quarta-feira, 29 de maio de 2024

O guia da Holanda na Euro 2024: Meio-campistas



7-Xavi Simons (RB Leipzig-ALE)

Ficha técnica
Nome: Xavier "Xavi" Quentin Shay Simons
Posição: Meio-campo
Data e local de nascimento: 21 de abril de 2003, em Amsterdã 
Clubes na carreira: Paris Saint-Germain-FRA (2021 a 2022, e desde 2023), PSV (2022 a 2023) e RB Leipzig-ALE (desde 2023, por empréstimo)
Desempenho na seleção: 13 jogos e nenhum gol, desde 2023
Torneios pela seleção: Copa de 2022 (1 jogo, nenhum gol)

(Para saber mais sobre Xavi Simons, clique aqui e leia texto sobre ele no guia da Holanda na Copa de 2022)

Quando Xavi Simons foi convocado para a Copa de 2022 - por sinal, sua primeira convocação para a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) -, fizera por merecer. Mas era mais uma aposta no futuro por parte do técnico daquela vez, Louis van Gaal, do que algo com efeito imediato. Tanto que o jovem prodígio, acompanhado por muitos admiradores de futebol desde a adolescência (até por sua presença massiva nas mídias sociais), só entrou em campo naquela Copa - e estreou em geral pela Laranja - nos oito minutos finais contra os Estados Unidos, nas oitavas de final. Ainda assim, já serviu para dar um gosto de "quero mais". E Xavi começou a fornecer isso em 2023. Principalmente no PSV: a aposta do time de Eindhoven em trazê-lo foi plenamente paga com a artilharia no Campeonato Holandês (19 gols, junto ao grego Anastasios Douvikas, do Utrecht). Mais do que isso: Simons se mostrava um ponta-de-lança veloz, ofensivo, focado fora de campo, aparecendo em horas difíceis, comprovando as perspectivas ótimas para seu futuro. Até por isso, já foi titular da Holanda na primeira partida sob o comando de Ronald Koeman, em março do ano passado. E nem os 4 a 0 sofridos para a França perturbaram o otimismo em relação a Xavi Simons.

O comentário geral era de que o comportamento do jovem evoluíra no PSV por causa dos conselhos de Ruud van Nistelrooy, técnico dos Boeren em 2022/23, considerado como um nome que teve grande carreira, em parte, pelo foco e pelo esforço invejáveis que teve enquanto jogador. Simons se apegou a Van Nistelrooy. E se considera que a demissão repentina dele, antes mesmo que a temporada 2022/23 acabasse, foi fator altamente influente para que o jovem decidisse deixar o PSV e aceitasse o retorno ao Paris Saint-Germain - que já o emprestou prontamente ao RB Leipzig. Ficava a pergunta: como Xavi se daria no clube alemão? Pois ele mostrou que as lições dos tempos de PSV foram aprendidas: titular absoluto na boa campanha da equipe dos Touros (32 de 34 jogos), oito gols, 11 passes para gol, nada de problemas extracampo. Com tudo isso, Simons manteve a titularidade absoluta na Laranja (esteve em todos os jogos das eliminatórias da Euro), sob Ronald Koeman. Mostrou qualidade para iniciar as jogadas desde o meio-campo, com tabelas ou mesmo carregando a bola até a área, driblando quem aparecesse no caminho. Curiosamente, o que lhe tira um pouco do destaque na Laranja é... a afobação. Por várias vezes ele faz a jogada, chega à área, mas erra a finalização, por pura pressa. Por isso, ainda não fez gols pela Laranja. Nada que tire a boa impressão que se tem deste início de Xavi Simons na seleção masculina da Holanda. Quem sabe o gol esteja "guardado" para a Euro, na qual será titular... 


14-Tijjani Reijnders (Milan-ITA)

Ficha técnica
Nome: Tijjani Martinus Jan Reijnders Lekatompessy 
Posição: Meio-campista
Data e local de nascimento: 29 de julho de 1998, em Zwolle
Clubes na carreira: Zwolle (2017), AZ (2017 a 2023), Jong AZ (2017 a 2020), RKC Waalwijk (2020, por empréstimo) e Milan-ITA (desde 2023)
Desempenho na seleção: 8 jogos e 1 gol, desde 2023
Torneios pela seleção: nenhum

