segunda-feira, 5 de julho de 2021

Holanda na Euro 2020: a análise sobre quem jogou

A eliminação: a Holanda se perdeu totalmente quando a situação ficou diferente do que ela se acostumava a ter na Euro. E ninguém mudou muito sua situação (Getty Images)

No futuro, quem sabe a campanha da seleção masculina da Holanda (Países Baixos) na Euro 2020 poderá ser descrita de modo contraditório: uma decepção esperada. Decepção, porque a Laranja poderia ter ido mais longe do que as oitavas de final, pela qualidade de alguns jogadores e pelas três vitórias na fase de grupos. Esperada, porque uma análise mais calma já apontava que os adversários do grupo C da Euro eram mais frágeis - e porque o nível mostrado pela equipe neerlandesa, nas eliminatórias da Copa de 2022 e nos amistosos de preparação, não era nada empolgante.

Até pela eliminação precoce, é possível comentar que, na maioria das vezes,  o desempenho de boa parte dos 26 jogadores da Holanda que entraram em campo na Euro ficou na mesma em relação à expectativa que se tinha antes dos jogos começarem. Uns poucos saíram em alta - bem, na verdade se pode falar em um pouco. Outros causaram razões para críticas mais contundentes. Mas no geral, os atletas que defenderam os Países Baixos no torneio continental de seleções fizeram o que se esperava deles. Ainda que se possa dizer que eles não despontaram no momento em que a seleção mais precisava (e essa crítica foi feita após a eliminação), não é nada que os comprometa para o futuro imediato. Para o bem, porque podem se recuperar. Para o mal, porque não abre perspectivas de evolução para a seleção.

Sendo assim, é melhor partir para as justificativas de cada avaliação. Sem perda de tempo. Porque os acompanhantes da Laranja também não remoerão muito a esquecível aparição na Euro. Até porque as eliminatórias da Copa de 2022 já estão vindo aí - e um técnico precisa ser achado antes das rodadas.

Goleiros

1 - Maarten Stekelenburg (4 jogos, 4 gols sofridos): sai na mesma. A reação notável que o veterano de 38 anos viveu na temporada 2020/21 foi coroada com a vitória na disputa pela titularidade com Tim Krul. Justificada: nos amistosos, "Steek" mostrou mais segurança do que o reserva. E na Euro, o goleiro não comprometeu. Certo, cometeu um erro de peso contra a República Tcheca, saindo mal da meta no lance do gol de Tomas Holes. Mas, no todo dos quatro jogos, Stekelenburg justificou a razão de ter sido o titular holandês na Euro: foi seguro, bem posicionado e estava pronto a aparecer. Nem foi tão exigido na primeira fase, a bem da verdade. Com a idade, a mudança de técnico na seleção masculina e a volta de Jasper Cillessen, deve perder espaço nas convocações. Pelo menos, ganhou mais um torneio pela Oranje na conta.

13 - Tim Krul: não jogou

23 - Marco Bizot: não jogou

Laterais

22 - Denzel Dumfries (4 jogos, 2 gols): sai em alta. Talvez Dumfries seja o único jogador neerlandês que terá alguma razão para sorrir ao se lembrar desta Euro. Se era muito contestado antes dela, se jogara mal no amistoso contra a Escócia, Dumfries se recuperou plenamente. O novo esquema, com cinco na defesa, potencializou sua principal qualidade: os avanços para ajudar o ataque. Com isso, Dumfries foi até melhor do que normalmente é no PSV: fez dois gols, chegou bastante à frente para cruzamentos, finalizou constantemente. Teve falhas, sim: perdera gol notável contra a Ucrânia, na estreia, e abriu espaço no segundo gol sofrido da República Tcheca, na eliminação. Ainda assim, é inegável: Dumfries abriu vantagem para concorrentes pela posição, como Hans Hateboer. Hoje, virou titular indiscutível na lateral direita da Holanda. 

