Há atacantes mais experientes, em idade e em trajetória, entre as 23 convocadas da seleção da Holanda para a Copa do Mundo feminina. Entretanto, quando se pergunta a reserva imediata para as três titulares da frente da equipe titular das Leoas, é uma cidadã relativamente novata a resposta imediata. Tudo porque Lineth Beerensteyn mostrou força física e oportunismo, quando teve a chance de jogar. Por isso, a atacante recebeu bem mais chances do que Ellen Jansen e Renate Jansen. E está bem melhor cotada para sair do banco, se necessário.
Como nativa de Haia, era previsível que Beerensteyn já começasse nas categorias de base do ADO Den Haag, o grande clube da cidade. Deu certo: fisicamente forte, a atacante se estabeleceu rapidamente nos times inferiores dos Hagenaren. Não demorou para também chamar a atenção dos técnicos das seleções inferiores: em 2011, Lineth já aparecia em algumas convocações do time sub-15 da Holanda, pela qual fez dois jogos, sem gols marcados.
Com trajetória regular na base, a atacante enfim chegou ao time principal do ADO Den Haag. Na temporada 2012/13, sua primeira no grupo - e primeira na BeNeLeague -, ela fez poucos gols (4), mas já esteve em 25 partidas, já fazendo parte de um título (a Copa da Holanda). Nas seleções de base, o avanço seria maior. Em 2012, a avante apareceu pela seleção sub-16, em quatro jogos, para no mesmo ano ser "promovida" à Holanda feminina sub-17, pela qual fez oito jogos, entre 2012 e 2013.
Mas o sinal de que uma revelação nascia com Beerensteyn apareceu a partir de 2014. Nem tanto na temporada 2013/14 da BeNeLeague: foram só sete gols, em 18 jogos pelo ADO Den Haag. Só que depois da BeNeLeague, veio a Euro feminina sub-19. Àquela altura, ela já estava no grupo da Holanda que foi convocado para o torneio continental da categoria. E mesmo no banco de reservas durante toda a Euro Sub-19, a atacante fez parte do título europeu. Voltou para o Den Haag, e como titular, fez sua melhor temporada até então: foram 17 gols, em 24 jogos pela última edição da BeNeLeague.
A partir da temporada 2015/16, voltou o Campeonato Holandês isolado. Mas Beerensteyn continuou evoluindo, com média de gols ainda melhor: 11, em 18 jogos. O desempenho rendeu uma transferência para o Twente, campeão feminino na Holanda. Mais do que isso: com inconstância nas opções de ataque da seleção da Holanda (Manon Melis deixando as Leoas em definitivo, Ellen Jansen e Renate Jansen sem saírem a contento), Lineth começou a ser olhada com atenção. E estreou pela Laranja num amistoso em 20 de outubro de 2016, contra a Escócia. Mais: já fez gol, o segundo na goleada por 7 a 0.
No Twente, foram poucos gols na temporada 2016/17: 9, em 21 jogos. Todavia, Beerensteyn seguiu com desempenho elogiável pela seleção feminina: nos dois primeiros amistosos da Oranje em 2017, em janeiro, fez dois gols. Com isso, já foi convocada para a Euro feminina que a Holanda disputaria em casa. Saiu do banco em quatro partidas do torneio continental. E fez parte da histórica campanha concluída com o primeiro título principal da Holanda no futebol feminino.
Sem Miedema, a Holanda precisou de Beerensteyn na repescagem das Eliminatórias da Copa. E ela foi útil: três gols (Peter Lous/Soccrates/Getty Images) |
Por tudo isso, mesmo discreta no Bayern (na temporada atual, foram apenas três gols em 19 jogos), Beerensteyn superou as colegas na disputa por posição na seleção. Continua sendo reserva: o trio Van de Sanden-Miedema-Martens ainda é absoluto na Holanda. Mas já provou: sabe fazer gol pela Oranje. Pode ser de muita utilidade na Copa.
Ficha técnica
Nome: Lineth Beerensteyn
Posição: Atacante
Posição: Atacante
Data e local de nascimento: 11 de outubro de 1996, em Haia (Holanda)
Clubes na carreira: ADO Den Haag (2012 a 2016), Twente (2016 a 2017) e Bayern de Munique-ALE (desde 2017)
Desempenho na seleção: 39 jogos e 9 gols, desde 2016
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