sábado, 14 de abril de 2018

810 minuten: como foi a 31ª rodada da Eredivisie

Alireza sinaliza: três gols para o AZ, terceiro colocado - e querendo título para coroar ótimo ano (ANP/Pro Shots)
Heracles Almelo 0x3 AZ (sexta-feira, 13 de abril)

O Heracles começou o jogo tentando dificultar as coisas para o terceiro colocado do Campeonato Holandês. Mesmo que os visitantes de Alkmaar tivessem mais posse de bola, os mandantes chegavam à área com perigo. E eles tiveram sua grande chance aos 11'. Por sinal, num pênalti cuja falta foi bem semelhante à que o AZ cometera na rodada passada, contra o PSV: na área, numa cobrança de falta, Til agarrou Wout Droste, e o juiz Jochem Kamphuis não pestanejou em apontar a marca da cal. Mas o final da história foi diferente, para alegria dos visitantes de Alkmaar: Kuwas bateu, e o goleiro Marco Bizot pulou para o canto esquerdo, rebatendo a cobrança. Mesmo com o pênalti perdido, a pressão seguiu: aos 12', Brandley Kuwas chegou à área e finalizou - a bola bateu na mão de Stijn Wuytens, e houve quem pedisse outro pênalti.

Até que, finalmente, a maior posse de bola rendeu uma troca de passes bem feita - e o primeiro gol do AZ, aos 25'. Pela direita, Alireza mandou a bola em profundidade a Jonas Svensson. O lateral chegou à linha de fundo e tocou rasteiro. Vindo livre na grande área, Til dominou e arrematou na saída de Castro para balançar as redes no 1 a 0. E a esperteza logo rendeu o segundo gol, aos 30'. No meio-campo, pressionado por Til, Jamiro Monteiro precisou recuar a bola para a defesa. O zagueiro Dries Wuytens dominou para sair jogando, mas Weghorst foi vivaz: desarmou Wuytens e saiu com campo livre à frente, pela direita. Foi só cruzar, para o também livre Idrissi concluir, fazer 2 a 0 e encaminhar a vitória dos visitantes.

Bizot foi quem primeiro agiu: evitou que o Heracles se empolgasse, ao defender o pênalti de Kuwas no começo (Ronald Bonestroo/VI Images)
A partir de então, o time de Alkmaar teve várias oportunidades para ampliar. Aos 33', quando Idrissi deixou com Weghorst, que ajeitou para Fredrik Midtsjo chutar forte - e forçar Castro a rebater. Ou aos 36', quando o Wuytens do AZ (irmão do Wuytens do Heracles, por sinal) cabeceou e o goleiro Heraclied defendeu. Ou até aos 41', quando Weghorst escorou para fora a bola vinda de escanteio. O Heracles até começou reagindo no segundo tempo, com o chute de Peter van Ooijen que mandou a bola perto do gol, aos 48'. Mas os Alkmaarders logo retomaram o controle do rumo da partida. E confirmariam a vitória já encaminhada, com o mais bonito gol do jogo: aos 59', Weghorst deu a bola a Svensson, e o lateral direito a passou para Alireza. Coube ao iraniano se livrar da marcação com um giro, bater imediatamente no ângulo direito de Castro, da entrada da área, e entrar de vez na disputa para ser o goleador do campeonato - foi seu 15º gol, mesmo número de Hirving Lozano e um abaixo do líder no quesito, Fran Sol (Willem II).

Seguiram então oportunidades para que a vitória se transformasse em goleada. Aos 67', num chute de Alireza, por cima do gol. Ou duas finalizações - de Weghorst e de Svensson -, ambas impedidas por Castro em sequência, aos 69'. Ou nova tentativa do camisa 7 iraniano, à esquerda de Castro, aos 74'. Ou um cabeceio de Ron Vlaar, afastado em cima da linha por Sebastian Jakubiak aos 85'. Ou finalmente, a finalização de Weghorst por cima do gol, aos 88', após cruzamento de Vlaar. Nenhuma chance aproveitada. Sem problemas: a vitória do AZ foi tranquila, e só aumenta a confiança dos Alkmaarders rumo à final da Copa da Holanda, na próxima semana.

