sábado, 18 de janeiro de 2025

Eredivisie feminina: está bacana

Se Ajax e Twente imperavam no futebol feminino da Holanda (Países Baixos), agora o cenário tem PSV e Utrecht aumentando o equilíbrio (Imago/BSR Agency)

Ajax e Twente, Twente e Ajax. Era nisto que se resumia a disputa pelo título no Campeonato Holandês feminino de futebol, nas temporadas recentes - para não dizer que sempre era assim. Pois a temporada 2024/25 mostra uma mudança no cenário, pelo menos ao se notar as 11 rodadas do primeiro turno da Vrouwen Eredivisie, que será retomada neste sábado, com os três jogos que abrem a 12ª rodada. Sim, o Ajax está disputando o título a sério, se refazendo da ausência na Liga dos Campeões de mulheres. Mas há times, enfim, embaralhando uma disputa, aumentando o equilíbrio.

E o melhor exemplo disso é o atual líder. O PSV, enfim, está cumprindo o que poderia fazer, há muitos anos: ser um time de força e de ponta no cenário holandês feminino de futebol, com jogadoras talentosas, experientes e promissoras (neste último caso, merece destaque a zagueira Veerle Buurman: em 2023 jogava ainda num time amador, e agora já tem transferência acertada para o Chelsea, partidas pela seleção de mulheres da Holanda e uma convocação muito provável para a Eurocopa que vem). O Utrecht, por sua vez, prova que seu bom começo em 2023/24, temporada de estreia de seu time de mulheres: novamente mostra força e pode sonhar com a conquista.

Antigos nomes tradicionais no futebol holandês de mulheres, como ADO Den Haag e Zwolle, decaíram. Clubes um pouco mais fortes, como Feyenoord e AZ, começam a fazer campanhas mais consistentes. E se o nível técnico passa longe das ligas femininas mais vistas da Europa (a Woman Super League inglesa, a Liga F espanhola, a Frauen-Bundesliga alemã, a D1 francesa), a liga neerlandesa indica que é campo fértil para jovens jogadoras, do país ou não, terem uma primeira experiência antes de cenários mais competitivos. Está bacana de ver.

Chimera Ripa, muito veloz e habilidosa, é a jogadora que mais aparece num time firme do PSV, enfim voltando a aparecer bem no futebol feminino (Imago/BSR Agency)

1º - PSV

Campanha: 9 vitórias, 1 empate e 1 derrota - na frente pelo maior número de gols
Time-base: Evrard; Thrige, Hendriks, Buurman e Bross; Folkertsma, Nijstad e Xhemaili; Ripa, Smits e Renate Jansen
Técnico: Roeland ten Berge
Destaque: Chimera Ripa (atacante)
Comentário: Um time sólido, pelo trabalho contínuo do técnico Roeland ten Berge. Que tem jogadoras experientes: a goleira belga Nicky Evrard, a meio-campista suíça Riola Xhemaili (titular de sua seleção), Sisca Folkertsma, Renate Jansen. Que tem mais jogadoras jovens e altamente promissoras: Veerle Buurman, Nina Nijstad, Chimera Ripa, as três já experimentadas na seleção da Holanda (Países Baixos), com grandes chances de irem à Euro. Com todo mérito: Buurman parece ser uma zagueira confiável como talvez nunca a Holanda (Países Baixos) teve entre mulheres, Nijstad traz muita regularidade ao meio-campo, Chimera Ripa mostra tanta capacidade técnica na ponta-direita que ocupa, por ora, o posto de melhor jogadora do Campeonato Holandês na temporada. Ainda houve vitórias categóricas contra Ajax (2 a 0, 9ª rodada) e Feyenoord (4 a 1, 11ª rodada), fora de casa. Enfim, o PSV volta a ser um time digno de respeito e atenção no futebol feminino.

