O êxtase de Alireza: três gols para frustrar o Zwolle, impulsionar a goleada do AZ e se tornar o goleador máximo da Eredivisie na temporada (Ed van de Pol/az.nl) |
O Zwolle era o segundo pior time do returno do Campeonato Holandês. Mas ainda tinha uma chance de evitar a decepção: caso ganhassem do AZ, em Alkmaar, os Zwollenaren garantiriam a vaga na repescagem pelo lugar na Liga Europa. Não foram necessários mais do que treze minutos para que o AZ mostrasse a inevitabilidade da tristeza para os "Dedos Azuis". Por outro lado, Alireza Jahanbakhsh começou a brilhar: chutou forte, o goleiro Diederik Boer deixou a bola passar, e os Alkmaarders fizeram 1 a 0. Era o 19º gol do iraniano, na disputa para ser o goleador da Eredivisie - e o 20º quase veio aos 21', quando Guus Til lançou a bola e ele perdeu por pouco. Independentemente do destaque, a superioridade do terceiro colocado da Eredivisie era gigante ao final do primeiro tempo: muitas chances criadas com os 72 por cento de posse de bola.
Mas na etapa final, a atuação melhor do AZ ficaria indiscutivelmente clara. Aos 52', Alireza marcou o segundo no jogo - e o 20º na temporada -, ao completar cruzamento de Teun Koopmeiners. Mais dez minutos, e numa jogada de noruegueses, veio o 3 a 0: Jonas Svensson tocou, e Fredrik Midtsjo conferiu para o filó adversário. Totalmente atarantado e abatido em campo, o Zwolle foi ferido de morte por Wout Weghorst: com dois gols em dois minutos (aos 76' e aos 77'), o atacante levou o placar a 5 a 0. Mas faltava o toque final na boa vitória do time da casa, o golpe final no decepcionante Zwolle, fora das competições europeias. Não faltou mais, aos 88': Alireza marcou o terceiro gol no jogo. O sexto da goleada do AZ. O 21º gol do iraniano, o primeiro asiático artilheiro da história da Eredivisie.
Johnsen (à esquerda) cumpriu sua tarefa: fazer gols. E mesmo com a pressão no fim, o ADO Den Haag tentará um lugar na Liga Europa (ANP/Pro Shots) |
O lance do primeiro gol do Den Haag, logo aos três minutos de bola rolando, deixou claro como o dia seria bom para Bjorn Johnsen. Afinal, o primeiro tento do norueguês no jogo veio na sorte: o goleiro Hidde Jurjus demorou para repor a bola em jogo - e quando a repôs, ela ricocheteou em Johnsen e foi direto às redes, colocando-o na disputa pela artilharia: era seu 18º gol no campeonato. O Roda JC até trouxe perigo aos 20' - Dani Schahin cabeceou, e a bola foi rente à trave do goleiro Indy Groothuizen. Mas o Den Haag já encaminhou o triunfo que lhe daria o lugar na repescagem pela Liga Europa: aos 23', Lex Immers cabeceou escanteio de Nasser El Khayati para o 2 a 0, e Johnsen marcou o 19º gol na temporada aos 34', fazendo 3 a 0 ao completar a bola cruzada por Sheraldo Becker.
Parecia garantido um dia tranquilo para os visitantes de Haia. Mas os Koempels mandantes foram atrás dos gols, para trazer mais perturbação. Aos 56', Schahin errou e acertou na sequência: o alemão primeiro mandou a bola no travessão, para depois fazer o primeiro gol do Roda JC, completando passe de Tsiy William Ndenge com um toque, encobrindo Groothuizen. Mais cinco minutos, e o Roda trouxe o placar para 3 a 2: Simon Gustafson, de pênalti. Pouco depois, Becker e Johnsen foram substituídos. E o ADO Den Haag se concentrou em conter a pressão dos mandantes na fase final do jogo, em busca do empate. Conseguiu. E a temporada continua para os Hagenaren, sétimos colocados, que pegam o Vitesse na primeira fase da repescagem por um lugar na Liga Europa.
Berghuis tentou chegar à artilharia da Eredivisie, com seus dois gols. Não conseguiu. Mas mereceu os cumprimentos, de qualquer jeito: destaque em outra vitória do Feyenoord (ANP/Pro Shots) |
Ao contrário do habitual, este jogo envolvendo um grande na Holanda foi animado. O Feyenoord buscou rápido o gol: logo aos dois minutos, Jean-Paul Boëtius finalizou duas vezes em sequência - a primeira foi rebatida pelo goleiro Martin Hansen, a segunda saiu. O Heerenveen ainda tentou aos 9', quando Arber Zeneli driblou para o meio, bateu, e Justin Bijlow (de novo tendo chance no gol Feyenoorder) rebateu. Mas seriam os visitantes que sairiam na frente, aos dez minutos, por obra e graça do destaque deles na temporada. Bijlow chutou para longe, Kevin Diks ajeitou, Berghuis dominou e decidiu arriscar de fora da área. No alvo: canto esquerdo de Hansen, bola nas redes, 1 a 0 Feyenoord - 17º gol do camisa 19 na liga.
