Van Aanholt fez sua carreira, rondou a seleção aqui e ali... e finalmente, vai a um grande torneio pela Laranja (Pro Shots/onsoranje.nl) |
Ficha técnica
Nome: Patrick John Miguel van Aanholt
Posição: Lateral esquerdo
Data e local de nascimento: 29 de agosto de 1990, em 's-Hertogenbosch (Den Bosch)
Clubes na carreira: Chelsea-ING (2009 a 2014), Coventry City-ING (2009, por empréstimo), Newcastle-ING (2010, por empréstimo), Leicester City-ING (2011, por empréstimo), Wigan-ING (2011, por empréstimo), Vitesse (2012 a 2014, por empréstimo), Sunderland-ING (2014 a 2017) e Crystal Palace-ING (desde 2017)
Desempenho na seleção: 13 jogos, desde 2013
Torneios pela seleção:
- Liga das Nações (2020/21)
Ele já é quase um veterano. Quase foi a uma Copa do Mundo, até. No entanto, nunca chamou tanto a atenção por suas atuações - até porque pulou muito de galho em galho ao longo da carreira. Ainda assim, de algum jeito, Patrick van Aanholt sempre esteve à disposição, vez por outra, na seleção holandesa. Talvez por ter ganho nos últimos anos, enfim, a continuidade num clube (ainda que pequeno), o lateral esquerdo também obtém, enfim, a convocação para um grande torneio, que rondava havia algum tempo.
Descendente de uma família com raízes em Curaçao, Van Aanholt também foi outro holandês que nem teve passagens profissionais por clubes do país natal. É certo que ele começou a jogar mais seriamente ainda na Holanda: iniciou a formação no amador OSC'45, dali foi para o Den Bosch da cidade natal, e em 2005 tomou o caminho do PSV. Porém, suas atuações pela base do clube de Eindhoven foram notadas por outra agremiação, que mantinha uma parceria com o PSV na época: o Chelsea. Foi o bastante: em 2007, antes mesmo de estrear no time principal do PSV, quando apenas atuara pelas seleções sub-16 e sub-17 da Holanda, o lateral esquerdo que se formava tomou o caminho do clube inglês. Lá terminaria seu caminho na base, até a hora de começar a carreira, de fato.
O Chelsea sequer esperou Van Aanholt terminar a formação na base para já levá-lo (Getty Images) |
Essa hora foi em 2009. Mas com um Chelsea que tinha Ashley Cole e Bosingwa para a lateral esquerda, o espaço para Van Aanholt seria inexistente. Restava começar com um empréstimo: ao Coventry City, então na segunda divisão inglesa. Lá, o neerlandês ficou como titular, na primeira metade da temporada. Porém, em janeiro de 2010, com o grupo do Chelsea tendo vários ausentes por convocações para a Copa Africana de Nações, Van Aanholt foi reintegrado. O que não quer dizer que ficou lá: por apenas um mês, fevereiro de 2010, mais um empréstimo, para o Newcastle - onde fez sete jogos. Depois, o lateral voltou aos Blues. E enfim estreou pelo time principal em março de 2010, contra o Portsmouth, pelo Campeonato Inglês. Fez mais uma partida no Chelsea, contra o Watford. E ainda foi incluído nos trabalhos de pré-temporada que o clube fez, rumo à temporada 2010/11.
Então, Van Aanholt ficou no Chelsea? Bem, até começou a temporada por lá. Mas não passou de jogos de menor importância - num dos quais, contra o Newcastle, pela Copa da Liga Inglesa (Newcastle 4 a 3), até fez o primeiro gol da carreira. Assim, em janeiro de 2011, mais um empréstimo: para o Leicester City, até o fim daquela temporada. Com o time ainda na segunda divisão inglesa, o holandês começara bem, mas uma lesão muscular na coxa dificultou seu caminho no Leicester. Houve até o primeiro gol por uma liga (nos 4 a 0 contra o Burnley, já no fim da Championship 2010/11), mas Van Aanholt novamente voltou ao Chelsea - e novamente foi emprestado, passando o primeiro semestre da temporada 2011/12 no Wigan. O contrato seria por toda a temporada, mas o lateral teve tão poucos jogos pelos Latics (três pelo Campeonato Inglês, um pela Copa Inglesa) que foi liberado, de comum acordo, no final de 2011.
