A Euro masculina acabou para a Holanda (Países Baixos). Para a feminina, a vaga pode chegar - e as jogadoras esperam que seja o quanto antes... (Soccrates Images) |
Se a Eurocopa acabou para os homens (com uma razoável campanha), para as mulheres da Holanda (Países Baixos) ela pode chegar nestas datas FIFA de julho, que trazem as últimas rodadas das eliminatórias do torneio continental de seleções da Europa, contra a Itália (nesta sexta, às 15h45 de Brasília, em Sittard) e a Noruega (na próxima terça, na cidade norueguesa de Bergen, às 14h de Brasília). E as Leoas Laranjas podem chegar de dois modos: com emoção ou sem emoção. Se ganharem da Itália, já estarão na Euro feminina - na Suíça, no ano que vem -, garantindo um dos dois primeiros lugares do grupo 1. Se houver empate ou derrota, contudo, será necessário vencer as norueguesas.
Independente do resultado, a preparação para os jogos foi longa. E irritada. Com um motivo decorrente do outro. O primeiro, mais um drama de lesão no ligamento cruzado anterior do joelho: agora, foi Victoria Pelova a machucada que ficará por longo tempo distante da seleção. Para muitos, dentro e fora do ambiente da seleção de mulheres, foi mais uma vítima do calendário quase incessante do futebol delas. Tão incessante que terá as últimas rodadas em... julho, em meio às férias das jogadoras. Crítico habitual do comportamento da FIFA e da UEFA no assunto, o técnico Andries Jonker foi irônico, à revista Voetbal International: "Jogaremos entre a semifinal e a final da Eurocopa masculina. Bacana...". Antes, tinha sido raivoso ao diário De Telegraaf: "Nos planos da UEFA, eles definiram que teríamos quatro semanas de férias após 4 de junho, em 8 de julho nos apresentaríamos, e quatro dias depois jogaríamos uma partida dura. Mas isso é tão impossível quanto irresponsável! Eu me preocupo com a saúde das jogadoras". Uma delas, por sinal, se uniu às reclamações: Jackie Groenen. "Houve poucas paradas para todas. A gente se lembra disso. Se interfere no mental? Sim, talvez. Nós sabemos bem que ainda temos partidas importantes".
De todo modo, Andries Jonker fez o que podia. Em dois períodos de junho (dias 19 a 21, e 24 a 28), convocou um grande grupo de jogadoras, entre titulares e novatas, para se aclimatarem e se habituarem, em um período de treinos. Na hora da convocação definitiva, algumas estreantes ficaram para os jogos. Na zaga, Veerle Buurman, do PSV; e no ataque, tanto Chanté-Mary Dompig, bem no Milan pelo Campeonato Italiano, quanto Chimera Ripa, ponta do PSV, um dos destaques da seleção sub-21 dos Países Baixos. Tudo isso, sem contar nomes já convocados - algumas das quais, até com partidas jogadas -, mas ainda com ar de novidades: a goleira Daniëlle de Jong, a zagueira Gwyneth Hendriks, a meio-campista Nina Nijstad...
Já nas mais conhecidas jogadoras, as novidades ficam por conta dos novos clubes. Começa por Dominique Janssen, de volta à Inglaterra após a passagem pelo Wolfsburg alemão, chegando ao Manchester United. No meio-campo, a jovem Wieke Kaptein está chegando ao Chelsea-ING, após o começo no Twente ("Estou pronta, como jogadora e como pessoa", prometeu Kaptein à Voetbal International), enquanto Jill Baijings será mais uma holandesa no Aston Villa inglês - talvez a única, com a provável transferência da goleira Daphne van Domselaar para o Arsenal. Mas a surpresa maior vem no ataque: após nove anos, Renate Jansen deixou o Twente, esperava-se que ela tivesse uma experiência no exterior... mas a veterana avante é um reforço do PSV. Sem esquecer Lineth Beerensteyn, de volta ao Bayern de Munique após um tempo na Juventus.
Clube novo: Vivianne Miedema ainda começará seu caminho no Manchester City. E na seleção, vida nova, após tanto sofrimento nos últimos dois anos? (BSR Agency) |
Mas é óbvio que a transferência mais comentada viria da jogadora mais conhecida que a Holanda tem. Após uma saída comentada do Arsenal, Vivianne Miedema terá espaço no Manchester City para "encontrar o prazer, e também a forma, de volta", após o joelho perturbá-la nos últimos dois anos, desde o rompimento do ligamento cruzado, em dezembro de 2022. Com Lieke Martens sendo capítulo encerrado nas Leoas Laranjas - e outras experientes, como Jill Roord, machucadas -, Miedema se converteu numa autêntica líder nos treinamentos. Se ela poderá jogar noventa minutos, no mínimo, contra a Itália? O técnico Andries Jonker deixou em aberto: "Faz muito tempo que ela não joga noventa minutos. Mas ela já passou da fase de jogar só dez, ou vinte minutos. Agora é diferente". Quem não jogará nada são dois desfalques: a supracitada Van Domselaar e Caitlin Dijkstra (esta, também mudando de clube, chegando ao Wolfsburg). Bem, talvez "DVD" ainda possa voltar contra a Noruega, se estiver em melhores condições - a cirurgia lombar por que passou ainda inspira cuidados. "Ainda é incerto, mas nesta sexta, ela realmente não pode", esclareceu Andries Jonker.
De um jeito ou de outro, a Holanda tentou minimizar os problemas que o calendário do futebol feminino lhe causa. E deseja garantir seu lugar na Eurocopa de mulheres sem emoção...
As 26 convocadas da Holanda (Países Baixos) para as datas FIFA
Goleiras: Lize Kop (Leicester City-ING), Jacintha Weimar (Feyenoord) e Daniëlle de Jong (Twente)
Defensoras: Kerstin Casparij (Manchester City-ING), Lynn Wilms (Wolfsburg-ALE), Sherida Spitse (Ajax), Dominique Janssen (Manchester United-ING), Gwyneth Hendriks (PSV), Veerle Buurman (PSV), Ilse van der Zanden (Utrecht) e Merel van Dongen (Rayadas de Monterrey-MEX)
Meio-campistas: Daniëlle van de Donk (Lyon-FRA), Jackie Groenen (Paris Saint Germain-FRA), Damaris Egurrola Wienke (Lyon-FRA), Nina Nijstad (PSV), Jill Baijings (Aston Villa-ING) e Wieke Kaptein (Chelsea-ING)
Atacantes: Romée Leuchter (Paris Saint Germain-FRA), Lineth Beerensteyn (Juventus-ITA), Vivianne Miedema (Manchester City-ING), Esmee Brugts (Barcelona-ESP), Chanté-Mary Dompig (Milan-ITA), Renate Jansen (PSV), Katja Snoeijs (Everton-ING), Chimera Ripa (PSV) e Chasity Grant (Ajax)
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