Na Euro passada, enquanto vários de seus companheiros de seleção já frequentavam a Laranja, Tijjani Reijnders ainda era um meio-campista pouco citado no AZ. Vindo do Zwolle, no clube holandês de Alkmaar desde 2017, já tinha até sido emprestado ao RKC Waalwijk, passando lá a temporada 2020/21. Mas ainda não tinha embalado na carreira. Até ali, na metade de 2021. Porque a partir de então, a carreira de Reijnders começou a subir - e ainda não parou. Começou no AZ: já na temporada seguinte, de volta ao clube, de um volante mais concentrado na marcação, ele começou a se converter num jogador mais completo, que avançava mais ao ataque. A tal ponto que, mesmo só sendo titular em 11 partidas, esteve em 33 dos 34 jogos do AZ na Eredivisie 2021/22. E enfim, em 2022/23, Reijnders se afirmou definitivamente no AZ: bem mais ofensivo do que já tinha sido, melhorou nos passes (foram sete, para gol), foi titular absoluto tanto na campanha do 4º lugar na Eredivisie quanto no caminho que levou os Alkmaarders à semifinal da Conference League. 

Foi suficiente para que o Milan, após uma negociação que teve suas dificuldades, contratasse Reijnders. E mesmo que ele, pré-convocado para as fases finais da Liga das Nações, tenha ficado de fora do grupo que disputou aqueles jogos em junho de 2023, estava claro que sua primeira partida pela Holanda (Países Baixos) não demoraria muito a acontecer. De fato, em setembro, não só Reijnders era chamado, como enfim estreava pela Laranja, entrando no segundo tempo dos 3 a 0 contra a Grécia, nas eliminatórias da Euro. Mais um pouco, e em outubro, com a ausência do machucado Frenkie de Jong, ele já foi titular, contra França e de novo contra a Grécia, também na qualificação. E o círculo virtuoso continuava em seu clube: Reijnders só ganhava mais espaço na seleção porque mal sentiu o peso de jogar num clube com a tradição do Milan. Em sua primeira temporada, chegou, tomou conta de sua posição no meio-campo, mostrou mais uma capacidade (seus chutes de fora da área, precisos - foram três gols no Italiano), e foi dos raros nomes a serem elogiados pela torcida milanista, numa temporada apagada do clube. A ponto de ter sido escolhido um dos melhores de sua posição no Campeonato Italiano. Na seleção, foi quem mais aproveitou os amistosos de março para se afirmar. O belo gol com que abriu vitória mais difícil do que parece, contra a Escócia (chute de fora da área, no ângulo), decretou: muito provavelmente, Reijnders será dos principais meio-campistas da Holanda na Euro. Há três anos atrás, era até difícil imaginar isso.


8-Georginio Wijnaldum (Al Ettifaq-SAU)

Ficha técnica
Nome: Georginio Gregion Emile Wijnaldum
Posição: Meio-campista 
Data e local de nascimento: 11 de novembro de 1990, em Roterdã 
Clubes na carreira: Feyenoord (2007 a 2011), PSV (2011 a 2015), Newcastle-ING (2015 a 2016), Liverpool-ING (2016 a 2021), Paris Saint Germain-FRA (2021 a 2023), Roma-ITA (2022 a 2023, por empréstimo) e Al Ettifaq-SAU (desde 2023)
Desempenho na seleção: 91 jogos e 28 gols, desde 2011
Torneios pela seleção: Copa do Mundo (2014 - 7 jogos, 1 gol), Liga das Nações (2018/19, 2020/21) e Euro (2020+1 - 4 jogos, 3 gols)

(Para saber mais sobre Wijnaldum, clique aqui e leia texto sobre ele no guia da Holanda na Euro 2020+1)

Mesmo numa campanha discreta da Holanda (Países Baixos) na Euro 2020+1, Georginio Wijnaldum até que apareceu bem, com três gols e algumas atuações elogiáveis. Simultaneamente, acertava sua transferência para o Paris Saint Germain-FRA. Se desse certo, certamente "Gini" continuaria um nome certo e experiente na Laranja - ainda mais por ser titular absoluto na reta final das eliminatórias da Copa de 2022. Mas... não deu. Mesmo sendo titular constante do PSG na temporada 2021/22, não trouxe por lá as qualidades que se esperavam dele - ser um meio-campo com bastante presença ofensiva, por exemplo. Tão logo começou 2022, Louis van Gaal (ainda treinando a Holanda então) notou a queda técnica, pediu que Wijnaldum voltasse a ser mais dinâmico em campo... mas não adiantou. Então, ele ficou fora das convocações, a partir do meio daquele ano. Sem receber muita importância no PSG, foi emprestado à Roma-ITA. E antes mesmo de tentar se recuperar, uma fratura na tíbia acabou com as perspectivas de Wijnaldum estar na Copa de 2022. Já era uma tremenda queda. E 2023 não começou muito melhor. Mesmo recuperado e retornando à Roma, Wijnaldum não caiu nas graças de José Mourinho - e seguiu com pouco espaço, tanto no Campeonato Italiano, como no vice pela Liga Europa. Na seleção, ainda voltou a jogar no primeiro semestre. Contudo, ainda lento demais, passou em branco nos jogos contra França e Gibraltar (eliminatórias da Euro, em março - foi até substituído contra Gibraltar). E nas fases finais da Liga das Nações, mesmo com um gol marcado contra a Itália, na decisão do 3º lugar, não se diferenciou numa Holanda que decepcionou em casa. 

