domingo, 15 de novembro de 2020

Hoje sim

Wijnaldum personificou o alívio da Holanda: enfim, após algum tempo, uma boa atuação (EPA)


Mesmo se perdesse ou empatasse contra a Bósnia, na penúltima rodada do grupo 1 da Liga das Nações, a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) ainda manteria as chances de classificação à semifinal do torneio europeu de amistosos. Só que tais possibilidades, previsivelmente, piorariam a pressão sobre os jogadores - e, principalmente, sobre o técnico Frank de Boer. Mas nada disso preocupou a Laranja ao longo dos 90 minutos em Amsterdã. Enfim, ela voltou a jogar bem. E conseguiu um 3 a 1 duplamente útil: tanto por manter suas chances de classificação aos "Quatro Finais", quanto por confirmá-la como cabeça-de-chave no sorteio das eliminatórias europeias para a Copa de 2022, em dezembro.

E essa boa atuação teve alguns destaques já aparecendo, no primeiro tempo. É claro, o maior deles foi Georginio Wijnaldum. Capitão da seleção enquanto Virgil van Dijk estiver ausente, o meio-campista não só foi seguro em sua posição original, como também "resolveu" um problema renitente desta seleção: a finalização. "Gini" aproveitou os espaços vazios, chegou à área... e assim fez os dois primeiros gols, antes mesmo dos 15 minutos, acalmando a seleção. De certa forma, dava sequência a uma agradável tendência vista em suas atuações vestindo laranja desde o ano passado: marcar gols. Foram sete, nas últimas 12 partidas do time nacional neerlandês.

Porém, nem só de Wijnaldum viveria a seleção no primeiro tempo. Memphis Depay voltou a jogar bem: pela esquerda, o camisa 10 da Laranja atormentou seus marcadores. Darko Todorovic (escalado às pressas no lugar de Branimir Cipetic, lesionado no aquecimento), Dennis Hadzikadunic, Sinisa Sanicanin: quem caiu pela esquerda, sofreu demais com a criação de jogadas de Memphis e com sua movimentação. Ambas características que criaram boas chances - como aos 11', num chute do próprio Depay (defendido por Ibrahim Sehic), e aos 30', quando fez parte de uma triangulação. E enquanto esteve em campo, no segundo tempo, Memphis também fez o que dele se espera: personificou o ataque holandês, trouxe perigo quando teve a bola nos pés, e coroou tudo isso com o terceiro gol, aos 55'.

Dribles, jogadas, o gol: Memphis Depay foi outro destaque na vitória da Laranja (AFP)


Além de Wijnaldum e Memphis Depay, mais nomes apareceram bem. Se a lateral esquerda ainda sofre com a falta de opções - ou de opções defensivas demais -, Owen Wijndal já começa a sinalizar que pode resolver esses problemas. O jovem lateral do AZ não só foi opção constante de jogadas com Depay e cruzamentos, mas também teve sua boa chance: logo aos 3', um cruzamento seu foi sinuoso até bater na trave. Pela direita, o mesmo valeu para quem ajudou no ataque por ali. Denzel Dumfries mostrou sua superioridade em relação a Hans Hateboer na lateral, com força física e precisão nos cruzamentos. Já Steven Berghuis se fortaleceu como opção a ser escalado na frente: trocou de posição com Memphis Depay, acelerou jogadas, chutou (principalmente no segundo tempo) até cruzou para uma jogada que poderia ser de gol - mas não foi, com a tentativa erradamente anulada de Luuk de Jong (única nota negativa do ataque) aos 26'.

Mais frágil, a Bósnia só teve espaço para chegar aos ataques a partir de chutes, no primeiro tempo - como fizeram Miralem Pjanic, aos 13', e Rade Krunic, aos 33'. Nem mesmo nos contra-ataques havia espaço: coordenado por um Davy Klaassen que justificou plenamente sua escalação, a Holanda voltava a tempo de evitá-los. Só no segundo tempo, com mais cansaço, os visitantes trouxeram mais perigo. Ainda mais com a entrada de Ismail Prevljak: o atacante reserva fez um gol aos 63', tão logo entrara em campo, e quase diminuiu ainda mais a vantagem holandesa, aos 77'. Enquanto esteve em campo, Edin Visca também deu algum trabalho (nada demasiado, mas trabalho) pela direita.

Mas nada que perturbasse a primeira vitória da Laranja sob o comando de Frank de Boer. Tenha chances maiores ou menores contra a Polônia, na última rodada da Liga das Nações, na próxima quarta-feira, enfim, a seleção masculina deu um sinal positivo. Era necessário.

Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 1

Holanda 3x1 Bósnia
Data: 15 de novembro de 2020
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Árbitro: François Letexier (França)

Gol: Georginio Wijnaldum, aos 6' e  14'; Memphis Depay, aos 55', e Ismail Prevljak, aos 63'

Holanda
Tim Krul; Denzel Dumfries (Hans Hateboer), Stefan de Vrij, Daley Blind e Owen Wijndal (Patrick van Aanholt); Davy Klaassen, Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum (Donny van de Beek); Steven Berghuis (Calvin Stengs), Luuk de Jong e Memphis Depay (Quincy Promes). Técnico: Frank de Boer

Bósnia
Ibrahim Sehic; Darko Todorovic, Dennis Hadzikadunic, Sinisa Sanicanin e Sead Kolasinac; Gojko Cimirot, Miralem Pjanic (Almedin Ziljkic) e Rade Krunic (Amar Rahmanovic); Edin Visca (Benjamin Tatar), Armin Hodzic  (Ismail Prevljak) e Amer Gojak (Vladan Danilovic). Técnico: Dusan Bajevic

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