Keukelaar assumiu a responsabilidade no ataque, Yohannes é cada vez mais uma realidade... e o Ajax segue forte no Campeonato Holandês feminino (Imago/BSR Agency)

2º - AJAX

Campanha: 9 vitórias, 1 empate e 1 derrota - atrás pelo menor número de gols
Time-base: Van Eijk; De Klonia, Spitse, Kardinaal e Van de Velde; Noordam, Yohannes e Noordman; Tolhoek, Keukelaar e Hoekstra
Técnica: Hesterine de Reus
Destaque: Lotte Keukelaar (atacante)
Comentário: Goleada sofrida na final da Supercopa da Holanda (Twente 6 a 1), eliminação precoce na primeira fase preliminar da Liga dos Campeões, a técnica Hesterine de Reus falando de forma polêmica sobre tal eliminação (indicando ter sido até "boa", para dar mais tempo à equipe)... o começo do Ajax feminino era preocupante. Só o campo, só ele, indicou que essa preocupação era exagerada. Mesmo sem Romée Leuchter, um bom trio de ataque foi encontrado em Danique Tolhoek (uma das goleadoras deste campeonato, com 9 gols), Lotte Keukelaar (quem mais passes deu para gols na liga: 7) e Tiny Hoekstra. Lily Yohannes, como sempre, impressiona pela segurança e pela habilidade para ditar as jogadas de meio-campo, somente aos 17 anos de idade. Na defesa, a goleira Regina van Eijk faz por merecer a chance que ainda não teve na seleção da Holanda (Países Baixos), e a capitã Sherida Spitse segue com liderança indiscutível - e pode ter no Ajax o espaço e a imposição que lhe começam a faltar nas Leoas Laranjas. Enfim, é inegável a força das Ajacieden para voltarem a ser campeãs, após dois anos.

Tromp (à frente) e Snellenberg simbolizam um Utrecht muito preparado no futebol feminino. Não à toa, está muito bem na disputa da ponta (Imago/BSR Agency)

3º - UTRECHT

Campanha: 8 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Time-base: Bastiaen; Koopman, Van der Zanden, Mahieu (Op den Kelder) e Paliama; Van Straten, Munsterman e Van Schoonhoven (Snellenberg); De Keijzer, Tromp e Groenendijk
Técnica: Linda Helbling
Destaque: Nikita Tromp (atacante)
Comentário: O começo das Utregs na temporada 2023/24, estreia do time feminino no Campeonato Holandês, foi fulgurante, mas logo a equipe decaiu, terminando no sétimo lugar. Nada indica que isso acontecerá desta vez. Porque, sob o comando da técnica Linda Helbling, o time de Utrecht volta a ter o ponto mais forte que já exibira: uma boa preparação, com foco em contratações precisas. Assim nomes que tinham pouco espaço em outros clubes o acharam em De Galgenwaard, o estádio do Utrecht. A meio-campista Maxime Snellenberg veio do PSV, a atacante Nikita Tromp veio do Ajax, a outra atacante Lotte de Keijzer veio do Excelsior, encontraram jovens da base como Ilse van der Zanden... e renderam um time técnico, muito técnico. Que se perdeu do Ajax (1 a 0, 7ª rodada), ganhou do líder PSV (3 a 2, 8ª rodada). E pode, assim como o time masculino pode, sonhar com a conquista do título da Vrouwen Eredivisie.

