A Holanda começou ameaçando decepcionar contra a Turquia, nas quartas de final da Eurocopa. Mas a sorte apareceu, a Laranja aproveitou... e está na semifinal (Image Photo Agency/Getty Images) |
Numa das entrevistas coletivas após passar das quartas de final da Eurocopa, Daley Blind reconheceu que a seleção da Holanda (Países Baixos) teve sorte em seu caminho, eliminando a Romênia nas oitavas de final... e tendo a Turquia, adversária aparentemente acessível, nas quartas de final. Pois bem: contra os turcos, em Berlim, a Laranja teve problemas. Num momento, pareceu que a decepção seria novamente seu destino. Contudo, a sorte presente reapareceu. E a Holanda, de novo, a aproveitou. E premiou seu inegável esforço - e a aparição dos destaques, em horas importantes - com uma virada por 2 a 1, que a leva à semifinal da Euro, após 20 anos, já configurando uma campanha satisfatória.
No começo da partida, a Laranja conseguiu o que Ronald Koeman queria: controlar a posse de bola, até pressionar a Turquia na defesa, comandar o rumo do jogo. No primeiro minuto, até houve uma chance: após vir da esquerda, Memphis Depay chutou para fora. De quebra, Memphis, Xavi Simons e Cody Gakpo cercavam bem os laterais turcos - principalmente Mert Müldür, pela direita, impedindo que a Turquia saísse. Só mesmo Ferdi Kadioglu era um "desafogo" turco, carregando a bola para alguém finalizar - como aos 11', quando entregou a bola para Salih Özcan (substituto do suspenso Ismail Yüksek) mandar para fora. Entretanto, foi só.
Ao cansar da pressão, a Holanda "entregou" a bola para a Turquia. Que não criava muitas chances, mas começava a cercar mais a defesa holandesa. Hakan Çalhanoglu começou arriscando aos 21' (chute que desviou em Virgil van Dijk e saiu para escanteio - na cobrança, Bart Verbruggen pegou). Se só a esquerda era opção de jogadas, Arda Güler trocou de lugar com Baris Yilmaz e começou a aparecer pela direita, mais do que Mert Müldür conseguia. E de tanto cercar, a Turquia conseguiu o gol como queria, e como é a maior fragilidade da Laranja: bolas aéreas. Aos 35', Arda Güler cruzou, Verbruggen demorou para sair... e por trás, o zagueiro Samet Akaydin fez 1 a 0, de cabeça. E nem mesmo ficar atrás no placar fez com que o selecionado dos Países Baixos voltasse a acelerar mais o jogo. Ou voltasse a criar chances, mesmo diante de uma Turquia fechada, com os constantes recuos de Kaan Ayhan do meio para a defesa. Era preciso mudar.
Weghorst entrou, e mesmo sem fazer gols, conseguiu ser uma referência de que o ataque da Laranja, estéril até ali, precisava para virar o jogo (Boris Streubel/UEFA/Getty Images) |
E Ronald Koeman até mudou, colocando Wout Weghorst no lugar de Bergwijn, dando uma referência que o ataque holandês precisava. A tal ponto que logo veio uma chance, aos 52', num cabeceio após Nathan Aké cruzar (quase Memphis Depay alcançou). Ainda assim, o jogo tinha ficado mais rápido, mais veloz. Justamente como a Turquia queria. Era Aké levando amarelo ao derrubar Arda Güler (ótima atuação), aos 55', originando falta que o próprio Güler mandou à trave direita; era Virgil van Dijk também tomando cartão amarelo, aos 64' (falta em Baris Yilmaz)... por mais que a Holanda tentasse, num chute de Memphis Depay aos 63', ainda parecia pouco.
Deixou de ser pouco aos 70': quando a Holanda apenas começava a querer cruzar, já aproveitou uma oportunidade: Memphis Depay cruzou, Stefan de Vrij (que já rondava mais o ataque) cabeceou firme e livre, 1 a 1. E aí a partida seguiu acelerada, mas como a representação dos Países Baixos preferia: com mais confiança, mais ataque, mais pressão. E a sorte, aquela do começo deste texto, reapareceu pouco depois, aos 76', quando Denzel Dumfries enfim cruzou. Ninguém interceptou. E... não se sabe se Cody Gakpo finalizou - seria seu quarto gol nesta Euro -, se Mert Müldür (dia infeliz do lateral) completou contra o patrimônio, como a UEFA creditou... mas era a virada da Holanda. Que passou por testes de resistência com os atacantes que Vincenzo Montella empilhou na Turquia. Nela já estavam Arda Güler e Baris Yilmaz. Vieram Cenk Tosun, Keren Akturköglu e Semih Kiliçsoy. Coube a Akturköglu ajudar no primeiro susto turco, aos 85', num chute rebatido por Micky van de Ven na área, sem goleiro. Coube a Kiliçsoy mostrar que a Holanda encontrou seu arqueiro, nos acréscimos: se errou no gol sofrido, Verbruggen defendeu a bola do jogo, rebatendo desvio à queima-roupa do atacante turco.
E aí está a Holanda. Que aproveitou bem sua sorte. E está nas semifinais da Euro. A Inglaterra tem mais nomes que despontam, mas... como bem alertou Ronald Koeman, "quem chegou à semifinal, quer chegar à final". E a Holanda, depois desta virada, mostrou que quer. Muito.
UEFA Euro 2024 - Oitavas de final
Holanda 2x1 Turquia
Local: Estádio Olímpico (Berlim)
Data: 6 de julho de 2024
Árbitro: Clément Turpin (França)
Gols: Samet Akaydin, aos 35', Stefan de Vrij, aos 70', e Mert Müldür (contra), aos 76'
HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries, Stefan de Vrij, Virgil van Dijk e Nathan Aké (Micky van de Ven, aos 73'); Jerdy Schouten e Tijjani Reijnders (Joey Veerman, aos 73'); Steven Bergwijn (Wout Weghorst, aos 46'), Xavi Simons (Jeremie Frimpong, aos 87') e Cody Gakpo; Memphis Depay (Joshua Zirkzee, aos 87'). Técnico: Ronald Koeman
TURQUIA
Mert Günok; Mert Müldür (Zeki Çelik, aos 82'), Kaan Ayhan (Semih Kiliçsoy, aos 89'), Samet Akaydin (Cenk Tosun, aos 82'), Abdülkerim Bardakci e Ferdi Kadioglu; Baris Alper Yilmaz, Salih Özcan (Okay Yokuslu, aos 77'), Hakan Çalhanoglu e Kenan Yildiz (Keren Akturköglu, aos 77'); Arda Güler. Técnico: Vincenzo Montella
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