12 - Patrick van Aanholt (4 jogos): sai em baixa. Van Aanholt começou a Euro em alta: afinal de contas, tomara a titularidade de Wijndal na lateral esquerda, por mostrar um pouco mais de capacidade de adaptação ao esquema com três zagueiros na Laranja. Porém, bastou a competição começar para isso mudar de figura. O camisa 12 foi tímido no apoio, sua principal qualidade, mesmo contra os adversários medianos da fase de grupos. Na primeira partida da Euro em que sua capacidade de marcação foi posta à prova, contra a República Tcheca, o lateral esquerdo teve desempenho muito ruim, um dos piores na derrota e na eliminação holandesas. Van Aanholt teve chance, e falhou. Pode perder lugar nas próximas convocações

5 - Owen Wijndal (2 jogos): sai na mesma. Em toda a expectativa rumo à Euro, o jovem era previsto como o titular da Holanda na lateral canhota. Porém, desde que Frank de Boer optou pela alteração no esquema, passando a jogar com três no miolo de zaga, o desempenho do lateral do AZ caiu vertiginosamente. Tendo de se preocupar com a defesa, Wijndal não podia avançar, como gosta de fazer. E nem era tão seguro assim na marcação. Já perdeu a vaga de titular a partir dos amistosos. E quando entrou na estreia, contra a Ucrânia, seguiu atacando - e abriu espaços que os ucranianos aproveitaram para empatar aquela partida. De todo modo, pela sua idade, a queda serve mais como puxão de orelhas para melhorar do que para barrá-lo da Laranja. Wijndal seguirá opção considerável para o futuro da seleção, como já era antes da Euro.

2 - Joël Veltman (1 jogo): sai na mesma. Só jogou dois minutos, mais os acréscimos, contra a Ucrânia. Impossível de avaliar o que fez ou deixou de fazer.

Zagueiros

3 - Matthijs de Ligt (3 jogos): sai em baixa. Uma lesão na virilha, sofrida nos últimos treinos antes da estreia, já dificultou o caminho do zagueiro, que ficou fora da estreia. A partir do jogo contra a Áustria, De Ligt pôde voltar ao time. Na posição central da zaga, como líbero, saiu-se normalmente. Talvez com alguns sustos, mas nada que horrorizasse. Todavia, veio a República Tcheca, nas oitavas de final. E um dos lances da eliminação certamente será a mão de De Ligt na bola, que causou sua expulsão no começo do segundo tempo, dificultando bastante a situação da Laranja - o zagueiro foi empurrado, mas nada que o aliviasse. Antes da Euro, De Ligt era visto como um zagueiro reagindo na Juventus, perto de retomar as boas atuações do tempo de Ajax. Sai dela visto como um zagueiro afobado e trapalhão, apesar de talentoso. Terá de recuperar a imagem, um pouco chamuscada.

6 - Stefan de Vrij (4 jogos): sai na mesma. Já que não haveria Virgil van Dijk, De Vrij chegou à Euro como uma opção confiável para a defesa holandesa. De certa forma, provou isso na fase de grupos: nem mesmo ser escalado na direita da zaga (e não na zaga central) fez o camisa 6 ter dificuldades. Com bom tempo de bola, controlando bem a movimentação dos zagueiros para evitar que os adversários pegassem a defesa desguarnecida, De Vrij se provou um líder da parte de trás da Laranja. Não só escapou relativamente ileso da eliminação, como se comprovou confiável - ainda mais após os problemas de De Ligt contra a República Tcheca. Virou favorito a ser parceiro de Van Dijk, quando este voltar à seleção.

17 - Daley Blind (4 jogos): sai na mesma. Havia desconfianças sobre as condições de Blind jogar a Euro 2020, após a lesão no tornozelo, sofrida em março. Ele voltou, se recuperando bem nos treinos pré-Euros, tanto na semana passada em Portugal quanto na reta final. Houve temores sobre como ficaria a parte emocional de Blind, após a parada cardiorrespiratória de Christian Eriksen, colega e amigo dos tempos de Ajax. De fato, o experiente zagueiro se comoveu com aquilo, mas se "superou mentalmente", nas próprias palavras, e estreou contra a Ucrânia. Estava aberta uma Euro na qual ele mostrou as qualidades conhecidas (os passes precisos pelo alto, vistos até contra a República Tcheca) e os defeitos também (lentidão). Nada mudou: enquanto quiser, Blind seguirá como opção nas convocações da Laranja.