Van Dooren voltou de lesão, e comanda o Twente, que parece em reformulação, perdendo um pouco de terreno (Imago/BSR Agency)

4º - TWENTE

Campanha: 7 vitórias, 2 empates e 1 derrota
Time-base: De Jong (Clark); Everaerts, Knol (Vliek), Carleer e Tuin; Te Brake e Van Ginkel; Van Dooren; Ivens, Van Dijk (Ravensbergen) e Hulst
Técnico: Joran Pot
Destaque: Kayleigh van Dooren (meia/atacante)
Comentário: Se o Ajax se assustou ao ser goleado na Supercopa feminina, o Twente imaginou que estava pronto para tentar o bicampeonato na Eredivisie. Contudo, após começar o campeonato vencendo - 3 a 1 no Fortuna Sittard, na 1ª rodada -, começou a travar, com dois empates. Pior: mesmo avançando à fase de grupos da Liga dos Campeões, rapidamente as Tukkers viram que seria impossível superar Chelsea e Real Madrid, as duas equipes classificadas às oitavas de final. E por mais que algumas jogadoras contratadas já ocupem firmemente seu espaço - como a ala esquerda Alieke Tuin; a atacante Nikée van Dijk, uma das revelações do campeonato; e Jaimy Ravensbergen, uma das melhores atacantes da liga -, o Twente perdeu um pouco de terreno. O trabalho está estagnado a ponto do técnico Joran Pot já ter anunciado a saída do clube, ao fim da temporada. Mas o Twente continua revelando jovens, que parecem prontas para darem passos mais ambiciosos. Que o digam as meio-campistas: Sophie te Brake, Danique van Ginkel, Kayleigh van Dooren (esta, voltando de grave lesão, com tudo)... e Ella Peddemors, que começou a temporada no Twente - já com transferência prevista para o Wolfsburg. Foi tão bem que o Wolfsburg pediu a antecipação da chegada. De certa forma, um reconhecimento...

O Feyenoord começa a se encontrar no futebol feminino, nesta temporada - e os gols de Van Kerkhoven ajudam muito nisso (Imago/BSR Agency)

5º - FEYENOORD

Campanha: 6 vitórias, 2 empates e 3 derrotas
Time-base: Weimar; Verspaget, Obispo, Koga e Brandau; Koopman (Van der Sluijs), Teulings e Van Bentem; Van de Lavoir, Van Kerkhoven e De Graaf (Buabadi)
Técnica: Jessica Torny
Destaque: Ella van Kerkhoven (atacante)
Comentário: O Feyenoord ainda tem o que melhorar em seu time feminino, inegavelmente. Que o diga a goleada sofrida para o PSV, por 4 a 1, no primeiro (e até agora, único) jogo das Rotterdammers em De Kuip pela liga feminina. Título ainda é uma meta distante para o Stadionclub. O que não quer dizer que o time treinado por Jessica Torny não tenha suas qualidades. Pois as tem: é um time um pouco mais rápido do que se viu em 2023/24. De quebra, alguns talentos saltam aos olhos, como a atacante belga Ella van Kerkhoven, que divide a artilharia da Vrouwen Eredivisie com Danique Tolhoek (Ajax). Mais atrás, a japonesa Toko Koga não demorou a se fixar na zaga, ganhando experiência que a fez virar titular da Nadeshiko, a seleção de seu país. No meio-campo, Jarne Teulings cumpre o objetivo com que foi trazida do Fortuna Sittard: ser a referência na criação de jogadas. E pensando na consolidação do retorno da atacante Kirsten van de Westeringh, voltando de grave lesão no joelho... sim, o Feyenoord ainda pode melhorar. Até porque, como já dito, ele tem o que melhorar, para aprimorar a campanha razoável que faz. E terá de fazer isso sem uma jogadora útil: a atacante Jada Conijnenberg, que partiu para o IFK Norrköping sueco.