Sem interesse da Roma em contratá-lo em definitivo, sem interesse do PSG em mantê-lo, sem interesse de outras equipes em contratá-lo (bem, o Feyenoord até quis repatriá-lo, mas o preço foi proibitivo), restou a Wijnaldum seguir o caminho aberto por outros e ir jogar na Arábia Saudita - mais precisamente, no Al-Ettifaq. Parecia seu fim, em termos mais competitivos. Como, então, o meio-campo voltou à seleção holandesa? Como, então, ele está na segunda Euro de sua carreira? Pela impressão de Ronald Koeman de que ainda faltam "líderes" à Laranja. Mesmo com a queda técnica e física, "Gini" é nome reconhecido entre os convocados mais jovens, e poderia tirar um pouco da carga que Virgil van Dijk tem nesse sentido de "guiar" o time. Koeman, então, o visitou na Arábia Saudita, no começo deste ano, ao lado de Nigel de Jong, diretor de futebol da federação (e ex-colega de seleção de Wijnaldum). Pelo visto, considerou que a mentalidade do jogador seguia aceitável para um ambiente de seleção. A tal ponto que Wijnaldum, após nove meses, voltou a ser convocado, para os amistosos contra Escócia e Alemanha, em março deste ano. Mais do que isso: fez gol, nos 4 a 0 na Escócia. Já foi o suficiente para Koeman decidir: apesar das muitas opiniões contrárias, Wijnaldum poderia ter utilidade e merecia o voto de confiança. Recebeu-o, com a vaga na convocação para a Euro. A ver se "Gini" evoca na Alemanha as boas atuações que evocou na Euro 2020+1...


16-Joey Veerman (PSV)

Ficha técnica
Nome: Johannes 'Joey" Cornelis Maria Veerman
Posição: Meio-campista 
Data e local de nascimento: 19 de novembro de 1998, em Purmerend
Clubes na carreira: Volendam (2016 a 2019), Heerenveen (2019 a 2022) e PSV (desde 2022)
Desempenho na seleção: 8 jogos e 1 gol, desde 2023
Torneios pela seleção: Liga das Nações (2022/23)

Desde os tempos de Heerenveen, Joey Veerman mostrava talento para ditar o ritmo de um jogo, a partir do meio-campo. Tanto dominando a bola, quanto acelerando o ritmo com passes em profundidade. E ainda assim, demorou para Veerman ter na seleção da Holanda (Países Baixos) o espaço que muitos esperavam e até queriam para ele. Tudo por um desentendimento que foi até duradouro com a federação. Convocado a partir de novembro de 2019 para a seleção sub-21, Veerman foi cortado em sequência, alegando lesões. Até que, ainda em 2020, anunciou que preferia pedir dispensa definitiva da Laranja Jovem, como é conhecida a Holanda sub-21, por "preferir se concentrar em questões particulares". Passou a imagem de arrogância para a federação (e até para a opinião pública), de quem já se achava pronto para a seleção principal. Resultado: por muito tempo, Veerman pareceu nome proibido até para ela. E fazia por merecer a convocação: por pelo menos dois anos, foi o melhor jogador do Heerenveen, sendo absoluto no meio-campo do time. E já indicando, discretamente, o desejo de uma transferência. Desejo concretizado em janeiro de 2022: após um ano e meio de sondagens, o PSV o trouxe ainda no meio da temporada 2021/22. De lá para cá, só evolução. 