4 - Nathan Aké (2 jogos): sai na mesma. Aké já era coadjuvante na equipe neerlandesa antes mesmo da Euro. Na zaga, Stefan de Vrij e Daley Blind recebiam a preferência na esquerda; na lateral propriamente dita, a opção era pela ofensividade de Patrick van Aanholt e Owen Wijndal. Aké continuou assim. Às vezes, indiretamente, justificou a reserva: na estreia contra a Ucrânia, entrou mal e permitiu a reação adversária. Às vezes, não entrar acabou sendo melhor para Aké: muitos torcedores preferiam que ele tivesse substituído Van Aanholt, protegendo mais a esquerda contra a República Tcheca. Não foi assim. De certa forma, o defensor sai da Euro como entrou: despercebido.

25 - Jurriën Timber (3 jogos): sai em alta. Em alta? Alguém tão jovem? Pois é: em alta. Afinal de contas, o zagueiro jamais tinha jogado pela Laranja antes da convocação para a Euro. Já impressionou Frank de Boer durante a semana de treinos em Portugal, pela calma e pela capacidade na direita da defesa. A ponto de sair como titular nos amistosos pré-Euro, contra Escócia e Geórgia. Foi o suficiente: na fogueira de uma estreia na Euro, Timber foi titular também contra a Ucrânia - e jogou 88 minutos, sem decepcionar. De quebra, ainda atuou no segundo tempo contra a Macedônia do Norte - e veio para poucos minutos contra a República Tcheca, quando a eliminação já parecia inescapável. De surpresa na convocação, Timber se uniu a nomes como Ryan Gravenberch e Cody Gakpo: o zagueiro agora é uma jovem opção muito plausível para as convocações. Se continuar bem no Ajax, essa possibilidade só aumentará.

Meio-campistas

15 - Marten de Roon (3 jogos): sai na mesma. De Roon poderia ser chamado de patinho feio nesta seleção holandesa. Muitos questionam o merecimento do volante para ser titular. E algumas características não o ajudaram na Euro - por exemplo, ter constantemente perdido bolas no meio-campo. Então De Roon foi mal? Nada disso. Se perdeu muitas bolas, também foi quem mais desarmes fez pela Holanda na Euro. Além do mais, os avanços de Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum naturalmente o deixam mais vulnerável. E quando ficou na reserva, contra a Macedônia do Norte, poupado para evitar suspensões pelo cartão amarelo, viu os norte-macedônios criarem as chances justamente no setor que era protegido por... ele. Ou seja: De Roon tem importância defensiva. Passou longe de ser o vilão da eliminação na Euro. Se esteve ruim com ele, poderia ser pior sem ele. Deve continuar tão membro da seleção após a Euro quanto era antes.

8 - Georginio Wijnaldum (4 jogos, 3 gols): sai na mesma. Se a Holanda tivesse avançado na Euro, Wijnaldum era forte candidato a sair em alta. Mais do que isso: foi um dos responsáveis pela campanha perfeita em resultados na fase de grupos. "Gini" mostrou capacidade de marcação, e repetiu o que já vem fazendo há tempos na Laranja: foi o homem-surpresa no ataque, chegando com eficiência para finalizar. Porém, com a braçadeira de capitão (e se manifestando em temas espinhosos), esperava-se que Wijnaldum liderasse a equipe em momentos difíceis. O momento difícil veio contra a República Tcheca... e o camisa 8 ficou perdido em meio à derrocada holandesa, sem aglutinar a equipe. Mesmo com o esforço, Wijnaldum não conseguiu catalisar a seleção em campo. Teve seus momentos de brilho técnico, mas se repita: esse lado já era conhecido. Por isso, saiu na mesma. Wijnaldum jogou bem, mas faltou o destaque na hora em que mais era necessário.

