As falhas da defesa quase colocaram uma vitória da Holanda a perder. Mas de novo, houve tempo para a salvação nos acréscimos - com Memphis Depay (à direita) (Pro Shots) |
Os jogadores da seleção da Holanda se cansaram. Muitos tiveram de prolongar a temporada com os jogos da Liga das Nações. O técnico Louis van Gaal precisou alternar as escalações - mais titulares contra Bélgica e Polônia, mais opções alternativas contra o País de Gales. Assim foi, de novo, contra Gales, nesta terça-feira, em Roterdã. E a impressão ao final destas duas semanas de datas FIFA foi positiva, com ressalvas. Sim, ao buscar a vitória por 3 a 2 nos acréscimos diante dos galeses - de novo, como no 2 a 1 de Cardiff! -, a Laranja indicou que tem qualidade em sua equipe decente. Porém, como indicou a digna (de novo) atuação da equipe visitante em De Kuip, há problemas a serem consertados até a Copa.
Tais problemas demoraram um pouco a aparecer, ainda. Porque, se o caso era testar de novo os jogadores mais jovens, Noa Lang e Cody Gakpo aproveitaram bem a oportunidade. Noa pela esquerda, Gakpo pela direita, os dois atacantes mostraram velocidade e ofensividade - tendo até a referência com Vincent Janssen, voltando a ser titular da seleção após cinco anos, numa atuação de mais ajuda que talento. Os dois gols, um de cada ponta, que abriram vantagem para a Holanda no placar - destaque para o bonito gol de Lang - prometiam o começo de uma atuação mais tranquila do que a vista contra a Polônia, sábado passado.
Porém, novamente, a defesa colocou tudo isso em risco. Novamente, Jordan Teze falhou - desta vez, com consequências: uma perda de bola do zagueiro, no meio-campo, abriu caminho para Brennan Johnson (jogara bem em Cardiff, voltou a jogar bem em Roterdã) diminuir a vantagem neerlandesa logo depois que ela fizera 2 a 0. Foi um sinal de que a Holanda, de fato, continua sofrendo com seus zagueiros - ainda mais quando Virgil van Dijk não está em campo. Stefan de Vrij no sábado, Matthijs de Ligt no domingo, ambos jogaram como comandantes do trio de zagueiro, mas nenhum deles com o mesmo controle e liderança dos colegas de zaga como o capitão da seleção.
A falha de Teze (camisa 2) no gol de Brennan Johnson foi o primeiro indício: a zaga holandesa ainda tem falhas notáveis (Perry vd Leuvert/NESImages/DeFodi Images via Getty Images) |
Para tentar minorar essas falhas, Van Gaal já colocou mais titulares no segundo tempo: De Vrij e Denzel Dumfries já vieram a campo no começo dele. E as chances de ataque continuaram: um chute de Noa Lang cujo rebote Gakpo não conseguiu aproveitar aos 59', uma tentativa de Gakpo aos 72'. Pouco depois, Memphis Depay e Steven Bergwijn foram mais dois destaques a virem ao campo - e tentaram atacar, como Bergwijn, aos 76'. Porém, nenhuma delas foi ao local que deveriam ir: o gol de Wayne Hennessey.
Além do mais, mesmo voltando, a defesa deixava espaços suficientes para o time de Gales atacar. A boa atuação de Brennan Johnson ampliava os perigos. Aaron Ramsey veio a campo no segundo tempo. Mais alguns minutos, e veio Gareth Bale. Aos poucos, a defesa foi sendo acuada. Até um lançamento pelo alto, já aos 89', no qual Malacia acertou a cabeça de Connor Roberts, numa disputa aérea. Pênalti marcado, cobrança de Gareth Bale já nos acréscimos - e a Holanda parecia jogar fora uma vitória que parecia garantida, pelo demérito de sua defesa.
Só não jogou porque a história se repetiu: de novo, um gol neerlandês após tomar o empate. Agora, com Memphis Depay, aproveitando desatenção da zaga e contra-ataque rápido para o 3 a 2, também nos acréscimos. Um fim até merecido: a Laranja teve bom desempenho nessas datas FIFA, teve avanços, fez por onde para terminar em alta. Ou seja, valeu. Mas ficaram as falhas, como uma lembrança de que há muito trabalho a fazer até a Copa do Mundo. E poucos "treinos" serão melhores do que as rodadas finais da Liga das Nações, contra Polônia e Bélgica, em setembro.
Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 4
Holanda 3x2 País de Gales
Data: 14 de junho de 2022
Local: De Kuip (Roterdã)
Árbitro: Horatiu Fesnic (Romênia)
Gols: Noa Lang, aos 17', Cody Gakpo, aos 23', Brennan Johnson, aos 26', Gareth Bale, aos 90' + 2, e Memphis Depay, aos 90' + 3
Holanda
Jasper Cillessen; Jordan Teze (Stefan de Vrij, aos 46'), Matthijs de Ligt e Bruno Martins Indi; Hans Hateboer (Denzel Dumfries, aos 46'), Teun Koopmeiners, Frenkie de Jong e Tyrell Malacia; Cody Gakpo, Vincent Janssen e Noa Lang. Técnico: Louis van Gaal
País de Gales
Wayne Hennessey; Ben Davies, Chris Mepham, Joe Rodon (Chris Gunter, aos 67') e Wesley Burns (Connor Roberts, aos 46'); Harry Wilson, Matthew Smith (Aaron Ramsey, aos 63'), Ethan Ampadu e Sorba Thomas; Daniel James (Gareth Bale, aos 70') e Brennan Johnson. Técnico: Rob Page
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