Taylor já estava pronto para ser titular do Ajax há algum tempo - e está se saindo bem até agora. Bastaram dois jogos para se mostrar promissor na Holanda e estar na Copa (Divulgação/KNVB Media) |
Ficha técnica
Nome: Kenneth Ina Dorothea Taylor
Posição: Meio-campo
Data e local de nascimento: 16 de maio de 2002, em Alkmaar
Clubes na carreira: Ajax (desde 2020)
Desempenho na seleção: 2 jogos, desde 2022
Torneios pela seleção: Liga das Nações (2022/23)
Quando Ryan Gravenberch rumou para o Bayern de Munique, poderia se esperar um problema do Ajax para achar um meio-campista que ajudasse na marcação e, principalmente, qualificasse os ataques do time de Amsterdã, levando a bola até o ataque - e finalizando, quando fosse possível, com capacidade em chutes de média distãncia. Que nada: o Ajax já tinha esse nome em sua base, pronto para preencher a lacuna. É Kenneth Taylor, mais um nome vindo das sempre frutíferas equipes inferiores Ajacieden, mais um que foi figura certa em seleções de base da Holanda... e que já trouxe confiança em apenas dois jogos pela seleção principal. Com mais ritmo de jogo do que o antigo colega Gravenberch, ganhou preferência na convocação. E está na Copa, como outra aposta da Laranja.
Taylor começou a jogar no SV De Foresters, clube amador de Heiloo - cidade onde vivia, a apenas poucos minutos de Alkmaar, sua terra natal. Mas esse começo no futebol logo se acelerou, ainda na infância: em 2010, o garoto chegou ao Ajax, onde faria todo o caminho nas categorias de base. Ao longo da década passada, sua posição foi mudando: Taylor começou como atacante, foi recuado para a zaga (tinha estatura maior do que a média dos colegas), mas só se encaixaria de vez quando Peter van de Veen - guarde este nome -, técnico do time em que estava na base do Ajax, o encaixou como meio-campista.
Na base do Ajax, Taylor começou como atacante, chegou a ser testado na zaga... mas foi no meio-campo em que engrenou (Divulgação/Ajax.nl) |
A partir de 2017, seria como meio-campo que Taylor começaria a evoluir na carreira. Na Holanda, alcançou a seleção sub-16; no Ajax, começaria participando dos jogos da equipe juvenil na Liga Jovem da UEFA. Mais um ano, e em 2018, enfim Taylor chegaria ao último estágio antes do Ajax principal: o Jong Ajax, equipe B dos Amsterdammers. Faria uma única aparição na 9ª rodada da segunda divisão na temporada 2018/19, jogando os últimos 20 minutos de um "clássico de times B" contra o PSV (que venceu por 2 a 1). De resto, seguiria mais ligado à equipe juvenil, que faria boa campanha na Liga Jovem da UEFA.
A ótima atuação no Mundial sub-17 de 2019 começou a chamar a atenção para Taylor (Martin Rose/FIFA/Getty Images) |
Em 2019, suas atuações na seleção sub-17 da Holanda (comandada por... Peter van de Veen, o mesmo nome fundamental quando ele mudou de posição no Ajax) seriam mais um indício de que a revelação estava próxima. Taylor foi titular absoluto na campanha do bicampeonato europeu da categoria, veio com a delegação dos Países Baixos ao Brasil para o Mundial sub-17, e novamente foi presença certa, como capitão do time holandês que alcançou o quarto lugar - sua ausência por gripe na semifinal contra o México foi um item a atrapalhar a Holanda naquela partida, com derrota nos pênaltis. A essa altura (outubro/novembro de 2019), ele já era nome mais conhecido no Jong Ajax: foram 18 partidas pela segunda divisão, com um gol marcado.
A partir de 2020/21, enfim, Taylor começaria a fazer o que sempre se esperava dele: aparecer no time principal do Ajax, se alternando com a presença no time B. A estreia foi em 12 de dezembro de 2020, na 9ª rodada do Campeonato Holandês, substituindo Perr Schuurs para os 26 minutos finais da goleada por 4 a 0 contra o Zwolle. Viriam ainda mais dois jogos na campanha do título holandês para ele. Mas sua participação primordial ainda seria pelo Jong Ajax: foram 29 jogos e sete gols do meio-campo pela segunda divisão. A divisão continuaria em 2021/22. Pelo Ajax principal, 13 jogos na campanha de mais um título holandês - e seu primeiro gol, nos 3 a 0 sobre o Heracles Almelo, pela 21ª rodada da Eredivisie. Pelo time B, um ótimo desempenho ofensivo: 11 jogos e sete gols, na segunda divisão. Isso, sem contar aparições em três jogos pela Liga dos Campeões. E a chegada à seleção sub-21: pelas eliminatórias da Euro, Taylor já entrou sendo titular da Laranja Jovem.
Mesmo assim, ganhando cada vez mais espaço, ainda não era suficiente para Taylor. Ele queria ser titular. A impossibilidade disso, num meio-campo que já tinha o supracitado Gravenberch e Edson Álvarez, fez com que Erik ten Hag, ainda treinando o Ajax então, sugerisse, em janeiro passado: talvez fosse melhor Taylor passar a metade final da temporada 2021/22 emprestado a outro time, para ter ritmo de jogo. Aí, o próprio revelou à revista Voetbal International, no mês passado: "Eu fui de carro para casa, e pensei nisso, mas já estava decidido: eu não queria. Eu disse isso a ele [Ten Hag]: respeitava o que ele pensava, mas queria agarrar a minha chance no Ajax. Falei a ele 'preste atenção, professor, eu vou pegar o meu lugar entre os titulares'".
Pois é: a saída de Gravenberch abriu caminho para a titularidade no Ajax com que ele sonhava tanto, sob o comando de... Alfred Schreuder, que o queria emprestado no Club Brugge belga que treinava, quando Erik ten Hag fez a sugestão no começo do ano. Até agora, com o êxito esperado: já foram 10 jogos e três gols pelo Campeonato Holandês. Desempenho que deixou Louis van Gaal certo de que o jovem já poderia ser experimentado na seleção adulta. Bastou: nas duas últimas rodadas da Liga das Nações, ele foi convocado. E teve duas participações: entrou para os 15 minutos finais no 2 a 0 sobre a Polônia, e fez todo o segundo tempo do 1 a 0 contra a Bélgica.
Enfim, Taylor começa a se consolidar como opção. Ele quis a vaga de titular no Ajax, e conseguiu. Quem sabe a consiga também na Laranja - se não for agora, nos anos vindouros...
(Rico Brouwer/Soccrates/Getty Images) |
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