21 - Frenkie de Jong (4 jogos): sai na mesma. Antes da Euro, já se sabia a maioria das opiniões sobre Frenkie. Muitos apontavam os pontos fortes: um excelente meio-campista, capaz de ditar o jogo com seus passes e, principalmente, saídas de bola desde a defesa. Outros alertavam os pontos fracos: De Jong nunca foi decisivo, nunca foi o destaque em partidas importantes (talvez, a final da Copa do Rei passada seja a exceção que confirme a regra). Pois foi exatamente o que se viu na Euro. Na fase de grupos, mais acessível, o meio-campista teve momentos excelentes: domínio de bola primoroso, poucos adversários conseguiam desarmá-lo, capacidade de comandar a Holanda dentro de campo (viu-se isso, principalmente, contra a Macedônia do Norte). Contra a República Tcheca, porém, de novo De Jong se viu dentro de uma armadilha. E fracassou ao sair dela. Seu talento e seu defeito foram, pois, confirmados. Se serve de consolo, o talento grande haverá de mantê-lo na Laranja. E com destaque cada vez maior, nos próximos anos.

19 - Ryan Gravenberch (2 jogos): sai na mesma. Já se sabia: com Wijnaldum e De Jong como titulares absolutos, Gravenberch foi à Euro como um talento para o futuro, mesmo já sendo titular absoluto no Ajax. Pois bem: pelo menos, ele teve duas aparições - vindo do banco contra a Áustria, e jogando os 90 minutos no lugar de De Roon, contra a Macedônia do Norte. O camisa 19 mostrou alguns problemas defensivos, mas não comprometeu. Se continuar bem no Ajax, certamente continuará nas próximas convocações da seleção principal. Saiu da Euro sem nada a comprometer.

14 - Davy Klaassen: não jogou

24 - Teun Koopmeiners: não jogou

Atacantes

10 - Memphis Depay (4 jogos, 2 gols): sai na mesma. Inegável: Memphis encarava a Euro como a chance para vencer a barreira do bom jogador (que ele é) e se confirmar como, talvez, craque. Após superar a lesão no joelho e fazer ótima temporada no Lyon, Depay tinha um excelente palco para brilhar. Sim, teve alguns bons momentos: acelerou jogadas de ataque, driblou, fez gols, mostrou a chamada "liderança técnica". Porém, às vezes ainda exibiu um certo preciosismo, optando pelo bonito ao invés do simples. E na eliminação nas oitavas de final, jogou sem brilho durante os 90 minutos. Enfim, Memphis só conseguiu alguma validação ao seu talento com a confirmação da transferência para o Barcelona. Na seleção e na carreira, ainda lhe falta algo. E isso ficou claro na Euro: como tantos na seleção neerlandesa, ele foi bem na fase de grupos, mas sucumbiu diante da primeira dificuldade.

19 - Wout Weghorst (4 jogos, 1 gol): sai em alta. Nenhum dos 26 convocados da Holanda para a Euro tinha tanta vontade de estar nela quanto Weghorst. E nas oportunidades que teve, o atacante pelo menos provou isso. Prestigiado como titular com a mudança de esquema de De Boer, virou titular após jogar bem no amistoso contra a Geórgia, pré-Euro - e justificou essa escolha com boa atuação e gol, na estreia contra a Ucrânia. Mesmo sem finalizações, o camisa 19 participou das jogadas de ataque, buscou jogo, correu. Até mesmo contra a Macedônia do Norte, quando ficou claro que ele perderia a titularidade para Donyell Malen, ele veio do banco e acertou uma bola no travessão. Sintetizando: Weghorst fez o que pôde. E deixa a Euro com um provável consolo: superou Luuk de Jong na hierarquia de convocações da seleção. Se continuar bem no Wolfsburg, voltará à Laranja. Mais frequentemente do que ocorria pré-Euro.

