Wijndal ainda é pouco conhecido fora dos Países Baixos, mas já tomou a lateral esquerda da Holanda - e será duro de tirá-la dele (Pro Shots/onsoranje.nl) |
Ficha técnica
Nome: Owen Wijndal
Posição: Lateral esquerdo
Data e local de nascimento: 28 de novembro de 1999, em Zaandam
Clube na carreira: AZ (desde 2017)
Desempenho na seleção: 7 jogos, desde 2020
Torneios pela seleção: Liga das Nações (2020/21)
Num país que costuma revelar tantos jovens jogadores promissores, como a Holanda (Países Baixos), de vez em quando aparece um caso em que um novato aproveita uma incerteza, ou uma chance, agarra e não larga mais a posição. Pois bem, a atual Laranja tem um caso assim, personificado em Owen Wijndal. O jovem de 21 anos aproveitou a indefinição sobre qual seria o lateral esquerdo neerlandês, se credenciou ao posto com as atuações no AZ - e deve ter a Euro como o primeiro grande palco de sua carreira.
O filho de pai surinamês e mãe holandesa passou até pouco tempo da infância em clubes amadores (o ZVV Zaandijk, da cidade natal, e o Haarlem). Já aos 11 anos de idade, Wijndal tomou o caminho do AZ, para ter todo o desenvolvimento de futebol no clube de Alkmaar - já então, se preparando para se tornar uma das categorias de base mais prolíficas da Holanda. Curiosamente, Wijndal demorou mais para se estabelecer no AZ do que nas seleções de base: desde 2013, já aparecia na equipe sub-15 da Holanda. Foi para a sub-16 em 2014, para a sub-17 em 2015...
Até que, na temporada 2016/17, o desenvolvimento começou a se nivelar em seleção e clube. Pela Holanda, Wijndal foi titular na Euro sub-17, quando a equipe foi semifinalista, caindo para Portugal. No AZ, enfim, o lateral esquerdo chegou ao time B, que então disputava a Tweede Divisie (terceira divisão holandesa). Teve tanto êxito que, na 21ª rodada do Campeonato Holandês de então, em 4 de fevereiro de 2017, estreou pelo time principal do AZ, jogando contra o PSV - e se tornando simplesmente o mais jovem estreante da história do AZ na Eredivisie, aos 17 anos e 68 dias de idade. De quebra, o time B se tornou campeão da terceira divisão.
E a partir de 2017/18, os espaços se abriram gradativamente. Nomes que acompanharam Wijndal por toda a base do AZ foram entrando no time principal. E o lateral estava nesse grupo: mesmo que as aparições tenham se dado mais na equipe secundária, ainda (15 jogos na segunda divisão), foram sete partidas pelo time de Alkmaar no Campeonato Holandês. Porém, se contemporâneos como Calvin Stengs e Myron Boadu já se convertiam em titulares absolutos dos Alkmaarders àquela altura, Wijndal ainda pelejava para tirar de Thomas Ouwejan a titularidade na lateral esquerda. A situação seguiu a mesma na temporada 2018/19: Wijndal jogou mais pelo time B do AZ do que pela equipe principal.
Wijndal foi ocupando gradativamente a lateral esquerda do AZ. Mas a partir de 2019/20, se tornou absoluto na canhota do time de Alkmaar (Pro Shots) |
A mudança só aconteceu na temporada 2019/20. Com técnico novo no AZ, Arne Slot, Wijndal recebeu a aposta no lugar de Ouwejan, desde o começo do Campeonato Holandês. De quebra, após dois anos na seleção sub-19 da Holanda, enfim ganhou a primeira convocação na seleção sub-21. Tanto num cenário quanto no outro, aproveitou a chance: mostrando velocidade no apoio e eficiência nos cruzamentos (foram seis que viraram gol, naquela temporada), Wijndal foi um nome muito útil na campanha que levava o AZ a disputar ponto a ponto com o Ajax a liderança da Eredivisie, até a pandemia interromper e encerrar o campeonato. Até fez seu primeiro gol pelo clube, contra o ADO Den Haag, Na Holanda sub-21, também já virou nome certo na escalação costumeira do técnico Erwin van de Looi, durante as eliminatórias da Euro da categoria.
Desenvolvimento tão acelerado foi notado por quem mais poderia abrir caminhos a Wijndal: Frank de Boer, chegando à seleção holandesa, já na retomada do futebol. A vaga na lateral esquerda da Laranja já não tinha um ocupante inquestionável: cada vez mais lento, Daley Blind começava a se fixar na zaga, e tanto Nathan Aké quanto Patrick van Aanholt não tinham ocupado a titularidade de modo confiável. Tão logo começou o trabalho na seleção, De Boer apostou em Wijndal: não só o convocou, como fez dele titular, a partir do amistoso contra o México, em 7 de outubro de 2020, a estreia de Wijndal pela seleção. E ele foi aprovado: a partir de outro amistoso - o 1 a 1 contra a Espanha, em novembro -, Wijndal já virou o ocupante da lateral canhota batava.
Tendo escapado até de um surto de infecções do novo coronavírus no AZ, em outubro do ano passado, Wijndal chegou a 2021 estabelecido como titular absoluto do time de Alkmaar: não perdeu nenhum minuto de nenhum jogo do clube na temporada, em todos os torneios (fase preliminar de Liga dos Campeões, Liga Europa, Campeonato Holandês e Copa da Holanda). A vitalidade física o tornou mais confiável ainda na seleção holandesa: começou como titular nas rodadas das eliminatórias da Copa de 2022.
Com tudo isso, embora seja o titular mais jovem da Laranja, Wijndal justificou essa titularidade, até aqui. A Euro pode pôr tudo a perder. Ou levar seu nome a estágios ainda mais elogiáveis, para alguém tão novo.
(ANP) |
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