O Twente começou muito bem, mas um erro defensivo abriu o caminho para o ADO Den Haag virar o jogo sobre o lanterna (ANP/Pro Shots)
ADO Den Haag 2x1 Twente (sábado, 14 de abril)

Quando o jogo em Haia começou, pareceu que o Twente cumpriria muito bem a primeira de suas quatro dramáticas tarefas para tentar escapar da última posição - e do rebaixamento. Luciano Slagveer ajudou na maior mobilidade do ataque dos Tukkers, bem como o ótimo início de Adam Maher e Fredrik Jensen em campo. Caberia justamente a estes a jogada do primeiro gol, aos 13 minutos: Oussama Assaidi deu a bola a Maher, ele cruzou, e Jensen completou para as redes. Parecia tudo certo para os visitantes de Enschede.

Mas nos acréscimos do primeiro tempo, um erro mudou totalmente o rumo do jogo. No círculo central, Assaidi perdeu a bola para Lex Immers. E este tocou para Bjorn Johnsen, que arriscou de fora da área e empatou o jogo. Foi o suficiente para que, no segundo tempo, o time anfitrião ficasse mais seguro, diante de um Twente afetado. Até que, aos 75', Johnsen definiu a virada, com classe: um toque por cobertura, em cima do goleiro Joël Drommel. No abafa, os visitantes quase empataram com Jos Hooiveld. Porém, o Den Haag ficou com a vitória - e o Twente, com o rebaixamento cada vez mais provável.

O Heerenveen aguentou a pressão do VVV-Venlo, com pênalti perdido e tudo o mais. No final do jogo, foi recompensado: vitória (ANP/Pro Shots)
VVV-Venlo 0x2 Heerenveen (sábado, 14 de abril)

Fora de casa, o Heerenveen quase começou bem: Marco Rojas começou jogando e chegou a fazer gol, mas o juiz Dennis Higler o anulou, por falta de Reza Ghoochannejhad no começo da jogada. Mais eficiente foi o VVV, que teve um pênalti a seu favor aos 27 minutos, quando Pelle van Amersfoort derrubou Lennart Thy. Todavia, ao final dos onze metros estava a decepção: Clint Leemans cobrou, e Martin Hansen defendeu o chute - segundo penal perdido por Leemans em uma semana (já desperdiçara contra o Sparta Rotterdam).

Na etapa complementar, Moreno Rutten ainda fez os Venlonaren terem esperanças de vencer, ao mandar a bola no travessão. Mas a eficiência, então, passou para o lado dos visitantes da Frísia. Aos 69', Nemanja Mihajlovic cruzou, Daniel Hoegh desviou, e Reza para o gol completou: 1 a 0. Mais dez minutos, e Van Amersfoort confirmou o triunfo do Heerenveen num arremate de fora da área, deixando o time alviazul bem posicionado na busca por vaga na repescagem rumo à Liga Europa. No VVV-Venlo, a derrota pouco impactou: não há chance de repescagem, nem risco de queda.

O cartão vermelho de Kramer simbolizou o péssimo dia do Sparta - e o caminho tranquilo do Vitesse rumo à goleada (ANP/Pro Shots)
Vitesse 7x0 Sparta Rotterdam (sábado, 14 de abril)

Há quatro rodadas sem vitórias, com um técnico interino - Edward Sturing, substituindo Henk Fräser, demitido antecipadamente -, o Vitesse devia satisfações à sua torcida neste sábado. E começou a dá-las logo aos dois minutos de jogo, em grande estilo: aproveitando chute de Bryan Linssen que desviara na defesa, Thulani Serero arriscou um voleio e fez belíssimo gol no 1 a 0. Aos 18', o segundo gol foi tão bonito quanto o primeiro já fora: Roy Beerens veio da direita para o meio, driblando quatro jogadores, e finalizou com chute colocado no ângulo do goleiro Jannik Huth. Por sinal, o arqueiro do Sparta poderia ter ido melhor no 3 a 0, aos 29': após cruzamento, rebateu nos pés de Tim Matavz.