No PSV, mesmo ainda se adaptando, Veerman já teve sua importância na metade final da temporada 2021/22. Na seguinte, se estabeleceu de vez, sendo em Eindhoven o que já era em Heerenveen: um organizador de jogo por excelência, deixando a finalização para os nomes mais à frente, mas em jogadas que quase sempre saíam de seus pés. E neste 2023/24, a consagração: Veerman foi nome fundamental no dominante PSV campeão holandês, foi escolhido na maioria das votações como o melhor jogador da Eredivisie, foi quem mais passes para gol deu em toda a liga (16). Na seleção, os problemas começaram a ser resolvidos em 2022: em entrevista ao diário De Telegraaf, explicou que preferira abandonar a seleção sub-21 por se sentir sem espaço, diante de nomes que já jogavam por ela havia alguns anos. Louis van Gaal tratou de reabrir as perspectivas ao incluí-lo na convocação preliminar para a Copa do Mundo passada. Mesmo ficando fora dos 26 que foram ao Catar, Veerman enfim voltava a ser plenamente "convocável". Ao longo de 2023, sempre esteve nas listas de Ronald Koeman, enfim estreando ao substituir Mats Wieffer para os 14 minutos finais contra a Itália, na decisão de 3º lugar da Liga das Nações, em junho. Mesmo ainda vindo da reserva, participou de todo o resto das eliminatórias da Euro - e foi titular pela primeira vez na última rodada da qualificação, nos 6 a 0 contra Gibraltar, em novembro passado. Com Frenkie de Jong machucado, apareceu nos amistosos contra Escócia e Alemanha - e contra os alemães, fez o gol da Laranja. Com tudo isso, mesmo que Tijjani Reijnders ainda tenha mais chances como titular, Veerman dá a certeza: está pronto para jogar o primeiro torneio grande de sua carreira pela seleção. E agora não é mal entendido e nem arrogância.


24-Jerdy Schouten (PSV)

Ficha técnica
Nome: Jerdy Schouten
Posição: Meio-campista
Data e local de nascimento: 12 de janeiro de 1997, em Hellevoetsluis
Clubes na carreira: ADO Den Haag (2016 a 2017), Telstar (2017 a 2018), Excelsior (2018 a 2019), Bologna-ITA (2019 a 2023) e PSV (desde 2023)
Desempenho na seleção: 3 jogos e nenhum gol, desde 2022
Torneios pela seleção: Liga das Nações (2022/23)

Já fazia algum tempo que Jerdy Schouten rondava as convocações da seleção masculina da Holanda (Países Baixos). Nunca conseguira espaço nem sequência na Laranja, mas ao mesmo tempo sempre estava a postos para o caso da chance aparecer. Pois bem: apareceu nesta temporada. Figurando constantemente nas convocações do técnico Ronald Koeman, o volante se valeu de suas atuações confiáveis pelo PSV campeão holandês para garantir vaga no primeiro torneio importante de sua vida vestindo laranja. De certa forma, foi o auge de um processo que parecia muito distante há cinco anos. Foi quando Schouten foi titular na campanha do Excelsior, que terminou rebaixado no Campeonato Holandês da temporada 2018/19. Poderia ser golpe duro numa carreira. Para Schouten, escolhido pela torcida do Excelsior o melhor jogador do clube naquela temporada aziaga, foi apenas o começo. Porque do Excelsior, o meio-campista foi para o Bologna, em 2019. E no clube italiano, Schouten apurou seu estilo defensivo, se tornando nome certo nas escalações dos Rossoblù, antes e depois da pandemia de COVID-19. 

Já em 2020, Frank de Boer, técnico da Holanda então, indicou que estava de olho nele para eventuais convocações. Não foi daquela vez, mesmo com Schouten sendo cada vez mais absoluto no meio-campo do Bologna. Mas logo seria: ao final da temporada 2021/22 - temporada com dificuldades, na qual o jogador passou quatro meses fora dos campos, por uma lesão -, Schouten foi convocado por Louis van Gaal para os quatro jogos que a Holanda teve em junho de 2022, pela fase de grupos da Liga das Nações. E enfim estreou, em 8 de junho, na vitória sobre o País de Gales (2 a 1). Teve atuação normal, mas não chamou muito a atenção, ficando fora da Copa do Mundo. Talvez por isso, mesmo tendo feito temporada excelente no Bologna em 2022/23 (titular absoluto), renovando contrato por mais dois anos, Schouten quis voltar ao país natal para jogar, de modo a ficar mais "visível" para os holandeses. Voltou para o que seria a melhor escolha possível: o PSV, ao qual chegou em agosto passado. Formou uma dupla de volantes excelente com Joey Veerman, que colaborou bastante para a primorosa campanha do título do time de Eindhoven na Eredivisie. Não só ajudou na marcação, no meio-campo, mas até mesmo revelou versatilidade, às vezes sendo recuado para a zaga (principalmente nas aparições do PSV na Liga dos Campeões). E o objetivo foi alcançado: Schouten se fez mais presente nas convocações de Ronald Koeman. Apareceu nas eliminatórias da Euro, jogando na vitória por 2 a 1 sobre a Irlanda. Neste 2024, começou jogando o amistoso contra a Alemanha. E talvez pela versatilidade, talvez pelo entrosamento que traz do PSV com Joey Veerman, Schouten está na Euro. Realizou seu desejo: quis voltar à Holanda para ter mais chances de estar na seleção, voltou, está nela.


