quarta-feira, 29 de maio de 2024

O guia da Holanda na Euro 2024: a comissão técnica

TÉCNICO


Ronald Koeman

Ficha técnica
Nome: Ronald Koeman
Data e local de nascimento: 21 de março de 1963, em Zaandam
Carreira como treinador: Vitesse (2000 a 2001), Ajax (2001 a 2005), Benfica-POR (2005 a 2006), PSV (2006 a 2007), Valencia-ESP (2007 a 2008), AZ (2009), Feyenoord (2011 a 2014), Southampton-ING (2014 a 2016), Everton-ING (2016 a 2017), seleção (masculina) da Holanda (2018 a 2020 e desde 2023) e Barcelona-ESP (2020 a 2021)

(Para saber mais sobre Ronald Koeman, clique aqui para ver o texto feito sobre ele, quando completou 60 anos de idade, em 2023)

Ronald Koeman é um treinador de altos e baixos em sua carreira no banco de reservas (jogando, sabe-se que foi um dos melhores zagueiros europeus de sua geração). E suas duas passagens pela seleção masculina da Holanda (Países Baixos) são uma prova disso, de certa forma. Na primeira, entre 2018 e 2020, Koeman foi decisivo na reabilitação de uma Laranja que andava em fossa abissal, após as ausências na Euro 2016 e na Copa de 2018. Comandou uma equipe intensa, que se beneficiou do salto que deram nomes já conhecidos (Virgil van Dijk), da geração que surgiu e brilhou no Ajax semifinalista da Liga dos Campeões 2018/19 (Matthijs de Ligt e Frenkie de Jong à frente), e provou sua reação indo à final da Liga das Nações, em 2019, e garantindo a vaga na Euro 2020 sem muitos problemas no grupo - com direito a vitória sobre a Alemanha, fora de casa. Certo, o time não era perfeito: Koeman ouvia muitas reclamações sobre escalar Ryan Babel no ataque, por exemplo. Mas era um time consistente, que crescia e poderia ir longe na Euro. Mas veio a pandemia de COVID-19, a Euro 2020 foi adiada, Ronald chegou a ser internado em maio de 2020 (por uma arritmia cardíaca), o Barcelona foi eliminado humilhantemente nas quartas de final da encurtada Liga dos Campeões 2019/20, sondou Koeman pela terceira vez... e ele preferiu realizar o sonho de treinar o clube em que fez história como jogador, deixando a seleção da Holanda. Decisão até bem compreendida no país: sonho é sonho.

O trabalho no clube blaugrana foi mediano, na melhor das hipóteses: bem ou mal, mesmo sem um bom nível de jogo, Koeman treinou o time no título da Copa do Rei (2020/21). E na pior das hipóteses, foi traumático, com as saídas conturbadas de Luis Suárez - por escolha de Koeman - e, acima de todas, Lionel Messi. Demitido do time catalão ainda em 2021, estava claro desde que Louis van Gaal voltou à seleção com prazo de validade (até a Copa de 2022): se Koeman fosse convidado, voltaria a treinar a Laranja, até como um modo de "terminar o que começara". De fato, houve pouca surpresa quando seu retorno foi anunciado, em abril de 2022, para (re)começar em 2023. Ainda assim, até agora, o trabalho de Koeman fica longe de ser promissor como na primeira passagem. O discurso de retomar o jeito ofensivo de jogar, após as críticas ao excesso de pragmatismo visto na Copa, foi superado por uma realidade preocupante, ao patinar nas eliminatórias da Euro e decepcionar nas decisões da Liga das Nações, terminando-a em 4º lugar. Aí, Koeman voltou atrás, voltou a escalar a Holanda com três zagueiros, voltou a tomar mais cuidados defensivos... e a vaga na Euro foi garantida sem muitos problemas. De mais a mais, o comando de Koeman dentro da Holanda deve ser respeitado: quando nada, trata-se do único nome a ter treinado e jogado nos três grandes do país, além de ter sido capitão da Laranja em duas Copas (1990 e 1994). E pelo menos, agora não há clube que o faça desistir do único objetivo que ainda tem: treinar a Laranja numa Copa do Mundo.

AUXILIARES


Erwin Koeman

De um certo modo, Erwin Koeman sempre andou perto de Ronald. Até pelo motivo imaginável, irmão dois anos mais velho que é. De mais a mais, ambos sempre jogaram juntos na infância (quando nada, porque o falecido pai de ambos, Martin Koeman, também era jogador). Começaram a carreira juntos, no Groningen. E mesmo que os caminhos tenham se separado em clubes - o meio-campista Erwin ficou mais postado no Groningen, onde passou por três vezes, além de também ter jogado pelo PSV e pelo Mechelen-BEL -, juntaram-se na seleção: os irmãos Koeman foram titulares na conquista da Euro 1988 (Ronald na zaga, Erwin no meio), e figuraram na decepção da Copa de 1990. 

O tempo passou, ambos pararam de jogar, fizeram carreira como técnicos... e o irmão mais velho fez trabalhos mais discretos do que o irmão. Feyenoord (2005 a 2007), seleção da Hungria (2008 a 2010), Utrecht (2011)... até que Ronald decidiu fazer de Erwin o seu braço-direito. Juntos, ambos trabalharam nas duas passagens inglesas do irmão mais novo, por Southampton e Everton (Ronald treinando, Erwin auxiliando). Depois, Erwin ainda foi auxiliar do curto trabalho de Phillip Cocu no Fenerbahçe-TUR, em 2018. Logo após um trabalho treinando o Omã, ele teve um susto em 2020: como o irmão, teve problemas cardíacos, passando por uma cirurgia. Plenamente recuperado, ainda comandou o Beitar Jerusalém, em Israel. Mas decidiu, pouco depois: preferiria ser auxiliar. Ficou inativo até 2023, quando o irmão o convidou para voltar a acompanhá-lo. Desta vez, na seleção masculina da Holanda (Países Baixos). E não deixa de ser especial que ambos voltem juntos a uma Euro, na Alemanha, 36 anos depois de conquistarem o título jogando. 