Se havia qualquer dúvida de que o Vitesse superaria o Sparta de modo humilhante, ela acabou no último minuto do primeiro tempo. Outra vez, num ato destemperado de Michiel Kramer: após disputa aérea de bola com Alexander Büttner, golpeou o lateral esquerdo no rosto, e levou diretamente o cartão vermelho do juiz Kevin Blom. Dick Advocaat tentou consertar a defesa (colocando Michel Breuer) e o ataque (com Fred Friday) no segundo tempo. Mas o Vites partiu para conseguir a maior goleada de sua história na Eredivisie. Aos 59', Linssen fez 4 a 0. Aos 72', Tim Matavz completou cruzamento de Mason Mount para o quinto gol. Mais cinco minutos, e Thomas Bruns, recém-entrado em campo, marcou o sexto. Finalmente, aos 82', em outro bonito voleio, Linssen fez seu segundo gol na partida, fechando um 7 a 0 até histórico, para tranquilizar a torcida em Arnhem. O Sparta só se alivia pela derrota do Twente...

O Excelsior (à direita) conseguiu tirar um ponto do Zwolle fora de casa - e se garantiu na Eredivisie em 2018/19 (ANP/Pro Shots)
Zwolle 1x1 Excelsior (sábado, 14 de abril)

Um bom resultado seria fundamental para os objetivos de ambos na temporada. E o Zwolle começou buscando mais esse bom resultado, a partir da primeira chance, aos 16', quando o arremate de Younes Namli saiu rente à trave. No minuto seguinte, o chute iria em gol - e que chute: Youness Mokhtar bateu colocado, de fora da área, mandando a esférica no ângulo do goleiro Ögmundur Kristinsson para fazer 1 a 0 com seu oitavo gol na Eredivisie. Mesmo sofrendo o gol, o islandês Kristinsson até salvou o Excelsior no primeiro tempo, em duas defesas numa mesma sequência (aos 38', espalmando primeiro a falta de Mustafa Saymak, e depois o cabeceio de Piotr Parzyszek).

Sorte dos Kralingers visitantes. Porque Kristinsson continuou os salvando, em nova defesa após tentativa de Parzyszek aos 52'. E principalmente, porque o juiz Christiaan Bax apitou pênalti de Kingsley Ehizibue em Levi Garcia, aos 57'. Mesmo com o arqueiro Diederik Boer tentando iludi-lo, Mike van Duinen foi preciso: bola num canto, goleiro no outro, 1 a 1. E se o empate ficou no placar pelo resto do jogo, o Excelsior pôde comemorar, mesmo sem a vitória: está matematicamente garantido na primeira divisão. Ao Zwolle, esperam-se três rodadas de dificuldades para manter o lugar na zona da repescagem pela Liga Europa - afinal, Vitesse, ADO Den Haag e Heerenveen seguem de muito perto.

O Willem II se agigantou, com o destaque de Ben Rienstra (21). Vencer o NAC Breda pode ajudar muito a garantir a permanência na Eredivisie (ANP/Pro Shots)
NAC Breda 1x2 Willem II (domingo, 15 de abril)

Se os dois times jogavam a possibilidade de encaminharem a salvação na Eredivisie, só o Willem II começou atento. Já aos quatro minutos de jogo, os visitantes de Tilburg fizeram 1 a 0: após bola alta, o goleiro Nigel Bertrams errou na saída, e Ben Rienstra completou para as redes. Porém, o NAC Breda buscou o empate ainda na etapa inicial: aos 29', Angeliño cobrou falta, e Arno Verschueren desviou para fazer 1 a 1. Mas dois reveses acabaram se impondo no caminho dos mandantes aurinegros em Breda. O primeiro, aos 39', foi a saída de Thierry Ambrose, lesionado, dando lugar a Rai Vloet. O segundo veio no minuto seguinte: cobrança de escanteio, Fran Sol ajeitou de cabeça, e Rienstra marcou de novo, recolocando o Willem II na frente do placar.