18 - Donyell Malen (3 jogos): sai na mesma. Eis o grande símbolo do que foi a Holanda nesta Euro 2020(+1): um grande "o que poderia ter sido e não foi". Ao entrar contra a Áustria, Malen foi um dos grandes responsáveis por tirar a Laranja do sufoco, ao acelerar o contra-ataque do gol de Dumfries. Classificação garantida, o atacante entrou jogando contra a Macedônia do Norte - e se entendeu às mil maravilhas com Memphis Depay, tecnicamente falando. Já serviu para convencer Frank de Boer sobre sua titularidade contra a República Tcheca, nas oitavas de final. E além de ser o melhor do ataque na partida, o camisa 18 quase fez um gol que abriria caminhos. Quase... foi o que faltou para Malen: roubar a cena na hora em que ele era o protagonista. As boas impressões que atraía, cada vez mais, tiveram uma interrupção. Faltou pouco para sair em alta da Euro... 

7 - Steven Berghuis (2 jogos): saiu na mesma. Berghuis foi um dos nomes que perdeu na mudança de esquema. Nas primeiras rodadas das eliminatórias da Copa de 2022, com três atacantes, não só começou jogando, como fez dois gols. Na Euro, apareceu pouco: só veio a campo contra Macedônia do Norte e República Tcheca - nesta última, só nos últimos nove minutos, quando a Holanda já rumava para o calabouço. Teve até uma boa participação no segundo tempo contra os norte-macedônios, participando do primeiro gol de Wijnaldum. Nada que mudasse muito seu papel dentro da seleção.

11 - Quincy Promes (2 jogos): saiu na mesma. Pelos problemas dentro e fora de campo, Promes atraía desconfianças sobre o que poderia fazer na Euro. Não se saiu tão mal. Ainda assim, esteve envolvido num dos vários desastres contra a República Tcheca: entrou no lugar de Malen, para tentar ser um atacante que se movesse mais após a expulsão de De Ligt - até para ajudar a defesa. Não conseguiu fazer nada disso. Mas nem se esperava muito de Promes.

9 - Luuk de Jong (2 jogos): sai em baixa. Mesmo com camisa de titular, Luuk já estava em maus lençóis durante a Euro. Perdeu espaço para Weghorst e Malen como opção de ataque, só vindo a campo nos minutos finais contra Ucrânia e Áustria. Passou sem chamar a atenção. E a situação que já estava difícil teve o impacto final num treino, entre a fase de grupos e as oitavas de final: com uma lesão no joelho, foi cortado. Se não melhorar da má fase pré-Euro em que estava no Sevilla, Luuk corre riscos nas convocações posteriores.

26 - Cody Gakpo (1 jogo): sai na mesma. Há pouquíssimo a se falar do que Gakpo fez na Euro 2020. Até porque o atacante estreou pela seleção dos Países Baixos justamente contra a Macedônia do Norte. Fez coisas boas nos 12 minutos em que jogou, é verdade - quase marcou gol. Mas foi pouco tempo: qualquer avaliação mais profunda seria precipitada.

Frank de Boer (técnico)

Sai em baixa. A polêmica foi grande, num país tão acostumado (e tão apegado) ao 4-3-3. Era uma aposta polêmica, num técnico que viveu sob desconfiança enquanto comandou a seleção. Mas a opção de Frank de Boer em jogar com três zagueiros fazia sentido: pensava proteger mais a defesa - e nela, aproveitar todos os nomes melhores (Stefan de Vrij, Matthijs de Ligt, Daley Blind). Na fase de grupos, deu certo. Com boas atuações de Wijnaldum, Frenkie de Jong e Memphis Depay, ensaiou-se um embalo. Frank ganhava a briga. Mas os azares do destino contra a República Tcheca (o gol perdido por Malen, a expulsão de De Ligt) foram aumentados por um erro de Frank na alteração: colocar Promes no lugar de Malen, alteração pouco entendida. Em situação adversa, o técnico fracassou ao tentar arrumar as coisas. Ficou visível a sua incapacidade em achar jeitos de jogar fora daquele ao qual a Holanda já se acostumava. E a derrota foi o golpe final das desconfianças: mais um trabalho de Frank de Boer terminou em demissão. O começo promissor terminou tristemente.

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