Van de Sanden ia e vinha da seleção holandesa. A partir de 2015, veio para não sair mais. E cada vez mais se destaca nas Leoas, com sua velocidade, seus cruzamentos e seus gols (onsoranje.nl) |
Em sua carreira, a atacante Shanice Janice van de Sanden teve idas e vindas na trajetória pela seleção feminina da Holanda. Quando começava, teve boa sequência de jogos pelas Leoas, e prometia ser uma atacante titular por muitos e muitos anos na equipe nacional. Vieram algumas dificuldades na carreira, e Shanice virou coadjuvante. O tempo passou, as dificuldades também, Van de Sanden voltou a evoluir, voltou a ser titular, e chega à sua segunda convocação para uma Copa do Mundo no melhor momento de sua carreira: destaque no Lyon campeão europeu, fundamental no ótimo ataque da Holanda para este Mundial.
Como outras companheiras, Van de Sanden começou a carreira num clube amador: o VVIJ, de Ijsselstein, que recebeu a jovem em 2006. Mais dois anos, e aí os acontecimentos se sucederam em grande velocidade. Em clubes, ela deixou o VVIJ no começo de 2008, indo para o time de juniores do SV Saestum. Só que passou apenas alguns meses na agremiação amadora da cidade de Zeist: o SV tinha um acordo de cooperação com o Utrecht, que viu talento na atacante e já a contratou imediatamente para a equipe feminina, que disputava o Campeonato Holandês.
Mais do que isso: em 14 de dezembro de 2008, aos 16 anos, Shanice já foi convocada pela primeira vez para a seleção adulta da Holanda. Pois é: sem passagens pela base, a atacante partiu direto para o time principal das Leoas, substituindo Sylvia Smit no fim da vitória por 2 a 0 sobre a França, num amistoso. No ano seguinte, em 12 de março de 2009, veio o primeiro gol pela Holanda (o quarto, na goleada por 5 a 0 sobre a África do Sul, na amistosa Copa do Chipre). Pelo Utrecht, 15 jogos e 4 gols no Campeonato Holandês. Desempenho que já convenceu a técnica Vera Pauw: Van de Sanden foi convocada para a Euro feminina. Apareceu rapidamente - só nos últimos minutos da prorrogação contra a Inglaterra, na semifinal, quando a Holanda estava no abafa em busca do empate que não veio. Mas com a boa campanha no torneio continental (terceiro lugar), Van de Sanden era um nome para o futuro. Estava claro.
Mas aos poucos, Van de Sanden foi caindo de produção. Em 2009/10, mesmo com o Utrecht conquistando um título feminino (a Copa da Holanda), ela não teve gols marcados na liga holandesa, e perdeu lugar nas convocações para a seleção. Ainda achou outra chance, indo para o Heerenveen em 2010. E foi até melhor: 21 jogos, quatro gols na Eredivisie Vrouwen. Entretanto, a irregularidade na carreira só parou em 2011, quando a atacante foi contratada pelo Twente, que já se aprontava para a melhor fase de sua trajetória no futebol feminino. Em 2011/12, o desempenho ainda foi tímida: 17 jogos e três gols. Mas a partir de 2012/13, o Twente decolou, e Van de Sanden também: veio o bicampeonato da BeNeLeague, e a melhor temporada de sua carreira, com 11 gols no segundo título da liga belgo-holandesa.
Com isso, após três anos, Van de Sanden enfim voltou à seleção: em setembro de 2013, convocada por Roger Reijners, voltou a aparecer, num jogo contra a Albânia, pelas Eliminatórias da Copa de 2015. Mesmo sem ser titular, se manteve no radar das convocações, graças às ótimas atuações pelo Twente - e aos ótimos resultados do clube, que seguiam: o clube foi o melhor holandês na BeNeLeague 2014/15 (Shanice fez quatro gols em 24 jogos), e conquistou a Copa da Holanda na mesma temporada. Pareceu insuficiente: na convocação para a Copa do Mundo, o nome da atacante não estava na lista das 23 chamadas por Roger Reijners. Aí, o destino ajudou: a lateral direita Claudia van den Heiligenberg se machucou, foi cortada antes do Mundial, e Van de Sanden foi convocada. Só saiu do banco nos últimos minutos da estreia holandesa no torneio, contra a Nova Zelândia, substituindo Vivianne Miedema. Mas era seu retorno definitivo à seleção.