Bastou para que, na etapa complementar, o NAC buscasse o empate, como pudesse. Pablo Marí chutou por cima do gol aos 50', o goleiro Timon Wellenreuther impediu o chute desviado de Angeliño aos 65', Verschueren cabeceou rente à trave aos 72'. O Willem II, por sua vez, teve espaço para contragolpes - um deles, nos acréscimos, quase definiu a vitória, mas Eyong Enoh perdeu o gol. Ainda assim, os visitantes tricolores de Tilburg conseguiram os três pontos, no primeiro triunfo em Breda desde 2007, e estão quase salvos. O NAC Breda ainda sofre: está em 15º (primeira posição fora da zona de repescagem/rebaixamento), mas só quatro pontos acima do Roda JC.

O Groningen já garantiu a manutenção na primeira divisão, com a vitória. O Roda ainda se preocupará muito (Gerrit van Keulen/VI Images)
Groningen 2x1 Roda JC (domingo, 15 de abril)

Quando Ajdin Hrustic cobrou falta e forçou o goleiro Hidde Jurjus a espalmar a bola para fora, logo aos cinco minutos, ficou claro que o Groningen iria ser o time dominante no seu estádio - e que o Roda JC sofreria para manter a promissora sequência de três vitórias seguidas. Aos 15 minutos, isso se confirmou: Hrustic inverteu o jogo com Deyovaisio Zeefuik, e este tocou para o japonês Ritsu Doan fazer 1 a 0 para os Groningers, de fora da área. O Roda JC só arriscou qualquer coisa aos 33', num arremate de Tsiy William Ndenge, bem defendido por Sergio Padt. O único senão que poderia empanar o brilho dos mandantes do Norte holandês fora a lesão que tirou Mimoun Mahi de campo, aos 42'.

Mas foi justamente o substituto de Mahi que ampliou a vantagem dos mandantes alviverdes, já no segundo tempo: aos 49', após rebote de escanteio, Jesper Drost arriscou para o 2 a 0. O Roda JC parecia vencido, mas ganhou esperanças aos 70': também num pontapé de canto, Christian Kum mandou de voleio para as redes, marcando o gol de honra dos Koempels. Insuficiente para evitar a vitória que garantiu definitivamente o Groningen na primeira divisão em 2018/19 - e que ainda mantém o Roda na zona de repescagem/rebaixamento, quatro pontos acima do NAC Breda. Será um longo fim de campeonato para o time aurinegro de Kerkrade. Pelo menos, Twente, Sparta e NAC Breda também perderam...


Como sempre, Van Persie: classe na finalização, abrindo caminho para a vitória do Feyenoord (Pro Shots)
Feyenoord 3x1 Utrecht (domingo, 15 de abril)

No jogo que poderia encaminhar o dono da quarta posição na Eredivisie, o Utrecht começou pressionando. Jogando no campo de ataque, os Utregs tiveram a primeira possibilidade de gol, aos quatro minutos: um chute de Mateusz Klich mandou a bola rente à trave direita de Brad Jones. O Feyenoord, então, começou a buscar jogadas pelas pontas. Praticamente na primeira vez em que buscou o gol com elas, o conseguiu, aos sete minutos: Kevin Diks cobrou lateral mandando a bola diretamente para Jens Toornstra. Na linha de fundo, o meio-campista cruzou para o meio da área. E lá estava Nicolai Jorgensen para completar de voleio. Saiu meio desajeitado, mas mandou a bola nas redes, no contrapé do arqueiro David Jensen, para fazer 1 a 0. Mais eficiente nos raros avanços, o Stadionclub teve nova chance aos 24': Ridgeciano Haps cruzou da esquerda, Jorgensen desviou, mas Van Persie fracassou ao tentar completar: caiu após o choque com Willem Janssen.