Dwight Lodeweges

No primeiro trabalho de Ronald Koeman pela Holanda (Países Baixos), ficou marcante um bilhete, entregue a Virgil van Dijk, orientando como o time deveria jogar nos minutos finais do 2 a 2 contra a Alemanha, na última rodada da fase de grupos da Liga das Nações, em novembro de 2018. Pois bem: o autor daquele bilhete, muitos dizem, foi Dwight Lodeweges, já auxiliar de Koeman naquela primeira passagem. Até ali, Lodeweges - holandês nascido no Canadá, zagueiro durante a carreira nos campos - se consolidara como um treinador de passagens esparsas, sem ficar muito tempo em clubes (Go Ahead Eagles, Zwolle, Groningen, Heerenveen, trabalhos no Japão, uma passagem como interino no PSV), mas que tinha um olhar experiente para futebol e sabia ajudar, discretamente. Por isso, foi o escolhido de Koeman para ser seu braço-direito na primeira passagem pela seleção. 

E quando Koeman rumou para o Barcelona, coube a Dwight, até, ser técnico interino da Holanda, nas duas primeiras rodadas da Liga das Nações (uma vitória sobre a Polônia, uma derrota para a Itália), em setembro de 2020, entre a saída do antecessor e a chegada de Frank de Boer. Trabalho feito, Lodeweges seguiu seu caminho anônimo: auxiliar no Zwolle (2021), treinando equipes amadoras (VVOP e VVOG, entre 2022 e 2023)... até que ficou inativo. Assim continuaria. Até que Sipke Hulshoff, auxiliar técnico de Koeman na segunda passagem (e também de Arne Slot, no Feyenoord), foi acompanhar Slot exclusivamente no Liverpool, semanas atrás. Cargo vago, em quem Koeman pensou para ser outro auxiliar, às pressas? No velho conhecido Dwight Lodeweges, que estará a seu lado na Euro. É verdade este bilhete...



Michael Reiziger

Experiência em campo, Michael Reiziger teve: titular da lateral direita da seleção da Holanda (Países Baixos) por 10 anos, presença no histórico Ajax campeoníssimo entre 1994 e 1996, passagens por Milan (discreta) e Barcelona (razoável), uma Copa do Mundo e três Euros no currículo... enfim, uma trajetória muito apresentável e apreciável. Mas está começando como treinador. Até agora, Reiziger passou grande parte dos últimos anos no Ajax que tão bem conhece: técnico da equipe B entre 2017 e 2019 - com um jogo treinando interinamente a equipe principal, em 2017 -, auxiliar técnico do time principal entre 2019 e 2023, o ex-lateral decidiu cuidar da própria vida no ano passado. Teve uma grande chance, recebendo o convite para treinar a seleção sub-21 masculina da Holanda, iniciando a preparação para a Euro da categoria, em 2025, na Eslováquia. Até agora, Reiziger aproveita muito bem: a Laranja Jovem está na rota da vaga, perfeita nas eliminatórias da Euro jovem (7 jogos, 7 vitórias, 21 gols marcados, só dois sofridos). Ronald Koeman prestou atenção. E fará de Reiziger um "auxiliar de luxo" na Euro principal. Até para que ele possa levar mais lições para sua carreira que está começando.

TREINADOR DE GOLEIROS


Patrick Lodewijks

Lodewijks já foi experiente como goleiro: começando a carreira no PSV (era reserva de Hans van Breukelen no título europeu do clube de Eindhoven, em 1988), jogou a maior parte do tempo no Groningen (1989 a 1998), e teve papel importante já veterano, no Feyenoord - pouco se sabe, mas Lodewijks fez parte da pré-convocação da Holanda para a Copa de 2006, aos 39 anos. No ano seguinte, carreira encerrada, ele já se tornou imediatamente treinador de goleiros do próprio Stadionclub. Por lá ficou nove anos. Teve uma primeira passagem treinando os arqueiros da seleção na fugaz volta de Guus Hiddink, entre 2014 e 2015. Mas só conheceu (e se tornou homem de confiança das comissões de) Ronald Koeman ao trabalhar com ele no Everton-ING, entre 2016 e 2017. Já bastou para que fosse o treinador dos guarda-metas da Laranja na primeira passagem de Koeman como treinador por lá. Koeman saiu, Frank de Boer chegou... e Lodewijks ficou. Só saiu com a chegada de Louis van Gaal, que trouxe a tiracolo seu treinador de goleiros preferido, Frans Hoek. Mas Koeman retornou, e Lodewijks voltou. E tentará fixar algum titular absoluto, numa posição sofrendo com tanta inconstância, baseado em seu estilo prático de treinos.

DEMAIS INTEGRANTES

Jan Kluitenberg e Martin Cruijff - preparadores físicos
Ricardo de Sanders, Gert-Jan Goudswaard e Luc van Agt - fisioterapeutas
Edwin Goedhart e Rien Heijboer - médicos
Rob Koster - massagista

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