A goleira Liefting terminou 2023/24 se recuperando de um grande susto. Por ora, nesta temporada confirma a grande fase que vive no AZ - até rendendo convocações para a seleção feminina holandesa (Imago/BSR Agency)

6º - AZ

Campanha: 5 vitórias, 2 empates e 4 derrotas
Time-base: Liefting; Groot (Blom), Woons, Stoop e Mol (Caprino); Colin (Op de Weegh), Van Lunteren e Van Uden (Van Bentum); Boukakar, Spaan e Kroese (Thomas)
Técnico: Wouter de Vogel 
Destaque: Floor Jolijn Spaan (atacante)
Comentário: De certa forma, o mesmo que se disse do Feyenoord serve para o AZ. Após um começo difícil da história do time feminino de Alkmaar em 2023/24, a sua temporada de estreia no futebol de mulheres, a equipe começa a se adaptar. Se precisou se afastar dos campos na reta final da temporada passada pela concussão cerebral sofrida num acidente contra o Ajax, a goleira Femke Liefting se recuperou, começou a Vrouwen Eredivisie impulsionada pela excelente participação no Mundial Sub-20 de mulheres (foi escolhida a melhor goleira do torneio, fundamental na campanha do 4º lugar da Holanda), virou uma convocada constante para a seleção principal holandesa feminina, e se afirma cada vez mais no AZ. Assim como a defesa, relativamente entrosada nos quatro nomes que tem. Como o meio-campo, em que tudo gira ao redor da experiente Desirée van Lunteren, de contrato renovado (nada mal para alguém que reativou a carreira, após chegar a parar de jogar). E no ataque, Floor Jolijn Spaan já tem mais companhias em Romaïssa Boukakar e em Fieke Kroese. O AZ dá a impressão de que pode ir além, daqui a algum tempo.

Floortje Bol fez um gol em sua primeira partida oficial. É um raro destaque, numa temporada difícil do ADO Den Haag - incluindo até incomum troca de treinadores (Franca Dobbe/Haaglanden Voetbal)

7º - ADO DEN HAAG

Campanha: 2 vitórias, 3 empates e 5 derrotas
Time-base: Lorsheyd; Vonk, Noordermeer, Nelemans e Pijnacker Hordijk (Raaijmakers); Van den Goorbergh (Van Oosten), Van Raay e Boshuizen; Remmers (Van Egmond), Bol e Boerboom (Viehoff)
Técnico: Stephan Vos (até a 8ª rodada), Sandra van Tol (interina, na 9ª e na 10ª rodadas) e Marten Glotzbach (a partir da 11ª rodada)
Destaque: Louise van Oosten (meio-campista)
Comentário: Nem é de se impressionar que o ADO Den Haag, tão tradicional no futebol feminino (do clube de Haia saiu Sarina Wiegman, por exemplo), tenha perdido um pouco de terreno nas temporadas recentes, para clubes mais bem aquinhoados financeiramente dentro da Holanda (Países Baixos), como Feyenoord, AZ e Utrecht. Ainda assim, impressionou ver um time bem entrosado, tantas são as jogadoras remanescentes de temporadas anteriores, sofrer bastante no turno: cinco derrotas seguidas. Talvez isso se devesse à falta de um ataque mais consolidado na equipe auriverde de Haia: as apostas estão em jogadoras jovens demais, como Iris Remmers e Floortje Bol. Os maus resultados levaram até a uma demissão de técnico, algo incomum em meio às temporadas femininas neerlandesas: Stephan Vos caiu, após os 2 a 0 sofridos para o PSV (8ª rodada). Após duas rodadas sob a interina Sandra van Tol, caberá a Marten Glotzbach - só para constar: marido de Sarina Wiegman - tentar conduzir o Den Haag por águas mais calmas no returno.

O Fortuna Sittard já sabia que a queda seria inevitável, após os investimentos rarearem no time feminino. Por nomes como Isa Dekker, não foi pior (Imago/BSR Agency)