O Utrecht, ao ter a bola nos pés, falhou aos 28': após bola alta de Mark van der Maarel, que encobriu Sven van Beek, Cyriel Dessers a dominou na área e ficou frente a frente com Brad Jones, na área. Mas o atacante belga preferiu tocar para o lado - Yassin Ayoub chegou atrasado, e a bola passou. Pelo menos, na chance seguinte para o gol, Dessers foi mais atento - e teve mais sorte. Aos 31', Klich passou a Sean Klaiber, que cruzou rasteiro. Dessers estava em completo impedimento, mas o bandeirinha deixou passar. E o atacante desviou para o gol vazio, empatando o jogo. A partir daí, o jogo ficou equilibrado. Então, só alguém tecnicamente capaz poderia ser decisivo.

O gol de Dessers (impedido) até alimentou as esperanças do Utrecht, mas o visitante só perturbou o Feyenoord no primeiro tempo (fcutrecht.nl)
Adivinhem quem o foi, no Feyenoord? Ele mesmo: Robin van Persie. Coube a ele, titular de novo, fazer 2 a 1 aos 43', com a classe que sempre teve: dominando a bola lançada por Van Beek e chutando cruzado para o gol, quase sem deixá-la cair. Não foram à toa os elogios de Giovanni van Bronckhorst após o jogo: "Ele sabe quando precisa dominar. Foi um gol de pura técnica e qualidade". No segundo tempo, os visitantes de Utrecht ainda tentaram trazer algum perigo, aos 50': Zakaria Labyad veio pela esquerda, chegou à linha de fundo, e cruzou, mas Haps tirou na pequena área. A sobra ficou para Klich arrematar da entrada da área, e aí Brad Jones defendeu.

Mas o Feyenoord controlava bem o jogo, sem correr lá muito perigo. Teve sua primeira oportunidade na etapa final aos 59', quando Toornstra cobrou falta perto da área, e David Jensen espalmou. E o Stadionclub encaminhou definitavamente a vitória aos 69', com o terceiro gol. Van Persie ajeitou na área, Jorgensen cruzou, e Sam Larsson subiu para cabecear e fazer o 3 a 1 que praticamente assegurou a quarta posição na temporada, oito pontos à frente do Utrecht superado. Se a vaga na Liga Europa não vier pelo título na Copa da Holanda, a ser decidida contra o AZ na semana que vem, pelo menos o time a conquistará via Eredivisie - salvando um pouco a temporada.

Na comemoração do gol de Luuk de Jong, o sonho realizado: time e torcida do PSV integrados na mesma festa. A festa do título holandês ganho em cima do Ajax (Pim Ras)
PSV 3x0 Ajax (domingo, 15 de abril)

O clássico que poderia decidir o campeonato começou equilibrado, com PSV e Ajax criando chances de gol. Logo aos nove minutos, Matthijs de Ligt tentou sair jogando, mas seu passe foi interceptado por Hirving Lozano, e o mexicano já deu a bola a Luuk de Jong, na entrada da área. Todavia, o arremate do camisa 9 foi prensado por Maximilian Wöber, e a bola saiu fraca, fácil para André Onana pegar. Aos 12', Hakim Ziyech dominou a bola nas redondezas da grande área, e chutou rasteiro. Jeroen Zoet precisou ir ao canto esquerdo para defender. Um minuto depois, Lozano superou a marcação de Nicolás Tagliafico, veio pela direita, cruzou, e Luuk de Jong escorou para defesa salvadora (mas involuntária) de Onana, que fechou o ângulo com o calcanhar. Depois, aos 17', Ziyech lançou de fora, David Neres ajeitou de cabeça, e Donny van de Beek tentou o voleio - mas pegou mal, e Zoet agarrou a bola. Mesmo num cenário ainda equilibrado, os Boeren começavam a aparecer mais. Aos 19', Lozano pegou a bola deixada por Santiago Arias, e bateu colocado. Onana foi ao canto esquerdo para defender.

