Entre o cansaço crescente dos veteranos e uma geração promissora que ainda não desabrochara, a Holanda viveu de modo turbulento a Copa de 1994 - antes e durante ela (Getty Images) |
A seleção masculina da Holanda viveu períodos controversos durante boa parte da década de 1990 - e a decepção pesada na Copa de 1990 foi só o começo. A eliminação nas semifinais da Euro 1992, quando o time era considerado até melhor que a escalação campeã de quatro anos antes, só ampliou a sensação pesarosa de que uma geração das melhores que o futebol dos Países Baixos jamais conseguiria as vitórias de que era capaz. Finalmente, a campanha da Laranja na Copa de 1994, embora honrosa (chegar às quartas de final é algo razoável), exemplificou bem esse momento de entressafra difícil: os veteranos já se preparavam para dizer adeus - alguns disseram antes mesmo da Copa, repentinamente -, e ainda faltava algo para a nova geração ser protagonista.
Essa lacuna ficou clara já na campanha das eliminatórias para 1994: a Oranje caiu num grupo traiçoeiro na qualificação europeia - o grupo 2, com a tradicional Inglaterra e a Noruega tendo uma boa geração em sua história futebolística, sendo duas vagas diretas de classificação para a Copa. Determinados fatores dificultaram ainda mais o caminho. Por exemplo, um técnico apenas interino: imaginava-se que Dick Advocaat, auxiliar técnico fixo na comissão técnica, só treinaria a Oranje na qualificação, e que Johan Cruyff treinaria a equipe na Copa. Aí, antes mesmo da estreia holandesa nas eliminatórias, Ruud Gullit disse que não jogaria mais pela seleção - e ao ver a derrota para a Noruega, em 23 de setembro de 1992 (2 a 1, em Oslo, na estreia), ele criticou o esquema tático de Advocaat ("suicida") e alfinetou: "Poderíamos ter perdido por 8 a 2". Pioraria: na segunda rodada, em pleno De Kuip, a Laranja chegou a estar com 2 a 0 atrás para a Polônia - e só se salvou pelo atacante Peter van Vossen marcar dois gols, empatando a partida.
Ruud Gullit teve um fim traumático em sua carreira na seleção: idas e vindas nas eliminatórias, discordância do esquema tático, desistência de jogar a Copa de 1994 (Pro Shots) |
Van Vossen também se destacaria no terceiro jogo das eliminatórias, marcando dois gols nos 3 a 1 sobre a Turquia, em 16 de dezembro de 1992 - o outro foi de... Gullit, que voltava ali à seleção após a rusga com Advocaat. Se um veterano voltava, outro saía para não mais retornar: Marco van Basten, melhor jogador do mundo em 1992, que começara jogando nas eliminatórias, sofria de novo com problemas no tornozelo - ninguém sabia, mas sua aparição nos 2 a 2 contra a Polônia seria sua última partida pela seleção na carreira. Havia os mais novos, é verdade: Frank de Boer e Dennis Bergkamp já tinham jogado na Euro 1992 - Bergkamp, com grande destaque -, e Marc Overmars receberia nas eliminatórias suas primeiras chances, mas ainda não tinham estofo para assumir destaque tão grande na Laranja.
Vieram respiros nas eliminatórias, contra Turquia (3 a 1 em Utrecht, em 24 de fevereiro de 1993) e San Marino (a esperada goleada com um inesperado goleador - 6 a 0, em 24 de março de 1993, com três gols do zagueiro John de Wolf, do Feyenoord). Mas os grandes desafios da Holanda nas eliminatórias seriam os dois jogos contra uma Inglaterra também metida em traumática reformulação. Jogos que quase deram errado. No dia 28 de abril de 1993, em Wembley, os ingleses já venciam por 2 a 0 com 22 minutos de jogo, mas Bergkamp (se afirmando de vez como protagonista do ataque, sem Van Basten) diminuiu ainda na etapa inicial, e aos 86', Van Vossen convertia pênalti para o 2 a 2 valioso. Até porque a sétima partida não ajudaria muito a Holanda: em 9 de junho de 1993, um 0 a 0 com a Noruega em De Kuip, deixando os noruegueses, líderes do grupo, a um passo da primeira posição. E a oitava partida, apesar de ter goleada (7 a 0 em San Marino, em 22 de setembro), não escondia um fato: se quisesse ir à Copa de 1994, a Holanda tinha de vencer a Inglaterra em De Kuip.