O Fean só reagiu aos 19 minutos, quando Yuki Kobayashi mandou a bola na trave. Pois aos 26', Berghuis tratou de mostrar porque estava na disputa pela artilharia: em alguns segundos, mandou a bola na trave direita de Hansen (num chute colocado), e ainda forçou o goleiro dinamarquês a rebater outra tentativa, na área. Seguiu-se um momento de equilíbrio no jogo, até que, aos 41', a lei da vantagem ajudou Berghuis a marcar pela segunda vez no jogo - e pela 18º na Eredivisie. Amrabat passou a bola, sendo derrubado após choque. Mas o juiz Danny Makkelie mandou seguir a jogada, pela esférica já estar com Vente, na direita. E foi do atacante que ela passou para Berghuis, que vinha pelo meio e concluiu no canto esquerdo para o 2 a 0 do Stadionclub.
Em dois minutos, no final do jogo, o Heerenveen ainda se animou com o empate. Mas ainda tomou mais um gol (sc-heerenveen.nl) |
Já no contra-ataque seguinte, o Feyenoord quase passou à frente, com Hansen defendendo chutes de Berghuis e Basaçikoglu em sequência. Finalmente, aos 82', o ponto culminante dos minutos eletrizantes: Haps derrubou Bruijn na área, e Danny Makkelie marcou o pênalti. Poderia ser a virada consagradora do Heerenveen (mesmo que nem precisasse, com a goleada que o Zwolle sofria). Mas Bijlow negou: o goleiro do Feyenoord defendeu a cobrança de Zeneli. Foi a vez do Feyenoord se reanimar. Aos 83', quase Basaçikoglu marcou - Daniel Hoegh tirou a bola na pequena área, após o turco finalizar. Aos 88', Van Persie quase coroou sua entrada, ao completar passe encobrindo Hansen, mandando por cima do gol. E no último minuto, os visitantes conseguiram o 3 a 2 da vitória, com Basaçikoglu fazendo até melhor do que na chance anterior: um arremate colocado, no canto esquerdo de Hansen, que só ficou olhando. Mas mesmo com a derrota, até o Heerenveen teve razão para festejar: afinal, com a derrota do Zwolle, garantiu a última vaga na repescagem por Liga Europa.
Ritsu Doan (à direita) foi dos raros a criar chances, num 0 a 0 em clima de férias entre PSV e Groningen (Pro Shots) |
O jogo em Eindhoven teve a alegria típica do fim de temporada. Pelo menos antes do começo - e no intervalo, quando Davy Pröpper e Jürgen Locadia se despediram da torcida no Philips Stadion. Dentro, o começo teve pouco de animação. Só impressionaram mesmo as duas alterações forçadas que o PSV teve de fazer - a primeira, aos 21', quando Bart Ramselaar, golpeado na cabeça numa dividida aérea, deu lugar a Mauro Júnior. O Groningen ainda tentou algo aos 25', quando Tommie van de Looi cruzou da direita, e a bola passou pouco à frente de Tom van Weert na área, saindo pela linha de fundo. A resposta dos Boeren veio aos 28': Joshua Brenet mandou a bola para a área, e Steven Bergwijn tentou o domínio, mas a defesa conseguiu evitar.
Mais perigoso foi o que se viu no contra-ataque aos 29': Mauro Júnior lançou do meio, Brenet pegou na direita, cruzou, e Hirving Lozano desviou, mandando a bola em cima do goleiro Sergio Padt - no escanteio seguinte, Derrick Luckassen cabeceou rente à trave direita. Aos 34', de novo, Brenet mandou a bola do lado, e Jorrit Hendrix cabeceou no contrapé de Padt, que ainda se esticou para espalmar a bola, em boa defesa. Todavia, aos 41', o próprio Hendrix foi mais um do time campeão holandês a sair cedo: com lesão muscular, dando lugar a Pablo Rosario. De todo modo, o fim da etapa inicial teve uma boa chance dos Eindhovenaren, no último minuto: Mauro Júnior arriscou o que parecia um cruzamento - e se tornou chute perigoso, encobrindo Zoet e saindo sobre o gol.
