segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: a 6ª rodada da Eredivisie

VVV-Venlo 0x13 Ajax (sábado, 24 de outubro)

É até difícil citar aqui algo que não sejam gols do Ajax. Mas dá para falar algumas coisas. Como que a pressão do Ajax já tinha começado desde o início, com chances como um chute desviado de Jurgen Ekkelenkamp, aos 11'. Que o goleiro Delano van Crooij fez boas defesas - no primeiro tempo, aos 15' (chute de Daley Blind) e aos 42' (pegou firme o chute de Antony), e no segundo, aos 64' (rebatendo toque de Ekkelenkamp) e 69' (espalmou cabeceio de Ryan Gravenberch). Faladas essas coisas, dá para mencionar o 1 a 0 de Ekkelenkamp, aos 12', desviando na pequena área um chute de Lassina Traoré. O burquinês, por sua vez, ampliou aos 17', de cabeça, e fez 3 a 0 aos 32', completando na pequena área uma triangulação com Dusan Tadic e Nicolás Tagliafico. E ainda houve tempo para Tadic confirmar que seria goleada, fazendo 4 a 0 aos 44'. Na etapa final, a expulsão do zagueiro Christian Kum (desastrada tentativa de afastar a bola de Antony, aos 50') escancarou de vez a fragilidade dos Venlonaren. E padrões de jogadas, nos gols. Cruzamentos na pequena área? Assim saíram o quinto (Traoré, 54'), o sexto (Antony, 55' - falha de Arjan Swinkels na saída de bola), o sétimo (Ekkelenkamp, 57'), o nono (Traoré, aos 66'), o 11º (Klaas-Jan Huntelaar, 76') e o 13º (Traoré, aos 87'). Chutes rasteiros no canto direito? Assim Blind fez o 8 a 0, aos 59', e Lisandro Martínez, o 12 a 0, aos 79'. De pênalti, Huntelaar fez 10 a 0, aos 75'. E se fez a maior goleada da era profissional do Campeonato Holandês.


Utrecht 2x1 Twente (sábado, 24 de outubro)

Bastaram 17 segundos de bola rolando para que a dupla Danilo-Vaclav Cerny novamente brilhasse pelo Twente: após lançamento de Wout Brama, o tcheco cruzou, e o brasileiro completou de voleio para o 1 a 0 dos visitantes. Só que, paulatinamente, o Utrecht reagiu. Tommy St.Jago cabeceou aos 25' (o goleiro Joël Drommel pegou), Moussa Sylla completou à queima-roupa aos 32 (Drommel também agarrou firme), e finalmente, o empate veio aos 43': Gyrano Kerk cruzou, Sander van de Streek ajeitou, Bart Ramselaar chutou de bate-pronto. E se a desvantagem fora precoce no primeiro tempo, a virada dos Utregs também veio cedo no segundo: aos 47', Van de Streek escorou levemente o cruzamento de Ramselaar no canto direito. Os mandantes foram superiores em toda a etapa final - e chegaram a fazer um gol aos 80', anulado (Ramselaar, que colocara a esférica no filó, estava impedido). Não fez falta, e o Utrecht impôs a primeira derrota ao Twente nesta Eredivisie. Mais: ainda não perdeu - duas vitórias, quatro empates.


Zwolle 0x0 Willem II (sábado, 24 de outubro)

Uma partida de dois tempos bem alternados. No primeiro, o Zwolle teve mais chances - e em especial, Immanuel Pherai teve mais chances. O atacante tentou abrir o placar para os Zwollenaren aos 5', num cabeceio, e aos 35', numa finalização, ambos defendidos pelo goleiro Robbin Ruiter. Yuta Nakayama também tentou colocar os "Dedos Azuis" na frente aos 45' - chutou por cima do gol, na direita da grande área. Já no segundo tempo, o Willem II fez valer seu poder ofensivo. Principalmente na reta final, com Vangelis Pavlidis, que acertou a bola na trave, aos 77'. Só que os visitantes de Tilburg viram o VAR cortar a onda por duas vezes. Aos 85', Mustafa Saymak derrubou John Yeboah, o juiz Martin Perez chegou a marcar o pênalti (e até expulsou Saymak), mas ouviu o VAR e transformou o pênalti em falta fora. Na cobrança desta, já aos 88', Jan-Arie van der Heijden chutou de longe e fez 1 a 0. Para nada: o "vídeoárbitro" apontou impedimento passivo de Sebastian Holmén, e anulou o gol. Acontece.