O encontro entre as duas, em 13 de outubro de 1993, foi dos jogos mais tensos da seleção da Holanda naquela década. Ficou mais tenso ainda pela problemática arbitragem do alemão Karl-Josef Assenmacher, que anulou gol válido de Frank Rijkaard - o impedimento apontado foi inexistente -, mas viu Ronald Koeman cometer falta no atacante inglês David Platt como último homem, na linha da grande área, e apenas deu cartão amarelo e marcou falta fora, ao invés do pênalti e do cartão vermelho a Koeman pedidos (com justiça) pelos britânicos. A sorte ajudara a Holanda. Que se ajudou também: pouco após se livrar da expulsão, Koeman abriu o placar, Bergkamp fez 2 a 0, e a Laranja tomava a segunda posição, que também dava vaga direta na Copa. Mais um mês, e em 17 de novembro de 1993, o alívio: em Poznan, vitória por 3 a 1 na Polônia, e a Holanda se classificava para o Mundial como segunda colocada do grupo 4 das eliminatórias europeias - 15 pontos, um abaixo da Noruega.
Fim dos problemas? Nem tanto. As lesões haviam transformado Van Basten em carta fora do baralho, Gullit só havia feito três jogos nas eliminatórias, e de veteranos só havia Ronald Koeman (seu irmão Erwin Koeman jogava aqui e ali, mas logo sairia das convocações), Rijkaard - de volta ao Ajax desde o meio de 1993 - e Jan Wouters, voluntarioso volante, para ajudarem a geração iniciante a amadurecer. Mas desde as eliminatórias, só Bergkamp se tornara protagonista: Frank de Boer ia e vinha do banco, o irmão Ronald de Boer foi convocado pela primeira vez em 1993, Overmars ainda era uma promessa. A rigor, o grande atacante da seleção nas eliminatórias fora Peter van Vossen, com 6 gols marcados - mais do que Bergkamp (5).
E os problemas ficariam mais graves antes da Copa de 1994. Começando pelo banco de reservas. De fato, se esperava Johan Cruyff como técnico da Holanda no Mundial. Mas o treinador do Barcelona fizera um pedido à federação: desejava trabalhar na Copa usando material esportivo de sua própria marca, a Cruyff Sportswear. Em 11 de dezembro de 1993, a empresa italiana Lotto (então fabricante de material esportivo da seleção) se impôs: se aquela liberação ocorresse, o contrato seria quebrado. A federação tentou dar mais uma semana para Cruyff pensar no que faria, o próprio sugeriu ser nomeado apenas como supervisor técnico da seleção na Copa... mas, em 19 de dezembro de 1993, surgiu o anúncio de que a KNVB desistira de esperar pelo "Número 14" como seu técnico durante o ano da Copa. Dick Advocaat seguiria no cargo. E Cruyff criticou: "Eles [federação] nunca me quiseram de verdade".
