Faz tempo que um Campeonato Holandês não começava com tamanha incógnita sobre qual é o principal favorito ao título. É exatamente o que ocorre com a Eredivisie que começa nesta sexta-feira, 11, às 15h de Brasília, com Volendam e Vitesse se enfrentando (como foi nas temporadas anteriores, e será até 2024/25, os canais ESPN exibirão o torneio para o Brasil - com a maioria das partidas sendo exibidas no Star+, plataforma de streaming da Disney, com áudio em espanhol). Não que as coisas tenham mudado completamente, mas nenhum dos favoritos costumeiros ao título anda forte a ponto de se destacar na concorrência.
O Ajax que o diga. Opção preferencial (e justificada) das apostas para o título nas temporadas recentes, o clube de Amsterdã está mergulhado numa profunda reformulação, cercada de desconfiança. O técnico Maurice Steijn é recém-chegado, bem como o diretor de futebol, Sven Mislintat. Vários dos destaques saíram do clube, com destaque para Dusan Tadic, talvez o jogador mais representativo que o clube de Amsterdã teve neste século até agora. E os reforços que chegaram, até agora, não trazem lá muita confiança à torcida - embora Mislintat prometa que virão nomes mais preponderantes. Até agora, a impressão é de que os Ajacieden entram na Eredivisie como coadjuvantes. Algo muito incomum.
Então, é quase óbvio que o favoritismo vá para o Feyenoord, o atual campeão. E em tese, o Stadionclub faz jus a ele: fora Orkun Kökcü e Sebastian Szymanski, todos os destaques da campanha vitoriosa de 2022/23 seguem em De Kuip - alguns, até de contrato renovado, como o atacante Santiago "Bebote" Giménez e o técnico Arne Slot. Ainda assim, a opinião geral é de que o time de Roterdã ainda tem algo a se aprimorar. E isso teve certa mostra na derrota para o PSV, na Supercopa da Holanda, na sexta, 4, quando se apontou que o meio-campo sentiu falta de Kökcü. De todo modo, se falta tempo, o crédito que o time tem com a fanática torcida ainda é grande o suficiente para manter o Feyenoord forte.
Se a continuidade é a principal característica do atual campeão, o PSV aposta de novo nos grandes investimentos que fez para voltar a levantar a salva de prata, após cinco anos. O técnico Peter Bosz, Noa Lang, Ricardo Pepi: esses três são o símbolo de como o clube de Eindhoven já não poupará tanto assim para ser o melhor do campeonato (até porque tem o dinheiro das vendas de Cody Gakpo, mais, e Xavi Simons, menos, para investir). E a vitória na Supercopa da Holanda trouxe um domínio animador em campo, principalmente no segundo tempo. Entretanto, os Eindhovenaren também têm os seus senões. Em primeiro lugar, a saída de Xavi Simons foi sentida, por tudo que ainda se esperava para ele no clube. Em segundo lugar, o PSV já começará a temporada com a responsabilidade pesada de tentar voltar à fase de grupos da Liga dos Campeões. Se perder a chance, o dinheiro que vem com ela fará falta - e o time já começará a Eredivisie meio amuado.
Se o Ajax é um coadjuvante com desconfianças, se o Feyenoord tem coisas a melhorar, se o PSV já precisará começar a temporada com tudo... será a hora do AZ, novamente sólido? Ou do Twente, que passou por mudanças? Quem sabe até do Utrecht, desejoso de enfim furar a barreira dos play-offs por vaga na Conference League? Enfim, o Campeonato Holandês começa com uma incógnita total.
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