segunda-feira, 3 de junho de 2024

Análise da temporada: Twente

O Twente fez uma campanha muito consistente, soube resolver problemas pontuais em campo, e conseguiu o salto tão esperado: terceiro lugar e volta à Liga dos Campeões (Vincent Jannink/ANP/Getty Images)

Colocação final: 3º lugar, com 69 pontos (21 vitórias, 6 empates e 7 derrotas)
No turno havia sido: 3º lugar, com 37 pontos
Time-base: Unnerstall; Sampsted (Regeer/Brenet), Hilgers, Pröpper e Smal; Kjolo e Sadílek; Rots, Vlap e Steijn; Van Wolfswinkel
Técnico: Joseph Oosting
Maior vitória: Twente 7x2 Volendam (33ª rodada)
Maior derrota: Twente 0x3 PSV (13ª rodada)
Principal jogador: Sem Steijn (atacante) 
Artilheiro: Sem Steijn (atacante), com 17 gols  
Quem deu mais passes para gol: Daan Rots (atacante), com 10 passes
Quem mais partidas jogou: Sem Steijn (atacante), que jogou todas as 34 partidas
Copa nacional: eliminado pelo PSV, na segunda fase
Competições continentais: Conference League (eliminado pelo Fenerbahçe-TUR, nos play-offs por vaga na fase de grupos) 

Que o Twente vinha bem e consistente, vinha desde o primeiro turno. Claro, título não era exatamente para o bico dos Tukkers - e o PSV já tinha indicado isso no 3 a 0 inapelável da 13ª rodada (ainda que com o Twente tendo um a menos, com a expulsão do zagueiro Mees Hilgers). Ainda assim, alguns solavancos ocorridos desde a pausa de inverno poderiam perturbar a evolução constante dos Tukkers. Por exemplo, a saída de Manfred Ugalde: titular absoluto do ataque, mostrando rapidez na movimentação e capacidade no jogo aéreo, o costarriquenho poderia ficar em Enschede caso quisesse. Talvez até poderia ir para outros lugares, quando a temporada acabasse. Ainda assim, Ugalde preferiu a transferência para o Spartak Moscou-RUS, no começo do ano - transferência criticada até por razões éticas, sendo os Países Baixos francamente alinhados à Ucrânia na guerra com a Rússia. E ficou, de certa forma, a pergunta: o Twente resistiria a isso? Resistiu. Porque, para a lacuna aberta por Ugalde, o técnico Joseph Oosting (que só não fez o melhor trabalho da temporada porque houve Peter Bosz no PSV) devolveu a titularidade a Ricky van Wolfswinkel - que mostrou a competência habitual: foram 16 gols do veterano na temporada. 

Além do mais, jogando tanto pelo meio quanto pela ponta-esquerda, Sem Steijn mostrou rapidez e ofensividade gigantescas, se tornando um dos melhores jogadores do campeonato. Na defesa, o entrosamento resistiu a outro solavanco: uma prisão por falta de habilitação para guiar carros fez o clube perder de vez a paciência com Joshua Brenet, cujo contrato foi rescindido. Já meio-campista, Youri Regeer foi deslocado para a lacuna aberta na lateral direita. E se encaixou bem com a base já forte - o goleiro Lars Unnerstall (sempre seguro), o miolo de zaga fixo na dupla Mees Hilgers-Robin Pröpper, Gijs Smal crescente na lateral esquerda (a ponto de já estar garantido no Feyenoord, para a próxima temporada. E no meio-campo, era tanta gente de qualidade que só se podem citar poucos, para não se gastar espaço: Michel Vlap, Daan Rots, Carel Eiting, Naci Ünüvar... Não foi à toa que o Twente foi o segundo melhor mandante da temporada. Nem foi à toa que foi dos raros times a oferecer grande resistência ao PSV (que só fez o 1 a 0 de sua vitória, na 26ª rodada, nos acréscimos). E nem é à toa que, mesmo com derrotas para rivais diretos (o Ajax fez 2 a 1 e assustou, na 30ª rodada; o AZ ameaçou tomar a 3ª posição ao fazer 2 a 1, na 32ª rodada), o Twente continuou impositivo. E terá seu prêmio: a vaga na Liga dos Campeões - na terceira fase preliminar -, voltando ao principal torneio europeu após 12 anos. De certa forma, é um ponto feliz numa década que incluiu megalomania, perda de dinheiro, rebaixamento (2017/18), uma reação consciente, a volta do respeito. E o Twente fez por merecer.

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