segunda-feira, 3 de junho de 2024

Análise da temporada: Feyenoord

Certo, o bi não veio. Mas mesmo assim, o Feyenoord fez outra ótima temporada, e mereceu elogios (Jeroen van den Berg/Soccrates/Getty Images)

Colocação final: 2º lugar, com 84 pontos (26 vitórias, 6 empates e 2 derrotas)
No turno havia sido: 2º lugar, com 39 pontos
Time-base: Wellenreuther (Bijlow); Geertruida, Nieuwkoop (Trauner), Hancko e Hartman (López); Wieffer (Zerrouki), Stengs e Timber; Igor Paixão, Giménez e Minteh (Ivanusec)
Técnico: Arne Slot
Maior vitória: Feyenoord 6x0 Ajax (29ª rodada)
Maiores derrotas: Twente 2x1 Feyenoord (10ª rodada) e Feyenoord 1x2 PSV (14ª rodada) 
Principais jogadores: Calvin Stengs (meio-campista) e Santiago Giménez (atacante) 
Artilheiro: Santiago Giménez (atacante), com 23 gols  
Quem deu mais passes para gol: Calvin Stengs (meio-campista), com 12 passes
Quem mais partidas jogou: Lutsharel Geertruida (lateral direito/zagueiro) e Dávid Hancko (zagueiro/lateral esquerdo), que jogaram todas as 34 partidas
Copa nacional: campeão
Competições continentais: Liga dos Campeões (eliminado na fase de grupos) e Liga Europa (eliminado pela Roma-ITA, na segunda fase)

Está certo que há um gosto levemente amargo na boca de cada torcedor do Feyenoord. Afinal de contas, perdeu-se a chance do bicampeonato holandês que o Stadionclub não tem desde 1962 - e a equipe manteve nível técnico para sonhar com isso, desde o título de 2022/23. Mas as críticas eventuais devem ser leves, sem perturbar o bom clima que continua em De Kuip. Afinal, pelo menos, o clube terminará a temporada atual com mais um título, na Copa da Holanda. Mais do que isso: de novo, estará numa fase de grupos da Liga dos Campeões. Além do mais, como já comentado, o nível técnico da equipe teve ótimos momentos. E ótimos jogadores. Para começar da defesa: mesmo quando as lesões impediam Justin Bijlow de ficar no gol, o alemão Timon Wellenreuther voltava a colaborar com destaque. Lutsharel Geertruida consolidou sua vontade e sua versatilidade (na lateral direita e na zaga, até se dando ao luxo de avançar mais), enquanto o eslovaco Dávid Hancko mostrou técnica a ponto de ser deslocado da zaga, onde era quase um líbero, para a lateral esquerda, quando Quilindschy Hartman (útil e bom a ponto de ter virado titular da Holanda/Países Baixos) machucou seriamente o joelho. No meio-campo, então, a dupla Mats Wieffer-Quinten Timber mostrou entrosamento cada vez maior: Timber cresceu em combatividade na marcação sem ser violento (até por isso, tem boas chances de ir à Eurocopa com a Holanda/Países Baixos), enquanto Wieffer seguiu com qualidade na saída de bola até machucar o músculo posterior da coxa (senão, estaria na pré-convocação, como Timber está). 

Calvin Stengs justificou plenamente a contratação: se nos tempos de AZ era "só" um ponta-direita promissor, treinado por Arne Slot agora se mostrou mais versátil, podendo ser escalado no meio-campo, criando jogadas para o ataque conferir. E como conferiu: Santiago Giménez passou boa parte da temporada repetindo o que fizera em 2022/23 (ou seja, gols e mais gols), até se cansar, ficando mais longe da artilharia. Pelo menos, Igor Paixão compensou, mostrando a regularidade que lhe faltara na temporada passada e sendo bem mais presente e ousado na ponta-esquerda, com o gambiano Yankuba Minteh se mostrando como uma das revelações do campeonato. É bem certo que alguns tropeços fizeram a diferença para acabar com o sonho do bicampeonato: os empates nas duas primeiras rodadas (0 a 0 com o Fortuna Sittard, na estreia, e 2 a 2 com o Sparta Rotterdam, partindo de 2 a 0 atrás), a derrota para o Twente (2 a 1, na 10ª rodada), permitir o empate do PSV quando vencia em Eindhoven (2 a 2, na 24ª rodada) e, talvez o pior de todos, o empate sem gols com o Volendam (0 a 0, na 28ª rodada), praticamente decretando que o PSV seria campeão. Também doeram um pouco a eliminação na fase de grupos da Liga dos Campeões, perdendo o gás quando mais precisava tê-lo, e mais uma queda para a Roma, na Liga Europa, mesmo levando um jogo equilibrado aos pênaltis, mas falhando neles. Dores que ficam menores, quando se lembra da deliciosa goleada sobre o arquirrival Ajax - 6 a 0, na 29ª rodada (nunca o time de Amsterdã ficara sem marcar gols no Feyenoord em toda uma temporada). E outra goleada, fechando a temporada - 4 a 0 no Excelsior, na última rodada -, deixou claro: mesmo sem o título, o Feyenoord foi um bom time, que fez bonito na temporada. Não fosse assim, e Arne Slot nem passaria perto de ir ao Liverpool, como irá...


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