Como em 1990, Johan Cruyff poderia ter treinado a Holanda numa Copa do Mundo em 1994. Mas também como em 1990, discordâncias com a federação impediram isso (Peter Marshall/Empics/Getty Images) |
Já confirmado como técnico holandês para a Copa, Advocaat apostaria num esquema tremendamente ofensivo: nada menos do que quatro atacantes - Overmars na direita, Ronald de Boer e Bergkamp no meio da área, Gullit na esquerda. Com três zagueiros, Ronald Koeman (considerado dos melhores do mundo na posição à época, muito bem no Barcelona) seria o líbero, enquanto Rijkaard ficaria no meio-campo. Porém, tal esquema teve um crítico ácido dentro do próprio time: Ruud Gullit. O jogador emprestado pelo Milan à Sampdoria voltou a qualificar a tática de "suicida", ainda mais no calor que se esperava nos Estados Unidos durante a Copa do Mundo. E após jogar o amistoso contra a Escócia (3 a 1, em 27 de maio), sem a garantia de que o esquema mudaria, Gullit tomou a decisão drástica: deixaria voluntariamente a convocação de Advocaat para a Copa, até desdenhando do espanto que tomou conta de torcida e imprensa. "Não sei por quê dão tanta atenção a isso. Para mim, o futebol é apenas um jogo". Restou convocar o atacante John Bosman, às pressas, para preencher a lacuna nos 22 convocados à Copa.
Dick Advocaat, então, ficaria com Koeman, Rijkaard e Wouters como veteranos; Bergkamp, o protagonista mais novo da geração que tinha os irmãos De Boer, Arthur Numan e Overmars - este, como revelação; coadjuvantes úteis, como o razoável goleiro Ed de Goey e os meio-campistas Aron Winter e Wim Jonk; e Van Vossen, Gaston Taument e Bryan Roy como opções no ataque. A goleada no amistoso de despedida da torcida - 7 a 1 na Hungria, em Eindhoven, em 1º de junho de 1994 - diminuiu apenas momentaneamente as preocupações. Também inalteradas com o último jogo antes da Copa: 3 a 0 no Canadá, em 12 de junho. E elas tiveram a razão de existir mostrada na estreia da Laranja no Mundial, contra a Arábia Saudita, pelo grupo F, em Washington, em 20 de junho de 1994.
(Os gols de Holanda 2x1 Arábia Saudita, na Copa de 1994, pela transmissão do SporTV, com a narração de Mauricio Torres)
Porque, de fato, o principal temor se confirmou: mesmo com um anoitecer de temperaturas mais baixas, a Holanda mostrou uma tremenda lentidão no primeiro tempo contra os sauditas. Lentidão punida com o 1 a 0 que Fuad Amin fez, logo aos 17'. E a velocidade mostrada pela seleção que estreava na história das Copas só perturbava um meio-campo que tinha Rijkaard, 32 anos incompletos, e Wouters, 34 anos incompletos. Nem o segundo tempo melhorou a situação. É possível dizer que a Holanda só virou o placar para 2 a 1 por demérito do goleiro da Arábia Saudita. No empate holandês, Mohammed Al-Deayea falhou no chute de longe de Jonk, aos 50'; e aos 86', num cruzamento, Al-Deayea saiu mal do gol, deixando a meta livre para o cabeceio de Taument.
Após a estreia, alguns nomes pagaram o pato - por exemplo, o zagueiro Ulrich van Gobbel, que saiu do time para não mais voltar, deixando o lugar na defesa para Stan Valckx. Porém, os problemas da Holanda ficaram ainda mais visíveis no segundo jogo pelo grupo F, contra uma velhíssima conhecida: a vizinha e rival Bélgica, enfrentada em Orlando, no dia 25 de junho de 1994. No ataque, mesmo tendo a bola e atacando bastante, muitas chances perdidas pela seleção neerlandesa, em razão da primeira atuação esplendorosa que o goleiro Michel Preud'homme fez naquela Copa. E a defesa prejudicava as jogadas, pela saída lenta de bola que Ronald Koeman fazia. A Bélgica aproveitou um escanteio no segundo tempo, e Philippe Albert fez o 1 a 0 da vitória, aos 65'. Derrotada na segunda partida, a Oranje via as críticas aumentarem. Em campo, pelo mau desempenho do estranho 3-3-4 pensado por Dick Advocaat; fora dele, por acusações como a de que Koeman tinha influência além da conta fora de campo, mesmo sem estar bem nas partidas do torneio.