Heerenveen 4x0 Emmen (sábado, 24 de outubro)

O Emmen começou a partida até assustando o Fean, fora de casa. Por exemplo: aos 13', Sergio Peña cruzou para o cabeceio de Michael de Leeuw, só impedido porque Erwin Mulder pegou firme no gol. E aos 20', Caner Cavlan chutou na rede pelo lado de fora. Porém, o Heerenveen aproveitou dois erros para encaminhar sua vitória. Aos 26', Mitchell van Bergen passou a Henk Veerman, e este completou por baixo das pernas do goleiro: 1 a 0. Mais três minutos, Hilal Ben Moussa errou, Henk Veerman aproveitou, e passou para Benjamin Nygrén - em sua estreia nos titulares, o sueco fez 2 a 0. Os dois times ainda trocaram ataques, até que no segundo tempo, aos 52', Simon Tibbling deu um carrinho com força excessiva e levou o segundo cartão amarelo - logo, o vermelho. E o Heerenveen se tranquilizou. Pelo 3 a 0 de Rodney Kongolo, de calcanhar, aos 71'. Pelo 4 a 0, aos 74' - mais um gol de Henk Veerman. E por outro vermelho do Emmen: Nikolai Laursen, aos 83'. Boa reação do time da Frísia.


Fortuna Sittard 1x3 Groningen (domingo, 25 de outubro)

O Groningen não teria a opção de Arjen Robben no banco de reservas: com seu retorno sendo cercado de cautela, o atacante combinou com a comissão técnica e ficou de fora da delegação que foi a Sittard. Ficou tudo bem: Jorgen Strand Larsen assumiu o papel de destaque. Já aos 6', o atacante norueguês superou Roel Janssen na corrida e tocou para fazer 1 a 0. Aos 28', Larsen, de novo: Bart van Hintum cruzou, e ele fez 2 a 0 - se não marcara nenhum gol nos cinco primeiros jogos pelos Groningers, já eram dois numa só partida. O Fortuna Sittard foi superado no primeiro tempo, decidiu arriscar mais na etapa final... e até petiscou: aos 54', Martin Angha foi derrubado por Patrick Joosten, e saiu o pênalti que Mats Seuntjens bateu para diminuir o placar. Porém, qualquer esperança de reação do Fortuna, lanterna da Eredivisie, se acabou aos 79', na cobrança de falta precisa de Van Hintum que deu números finais ao placar.


Sparta Rotterdam 1x1 Heracles Almelo (domingo, 25 de outubro)

Diante do lanterna Sparta, o Heracles Almelo tentou o gol ao longo de todo o primeiro tempo. Já aos 6', Sinan Bakis cabeceou rente à trave. Depois, chutes de Silvester van der Water (23') e Rai Vloet (27'), que passaram perto da meta. Os mandantes só deram sinal de vida numa tentativa de Lennart Thy, aos 17'. Só que quando veio a próxima tentativa dos Spartanen, já no segundo tempo... veio em grande estilo: Abdou Harroui chutou de longe e acertou a mira, aos 47', para um belíssimo gol. Só que, se Harroui ajudara, Adil Auassar prejudicaria o Sparta: o meio-campo se estranhou com Vloet, pisou nele, o juiz Serdar Gözübüyük ouviu o VAR, reviu o lance, e expulsou Auassar, aos 54'. O Heracles nem precisou de um abafa muito forte para chegar ao empate: aos 75', Vloet fez 1 a 1. Se serve de consolo para o Sparta, pelo menos já não é mais o lanterna do Campeonato Holandês.


Vitesse 2x1 PSV (domingo, 25 de outubro)

Logo ficou claro que o PSV não teria espaço para tocar a bola contra o Vitesse. Foi num chute de fora da área, afinal, que Mohamed Ihattaren fez o goleiro Remko Pasveer trabalhar bem, logo no primeiro minuto. Contudo, não foi só na defesa que o Vites mostrou que causaria dores de cabeça: aos 9', uma cobrança de escanteio, e Jacob Rasmussen subiu bem para fazer 1 a 0. De resto, enquanto os visitantes de Eindhoven só tinham espaço para chutar de fora (foi o que fizeram Ryan Thomas, aos 10' - Pasveer rebateu - e novamente Ihattaren, aos 45'), o Vitesse é que teve habilidade para pressionar os Boeren: aos 29', após tabela, Sondre Tronstad recebeu na área e concluiu, para defesa de Yvon Mvogo. Mas o PSV começou melhor a etapa final. Já aos 49', Philipp Max exigiu ótima defesa de Pasveer, em cobrança de falta. No escanteio da sequência, aos 50', saiu o 1 a 1: Olivier Boscagli repetiu o que Rasmussen fizera pelo Vitesse - cabeceou livre para marcar o gol. Só que os mandantes mantiveram o estilo ofensivo, e tiveram o prêmio rapidamente. Já aos 54', outra troca rápida de passes, Maximilian Wittek cruzou, e Loïs Openda completou na pequena área para o 2 a 1 - o VAR ainda reviu possível impedimento, mas deixou passar. O PSV teve uma boa chance (Pasveer espalmou chute de Max aos 63'), quase teve um pênalti (Jorrit Hendrix caiu em choque com Eli Dasa, nos acréscimos, o juiz Bas Nijhuis apitou, mas o VAR o fez revogar o penal), mas com vários desfalques, amargou a primeira derrota na liga. Foi justa.