A partir da temporada 2015/16, com o Campeonato Holandês novamente isolado na disputa, o Twente voltou a ser campeão na Eredivisie Vrouwen. Van de Sanden voltou a ter boa média de gols (8, em 12 aparições pelos Tukkers). Além dos gols, se notabilizou pela velocidade impressionante na ponta direita, que a tornaram opção certa de jogadas ofensivas. Bastou para que viesse uma outra transferência: a atacante foi para o Liverpool. Nunca conseguiu emplacar pelos Reds no Campeonato Inglês feminino - três gols na liga em 2016, nenhum em 2017. Mas ela continuou com ritmo de jogo. Continuou sendo convocada. E era nome certo na Holanda que disputaria a Euro feminina em casa, em 2017.
Foi exatamente aí que começou a melhor fase da carreira de Shanice. Na Euro, marcou o primeiro gol da campanha da Holanda, no 1 a 0 sobre a Noruega. Não marcou mais gols, mas nem foi necessário fazer isso: a velocidade de Van de Sanden impressionou cada vez mais no torneio europeu, sem haver zagueiras que pudessem contê-la no contra-ataque, ou evitar seus cruzamentos. A Holanda foi campeã, Van de Sanden entrou no time da competição, e dinamizou sua carreira: começaria a temporada 2017/18 contratada pelo Lyon.
E se o Lyon ainda não domina o futebol francês, faz coisa mais importante desde então: domina o futebol feminino na Europa. Com Van de Sanden como destaque: na final da Liga dos Campeões feminina, ela deu três passes para gol na vitória sobre o Wolfsburg-ALE, em 2017/18. Nesta temporada recém-encerrada, mais uma final de Women Champions League para o OL - e mais Van de Sanden fundamental: dois passes para gols nos 4 a 1 sobre o Barcelona. Na seleção, ela seguiu sendo parte absoluta do time titular. Confirmou sua importância no último amistoso, neste sábado: marcou dois gols nos 3 a 0 sobre a Austrália, coisa que não fazia pela Laranja desde 2016.
Por tudo isso, dá para dizer: Shanice van de Sanden chega quase "a jato" para se confirmar como destaque da Holanda na Copa do Mundo.
Ficha técnica
Como outras companheiras, Van de Sanden começou a carreira num clube amador: o VVIJ, de Ijsselstein, que recebeu a jovem em 2006. Mais dois anos, e aí os acontecimentos se sucederam em grande velocidade. Em clubes, ela deixou o VVIJ no começo de 2008, indo para o time de juniores do SV Saestum. Só que passou apenas alguns meses na agremiação amadora da cidade de Zeist: o SV tinha um acordo de cooperação com o Utrecht, que viu talento na atacante e já a contratou imediatamente para a equipe feminina, que disputava o Campeonato Holandês.
Mais do que isso: em 14 de dezembro de 2008, aos 16 anos, Shanice já foi convocada pela primeira vez para a seleção adulta da Holanda. Pois é: sem passagens pela base, a atacante partiu direto para o time principal das Leoas, substituindo Sylvia Smit no fim da vitória por 2 a 0 sobre a França, num amistoso. No ano seguinte, em 12 de março de 2009, veio o primeiro gol pela Holanda (o quarto, na goleada por 5 a 0 sobre a África do Sul, na amistosa Copa do Chipre). Pelo Utrecht, 15 jogos e 4 gols no Campeonato Holandês. Desempenho que já convenceu a técnica Vera Pauw: Van de Sanden foi convocada para a Euro feminina. Apareceu rapidamente - só nos últimos minutos da prorrogação contra a Inglaterra, na semifinal, quando a Holanda estava no abafa em busca do empate que não veio. Mas com a boa campanha no torneio continental (terceiro lugar), Van de Sanden era um nome para o futuro. Estava claro.