(O gol de Bélgica 1x0 Holanda, na fase de grupos da Copa de 1994, em vídeo com a história daquela Copa, com a narração de Antônio Edson)
Pelo menos, o adversário do último jogo do grupo F era acessível: Marrocos, já eliminado da Copa por antecipação, após duas derrotas nas duas primeiras partidas. Ainda assim, convinha não bobear no dia 29 de junho de 1994, em Orlando: cada gol poderia fazer a diferença entre a primeira e a terceira posição do grupo, resultando num adversário mais ou menos difíceis nas oitavas de final. E a Laranja quase bobeou. Bergkamp fez 1 a 0 no fim do 1º tempo, mas Hassan Nader empatou, tão logo a etapa final começou, aos 47'. Os marroquinos se esforçaram, bloqueavam os ataques da Holanda - que perdia a primeira posição para a Arábia Saudita, vencendo surpreendentemente a Bélgica com um belíssimo gol de Saeed Al-Owairan. Até que, aos 77', Bryan Roy fez o gol da vitória - e da primeira posição no grupo F, apesar dos pesares.
A Holanda tinha muitas incertezas na Copa de 1994, mas Dennis Bergkamp escapava delas: ao lado de Overmars, era um dos destaques de um time que não convencia (VI Images/Getty Images) |
Diante de uma primeira fase tão turbulenta, até que o jogo das oitavas de final foi mais tranquilo para a Holanda. Mesmo que a Irlanda a tivesse vencido num amistoso pré-Copa, foi fundamental para a Laranja fazer o gol rápido no jogo de Orlando, em 4 de julho de 1994. Já aos 11', uma falha do lateral esquerdo irlandês Terry Phelan deixou a bola nos pés de Overmars, e o ponta-direita cruzou para Bergkamp fazer 1 a 0. Overmars fez ali sua melhor partida na Copa, atormentando a defesa irlandesa com velocidade e habilidade. Mas foi num lance de sorte que a Oranje praticamente sacramentou a vitória e a classificação às quartas de final: aos 41', Jonk arriscou mais um chute de fora da área, como quase sempre fazia, e o goleiro Pat "Packie" Bonner cometeu um dos maiores frangos daquela Copa. 2 a 0, ainda no primeiro tempo, e os 45 minutos finais foram apenas de controle do resultado para os Países Baixos, antes do encontro com o Brasil.
Enfim, calma, certo? Novamente, errado. Daquela vez, o extracampo atrapalharia a delegação neerlandesa, a partir de uma piada que causou consequências. Em 6 de julho de 1994, pouco antes do voo que levaria os jogadores de Orlando para Dallas, local do jogo das quartas de final, o jornalista Lex Muller, do diário Algemeen Dagblad, veterano de coberturas da Holanda em Copas, ouviu uma aeromoça perguntar o que ele levava numa bolsa a tiracolo. Brincou: uma bomba atômica. A aeromoça não ouviu direito, quis confirmar, e Muller repetiu a gracinha sem graça. Resultado: pânico antes mesmo do avião decolar, aeronave evacuada para que uma vistoria fosse feita (claro, não havia nada de bomba), Lex Muller detido, atraso de horas na decolagem. E pelo menos uma grande consequência: toda a confusão que se formou, mais o medo que restou de que realmente houvesse uma bomba a bordo, fez Dennis Bergkamp se decidir por nunca mais viajar de avião, traumatizado que já estava por experiências com pequenos aviões na Internazionale, por onde ainda jogava. De quebra, o Algemeen Dagblad não só demitiu Lex Muller, como estampou na capa de 8 de julho de 1994 a manchete: "Oranje Sorry" ("Desculpe, Laranja"). Pelo menos, o trajeto não teve mais problemas.
