Ajax campeão: há três edições (poderiam ser quatro), esta cena se repete no Campeonato Holandês. A concorrência parece pronta para impedi-la em 2022/23. Ou não (Maurice van Steen/ANP/Getty Images) |
Ao se falar de perspectivas para o Campeonato Holandês, é quase padrão o comentário de que o Ajax é o maior favorito ao título. De certa forma, continua assim. Mas a Eredivisie da temporada 2022/23 começa indicando que o equilíbrio será maior em busca da conquista. Porque um ciclo se acabou no clube de Amsterdã - percepção que vinha, aliás, desde meados da temporada passada. E porque os adversários parecem preparados e animados para, pelo menos, desafiarem a superioridade Ajacied até mais do que já fizeram em 2021/22, quando o título só foi para o clube da estação Bijlmer Arena na penúltima rodada.
E ainda assim, talvez não seja bem assim, por mais paradoxal que pareça. Porque, se o Ajax viu o fim de um ciclo, parece bem preparado (até financeiramente) para comprar jogadores, para se reformular rapidamente, enfim, para tentar manter seu domínio. Até porque o PSV, que já foi um perseguidor mais ativo na Eredivisie anterior, também foi bastante ambicioso no mercado de transferências, buscando acabar com os quatro anos sem títulos nacionais - a conquista da Copa da Holanda amenizou isso, mas não eliminou. E o Feyenoord, se demorou um pouco para aproveitar o grande montante que conseguiu com suas vendas, está começando a se fortalecer para tentar voltar a vencer a liga neerlandesa.
Além dos três grandes citados, não há por quê não citar os candidatos insistentes a tentarem furar esse bloqueio habitual de campeões. O AZ mudou um pouco, para tentar evitar o mesmo começo hesitante das temporadas anteriores - e evitar o término oscilante vivido em 2021/22. O Twente aposta na base já entrosada que tem, e que fez excepcional campanha na temporada passada, para conseguir repetir a dose. Surpresa por surpresa, talvez seja prudente ter atenção com o Fortuna Sittard: de ameaçado pelo rebaixamento, a contratação de Burak Yilmaz foi o estopim para uma sequência de fatos que anima a torcida a esperar por uma campanha que a orgulhe - como ocorreu, por exemplo, com o 7º lugar na temporada 1997/98.
Há a incógnita sobre como perdas ocorridas dentro e fora de campo talvez abalem (ou não) o Vitesse. Ou como serão as temporadas de Emmen, Volendam e Excelsior, os três que vêm da segunda divisão. Tudo isso para tentar configurar uma temporada de equilíbrio atraente no Campeonato Holandês (a ser exibida pelos canais ESPN - talvez no último ano de transmissão pela emissora do grupo Disney). Para tentar turbinar a grande intenção que se tem na Eredivisie, atualmente: fazer dela a sexta melhor liga da Europa, já que há as cinco mais célebres e melhores tecnicamente à frente. Se é que o final não será o estereótipo conhecido...
Nenhum comentário:
Postar um comentário