Mesmo abaixo dos 20 anos, Van de Sanden já era ativa na seleção da Holanda - até jogou contra o Brasil, em 2010, no Torneio Internacional Cidade de São Paulo (Bruno Miani/ZDL) |
Com isso, após três anos, Van de Sanden enfim voltou à seleção: em setembro de 2013, convocada por Roger Reijners, voltou a aparecer, num jogo contra a Albânia, pelas Eliminatórias da Copa de 2015. Mesmo sem ser titular, se manteve no radar das convocações, graças às ótimas atuações pelo Twente - e aos ótimos resultados do clube, que seguiam: o clube foi o melhor holandês na BeNeLeague 2014/15 (Shanice fez quatro gols em 24 jogos), e conquistou a Copa da Holanda na mesma temporada. Pareceu insuficiente: na convocação para a Copa do Mundo, o nome da atacante não estava na lista das 23 chamadas por Roger Reijners. Aí, o destino ajudou: a lateral direita Claudia van den Heiligenberg se machucou, foi cortada antes do Mundial, e Van de Sanden foi convocada. Só saiu do banco nos últimos minutos da estreia holandesa no torneio, contra a Nova Zelândia, substituindo Vivianne Miedema. Mas era seu retorno definitivo à seleção.
A partir da temporada 2015/16, com o Campeonato Holandês novamente isolado na disputa, o Twente voltou a ser campeão na Eredivisie Vrouwen. Van de Sanden voltou a ter boa média de gols (8, em 12 aparições pelos Tukkers). Além dos gols, se notabilizou pela velocidade impressionante na ponta direita, que a tornaram opção certa de jogadas ofensivas. Bastou para que viesse uma outra transferência: a atacante foi para o Liverpool. Nunca conseguiu emplacar pelos Reds no Campeonato Inglês feminino - três gols na liga em 2016, nenhum em 2017. Mas ela continuou com ritmo de jogo. Continuou sendo convocada. E era nome certo na Holanda que disputaria a Euro feminina em casa, em 2017.
Bola na direita, com Van de Sanden? Nenhum adversário conseguia pará-la na Euro 2017 (TF Images/Getty Images) |
E se o Lyon ainda não domina o futebol francês, faz coisa mais importante desde então: domina o futebol feminino na Europa. Com Van de Sanden como destaque: na final da Liga dos Campeões feminina, ela deu três passes para gol na vitória sobre o Wolfsburg-ALE, em 2017/18. Nesta temporada recém-encerrada, mais uma final de Women Champions League para o OL - e mais Van de Sanden fundamental: dois passes para gols nos 4 a 1 sobre o Barcelona. Na seleção, ela seguiu sendo parte absoluta do time titular. Confirmou sua importância no último amistoso, neste sábado: marcou dois gols nos 3 a 0 sobre a Austrália, coisa que não fazia pela Laranja desde 2016.
Por tudo isso, dá para dizer: Shanice van de Sanden chega quase "a jato" para se confirmar como destaque da Holanda na Copa do Mundo.
Ficha técnica
Nome: Shanice Janice van de Sanden
Posição: Atacante
Posição: Atacante
Data e local de nascimento: 2 de outubro de 1992, em Utrecht (Holanda)
Clubes na carreira: Utrecht (2008 a 2010), Heerenveen (2010 a 2011), Twente (2011 a 2016), Liverpool-ING (2016 a 2017) e Lyon-FRA (desde 2017)
Desempenho na seleção: 63 jogos e 15 gols, desde 2008
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