Com o grupo afetado na chegada a Dallas, mais as críticas pesadas ao que o time mostrava em campo, a Holanda se sentia sem favoritismo nenhum diante do Brasil, de campanha considerada muito consistente naquela Copa (em que pesassem as críticas sofridas no próprio Brasil). Por um longo tempo naquelas quartas de final de 9 de julho de 1994, as baixas expectativas se confirmaram: após um primeiro tempo de poucas emoções, a superioridade técnica do Brasil levou ao 2 a 0, e se achou que a Holanda estava batida. Aí tudo aconteceu. Logo após o segundo gol brasileiro - com Bebeto fazendo a icônica comemoração do "nana nenê" -, Bergkamp já diminuiu para 2 a 1, aos 64'. Caminho aberto para a Holanda se reanimar, começar a atacar, começar a criar chances.
Um raro erro de marcação do Brasil num escanteio, e Winter cabeceou para o 2 a 2, aos 76'. Parecia a senha definitiva para a virada do renascimento holandês naquela Copa de 1994. Senha rasgada na esperteza de Branco: logo após se livrar da marcação de Jonk com um tapa leve, o lateral esquerdo brasileiro foi derrubado por Winter - e Koeman ainda lhe chutou discretamente, no chão. Branco se levantou, e aos 81', cobrou a falta que virou uma das imagens mais simbólicas do tetracampeonato do Brasil, marcando o gol da vitória por 3 a 2. Para a Holanda, restaram duas reclamações naquele gol da derrota: a falta que Branco cometera em Jonk, e a falha de De Goey no gol - para a maioria, o goleiro demorou para tentar defender o chute, e quando tentou, já não tinha mais chances. Talvez seja mérito maior de Romário e seu antológico desvio do caminho da bola...
(Os gols de Brasil 3x2 Holanda, pelas quartas de final da Copa de 1994, na transmissão da TV Globo, com a narração de Galvão Bueno)
Pensando bem, talvez as queixas simbolizem melhor o que foi uma das mais problemáticas participações da Holanda numa Copa do Mundo. De um lado, a envelhecida geração campeã europeia de 1988 - Koeman, Rijkaard e Wouters fizeram a última partida de suas carreiras pela seleção na eliminação contra o Brasil. Do outro, uma geração que teve a afirmação de Bergkamp como ótimo jogador, que teve boas atuações de Frank de Boer, que teve Overmars (20 anos de idade) escolhido a revelação da Copa pela FIFA... mas que ainda não estava pronta para ser decisiva. Entre o que quase já era e o que ainda poderia ser, uma entressafra que resultou numa Copa traumática.
Os convocados da Holanda para a Copa de 1994
Goleiros
1-Ed de Goey (Feyenoord) - 5 jogos, 6 gols sofridos
13-Edwin van der Sar (Ajax) - não jogou
22-Theo Snelders (Aberdeen-ESC) - não jogou
Defensores
4-Ronald Koeman (Barcelona-ESP) - 5 jogos
18-Stan Valckx (Sporting-POR) - 4 jogos
2-Frank de Boer (Ajax) - 4 jogos
16-Arthur Numan (PSV) - 1 jogo
14-Ulrich van Gobbel (Feyenoord) - 1 jogo
15-Danny Blind (Ajax) - não jogou
21-John de Wolf (Feyenoord) - não jogou
Meio-campistas
8-Wim Jonk (Internazionale-ITA) - 5 jogos, 2 gols
3-Frank Rijkaard (Ajax) - 4 jogos
5-Rob Witschge (Feyenoord) - 4 jogos
6-Jan Wouters (PSV) - 4 jogos
20-Aron Winter (Lazio-ITA) - 3 jogos, 1 gol
9-Ronald de Boer (Ajax) - 3 jogos
Atacantes
10-Dennis Bergkamp (Internazionale-ITA) - 5 jogos, 3 gols
11-Bryan Roy (Foggia-ITA) - 5 jogos, 1 gol
7-Marc Overmars (Ajax) - 5 jogos
19-Peter van Vossen (Ajax) - 4 jogos
17-Gaston Taument (Feyenoord) - 3 jogos, 1 gol
12-John Bosman (Anderlecht-BEL) - não jogou
Técnico: Dick Advocaat
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