Caitlin Dijkstra faz parte da nova geração de jogadoras na Holanda. Só que ainda não ganhou o mesmo espaço de algumas companheiras. Quem sabe isso comece a mudar na Copa (KNVB Media/Divulgação) |
Ficha técnica
Nome: Caitlin Johanna Philomena Dijkstra
Posição: Zagueira/lateral
Posição: Zagueira/lateral
Data e local de nascimento: 30 de janeiro de 1999, em Breda (Holanda)
Clubes na carreira: Ajax (2018 a 2021) e Twente (2021 a 2023 - transferência já confirmada para o Wolfsburg-ALE, depois da Copa)
Desempenho na seleção: 10 jogos e 1 gol, desde 2021
Torneios pela seleção: Euro 2022 (não jogou)
Como algumas de suas colegas de convocação para a Copa do Mundo de mulheres, Caitlin Dijkstra faz parte de uma geração que começou a despontar ao participar do Mundial sub-20 feminino de 2018. Ao contrário das mesmas colegas de geração, porém, a defensora ainda não teve tantas chances pela seleção feminina da Holanda (Países Baixos). Só que compensa isso sendo nome certo na escalação do clube em que atua, o Twente, uma força do futebol feminino naquele país. Além do mais, a frequência de suas aparições em campo cresceu justamente neste 2023. O que indica, no mínimo, que suas chances crescem, tendo em vista até as prováveis mudanças por que a defesa holandesa tende a passar nos próximos anos.
Dijkstra teve inspiração familiar para começar a jogar. E não só no pai, Meindert Dijkstra, lateral direito que chegou a jogar em clubes tradicionais do futebol holandês, como NAC Breda e Willem II. A família inteira tinha no futebol uma distração importante. Só que ela se fez notar mais rápido do que outros, como se lembrou ao falar à revista Helden, em 2021: "Meu irmão mais velho também jogava bem, ele até fez testes em alguns clubes profissionais. Mas eles [pais] viam que eu podia jogar bem".
Não demorou, então, para que a irmã mais nova dos Dijkstra conseguisse algum espaço a sério. Aos seis anos, ela começou no RKVV Jeka, clube amador da cidade de Breda. Ali, como costuma acontecer na Holanda (Países Baixos), os times de base juntavam garotas e garotos. A jovem logo impressionou, nas lembranças à revista Helden: "Eu jogava entre os garotos, e já me dava bem naquele nível. Às vezes, eu era a melhor em campo. Quando eu encontro alguém daquela época, a gente sempre conversa, ou eles vêm ao meu perfil no Instagram e dizem 'boa, Caitje [apelido]' - era assim que me chamavam. Eles continuam me acompanhando".
Tão bem assim desde o princípio, foi prevísivel que o próximo passo de Dijkstra no futebol fosse ir para um CTO, o centro esportivo público em que jovens são preparados para o esporte de alto nível. No CTO da região de Eindhoven, ao qual chegou em 2015, acumulando esporte e estudos (como também é comum ali), ela evoluiu mais um pouco. A ponto de já começar nas seleções de base da Holanda (Países Baixos). Em 2015, a seleção sub-17; mais um ano, e Caitlin já estava na seleção sub-19. Àquela altura, já consolidava seu estilo de jogo, com firmeza na defesa, mostrando alguma versatilidade. Tanto que, costumeiramente, ia atuar também na lateral direita.
Como para tantas colegas, o Mundial sub-20 de 2018 também abriu portas para Dijkstra na carreira (Catherine Ivill/FIFA/Getty Images) |
E foi em 2018 que Caitlin Dijkstra começou a carreira. Com mais vigor na seleção de base do que em clubes, ainda. Afinal, convocada para o Mundial sub-20 de mulheres naquele ano - a primeira participação da Holanda (Países Baixos) num torneio da categoria -, Dijkstra já foi titular absoluta da lateral direita, numa campanha que parou nas quartas de final. Como dito no começo, teve ali várias colegas que seguem com ela na seleção adulta: a goleira Lize Kop, a zagueira Aniek Nouwen, a meio-campista Victoria Pelova, a atacante Fenna Kalma. E foi respaldada pelas atuações no Mundial sub-20 que Dijkstra chegou ao Ajax, ainda naquele ano.
