Colocação final: Campeão, com 86 pontos
No turno havia sido: 2º colocado, com 46 pontos
Time-base: Onana; Mazraoui (Veltman), De Ligt, Blind e Tagliafico; Schöne, Frenkie de Jong e Van de Beek; Ziyech, Tadic (Huntelaar/Dolberg) e David Neres
Técnico: Erik ten Hag
Maior vitória: Ajax 8x0 De Graafschap (16ª rodada)
Maior derrota: Feyenoord 6x2 Ajax (19ª rodada)
Principais jogadores: Hakim Ziyech (meio-campista/atacante) e Dusan Tadic (meio-campista/atacante)
Artilheiro: Dusan Tadic (meio-campista/atacante), com 28 gols
Quem deu mais passes para gol: Hakim Ziyech (meio-campista/atacante) e Dusan Tadic (meio-campista/atacante), ambos com 13 passes para gol
Quem deu mais passes para gol: Hakim Ziyech (meio-campista/atacante) e Dusan Tadic (meio-campista/atacante), ambos com 13 passes para gol
Quem mais partidas jogou: Daley Blind (lateral esquerdo) e Dusan Tadic (meio-campista/atacante), que jogaram todas as 34 partidas
Copa nacional: campeão
Competição continental: Liga dos Campeões (eliminado na semifinal, pelo Tottenham-ING)
Dá para dizer que a temporada 2018/19 do Ajax se dividiu em duas partes. Na primeira, o clube foi burocrático. Até satisfez, com a classificação para as oitavas de final da Liga dos Campeões. Mas Erik ten Hag sofria à procura da melhor formação tática para os Ajacieden, e vários jogadores atuavam abaixo do esperado. Para piorar, a eficiência do PSV era invejável no Campeonato Holandês, e o 3 a 0 inapelável do confronto direto (6ª rodada) dava a impressão de que os Boeren embalariam para o bicampeonato na Eredivisie. O ano de 2019 começou, a segunda parte da temporada também, e o Ajax seguiu patinando. Parecia até que a chance de surpreender no jogo das oitavas da Champions League, contra o Real Madrid, havia se apagado. Que nada: o que se viveu em Amsterdã nesses últimos meses foi, seguramente, o grande momento da história do Ajax nos últimos 20 anos. E teve seu prêmio, com a reação que levou à "dupla coroa" na Holanda, conquistando tanto o campeonato quanto a copa nacionais.
Mas se o Ajax terminou a temporada de modo tão irresistível, com um time tão elogiável, por quê demorou tanto para embalar? Exatamente pelo que se disse acima: Ten Hag sofreu tentando achar um jeito de fazer o time jogar bem, e os próprios nomes em campo demoraram a crescer de produção. David Neres foi experimentado no meio-campo: não deu certo. Dusan Tadic (o símbolo da grande ambição que o Ajax tinha para a temporada) jogava abaixo do que podia como armador. Hakim Ziyech se alternava entre o meio e a ponta-direita, após ficar no clube a contragosto. Klaas-Jan Huntelaar e Kasper Dolberg se alternavam na frente, sem garantirem a posição. Só dois pontos saíam a contento. Na zaga, Daley Blind, repatriado a peso de ouro, era o parceiro perfeito para apurar a qualidade e o espírito de liderança de Matthijs de Ligt. E no meio-campo, Frenkie de Jong mostrava capacidade impressionante de controlar o jogo com seus recuos e passes - a ponto de ser o alvo de uma disputa entre clubes por sua contratação, vencida pelo Barcelona já em janeiro. Mas era pouco. Jogar com Tadic na frente, como se viu na Liga dos Campeões, ajudara o Ajax a fazer frente ao Benfica e ao Bayern de Munique na fase de grupos. Mas, na Eredivisie, a estagnação irritava a torcida.