8º - FORTUNA SITTARD

Campanha: 2 vitórias, 3 empates e 6 derrotas
Time-base: Dinkla; Van Koot, Van Heeswijk, Stoop e Kopp; Van Wershoven, Peereboom, Arons (Stauffenberg) e Dekker; Eijken e Prins  
Destaque: Isa Dekker (meio-campista)
Comentário: Havia porque se preocupar com o Fortuna Sittard. Afinal de contas, o clube decidira reduzir bastante o investimento na modalidade, mesmo com um time feminino de grande qualidade - terceiro colocado na temporada passada, contando com jogadoras como Alieke Tuin, Jarne Teulings e, principalmente, a belga Tessa Wullaert, goleadora e melhor jogadora do campeonato em 2023/24. Temia-se uma tremenda queda. Ela obviamente aconteceu. Para os times mais bem desenvolvidos, as Fortunezen não fizeram frente: 5 a 1 sofridos para o Ajax (3ª rodada), 6 a 0 sofridos para o Feyenoord (7ª rodada), 4 a 0 tomados do Utrecht (9ª rodada), e "só" 3 a 0 sofridos para o PSV (10ª rodada). Porém, para os times de sua estatura, o Fortuna Sittard se segurou. Goleou o Telstar, venceu Zwolle, empatou com Excelsior e ADO Den Haag. De quebra, até há jogadoras que se destacam, como a meia-esquerda - às vezes ponta-esquerda - Lakeesha Eijken e a ponta-de-lança Isa Dekker. Enfim, a queda veio. Mas nada além do esperado.

Evi Maatman faz o que pode no ataque, mas o Heerenveen não consegue se catapultar a uma posição mais segura (Imago/BSR Agency)

9º - HEERENVEEN

Campanha: 1 vitória, 3 empates e 7 derrotas - na frente pelo maior número de gols
Time-base: Resink; Teijema, Meijer, Smits e Schouwstra; Van Vilsteren (Nassette), Maass e Kerkhof; Iedema (Van Beijeren), Maatman e Stockmar (Algra)
Técnico: Niklas Tarvajärvi
Destaque: Evi Maatman (atacante)
Comentário: Mesmo com um time acostumado a atuar junto, temporada após temporada, o Heerenveen não consegue embalar. Talvez porque as zagueiras sejam pouco firmes, talvez pela postura naturalmente mais ofensiva do time treinado pelo finlandês Nikas Tarvajärvi, o fato é que o time da Frísia não consegue fugir das últimas posições. De todo modo, experimenta-se no ataque: é lá que o Fean possui algumas revelações, como Aymée Altena (esta deverá ter mais chances ao longo do returno) e Jet van Beijeren (presente no Mundial Sub-20 feminino, com importância). Às vezes, até o azar prejudicava o Heerenveen, mesmo em bons dias: os 3 a 1 sobre o Telstar, na 7ª rodada, poderiam ter sido 4 a 1, mas a juíza Manon Plandsoen apitou o final justamente quando uma jogadora estava pronta a marcar mais um gol. Enfim, no equilíbrio também presente na parte de baixo da tabela, o Heerenveen está à frente de Zwolle e Telstar. Momentaneamente à frente...

O Zwolle tem várias jovens de talento. Nem isso rende uma boa campanha (Imago/BSR Agency)

10º - ZWOLLE

Campanha: 1 vitória, 3 empates e 7 derrotas - atrás pelo menor número de gols
Time-base: Tijink; Dijsselhof, Rutgers, Kemper (Van der Linden) e Weiman; Pruim, Buikema e Van Vugt; Kroezen (Zuidberg), Huizenga e Hilhorst
Técnico: Jim Brinkhof 
Destaque: Hanna Huizenga (atacante)
Comentário: Sem dúvida, a grande decepção da Vrouwen Eredivisie até agora. Tendo tantas jogadoras presentes na boa campanha da Holanda (Países Baixos) no Mundial Sub-20 feminino - começando por Ilse Kemper e Inske Weiman, passando por Nayomi Buikema e terminando em Zoë Zuidberg -, era de se esperar que as Zwollenaren mostrassem um nível técnico melhor do que o visto ao longo da maior parte do turno. Só que a primeira vitória do time alviazul veio somente na 9ª rodada, e ainda assim contra o último colocado (3 a 0 no Excelsior). No mais, goleadas sofridas para Ajax (5 a 1, 1ª rodada), Utrecht (4 a 0, 2ª rodada), PSV (4 a 0, 4ª rodada), sem muita resistência. O trabalho de Jim Brinkhof como técnico precisa melhorar muito. Assim como o rendimento das jogadoras - somente Hanna Huizenga, atacante que chegou na temporada atual, sai um pouco a contento. Senão, o trabalho do antecessor de Brinkhof, Olivier Amelink, agora treinando a seleção feminina sub-21 da Holanda (Países Baixos), só ficará maior. Afinal, tratam-se quase das mesmas jogadoras...