Até que, numa jogada encaixada, aos 23', enfim o PSV começou a realizar seu sonho de garantir o título no clássico. Wöber falhou na saída de bola, e Steven Bergwijn ajeitou para Marco van Ginkel. O camisa 10 deixou a Lozano, que entrou na área e chutou cruzado. De Ligt ainda salvou na pequena área, mas a sobra foi aproveitada por Gastón Pereiro, que fez 1 a 0 - dos 30 gols que já fez na Eredivisie, era o sexto contra Ajax ou Feyenoord. Era um primeiro golpe. Mas o Ajax seguiu perigoso em busca do empate. Aos 32', este quase aconteceu: outro lançamento preciso de Ziyech encontrou Joël Veltman na direita da grande área. O lateral tocou, e Huntelaar chegou na pequena área. Só não empatou pela excelente defesa de Zoet: o camisa 1 saiu bem, fechou o ângulo e rebateu, até se chocando com o atacante Ajacied.

A partir da ótima defesa de Zoet na tentativa de Huntelaar, o PSV cresceu para entrar na rota da vitória e do título holandês (Pim Ras)
A partir de então, Luuk de Jong começou a tentar algumas finalizações. Quase marcou de cabeça aos 36' (a bola foi fraca, e Onana pegou) e aos 37' (no cabeceio, a bola desviou em De Ligt e em Schöne, e não faltaram pedidos de pênalti). Era um momento de pressão. E o PSV aproveitou de novo a chance, aos 38'. Pereiro deixou a bola com Brenet, o lateral veio veloz pela esquerda e cruzou. Luuk de Jong na área, de novo de cabeça, enfim conseguiu o final feliz: 2 a 0 e título encaminhado. Erik ten Hag tentou tornar o Ajax mais ofensivo logo que o intervalo terminou: tirou Wöber, colocando Siem de Jong e deixando o time no 3-4-3. Coube justamente ao meio-campista que acabara de entrar a primeira tentativa Ajacied, aos 47', mas Zoet defendeu. Depois, aos 52', Ziyech fez boa jogada individual pela direita, mas seu cruzamento foi interceptado por Schwaab, na pequena área.

Mas qualquer perspectiva de reação que o Ajax ainda tivesse se acabou aos 54', com o 3 a 0 do PSV. Pereiro deixou a bola a Arias, que cruzou da direita. De Ligt ainda rebateu, mas Bergwijn dominou, se livrou de Siem de Jong e bateu no canto direito de Onana, para o 3 a 0 que sacramentou o título. Total e irremediavelmente superado em campo, o Ajax só teve mais duas chances, ambas com David Neres. Aos 66', o brasileiro recebeu a bola de Schöne, driblou Schwaab e arrematou colocado, à direita de Schöne. E o camisa 7 quase diminuiu de novo aos 73', ao tabelar com Kasper Dolberg (substituto de Huntelaar) e chegar à pequena área com a bola, mas Zoet saiu do gol e agarrou.

Contudo, a última impressão dos visitantes de Amsterdã seria negativa: pela primeira vez em sua história no Campeonato Holandês, o Ajax teve duas expulsões num jogo. Aos 79', Tagliafico acertou o tornozelo de Lozano e recebeu o vermelho do juiz Danny Makkelie. Mais quatro minutos, e Siem de Jong fez ainda mais feio: pontapé por trás em Arias, e mais um vermelho direto. Àquela altura, a torcida do PSV nem ligava. Já se envolvia em algo muito melhor. Algo que logo envolveria também os jogadores, logo quando veio o apito final de Makkelie, exatamente aos 90', sem acréscimos: a festa do título. Festa justa para um merecido campeão holandês, que conquistou o título como sonhava: em seu estádio, superando categoricamente um dos principais rivais. Incontestável.

Legenda é necessário? (ANP/Pro Shots)

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