A força física e a capacidade de Dumfries no apoio o fizeram preencher a lacuna na lateral direita da Holanda (Pro Shots/onsoranje.nl) |
Ficha técnica
Nome: Denzel Justus Morris Dumfries
Posição: Lateral direito
Data e local de nascimento: 18 de abril de 1996, em Roterdã
Clubes na carreira: Sparta Rotterdam (2014 a 2017), Heerenveen (2017 a 2018) e PSV (desde 2018)
Desempenho na seleção: 17 jogos, desde 2018
Torneios pela seleção: Liga das Nações (2018/19 e 2020/21)
Nos últimos anos, a seleção masculina da Holanda andava com inconstâncias na lateral direita. Com a decadência técnica de Gregory van der Wiel, por razões pessoais, os nomes testados ali foram vários: Kenny Tete, Rick Karsdorp, Joshua Brenet, até mesmo Timothy Fosu-Mensah teve sua chance. No entanto, só um nome pode dizer que ganhou uma sequência de jogos considerável na destra da Laranja. Desde 2018, Denzel Dumfries aproveitou a sua vez - e continua aproveitando, estando muito perto de ser o titular holandês da posição na Euro.
Na fase amadora de sua carreira, Dumfries teve ligação mais forte com um clube especial: o VV Smitshoek. Nele começou, ainda na infância. E a ele voltou, após uma rápida passagem pelo Smitshoek, para ficar lá até 2013. Foi quando o rumo de sua carreira começou a ficar mais concreto, com a mudança para um clube amador mais conhecido, o BVV Barendrecht. Lá ficou apenas um ano. E em 2014, deu o passo decisivo para começar a se transformar num jogador de fato: a mudança para o Sparta Rotterdam, da cidade natal.
Há algum tempo, o Sparta é reconhecido pela qualidade de suas categorias de base - Kevin Strootman, por exemplo, começou no clube. E foi lá que Dumfries começou a despontar. A partir da temporada 2015/16, não só se tornou titular absoluto na lateral direita dos Spartanen, mas foi figura de destaque na campanha do título na segunda divisão - e do consequente acesso à Eredivisie. Além do mais, começou a ter as primeiras chances na seleção sub-21 da Holanda, em 2016.
Dumfries foi mais um surgido na frutífera base do Sparta Rotterdam (sparta-rotterdam.nl) |
A partir dessa época, Dumfries começou a apresentar suas principais qualidades. Mesmo jovem, já se valia do seu porte físico (1,89m, 80 kg) para impor respeito na lateral direita. Mais importante: mostrava qualidade defensiva, sem deixar de ser a principal opção de ataques do Sparta Rotterdam. Por tudo isso, bastou uma temporada para que ele já se tornasse alvo de clubes médios holandeses - e para que, na seleção sub-21, tomasse a posição titular de Rick van Drongelen, bem mais badalado então.
O avanço na carreira continuou já na temporada 2017/18: Dumfries deixou o Sparta Rotterdam rumo ao Heerenveen. No clube da Frísia, aumentou mais sua importância ofensiva: não bastasse continuar sendo o desafogo na direita, marcou três gols e foi titular absoluto na boa campanha do Fean pela Eredivisie - 8ª colocação e participação na repescagem por vaga na Liga Europa. Assim como no Sparta, bastara uma temporada jogando em clube médio para que os grandes já vissem nele opção de qualidade para contratação. Bastou: no meio de 2018, o PSV gastou 5,5 milhões de euros para levá-lo a Eindhoven.
Como fora no Sparta, bastou uma temporada no Heerenveen para Dumfries se mostrar pronto para o próximo passo (Mustafa Gumussu/Soccrates/Getty Images) |
Pois de novo, Dumfries não tomou conhecimento de dificuldades de adaptação: tomou a lateral direita do PSV como sua. Foi titular nos 34 jogos da campanha dos Boeren, que terminou com o vice-campeonato, após disputa equilibrada com o Ajax. Cresceu ainda mais em termos de ataque - foram quatro gols e sete passes para gol. E por último, mas talvez o mais importante, recebeu a chance na seleção principal da Holanda. Sua estreia foi em 13 de outubro, na vitória sobre a Alemanha (3 a 0), pela fase de grupos da Liga das Nações.
Em pouco tempo, Dumfries virou a disputa pela posição com Kenny Tete: ganhou a confiança de Ronald Koeman, sendo titular na maioria dos jogos de 2019, no vice-campeonato da Liga das Nações ou nas eliminatórias da Euro. Pelo PSV, a temporada 2019/20 o transformou num dos nomes mais importantes do time: mesmo jovem, já se tornou o capitão da equipe, e nunca fez tantos gols numa só temporada - foram 8, em 39 jogos.
Capitão, principal opção de ataques, Dumfries se estabeleceu de vez como um dos nomes mais importantes no PSV (ANP/HH) |
Nem mesmo a interrupção do futebol pela pandemia fez com que Dumfries caísse de produção. No PSV, segue como um dos nomes básicos na escalação, mostrando velocidade nos avanços - ainda que tenha deixado um pouco de lado a marcação, que era seu ponto mais aparente nos tempos de Sparta Rotterdam. Pela seleção, em que pesem alguns testes feitos tanto ainda com Koeman quanto com Frank de Boer (Hans Hateboer chegou a ter partidas como titular, e Kenny Tete voltou a aparecer), Dumfries já está mais acostumado ao esquema com quatro homens na defesa. Mesmo que tenha frequentado mais o banco de reservas, continua nome certo nas convocações.
Por esse costume, pela segurança demonstrada desde o começo da carreira, pela confiança que dá nos ataques, Dumfries pode ser considerado candidato sério a um lugar entre os titulares da Holanda na Euro. E dependendo de como for, pode transformar os boatos de transferência para um centro mais visível do futebol europeu em fatos.
(Maurice van Steen/ANP/Getty Images) |
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