Phillip Cocu teve de mudar duas vezes o time ainda no primeiro tempo, com as lesões de Ramselaar (foto) e Hendrix. Pelo menos, não havia muita coisa em disputa (Jeroen Putmans/VI Images) |
A partir daí, foi a vez do Groningen pressionar, até com mais perigo. Aos 73', após cobrança de escanteio, Van Weert desviou de cabeça, e Zoet foi buscar no canto direito - ainda ajudado por Lozano, que bloqueou a bola em cima da linha antes da defesa definitiva. Cinco minutos depois, um chute de Ritsu Doan, defendido por Zoet em dois tempos. E a última chance para tirar o zero do placar foi para o dono da Eredivisieschaal: aos 87', Pereiro ajeitou para Mauro Júnior, mas o brasileiro arrematou para fora, à direita de Padt. Só aí, os times puderam celebrar o que pareceram desejar durante os noventa minutos: a chegada das férias. Que sejam boas.
Provavelmente tendo Ziyech pela última vez, o Ajax encarou dificuldades, pelo azar de um gol contra. Mas conseguiu virar para 2 a 1 contra Excelsior e teve sossego (ANP/Pro Shots) |
O ambiente do Ajax anda tenso: críticas à diretoria, a alguns jogadores, ao técnico... mas era o último jogo. Ocasião propícia para estreias tranquilas - como a de Kostas Lamprou, substituindo André Onana no gol, e de Azor Matusiwa, titular pela primeira vez no meio-campo. E o time de Amsterdã mostrava o de sempre: mais posse de bola, diante de um rival fechado. Mas que também ousava avançar: aos 7', Hicham Faik chutou de primeira, após receber bola do lado esquerdo. Mas o arremate em diagonal saiu pela linha de fundo. Os Ajacieden trouxeram mais perigo na primeira vez em que se aproximaram do gol. Aos 15', do meio-campo, Ziyech lançou a bola em profundidade. Kluivert pegou, já na área, e concluiu para a boa defesa do goleiro Ögmundur Kristinsson.
Porém, uma falha de comunicação rendeu ao Excelsior o surpreendente 1 a 0. Aos 20 minutos, após um lançamento alto da direita, Matthijs de Ligt dominou, e recuou a bola visando Lamprou. Só que o arqueiro grego já saía do gol. Resultado: tentou voltar correndo, para pegar a esférica que ia rumo ao gol vazio. Não conseguiu, e ela entrou lenta nas redes, no gol contra involuntário de De Ligt. Começava aí nova onda de protestos da torcida que saiu de Amsterdã a Roterdã, com Erik ten Hag como o principal alvo: o técnico do Ajax tinha de ouvir coros como "Erik, rot op" ("Erik, f***-se") e "Nooit zo'n slechte team gezien" ("Nunca vimos um time tão fraco"). Para piorar, Klaas-Jan Huntelaar já tivera de sair no primeiro tempo: lesionado, o atacante deu lugar a David Neres.
O Excelsior sequer chutou a gol no primeiro tempo. Mas um recuo de De Ligt, que pegou o goleiro Lamprou saindo do gol... e 1 a 0 para o Kralingers (Den Breejen/VI Images) |
A partir de então, o jogo teve algum equilíbrio. Aos 56', dois lances mostraram algum equilíbrio. Justin Kluivert finalizou em cima de Jürgen Mattheij - para muitos, a bola bateu no braço do zagueiro. Na sequência, o Excelsior contra-atacou, e Van Duinen cabeceou para a defesa de Lamprou. Depois, o Ajax chegou mais perto do terceiro gol. Dolberg ainda tentou aos 70': dominou a bola vinda de Ziyech e completou, para Kristinsson rebater com os pés. E aos 74', Donny van de Beek tentou encobrir o goleiro islandês do Excelsior, mas este ainda espalmou por cima do gol. Nos dez minutos finais, os Kralingers mandantes é que tiveram boas chances para empatar - aos 88', num cabeceio de Mattheij, que Lamprou agarrou em cima da linha, e no minuto seguinte, quando Mike van Duinen cabeceou e Ziyech evitou o gol junto à trave. Mas o Ajax conseguiu segurar a vitória para encerrar a campanha. Agora, é lidar com os problemas - como as virtuais saídas de Ziyech e Kluivert. O Excelsior, pelo menos, se despediu tranquilamente do técnico Mitchell van der Gaag. Afinal, fazia tempo que o time não se livrava do rebaixamento com algum sossego.
