segunda-feira, 12 de junho de 2023

Análise da temporada: Heerenveen

Com seus gols, Van Hooijdonk simbolizou um Heerenveen que quis ficar mais ofensivo no decorrer da temporada - e conseguiu cumprir assim sua missão (Bart Stoutjesdijk/ANP/Getty Images)

Colocação final: 8º lugar, com 46 pontos
No turno havia sido: 7º lugar, com 27 pontos
Time-base: Mous (Noppert); Van Ewijk, Bochniewicz, Van Ottele (Van Beek) e Köhlert; Haye, Olsson e Tahiri; Colassin (Van Amersfoort), Van Hooijdonk e Sahraoui
Técnico: Kees van Wonderen
Maior vitória: Vitesse 0x4 Heerenveen (3ª rodada)
Maior derrota: Ajax 5x0 Heerenveen (6ª rodada)
Principal jogador: Sydney van Hooijdonk (atacante)
Artilheiro: Sydney van Hooijdonk (atacante), com 16 gols
Quem deu mais passes para gol: Anas Tahiri (meio-campista), com 6 passes
Quem mais partidas jogou: Milan van Ewijk (lateral direito), com 36 partidas - as 34 da temporada regular, mais duas da repescagem pela vaga na Conference League
Copa nacional: eliminado pelo Feyenoord, nas quartas de final
Competições continentais: nenhuma

Faltava algo. Não que o Heerenveen estivesse ruim na temporada - inclusive, chamou atenção o fato do time da província da Frísia passar as cinco primeiras rodadas sem tomar gols. A invencibilidade terminou com o 5 a 0 imposto pelo Ajax na 6ª rodada, mas o Fean continuava satisfazendo no aspecto defensivo, tendo três zagueiros a proteger um goleiro surpreendente. Andries Noppert, afinal, tinha tanto destaque, fazia defesas tão boas (que o diga a vitória por 2 a 1 no Twente, na 9ª rodada), que coroou sua fase esplendorosa não só sendo convocado para a Copa do Mundo, mas estreando pela Holanda justamente nela - sendo titular com atuações bem decentes no Catar. No ataque, Sydney van Hooijdonk justificava plenamente a renovação do empréstimo junto ao Bologna italiano, sendo referência para os gols que o time fazia. Mesmo com tudo isso... faltava algo. Para o técnico Kees van Wonderen, respeitado pela solidez defensiva desde a passagem pelo Go Ahead Eagles, esse "algo" era justamente o contrário: faltava ataque ao Heerenveen.

Entre o turno e o returno, o técnico decidiu arriscar mudança no esquema tático: ao invés dos três zagueiros, no 5-3-2, preferiu o 4-3-3 velho de guerra na Holanda (Países Baixos). Teve consequências esperadas. Negativas: o time tomou mais gols no returno - 25, contra 19 no turno -, e sentiu falta de Noppert, que sofreu lesão muscular logo após a Copa, em janeiro, e precisou de longa recuperação. E positivas também: com mais espaço para dar vazão às suas qualidades no avanço, Milan van Ewijk se transformou num dos melhores laterais-direitos da temporada. E Van Hooijdonk não só seguiu fazendo gols (para "orgulho" do pai, o ex-atacante Pierre), como teve mais nomes de ataque a ajudá-lo, como Osame Sahraoui, que ajudou na ponta e no meio campo, o belga Antoine Colassin, que evoluiu na reta final da temporada, e Pelle van Amersfoort, de volta ao clube. Boa sequência nas últimas rodadas - dois empates e duas vitórias - fizeram o time superar adversários mais inconstantes e conseguir a última vaga nos play-offs pelo lugar na Conference League. Não foi páreo para o Twente, mesmo com a volta de Noppert ao gol. Contudo, o Heerenveen terminou a temporada com a serena sensação de missão cumprida. Kees van Wonderen chegou, afinal, para comandar um time que fosse mais sólido. E fez isso. Ainda que tenha querido mudar justamente essa solidez no decorrer da temporada.

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