26-Ryan Gravenberch (Liverpool-ING)

Ficha técnica
Nome: Ryan Jiro Gravenberch
Posição: Meio-campista
Data e local de nascimento: 16 de maio de 2002, em Amsterdã 
Clube na carreira: Ajax (2018 a 2022), Bayern de Munique-ALE (2022 a 2023) e Liverpool-ING (desde 2023)
Desempenho na seleção: 11 jogos e 1 gol, desde 2020 
Torneios pela seleção: Liga das Nações (2020/21 e 2022/23)

(Para saber mais sobre Gravenberch, clique aqui e leia texto sobre ele no guia da Holanda na Euro 2020+1)

Jogador mais jovem da história do Ajax no Campeonato Holandês, em 2018. Considerado um dos meio-campistas mais promissores da Holanda (Países Baixos) nos anos recentes. Presente na Euro sub-21 de 2021, na qual a Holanda foi semifinalista - e semanas depois, já presente na Eurocopa adulta, tendo até alguns minutos nela, contra Áustria e Macedônia do Norte, na fase de grupos. Destaque crescente no Ajax, já sendo titular na campanha de título holandês em 2021/22, mostrando segurança na saída de bola e capacidade nos chutes de fora da área. Uma contratação badalada para o Bayern de Munique, em meados de 2022. Em suma, o céu parecia o limite para Ryan Gravenberch. O que deu errado, então, para ele ainda estar longe desse status em que prometia estar, dois anos depois? Se é possível resumir a resposta, ela talvez esteja na falta de sequência. Pelo Bayern, o meio-campista ficou bem mais no banco de reservas. Até teve suas chances em 2022/23 (24 jogos pelo Campeonato Alemão, 6 pela Liga dos Campeões), mas quase sempre vindo da suplência (dos 24 na Bundesliga, foram 21 saindo do banco; na Champions, 5). Com isso, foi gradativamente perdendo espaço nas convocações de Louis van Gaal para a Laranja - sob o comando dele, só entrou nos acréscimos do 2º tempo da vitória sobre a Bélgica (1 a 0), na fase de grupos da Liga das Nações. E Gravenberch terminou ficando fora da Copa de 2022, por mais que tenha sido incluído na pré-convocação. Houve quem se queixasse da ausência de uma revelação, mas era impossível negar que Van Gaal tinha um ponto: como convocar alguém que mal jogava em seu próprio clube? 

O primeiro semestre de 2023 seguiu mais ou menos a mesma toada: Gravenberch fixo no banco de reservas do Bayern. Quando jogava, não impressionava. E sequer era convocado por Ronald Koeman. Vê-lo voltar a jogar uma Euro sub-21, no ano passado, ao mesmo tempo em que era lícito (afinal de contas, tratava-se de um nome que poderia ajudar a Laranja Jovem, tendo idade para isso), era um incômodo sinal de que o meio-campista dera alguns passos atrás na carreira, só dois anos depois de ter estado numa Eurocopa adulta. Era preciso reagir. A reação começou no último dia da janela de transferências antes da temporada 2023/24, quando Gravenberch acertou sua transferência para o Liverpool. Coincidentemente, havia sido convocado novamente para a seleção sub-21, que jogaria contra Moldávia e Macedônia do Norte, pelas eliminatórias da Euro da categoria. Pediu dispensa da convocação: preferia se focar na adaptação aos Reds, a princípio. O meio-campo recebeu críticas (até esperadas) do técnico da Laranja Jovem, Michael Reiziger, e do próprio Ronald Koeman. Mas comprovou o acerto de sua atitude em campo. Porque mais útil do que enfrentar moldavos e norte-macedônios seria se comprovar na competitividade que os Reds vivem. E se não virou absoluto no clube inglês, Gravenberch apareceu bem mais na temporada. Jogando na meia-esquerda, atuou em 26 partidas pela Premier League (começando como titular em 12), apareceu bem na trajetória do Liverpool na Liga Europa (aí, como titular). Mostrou um nível técnico razoável. E após a "quarentena" costumeiramente imposta por Koeman a quem nega convocações para a seleção - qualquer seleção -, Gravenberch enfim voltou a ser lembrado. Logo na lista de chamados para a Euro. É mais um voto de confiança do que pela importância que o ainda jovem meia possa ter. Mas é mais uma comprovação de que Gravenberch está fazendo sua parte para voltar a chamar a atenção como já chamou.

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