O Heracles Almelo ficou duas vezes atrás no placar, mas ainda correu atrás da goleada no Sparta (Harry Broeze/heracles.nl) |
Já sabendo que jogará tudo na repescagem, em busca da manutenção na Eredivisie, o Sparta abriu o placar aos 25 minutos: Miquel Nelom cruzou da direita, e Fred Friday completou para o 1 a 0 dos "donos do Kasteel". O Heracles demorou apenas 60 segundos para empatar: Kristoffer Peterson fez jogada individual antes de finalizar para o gol. Já na etapa complementar, os Spartanen passaram novamente à frente aos 50', quando Stijn Spierings completou após bate-rebate na área.
Aí, os Heraclieden acabaram com a brincadeira em Roterdã. Vincent Vermeij saiu do banco para o ataque aos 60' - e aos 61', já justificava sua entrada com o 2 a 2, também depois de disputa pela bola na área. E aos 78', Tim Breukers mandou a esférica no barbante adversário com um chute forte. Estava virado o placar para os visitantes de Almelo, que ainda transformaram a vitória em goleada com dois gols nos acréscimos (Vermeij, de novo, e Paul Gladon) para terem um final tranquilo.
A interrupção do jogo no segundo tempo foi o símbolo da triste interrupção do caminho do Twente na Eredivisie (Tom Bode/VI Images) |
A despedida do Twente da primeira divisão já era carregada de certa melancolia no Grolsch Veste. Correu-se o risco de ficar pior ainda aos 16 minutos: Mitchell te Vrede deixou a bola a Menno Koch, e o volante arriscou chute forte para fazer 1 a 0. Só então o Twente partiu para buscar o empate: Ryan Trotman (estreante) e Adam Maher tentaram o gol em arremates distantes, mas o goleiro Nigel Bertrams estava a postos. Só não foi possível impedir o empate, aos 39': Manu García perdeu a bola para Maher, e o meio-campista cruzou para Dylan George colocar o 1 a 1 no placar.
Porém, a melancolia voltou a ser vista na volta do intervalo. E carregada de tensão: com a torcida da Vak-P (setor atrás de um dos gols do Grolsch Veste) atirando bombinhas e sinalizadores no gramado, o juiz Edwin van de Graaf parou o jogo por cerca de cinco minutos, ainda no início do segundo tempo. Na volta, o único momento de mais perigo foi o chute de Pablo Marí na trave. E o único time a comemorar algo no empate foi mesmo o visitante, que ficará mais um ano na elite, enquanto o Twente verá como é a segunda divisão. Pelo menos, a torcida terá desconto no sócio-torcedor.
O Utrecht ainda garantiu mais uma vitória antes da repescagem pela vaga continental (Maurice van Steen/VI Images) |
O Utrecht corria um pequeno risco: perder a quinta posição, caso fosse derrotado pelos Venlonaren, somando-se a eventual vitória do Vitesse. Passou longe de ser o caso. No primeiro tempo, os Utregs mandaram duas bolas na trave - a primeira num cabeceio de Dario Dumic, a segunda num chute de Cyriel Dessers, após jogada individual.
A superioridade seguiu no segundo tempo, mas só aos 71' veio o gol da vitória, com Mateusz Klich assegurando três pontos e a quinta posição. Assim, os Utregs seguirão a Heerenveen, para tentarem chegar à Liga Europa via play-offs pela segunda temporada seguida. E o VVV-Venlo passou mais sustos do que o necessário: com seis derrotas e um empate nas sete últimas rodadas, terminou na 15ª posição, primeira acima da zona de rebaixamento.
O Willem II até começou melhor no jogo, mas o Vitesse conseguiu empatar duas vezes (ANP/Pro Shots) |
O Willem II já poderia ter aberto o placar aos três minutos, se o goleiro do Vitesse fosse menos ágil: após arremate de Elmo Lieftink, Jeroen Houwen soltou a bola perto da linha, e ela quase entrou, mas o arqueiro conseguiu agarrar firme antes do gol. Mas aos 29', não houve como evitar: Ismail Azzaoui veio pelo lado e chutou na trave, mas Konstantinos Tsimikas estava perto o suficiente para aproveitar o rebote e colocar os mandantes na frente em Tilburg.
Já depois do intervalo, poderia ter vindo o segundo gol: Lieftink chegou à área em condições de chute, mas preferiu passar a Fran Sol, que buscava o posto de goleador. E o espanhol finalizou em cima de Houwen. Azar: aos 63', o Vitesse empatou, num cabeceio de Matt Miazga. Aos 70', Ben Rienstra ainda recolocou os Tricolores na frente, num bonito chute. Porém, aos 83', após Mason Mount tocar, Tim Matavz saiu da marcação e decretou o empate no Willem II Stadion, rendendo um ponto ao Vites antes de iniciar a repescagem pela Liga Europa.
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