Houve a pausa de inverno, com a participação protocolar na Florida Cup, e o Ajax voltou para o Campeonato Holandês. Com De Ligt lesionado, e o recém-contratado argentino Lisandro Magallán entrando às pressas na zaga, o recomeço de temporada foi terrível. Na 19ª rodada, a primeira do returno, de nada adiantou o Ajax marcar quatro gols, porque o Heerenveen fez quatro em Amsterdã (4 a 4). Na rodada seguinte, num Klassieker contra o Feyenoord, um 6 a 2 humilhante, a grande mancha que ficará na temporada. E de nada adiantou fazer 6 a 0 no VVV-Venlo (20ª rodada), porque a derrota por 1 a 0 para o Heracles Almelo na 21ª rodada - e a falta de ânimo, a submissão vista com o time titular - fazia crer que parecia o fim para o Ajax. Que o título da Eredivisie estava perdido, que o Real Madrid superaria os Godenzonen com facilidade nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Parecia o fim? Foi apenas o começo de três meses inesquecíveis para quem acompanha o Ajax - e o futebol holandês, em geral.
Porque, no jogo de ida contra o Real Madrid, o Ajax perdeu (2 a 1 em Amsterdã), mas jogou melhor. Por causa da boa atuação, Erik ten Hag se convenceu: nem Dolberg nem Huntelaar, Tadic no centro do ataque - e mobilidade incessante no meio e na frente - eram as soluções para o time. Deu no que deu. Uma atuação de sonho em Madri, no 4 a 1 da classificação para as quartas de final. A Juventus parecia mais forte, nas quartas de final? Pois o Ajax também foi mais forte: empatou em Amsterdã (1 a 1), e mostrou destemor admirável no 2 a 1 em Turim, de virada, que levou o time à semifinal do maior torneio europeu de clubes, pela primeira vez, após 22 anos. No Campeonato Holandês, mesmo que o PSV seguisse regular, o Ajax foi ganhando, até a vitória notável da 27ª rodada no confronto direto (3 a 1 contra os Eindhovenaren, com um a menos). De quebra, a final da Copa da Holanda, passando pelo Feyenoord na semifinal.
O clima tinha virado. Dali a duas rodadas, um 4 a 1 no Willem II deu a liderança ao Ajax, no saldo de gols. E nem mesmo a heróica tragédia contra o Tottenham, na Liga dos Campeões, diminuiu o ímpeto do Ajax. Era de títulos que o clube precisava? Pois bem: eles vieram, após cinco anos. Com goleadas contra Willem II (4 a 0, na final da Copa da Holanda) e De Graafschap (4 a 1, na 33ª e penúltima/última rodada do Campeonato Holandês). Enfim, o Ajax voltava a viver um período do qual se lembrará com muitas saudades. Um fim de temporada quase perfeito. Só faltou certo cuidado no doloroso segundo tempo contra o Tottenham, na volta das semifinais da Liga dos Campeões, em plena Johan Cruyff Arena - em especial, aos 94 minutos e 55 segundos de jogo... mas tudo bem.
Dá para dizer que a temporada 2018/19 do Ajax se dividiu em duas partes. Na primeira, o clube foi burocrático. Até satisfez, com a classificação para as oitavas de final da Liga dos Campeões. Mas Erik ten Hag sofria à procura da melhor formação tática para os Ajacieden, e vários jogadores atuavam abaixo do esperado. Para piorar, a eficiência do PSV era invejável no Campeonato Holandês, e o 3 a 0 inapelável do confronto direto (6ª rodada) dava a impressão de que os Boeren embalariam para o bicampeonato na Eredivisie. O ano de 2019 começou, a segunda parte da temporada também, e o Ajax seguiu patinando. Parecia até que a chance de surpreender no jogo das oitavas da Champions League, contra o Real Madrid, havia se apagado. Que nada: o que se viveu em Amsterdã nesses últimos meses foi, seguramente, o grande momento da história do Ajax nos últimos 20 anos. E teve seu prêmio, com a reação que levou à "dupla coroa" na Holanda, conquistando tanto o campeonato quanto a copa nacionais.