A verdade é que a carreira de Van Aanholt só ganhou impulso quando ele foi emprestado pelo Chelsea a outro clube holandês com o qual os Blues tinham uma relação "oficiosa": o Vitesse. Chegando ao clube de Arnhem em 2012, o jogador ainda teve alguma sequência na reta final do Campeonato Holandês, fazendo nove jogos, se alternando entre lateral esquerda e zaga. Já deu certo: o Vites ganhou vaga na Liga Europa 2012/13, e o Chelsea aceitou cedê-lo por mais uma temporada à equipe do país de origem.
Van Aanholt começou no Chelsea, mas só achou espaço de verdade no Vitesse (Pro Shots) |
Naquele momento, sim, Van Aanholt não era apenas uma opção, um contrapeso: foi titular da lateral esquerda, no último grande momento do Vitesse. O clube foi quarto colocado na Eredivisie 2012/13 - garantindo lugar na Liga Europa, por mais uma vez -, e Van Aanholt já entrou no radar das seleções da Holanda: pela equipe sub-21, fez parte do grupo que foi às semifinais da Euro da categoria em 2013. A situação em 2013/14 foi ainda melhor: por muito tempo, o Vitesse disputou seriamente o título na temporada 2013/14. Com sua ofensividade (quatro gols marcados), Van Aanholt mereceu a primeira convocação para a seleção holandesa. Mais: estreou nos minutos finais de amistoso contra a Colômbia, em novembro de 2013. Mais ainda: em 2014, fez parte das convocações de Louis van Gaal, jogou amistoso contra o Equador - 1 a 1, em maio, já na preparação rumo à Copa do Mundo - e esteve na lista preliminar para o Mundial, sendo cortado só na definição dos 23 convocados.
Van Aanholt crescera, e precisava dar sequência à carreira. Mas sabia: dificilmente isso aconteceria no Chelsea. Assim, em 2014, foi vendido ao Sunderland. Nos Gatos Pretos, enfim, achou a sequência que tanto buscava para a carreira: ao longo de três temporadas, foi o lateral esquerdo titular. Viveu o melhor momento da carreira em 2015/16: presente em 33 das 38 partidas do Sunderland na temporada do Campeonato Inglês, retornou à seleção holandesa em março de 2016. Ainda que no banco de reservas, participou de amistoso contra a França - como participaria de mais três jogos amigáveis, sendo titular em 90 minutos apenas contra a Áustria, em junho.
Na seleção, com Daley Blind dominando na esquerda e Nathan Aké como um reserva confiável, Van Aanholt perdeu espaço - a ponto até de ter sido cogitado para migrar de seleção, indo defender Curaçao (iniciativa que não foi adiante). Já em clubes foi diferente: ele ainda começou a temporada 2016/17 no Sunderland, mas o interesse do Crystal Palace foi forte a ponto de trazê-lo para o clube já em janeiro de 2017, ainda com a temporada em andamento.
Nas Águias, Van Aanholt chegou para ser um dos raros nomes a ser regular no time: técnico após técnico, ganhou a confiança da torcida. Principalmente pela capacidade ofensiva: na primeira temporada completa no Palace, 2017/18, foram cinco gols, que ajudaram o time a se manter na primeira divisão. De quebra, sua permanência no radar dos laterais holandeses foi notada novamente: logo que Ronald Koeman chegou para treinar a Oranje, em 2018, Van Aanholt foi o lateral esquerdo escolhido para iniciar os trabalhos. Perdeu espaço de novo, mas foram mais três amistosos pela equipe nacional neerlandesa.
Van Aanholt é nome mais do que conhecido na escalação do Crystal Palace, temporada após temporada (Pro Shots) |
De lá para cá, Van Aanholt continuou como nome firme no Crystal Palace. Teve momentos bons (como marcar o gol da vitória num 2 a 1 sobre o Manchester United, em pleno Old Trafford, na temporada 2019/20) e ruins (como na temporada atual, quando deslocou o ombro, também contra o Manchester United, ficando de fora por dois meses). Bem ou mal, se a seleção holandesa precisou de um lateral esquerdo, por lesões de Daley Blind ou Nathan Aké, ele esteve lá: uma partida em 2019, pelas eliminatórias da Euro, mais duas em 2020, pela Liga das Nações...
Agora, a seleção holandesa continuou precisando de um lateral esquerdo "de ofício", com Blind e Aké cada vez mais "zagueiros". Van Aanholt está lá. E enfim, terá o seu espaço na Laranja. Num grande torneio, como já ensaiava desde 2014. Ainda que na reserva.
(Pro Shots) |
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