, este tem maior saldo de gols).
A euforia de Paolo Fernandes se justificava: ao abrir o placar, abria o caminho da vitória que praticamente salvou o NAC Breda (ANP/Pro Shots) |
Uma vitória praticamente asseguraria ao Heerenveen o lugar na repescagem por Liga Europa. No entanto, do jeito que a partida começou, parecia que o NAC Breda era a equipe na parte de cima da tabela. Já aos cinco minutos, Manu García quase marcou, numa cobrança de escanteio desviada por Mitchell te Vrede. No minuto seguinte, não houve erro: Paolo Fernandes fez 1 a 0, num bonito chute de fora da área. Aos 12', Te Vrede fez melhor ainda: quase sem ângulo, iludiu o goleiro Martin Hansen para o 2 a 0 dos aurinegros de Breda.
Mais sete minutos, e Pablo Marí quase definiu, cabeceando por cima. A situação do Heerenveen era desastrosa: já com um cartão amarelo, o lateral esquerdo Lucas Woudenberg precisou deixar o jogo aos 23', antes que fosse expulso. Kik Pierie o substituiu, e até houve um lance perigoso para os visitantes da Frísia (o goleiro Nigel Bertrams defendeu bola perigosa vinda de Arber Zeneli). Mas já no segundo tempo, aos 47', Marí enfim conseguiu seu gol, desviando de cabeça a falta cobrada por Angeliño. Vitória categórica, para praticamente garantir a permanência direta do time de Breda na Eredivisie, pelo maior saldo de gols. Missão cumprida para o técnico Stijn Vreven, que sairá.
O Zwolle se esforçou, é certo. Mas o Willem II dominou a bola, e conseguiu a vitória que o mantém na elite (ANP/Pro Shots) |
O Zwolle jogava em casa. Uma vitória o ajudaria bastante, na disputa contra Heerenveen e ADO Den Haag pelos últimos lugares do mata-mata pelo lugar na Liga Europa. E os Zwollenaren buscaram o gol, no primeiro tempo: criaram boas chances, e foram bem mais ofensivos. Só que o goleiro Timon Wellenreuther manteve o Willem II vivo. Para piorar a situação dos "Dedos Azuis", Ryan Thomas precisou sair logo aos 31', com uma lesão muscular.
Foi a hora dos visitantes de Tilburg se sobressaírem. Ainda no primeiro tempo, Jordy Croux mandou a bola na trave. Já após o intervalo, Fran Sol perdeu grande chance de se igualar a Alireza Jahanbakhsh na liderança da tabela de goleadores. Até que, aos 68', Pedro Chirivella cruzou, e Ismail Azzaoui completou na segunda trave o 1 a 0 que garantiu matematicamente a salvação dos Tricolores. O Zwolle só agradece à sorte: com a derrota do Heerenveen e o empate tardio do ADO Den Haag, segue dependendo só de suas forças para ainda estar na repescagem.
O Utrecht começou pessimamente, com dois gols sofridos em cinco minutos. Mas comemorou: conseguiu o empate no fim (fcutrecht.nl) |
O Heracles era mais um clube a precisar vencer para ainda sonhar com os play-offs pela Liga Europa. Pelo menos no começo, os mandantes de Almelo cumpriam a tarefa em grande estilo. Bastou apenas um minuto de bola rolando para que Brandley Kuwas fizesse 1 a 0, em chute de fora. Mais quatro minutos, e Jaroslav Navrátil já marcava o segundo gol, em jogada individual. Bela ocasião para estrear o uniforme retrô dos 115 anos do clube.
Só no segundo tempo é que o Utrecht (já sossegado, com a quinta posição e a vaga na repescagem garantidas) foi dar sinal de vida. E quando o deu, foi para valer. Aos 68', Mateusz Klich cruzou, e Sander van de Streek diminuiu a vantagem dos Heraclieden, de cabeça. E no final, aos 85', o goleiro Bram Castro - em sua penúltima partida pelos mandantes - soltou a bola nos pés de Mark van der Maarel, que rendeu mais um ponto ao Utrecht. E frustrou os anfitriões.
O Groningen não descansou enquanto não fez gols no Excelsior. Conseguiu quatro (ANP/Pro Shots) |
Diante do que se viu na rodada, uma vitória teria aproximado demais o Excelsior da zona de classificação para a repescagem continental. Todavia, o time que mais buscou a vitória foi aquele que nada mais tinha a fazer no campeonato. Já garantido na "zona do limbo", o Groningen criou mais chances, e até demorou para fazer 1 a 0 - só o conseguiu aos 42', quando Tom van Weert completou jogada de Juninho Bacuna.
Mas no segundo tempo, o gol foi rápido: já no primeiro minuto, Ajdin Hrustic cruzou, e Samir Memisevic concluiu para o 2 a 0. Daí por diante, os gols premiaram dois jogadores que viviam situações especiais. De contrato renovado com os Groningers, o japonês Ritsu Doan se aproveitou da falha do goleiro Ögmundur Kristinsson para fazer 3 a 0, aos 71'. E dois minutos depois, Van Weert confirmou a goleada, completando cruzamento de Yoëll van Nieff, que fez seu último jogo em casa pelo Groningen - assim como o técnico Ernest Faber.
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