Mas se o Ajax terminou a temporada de modo tão irresistível, com um time tão elogiável, por quê demorou tanto para embalar? Exatamente pelo que se disse acima: Ten Hag sofreu tentando achar um jeito de fazer o time jogar bem, e os próprios nomes em campo demoraram a crescer de produção. David Neres foi experimentado no meio-campo: não deu certo. Dusan Tadic (o símbolo da grande ambição que o Ajax tinha para a temporada) jogava abaixo do que podia como armador. Hakim Ziyech se alternava entre o meio e a ponta-direita, após ficar no clube a contragosto. Klaas-Jan Huntelaar e Kasper Dolberg se alternavam na frente, sem garantirem a posição. Só dois pontos saíam a contento. Na zaga, Daley Blind, repatriado a peso de ouro, era o parceiro perfeito para apurar a qualidade e o espírito de liderança de Matthijs de Ligt. E no meio-campo, Frenkie de Jong mostrava capacidade impressionante de controlar o jogo com seus recuos e passes - a ponto de ser o alvo de uma disputa entre clubes por sua contratação, vencida pelo Barcelona já em janeiro. Mas era pouco. Jogar com Tadic na frente, como se viu na Liga dos Campeões, ajudara o Ajax a fazer frente ao Benfica e ao Bayern de Munique na fase de grupos. Mas, na Eredivisie, a estagnação irritava a torcida.
Houve a pausa de inverno, com a participação protocolar na Florida Cup, e o Ajax voltou para o Campeonato Holandês. Com De Ligt lesionado, e o recém-contratado argentino Lisandro Magallán entrando às pressas na zaga, o recomeço de temporada foi terrível. Na 19ª rodada, a primeira do returno, de nada adiantou o Ajax marcar quatro gols, porque o Heerenveen fez quatro em Amsterdã (4 a 4). Na rodada seguinte, num Klassieker contra o Feyenoord, um 6 a 2 humilhante, a grande mancha que ficará na temporada. E de nada adiantou fazer 6 a 0 no VVV-Venlo (20ª rodada), porque a derrota por 1 a 0 para o Heracles Almelo na 21ª rodada - e a falta de ânimo, a submissão vista com o time titular - fazia crer que parecia o fim para o Ajax. Que o título da Eredivisie estava perdido, que o Real Madrid superaria os Godenzonen com facilidade nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Parecia o fim? Foi apenas o começo de três meses inesquecíveis para quem acompanha o Ajax - e o futebol holandês, em geral.
Porque, no jogo de ida contra o Real Madrid, o Ajax perdeu (2 a 1 em Amsterdã), mas jogou melhor. Por causa da boa atuação, Erik ten Hag se convenceu: nem Dolberg nem Huntelaar, Tadic no centro do ataque - e mobilidade incessante no meio e na frente - eram as soluções para o time. Deu no que deu. Uma atuação de sonho em Madri, no 4 a 1 da classificação para as quartas de final. A Juventus parecia mais forte, nas quartas de final? Pois o Ajax também foi mais forte: empatou em Amsterdã (1 a 1), e mostrou destemor admirável no 2 a 1 em Turim, de virada, que levou o time à semifinal do maior torneio europeu de clubes, pela primeira vez, após 22 anos. No Campeonato Holandês, mesmo que o PSV seguisse regular, o Ajax foi ganhando, até a vitória notável da 27ª rodada no confronto direto (3 a 1 contra os Eindhovenaren, com um a menos). De quebra, a final da Copa da Holanda, passando pelo Feyenoord na semifinal.
O clima tinha virado. Dali a duas rodadas, um 4 a 1 no Willem II deu a liderança ao Ajax, no saldo de gols. E nem mesmo a heróica tragédia contra o Tottenham, na Liga dos Campeões, diminuiu o ímpeto do Ajax. Era de títulos que o clube precisava? Pois bem: eles vieram, após cinco anos. Com goleadas contra Willem II (4 a 0, na final da Copa da Holanda) e De Graafschap (4 a 1, na 33ª e penúltima/última rodada do Campeonato Holandês). Enfim, o Ajax voltava a viver um período do qual se lembrará com muitas saudades. Um fim de temporada quase perfeito. Só faltou certo cuidado no doloroso segundo tempo contra o Tottenham, na volta das semifinais da Liga dos Campeões, em plena Johan Cruyff Arena - em especial, aos 94 minutos e 55 segundos de jogo... mas tudo bem.
AJAX forever!!!!!
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