sábado, 27 de março de 2021

Apagando fogueiras - por enquanto

A Holanda demorou para fazer gols e confirmar a vitória provável contra a Letônia. Mas fez. Com um placar menos confortável do que poderia ser, mas tudo bem (Pro Shots)

A derrota para a Turquia, na estreia pelas eliminatórias da Copa de 2022, aumentou as dúvidas já existentes sobre a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) - algumas, existentes desde quando Frank de Boer foi anunciado como técnico. Ainda assim, era previsível: viria uma vitória contra a Letônia, nesta segunda rodada, no sábado, para acalmar um pouco mais os ânimos em relação à Laranja - ânimos expressados inclusive pelos 5 mil presentes à Johan Cruyff Arena (um passo a mais na tentativa da volta de público aos estádios holandeses). E ela veio. O 2 a 0 foi magro, mas pelo menos rendeu os primeiros pontos à Laranja na disputa por uma vaga no Mundial do Catar - país-sede que recebeu referências tímidas aos maus-tratos e mortes de operários migrantes nas construções dos estádios, numa camisa vestida pelos holandeses antes do jogo.

Partida iniciada, ela foi o que se esperava: desde o começo, ataque contra defesa. E muito ataque: Davy Klaassen (recebendo chance como titular) quase marcou na pequena área aos 6', chute de Memphis Depay aos 8', outro arremate de Steven Berghuis (este, fora da área) aos 8'... e a Letônia não só povoava a defesa com pelo menos seis jogadores - os quatro da defesa, mais os volantes Vladimirs Kamess e Kristess Tobers -, como contava com o esforço do goleiro Roberts Ozols, que defendeu o chute supracitado de Depay. Mesmo quando nem todo esse esforço defensivo dos letões bastavam, o travessão impedia o gol holandês - como impediu o de Klaassen, aos 27'. 

De tanta facilidade para atacar, até os zagueiros holandeses começavam a avançar, caso de Matthijs de Ligt. Sem contar as subidas frequentes dos laterais - principalmente Denzel Dumfries, titular de novo na direita. Mas nada de gol. De quebra, nas raríssimas vezes em que avançou, a seleção visitante indicou um defeito defensivo da Laranja: a persistente lentidão na volta para a marcação. Foi assim que Raivis Jurkovskis assustou um pouco, aos 29'. Só um pouco. Porque, enfim, alguém acertou a mira - caso de Steven Berghuis, que fez um bonito gol aos 32'. E aí, voltou o domínio da Holanda. Como voltaram as chances perdidas. Caso de Luuk de Jong: outra bola no travessão, aos 40'.

Luuk de Jong perdeu algumas chances... mas pelo menos aproveitou uma delas, no 2 a 0 (Pro Shots)

A etapa inicial acabou, a complementar começou, e a seleção neerlandesa seguiu na mesma: criando tantas chances quanto perdia. Aos 54', o bate-rebate na área foi até engraçado: novamente Luuk de Jong e Klaassen tentaram uma finalização, mas a quantidade de letões na área evitou que o gol ocorresse. Ozovs também fazia o que podia, no gol, defendendo chutes de Frenkie de Jong (aos 57') e Memphis Depay (62'). Até Luuk de Jong, enfim, acertar um cabeceio, para justificar sua titularidade no dia fazendo 2 a 0, aos 69'.

Vieram mais algumas chances, outras boas defesas de Ozovs (como em tentativas de Klaassen, aos 73', e Memphis Depay, aos 77'), pelo menos um grande susto para a Holanda (o chute de Andrejs Ciganiks que Tim Krul defendeu - e ainda bateu na trave, aos 85')... e o jogo acabou com sensações alternadas. Elogios, sim, pelas muitas chances criadas pela Holanda. Mas cercados de certa preocupação, pelos poucos gols, diante da vantagem que a Turquia já começa a ganhar no saldo de gols, dentro do grupo G das eliminatórias. 

Enfim, pelo menos a vitória esperada e previsível veio. Como se espera outro triunfo na terceira rodada, contra Gibraltar. Apagando as fogueiras que cercam a seleção masculina da Holanda. Pelo menos, por enquanto.

Eliminatórias para a Copa de 2022 - Europa
Holanda 2x0 Letônia
Data: 27 de março de 2021
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Juiz: Stéphanie Frappart (França)
Gols: Berghuis, aos 32', e Luuk de Jong, aos 69'

Holanda
Tim Krul; Denzel Dumfries, Matthijs de Ligt, Daley Blind e Owen Wijndal; Davy Klaassen (Donny van de Beek), Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum (Ryan Gravenberch); Steven Berghuis (Calvin Stengs), Luuk de Jong (Ryan Babel) e Memphis Depay (Steven Bergwijn). Técnico: Frank de Boer

Letônia
Roberts Ozols; Vladislavs Fjodorovs, Antonis Cernomordjis, Igors Tarasovs e Raivis Jurkovskis; Vladimirs Kamess (Roberts Savalnieks) e Kristess Tobers; Janis Ikaunieks (Raimonds Krollis), Arturs Zjuzins (Kriss Karklins) e Andrejs Ciganiks (Alekandrs Solovjovs); Roberts Uldrikis (Vladislavs Gutkovskis). Técnico: Dainis Kazakevics

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