RKC Waalwijk 2x2 Feyenoord (domingo, 25 de outubro)

O Feyenoord começou mais acelerado. Só errou muitas finalizações. Aos 2', após ataque puxado por Uros Spajic, Mark Diemers chutou, mas Kostas Lamprou pegou. Aos 10', Steven Berghuis mandou por cima do gol. Aos 28', o mesmo Berghuis tentou arremate colocado - à direita do gol. Aos 32', cabeceio de Diemers, que Lamprou agarrou firme. E aos 43', numa finalização forte de Ridgeciano Haps, o goleiro grego do RKC espalmou. Sinal ofensivo dos mandantes? Só num minuto, com chances de Melle Meulensteen (cabeceio aos 36') e Sylla Sow (chute forte aos 37'), ambos evitados pelo goleiro Justin Bijlow. Além da ineficiência ofensiva, os Feyenoorders ainda lamentaram a lesão muscular que tirou João Teixeira da partida. Lamentariam mais no começo do segundo tempo, porque não fizeram, e tomaram: aos 50', Cyril Ngonge driblou bem Marcos Senesi e chutou da meia-lua para o 1 a 0, até certo ponto, surpreendente. Então, voltou a pressão do Feyenoord. Que enfim virou gol aos 62', num esforço até elogiável: vindo do banco, Nicolai Jorgensen se lesionara (problema muscular na virilha - seria substituído), mas ainda aproveitou o rebote do próprio chute na trave e fez 1 a 1. Só que o RKC manteve o entusiasmo, ficou ofensivo com entradas como a de Ola John... e ele recolocou os Católicos na frente, aos 80', em mais um arremate no canto direito. Aí, quem foi ao resgate foi Haps: aos 84', ele salvou o ponto do Feyenoord, com um chute colocado. Mas a torcida do Stadionclub já franze a testa...


ADO Den Haag 2x2 AZ (domingo, 25 de outubro)

Diante de um time da casa bem fechado na defesa em Haia, só o AZ tentou o gol no primeiro tempo. E teve um protagonista: Albert Gudmundsson. O islandês deixou Jesper Karlsson na cara do gol aos 19' (o goleiro Luuk Koopmans evitou), e ele mesmo chutou aos 22', após tabela (Koopmans novamente bloqueou). Até saíram chances de Calvin Stengs - chute por cima do gol aos 27' - e Owen Wijndal - na rede pelo lado de fora, aos 32' -, mas o gol dos visitantes de Alkmaar enfim saiu aos 33'. E só podia ter sido de Gudmundsson: após escanteio, Fredrik Midtsjo ajeitou na pequena área, e o islandês chutou forte, no alto. Parecia vitória certa. Tão certa que o AZ relaxou. E o Den Haag começou a assustar em raros contra-ataques. O mais perigoso, aos 54': John Goossens cruzou, Peet Bijen cabeceou, e o goleiro Marco Bizot evitou o gol meio com o ombro, meio com a cabeça. Porém, o aviso estava dado. Na tentativa seguinte, o ADO acertou: escanteio, e Milan van Ewijk empatou para os auriverdes, de voleio, aos 64'. Só que os Hagenaren mal tiveram tempo de comemorar, pelo erro próprio: aos 67', Peet Bijen errou na saída de bola, entregando-a nos pés de Karlsson, que foi à área e chutou baixo para o 2 a 1. De quebra, Gudmundsson perdeu gol feito aos 70'. De novo, fez falta. Porque, aos 87', Van Ewijk cruzou da direita, a bola passou pela área, e Michiel Kramer, quase sem ângulo, completou de voleio. 2 a 2: pela quarta rodada seguida, o AZ cedeu o empate nos minutos finais. Chega a ser incrível.



Nenhum comentário:

Postar um comentário