Takeshige (de branco) até tenta ajudar na zaga, mas o Telstar de novo frequenta a parte de baixo da tabela. Em compasso de espera, para virar o Hera United (Imago/BSR Agency)

11º - TELSTAR

Campanha: 1 vitória, 3 empates e 7 derrotas - atrás pelo saldo de gols pior
Time-base: Steen; Donker (Van de Pol), Takeshige, Ridder (Daalman) e Van der Vlist; Kira, Gomez e Berrevoets (Blomqvist); Van Belen (Nottet), Vis (Hassani) e Lagcher
Técnica: Marelle Worm
Destaque: Chinatsu Kira (meio-campista)
Comentário: O Telstar segue como sempre seguiu, temporada após temporada: sem muita resistência em relação aos outros times. Nem mesmo do lanterna Excelsior venceu (1 a 1, 6ª rodada). Somente venceu no jogo anterior - e uma vitória surpreendente, por sinal: 1 a 0 no AZ, com gol daquela que talvez seja a revelação do Telstar na temporada, a zagueira japonesa Akari Takeshige. Sua compatriota, a meia Chinatsu Kira, é a melhor jogadora da equipe. Outras colaboram, como a meia-esquerda norte-americana Sydney Blomqvist e a atacante marroquina Samya Hassani. No entanto, a impressão é que o Telstar apenas joga esta temporada em compasso de espera. Afinal de contas, a partir de 2025/26, o clube cede o seu departamento de futebol feminino (e sua vaga na Eredivisie feminina) ao Hera United, agremiação profissional que investirá na modalidade, autorizada pela federação. Como não há rebaixamento, tudo bem...

O Excelsior continua preso à última posição - mas agora, não é mais problema de Lynn Groenewegen, raro destaque no turno, reforço do Twente no returno (Pro Shots)

12º - EXCELSIOR

Campanha: 4 empates e 7 derrotas
Time-base: Van der Klooster; Van Goch, Westerink, Helderman e Mollink; Hendriks, Groenewegen e Vrij (De Jong); Martina, Breewel (Ellouzi) e Homan
Técnico: Mathijs Kreugel
Destaque: Lynn Groenewegen (meio-campista)
Comentário: Chega até a ser triste de ver: mesmo com as campanhas frágeis de outros times, como Heerenveen, Zwolle e Telstar, o Excelsior é o único time ainda sem vitórias neste Campeonato Holandês feminino. Como era em 2023/24, é o último colocado. Mesmo com esforço - e algum talento técnico, como por exemplo na ponta-direita Shi-Jona Martina e na... meio-campista Lynn Groenewegen. Coube a esta um desabafo, à ESPN holandesa, após os 4 a 0 sofridos para o ADO Den Haag (9ª rodada): "Claro que não é legal [só perder]. É um pouco estranho, mas numa hora você se acostuma um pouco. Não que isso vire normal. Mas é horrível. Na verdade, nem sei mais como é vencer". Agora, pelo menos, Groenewegen talvez saiba: é o novo reforço do Twente para a segunda parte da temporada. E o Excelsior, ainda esperando vencer, só comemora uma revelação que terá um caminho um pouco melhor, segundo a diretora Nicole Deurholt: "Lynn foi a primeira. Espero que não seja a última".


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