quinta-feira, 16 de maio de 2019

As 23 Leoas: Bloodworth

Entre 12 de maio e 4 de junho, o Espreme a Laranja traz um texto descrevendo a carreira de todas as 23 convocadas para a seleção da Holanda que disputará a Copa do Mundo feminina. 



Já novata, Bloodworth (antes, Janssen) mostrou versatilidade nas posições de defesa. Por isso, ganhou rapidamente importância na seleção feminina (onsoranje.nl)
Se o ataque da seleção feminina da Holanda é dos mais respeitáveis da Europa, a defesa da Laranja inspira certos cuidados. Para minorar as fragilidades, uma jogadora tem ganho cada vez mais importância entre as Leoas: jogando tanto nas laterais quanto no miolo de zaga, Dominique Bloodworth tem subido de importância dentro do esquema tático de Sarina Wiegman. E irá para sua segunda Copa do Mundo na carreira, como titular na escalação.

Antes mesmo de começar a jogar em clubes, a zagueira de 1,74m já estava recrutada pela federação holandesa: desde 2010, já jogava nas seleções de base - no caso, a seleção sub-15 da Holanda. Naquele tempo, a novata tinha outro sobrenome: Dominique Janssen. E assim, a nativa da cidade de Horst aan de Maas foi crescendo. A partir de 2012, já era capitã da seleção sub-17; no ano seguinte, Janssen também era a dona da braçadeira na equipe sub-19 das Leeuwinnen (em holandês, "Leoas"). Curiosamente, sequer tinha iniciado a carreira profissional.

Isso só aconteceu na segunda metade de 2012, quando Dominique entrou para a equipe de juniores do RKSW Wittenhorst, clube amador perto de sua cidade. Todavia, na hora de entrar para um time adulto, a zagueira ficou sem lugar na Holanda. E só começou de vez a carreira num país vizinho: a Alemanha. Janssen começou a jogar no SGS Essen, da Bundesliga feminina, em 2013. Com lugar entre as titulares, a zagueira se deu ao luxo até de recusar ofertas tanto de Ajax quanto da fusão entre PSV e FC Eindhoven (no futebol feminino, os dois clubes de Eindhoven tinham uma equipe em conjunto).

Mas seria 2014 o ano do despontar da então Janssen. Pela seleção holandesa sub-19, ela fez parte do time campeão da Euro da categoria. E já serviu para ser convocada pela primeira vez para a equipe adulta da Holanda: o técnico Roger Reijners a incluiu na lista de convocadas para a Copa do Chipre, torneio amistoso. E em 5 de março, contra a Austrália, na competição disputada em campos cipriotas, a zagueira estreou pela Holanda: saiu do banco, substituindo Stefanie van der Gragt, aos 65'.

Já valeu para Janssen causar boa impressão. E para estar entre as 23 convocadas para a Copa do Mundo feminina, em 2015. Já no Mundial do Canadá, a versatilidade de Janssen nas posições defensivas valeu num momento difícil: contra as donas da casa, após uma lesão precoce da lateral direita Van Lunteren, logo após as canadenses fazerem 1 a 0, a defensora entrou para cobrir a lacuna na direita. Deu certo, a Holanda fez 1 a 1, avançou às oitavas de final... e Janssen já se fortaleceu para o ciclo posterior, quando veteranas deixaram a seleção - casos de Dyanne Bito e Petra Hogewoning.

Fortalecimento tamanho, aliás, que Janssen deu outro salto na carreira logo após a Copa, em 2015: foi contratada pelo Arsenal, como uma das primeiras holandesas a irem para os Gunners. Já no primeiro ano na Inglaterra, fez parte da campanha do título da Copa da Liga feminina. Na temporada seguinte, outra copa ganha pelo Arsenal: a Copa feminina da Inglaterra. Paralelamente, Janssen se firmava nas convocações da seleção holandesa - principalmente na lateral direita. Assim, foi convocada para a Euro 2017. Ficou na reserva durante a maior parte da Euro, mas entrou justamente na partida mais importante da história da seleção feminina: a final contra a Dinamarca, substituindo Van Lunteren e terminando o jogo do título continental das Leoas.

Bloodworth consolidou seu amadurecimento após a transferência para o Arsenal (David Price/Arsenal/Getty Images)
De lá para cá, Janssen mudou. Certas alterações na seleção da Holanda - a saída de Mandy van den Berg, a prioridade de Anouk Dekker para a escalação no meio, as lesões de Van der Gragt - fizeram com que ela se tornasse titular na seleção, a partir de 2018. Mais do que mudar em campo, a defensora mudou fora dele: casada, a partir do ano passado adotou o sobrenome do companheiro. Como Dominique Bloodworth, fez parte do Arsenal campeão de mais uma Copa da Inglaterra, em 2017/18, e finalmente campeão da Soccer League feminina, em 2018/19.

Assim Bloodworth fechou um ciclo em clubes: anunciou a saída do Arsenal após a WSL, e já está de contrato assinado com o Wolfsburg, para voltar à Alemanha. Mas na seleção, a defensora de 24 anos ainda terá um longo tempo. Pode provar isso na Copa.

Ficha técnica
Nome: Dominique Bloodworth-Janssen
Posição: Zagueira/lateral
Data e local de nascimento: 17 de janeiro de 1995, em Horst aan de Maas (Holanda)
Clubes na carreira: Essen-ALE (2013 a 2015), Arsenal-ING (2015 a 2019) e Wolfsburg-ALE (estreará após a Copa, em 2019)
Desempenho na seleção: 46 jogos, desde 2014

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