A vibração aliviada de Van Dijk mostra bem o que foi a estreia da Copa para a Holanda: cheia de coisas a resolver, mas terminando com o alívio da vitória (Matteo Ciambelli/DeFodi Images/Getty Images) |
No lance do começo, De Ligt falhou, Ismaila Sarr (talvez o melhor senegalês em campo) passou a bola a Boulaye Dia, que só não acertou seu chute porque Frenkie de Jong bloqueou na hora exata. Contudo, a atuação da Holanda também teve seus bons momentos: quando Senegal dava espaço para ela vir do meio-campo ao ataque, ela vinha. E bem: com os avanços de Frenkie de Jong e Denzel Dumfries, com as aparições de Cody Gakpo, com as chances que decorriam disso tudo: um cruzamento de Dumfries não aproveitado por Steven Bergwijn aos 4', outro cruzamento de Gakpo afastado por Kalidou Koulibaly aos 16', e principalmente, no contragolpe que Bergwijn criou, Gakpo encaminhou e De Jong demorou demais para finalizar, perdendo a bola aos 19'.
Sem aproveitar as chances que surgiam dos pontos fortes, os pontos fracos holandeses traziam perigo. Principalmente na direita, onde Dumfries sofria bastante na marcação de Ismaila Sarr, que chutou com perigo algumas vezes (aos 9' e aos 25'). Ainda mais complicados eram os erros de passes, por pura e simples falta de atenção. Num deles, quase o gol senegalês, aos 29': De Jong tentou sair jogando, passou a um Van Dijk saindo de posição, e quase Krépin Diatta dominou a bola com a área vazia. Os problemas seguiam com a atuação algo insegura de De Ligt na zaga e com Vincent Janssen apenas sendo um "pivô" sem muito espaço nem muita aparição em campo, dentro do ataque.
Estreando na Laranja justamente no primeiro jogo dela no Mundial, Noppert demorou a entrar em ação no gol - mas quando entrou, mostrou segurança (Odd Anderson/AFP/Getty Images) |
E Senegal, por sua vez, assustava sem assustar - tinha boas atuações em Sarr, em Diatta, em Cheikhou Kouyaté, mas não fazia Andries Noppert (defendendo a seleção dos Países Baixos pela primeira vez, logo numa estreia em Copas) trabalhar de fato. Do jeito como o segundo tempo começou, parecia até que os neerlandeses iriam melhorar, no cabeceio de Van Dijk que quase acertou a meta aos 53'. Só que a equipe alaranjada - mais para "acenourada", pelo tom da cor do uniforme - seguia desatenta no meio. Alguns erros de passe abriam o caminho - para as chances de Senegal e para as boas aparições de Noppert. Foi assim aos 65', quando ele teve agilidade para espalmar o chute rasteiro de Boulaye Dia. E até aos 73', quando Gana Gueye arrematou da entrada da área e o goleiro da camisa 23 impediu o gol dos Leões de Teranga.
Se a Holanda tinha interesse em ganhar o jogo, era preciso mudar. Já houvera uma mudança, é verdade, com a vinda de Memphis Depay a campo, para a meia hora final de jogo. Mas estava pouco para evitar os problemas de meio-campo. Estes só começaram a ser resolvidos com as entradas de Davy Klaassen e Teun Koopmeiners, a doze minutos do fim, estabilizando o setor. Frenkie de Jong, de (muito) altos e (muito) baixos, teve uma aparição decisiva aos 84', com o grande lançamento que fez. Édouard Mendy, tranquilo até então, falhou na saída de gol. E Cody Gakpo marcou um gol para justificar o grande alarido que causa como um dos candidatos a revelação da Copa.
Mais importante: o gol tranquilizou a Holanda, que foi calma nos minutos finais. Foi precisa para aproveitar o espaço de contra-ataque, no minuto final dos acréscimos, e ter Klaassen fazendo o 2 a 0. Enfim: a Holanda não foi brilhante. Mas pelo menos, foi a vencedora. E soube controlar os danos que terá de consertar para pegar o Equador, na sexta-feira.
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