Dijkstra começou a carreira para valer no Ajax, onde perderia espaço com a chegada de Van der Gragt ( Edwin van Zandvoort/Soccrates/Getty Images) |
Na primeira temporada em Amsterdã, 2018/19, a defensora não só fez parte do time campeão da Copa da Holanda, como migrou para a seleção sub-23, na qual seria a capitã. Os tempos seguintes pareciam promissores... mas foram um pouco atrapalhados pela pandemia de COVID-19. A seleção e o clube pararam. Na volta, o Ajax anunciou a contratação de Stefanie van der Gragt - e a experiente zagueira da seleção adulta obviamente teve mais tempo de jogo nas Ajacieden a partir de 2020/21, deixando Dijkstra no banco de reservas. Até para aumentar suas chances de ser colega de Van der Gragt na seleção principal, a jovem mudou de clube ao fim daquela temporada. Indo para o outro time dominante no cenário local: o Twente.
Bem pensado e melhor feito. Vinda para o Twente, Dijkstra encontrou lá a titularidade no miolo de zaga. Já teve outro título para comemorar: o primeiro Campeonato Holandês da carreira, em 2021/22. E se a intenção do técnico Mark Parsons, recém-chegado à seleção feminina, era rejuvenescer um pouco as convocações, a zagueira entrou no radar dele. Enfim, foi convocada pela primeira vez, em setembro de 2021, reencontrando as colegas de Mundial sub-20 de 2018. E em 29 de novembro, num amistoso contra o Japão em que Mark Parsons levou uma escalação mista a campo, enfim Dijkstra jogou pela primeira vez na seleção holandesa adulta.
No Twente, Dijkstra rapidamente virou referência na defesa (Peter Lous/Orange Pictures/BSR Agency/Getty Images) |
Ficaria melhor ainda em 2022. Novamente convocada para o Torneio da França, Dijkstra teve mais uma chance jogando no quadrangular amistoso. E nesta, já marcou seu primeiro gol pela seleção: no 3 a 0 contra a Finlândia, mais uma partida em que a Holanda foi escalada com várias jogadoras que tiveram chances. A experiência já convenceu Mark Parsons a convocá-la para a Euro feminina do ano passado - mais um passo, embora a defensora não tenha tido nenhum minuto jogado no torneio continental de seleções. E mesmo com a saída do técnico anglo-americano e a chegada de Andries Jonker, Dijkstra seguiu sendo convocada, aparecendo até como titular em uma partida - a derrota para a Noruega, num amistoso em outubro do ano passado.
No Twente, Dijkstra seguiu firme na defesa da equipe. Conquistou mais dois títulos na temporada 2022/23, a Copa da Holanda de mulheres e a Eredivisie Cup. Em termos de seleção, já teve mais espaço: entrou nos minutos finais de todos os amistosos que a Holanda fez neste 2023 (os dois contra a Áustria, em fevereiro, e contra Alemanha e Polônia, em abril). O que serviu para a zagueira ganhar uma chance num centro mais competitivo: há algumas semanas, já durante a preparação para o Mundial, Dijkstra foi anunciada como mais uma holandesa que jogará no Wolfsburg - tendo ao lado colegas de seleção, como Dominique Janssen, Lynn Wilms e Jill Roord.
Antes mesmo da Copa feminina, Dijkstra foi outra holandesa a confirmar o salto para um campeonato mais competitivo: jogará no Wolfsburg (Divulgação) |
Finalmente, ela vai à primeira Copa do Mundo da carreira. Se colegas como Wilms, Nouwen e Pelova já têm espaço ganho na equipe titular, pelo visto, não demorará para Dijkstra chegar a esse ponto. Desde a convocação para a Euro, aliás, é essa a intenção dela, conforme disse à emissora NOS: "Jogar grandes torneios pela Holanda: nunca mais perderei essa chance".
(Oliver Kaelke/DeFodi Images/Getty Images) |
Dijkstra? Será que ela tem algum parentesco com o Edsger Dijkstra, o famoso cientista da computação holandês (na verdade, neerlandês)?
ResponderExcluir